Doenças Psicossomáticas, Hereditárias, Cardiovasculares e Hereditárias

Doenças Psicossomáticas, Hereditárias, Cardiovasculares e Hereditárias

Doenças Psicossomáticas Doenças Psicossomáticas - Doenças psicossomáticas são todos os processos orgânicos patológicos de origem psicológica, causados por estresse, ansiedade, depressão etc. Esses fatores determinam uma ativação inadequada do sistema neurovegetativo e das glândulas endócrinas. Sua repetição pode levar a alterações crônicas, tanto funcionais como anatômicas, dos sistemas orgânicos.

Diversos tipos de problemas gastrointestinais, afecções dermatológicas e alterações neurovegetativas são alguns dos transtornos orgânicos que têm origem em desequilíbrios dos processos mentais.

A medicina moderna passou a estudar a estreita relação existente entre a esfera psíquica e o funcionamento do organismo no início do século XX, com a patologia funcional de Ernest von Bergmann e as correntes personalistas e antropológicas de Ludolf von Krehl, Richard Siebeck e Viktor Weizsäcker. A tendência a considerar o homem de forma global opôs-se à crescente especialização da medicina e sua tendência ao mecanicismo.

Do ponto de vista fisiológico, verifica-se que, durante os estados de excitação, medo, raiva etc., produz-se de forma imediata uma modificação nas constantes vitais: a pressão sanguínea se eleva, o ritmo respiratório se acelera e produzem-se secreções, como a transpiração e a descarga de adrenalina. Tal preparação fisiológica para situações de emergência constitui uma resposta transitória, que atua até que as circunstâncias externas adversas ou ameaçadoras tenham deixado de existir. Entretanto, se o estado biopsíquico perdura a ponto de se tornar habitual, os mecanismos neuro-hormonais se alteram e exercem sobre órgãos e tecidos uma pressão superior à que se requer para seu funcionamento normal. Daí o grande número de afecções degenerativas -- cardiovasculares, digestivas, neurológicas etc. -- ligadas a atividades cujo exercício sujeita os profissionais a múltiplas tensões, ansiedade e estresse, frequentemente associados ao excesso de trabalho.

Além das complicações já mencionadas, muitas outras podem ser causadas pela sobrecarga de preocupações, tais como hipertensão, flatulência, obesidade, enxaquecas, dermatites, impotência, frigidez, dores musculares etc. Terapia farmacológica, psicanálise, ioga, meditação, exercícios de relaxamento e massagens são alguns dos recursos utilizados para tratar as doenças psicossomáticas.

Psiconeuroimunologia No início da década de 1980, surgiu uma nova especialidade médica, a psiconeuroimunologia, encarregada de investigar as interações entre o sistema nervoso central e o sistema imunológico. Verificou-se que distúrbios de natureza psicológica estão frequentemente associados a fenômenos fisiológicos, como alterações na chamada "química do cérebro", que consistem em mudanças na concentração dos neurotransmissores, mensageiros químicos que atuam na transmissão dos impulsos nervosos.

Os primeiros estudos nesse campo concentraram-se nas relações entre o estresse e os distúrbios imunológicos. Pesquisas realizadas no final da década de 1980 comprovaram que alguns componentes do sistema imunológico responsáveis por estimular a ação dos linfócitos T (as chamadas células assassinas) tinham sua atividade diminuída após uma exposição do organismo a fatores estressantes. Demonstrou-se, assim, que o estresse reduz os anticorpos naturais do organismo e, portanto, a resistência às doenças.

Outros trabalhos nessa área voltaram-se para o estudo da imunoestimulação - o aumento da resposta imunológica aos agentes agressores -- por meio de técnicas de hipnose, meditação e relaxamento. As primeiras pesquisas indicaram que essas técnicas são capazes de estimular o organismo a produzir mais células de defesa.

Doenças HereditáriasDoenças Hereditárias - Doença hereditária é aquela cujo mecanismo de transmissão de ascendentes para descendentes é mediado pela configuração cromossômica de um ou de ambos os progenitores. É preciso estabelecer uma distinção clara entre doenças congênitas e verdadeiramente hereditárias. As primeiras manifestam-se desde o nascimento e muitas vezes não obedecem a padrões regidos pela herança. Podem resultar de um defeito adquirido in utero, depois de ocorrida a fecundação. As doenças hereditárias podem manifestar-se desde o nascimento ou aparecer posteriormente. É o caso, por exemplo, da coréia de Huntington, doença nervosa que começa a aparecer por volta dos 35 anos e se caracteriza por movimentação irregular e perturbações de linguagem. Elas sempre dependem, no entanto, de um determinismo genético cromossômico e são transmitidas aos descendentes.

