Escola de Barbizon
Parte inseparável de uma tendência europeia que contribuiu para infundir
mais realismo ao paisagismo francês, a escola, de meados do século XIX,
deve seu nome à aldeia de Barbizon, na orla da floresta de
Fontainebleau, perto de Paris, onde seus líderes, Théodore Rousseau e
Jean-François Millet, estabeleceram-se, respectivamente, em 1846 e 1849.
Motivados pelo impulso romântico de integração com a natureza, os paisagistas da escola de Barbizon repudiaram no entanto o espírito grandiloqüente da típica pintura romântica, bem como a tradição acadêmica do classicismo, que usava a paisagem como mero pano de fundo para cenas históricas e alegorias.
A prática da pintura de cavalete ao ar livre, em que ambos se engajaram, suscitou a adesão de vários outros artistas, como Charles-François Daubigny, Narcisse-Virgile Diaz de La Peña, Jules Dupré, Charles Jacque e Constant Troyon, que viveram também em Barbizon ou aí passaram temporadas frequentes.
Os exemplos de atenta e detalhada observação do real, dados por paisagistas ingleses contemporâneos e por artistas holandeses e franceses do século XVII, parecem ter atuado sobre os pintores de Barbizon, que deram relevo aos aspectos mais simples da natureza, e não a cenas monumentais ou aterradoras.
Théodore Rousseau, tido como o grande mestre da escola, quis exprimir os próprios frêmitos da natureza por meio de poderosas cenas de tempestade e árvores dramáticas que se retorcem no tempo. Jean-François Millet, o único do grupo para quem a paisagem pura não tinha tanta importância, pintou camponeses, em telas comoventes como "Angelus" e "O semeador", ambas hoje no Louvre. Charles-François Daubigny, que se interessou pelos efeitos da água na composição de suas paisagens, garantiu a ligação dos pioneiros de Barbizon com a linguagem impressionista.