Da mesma forma como rege características normais dos seres humanos, como estatura, cor de olhos, grupo sangüíneo e inteligência, a herança genética se aplica a processos patológicos, alguns dos quais com níveis de incidência relativamente elevados, como é o caso da hemofilia.

Bases da herança. Os fatores ou unidades determinantes da herança chamam-se genes, e a ciência que os estuda é denominada genética. As características transmissíveis do ser humano estão contidas nos 46 cromossomos, estruturas encontradas no núcleo das células do organismo. Esses cromossomos dispõem-se emparelhados dois a dois, em 23 pares, no núcleo de cada célula. Vinte e dois deles formam os chamados autossomos, idênticos em ambos os sexos. O par restante é constituído pelos cromossomos sexuais XY no homem e XX na mulher.

Estão emparelhados, nos cromossomos, dois grupos de genes, os paternos e os maternos. Todo indivíduo possui em seus cromossomos um correspondente paterno para cada gene materno. Quando surge um gene diferente daqueles que foram herdados dos pais, diz-se que ocorreu uma mutação, surgimento espontâneo de características hereditárias novas, que podem dar origem a alterações e malformações.

As anomalias e doenças hereditárias podem apresentar causas diferentes. Destacam-se entre elas as variações no número e na estrutura dos cromossomos. É o que ocorre no mongolismo (síndrome de Down), em que a existência de três cromossomos no par 21, ao invés de dois, origina alterações físicas e mentais. Também ocorrem mutações espontâneas em filhos de indivíduos sãos (que podem dar origem à maioria das doenças hereditárias propriamente ditas). Deve-se considerar também a coexistência desfavorável de vários genes, nenhum dos quais é por si só patogênico. Nesse último grupo incluem-se as chamadas heredopatias complexas ou multifatoriais, entre as quais estão o diabetes, a obesidade e a epilepsia.

Existe um grupo de doenças hereditárias que depende da existência de genes patológicos situados no cromossomo sexual X. Entre elas, estão a hemofilia - tendência espontânea à hemorragia produzida por problemas de coagulação sanguínea que só se manifesta em homens, embora seja transmissível por mulheres - e o daltonismo, ou incapacidade de distinguir cores. A primeira é uma doença hereditária provocada pela não-atuação de fatores coaguladores do sangue. No sexo masculino, uma porção do cromossomo X não tem homólogo no cromossomo Y, e é precisamente em tal porção ímpar que se localizam os genes recessivos da hemofilia (transmissíveis por ambos os progenitores). Na mulher, ao contrário, o efeito de um eventual gene hemofílico em X é compensado pela presença de um gene normal no outro cromossomo X, que se torna dominante. O daltonismo é também uma doença que se manifesta exclusivamente nos homens, já que as mulheres são apenas portadoras do gene. O distúrbio visual pode afetar a distinção de todas as cores, mas é mais frequente que o daltônico confunda vermelho e verde exibidos simultaneamente, em ambientes de pouca luz.

Além da herança ligada aos genes dos cromossomos sexuais X e Y, distinguem-se outros processos patológicos ligados aos cromossomos autossômicos (normais, não-sexuais). Nesse grupo, enquadra-se a maioria das doenças hereditárias. A herança pode ser de tipo dominante, quando o gene determina o efeito patógeno presente em apenas um dos cromossomos (os genes dominantes se manifestam de forma obrigatória na descendência, mesmo que presentes em apenas um dos progenitores) e do tipo recessivo, quando, para que se manifeste um caráter ou anomalia, os genes devem estar nos cromossomos paterno e materno. Algumas vezes, a herança não é dominante nem recessiva, mas intermediária. Nesse caso, o traço hereditário se manifesta, de forma mais ou menos acentuada, de acordo com os fatores ambientais.

Entre as doenças hereditárias de caráter dominante estão, por exemplo, a aracnodactilia ou síndrome de Marfan (em que indivíduos têm mãos e, sobretudo, dedos muito longos e finos), os rins policísticos e a polipose intestinal. Nas de caráter recessivo, destacam-se a surdo-mudez congênita e a maior parte das alterações congênitas do metabolismo.

Doenças CardiovascularesDoenças CardiovascularesAs moléstias do sistema circulatório constituem o maior risco para a saúde dos adultos, respondendo por quase um terço das mortes anuais. A maior parte dos casos se dá nos países desenvolvidos. Mas esse número vem diminuindo, graças à redução dos principais fatores de risco: tabagismo; hipertensão arterial; colesterol alto; sedentarismo; obesidade; dieta pouco rica em frutas e verduras; e diabetes.

Em contrapartida, as mortes por doenças cardiovasculares têm aumentado nas nações em desenvolvimento. De acordo com a OMS, nos países pobres, a desnutrição, o sexo de risco, as más condições de saneamento e higiene, além da deficiência de zinco, ferro e vitamina A, se somam aos fatores de risco comuns aos dos países desenvolvidos.

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