Pré-Rafaelismo

Pré-Rafaelismo

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Pré-rafaelismo foi um movimento constituído em meados do século XIX por um grupo de jovens artistas ingleses que reagiram fortemente contra a pintura anedótica, vazia e prosaica então proposta pela Royal Academy de Londres. Análogo ao dos pintores nazarenos da Alemanha, que o precedeu de pouco, o grupo teve entre seus objetivos expressar ideias autênticas e voltar-se para a apreensão direta da natureza. As obras produzidas por seus integrantes acabaram por se caracterizar pela grande idealização de seus temas.

Inspirado por um escasso conhecimento da arte italiana dos séculos XIV e XV, o pré-rafaelismo manifestou uma admiração sem limites pela  simplicidade da arte anterior à do Renascimento, e desafiou a tradição acadêmica europeia, que idolatrava o classicismo de Rafael.

O nome pré-rafaelismo provém da designação da Irmandade Pré-Rafaelita, espécie de sociedade "secreta" formada em 1848 por três alunos da Royal Academy: Dante Gabriel Rossetti, talentoso ao mesmo tempo como pintor e poeta, William Holman Hunt e John Everett Millais, todos com menos de 25 anos. A eles se juntaram depois o pintor James Collinson, o pintor e crítico F. G. Stephens, o escultor Thomas Woolner e o crítico William Rossetti (irmão de Dante Gabriel).

Logo o grupo começou a produzir obras polêmicas e não desprovidas de valor. Seus integrantes, opondo-se ao materialismo e à opressão social, recorreram a temas da literatura romântica e medieval para denunciar as injustiças de sua época ou, o que foi mais frequente, exaltar as virtudes da vida do passado. Embora os quadros de Rossetti tendessem a uma atmosfera mais nebulosa, a maioria pintou num estilo bem linear, com efeitos variados de luz e um apego fotográfico à proliferação de detalhes, o que normalmente reduzia a força da composição.

De início a irmandade expôs anonimamente, e todos os artistas assinavam suas pinturas com as iniciais PRB, do nome em inglês do grupo, Pre-Raphaelite Brotherhood. Quando a identidade e a juventude dos artistas se tornaram públicas, em 1850, suas obras sofreram duras críticas, quer por transgredirem os ideais de beleza então vigentes, quer por tratarem temas religiosos com aparente irreverência. Não obstante, o principal crítico da época, John Ruskin, defendeu a arte pré-rafaelita, e seus praticantes nunca ficaram sem patronos. Embora os integrantes do grupo tenham teoricamente rejeitado a artificialidade, na prática boa parte de sua produção se revela artificial, pela visão sentimental do passado que transmite. A vitalidade e o frescor são as qualidades mais admiráveis da arte pré-rafaelita.

O pré-rafaelismo teve profunda influência na pintura e nas artes decorativas da Inglaterra. A vida ativa do movimento, no entanto, foi de no máximo dez anos. No fim da década de 1850 Rossetti se juntou a dois artistas mais jovens, Edward Burne-Jones e William Morris, e derivou para um escapismo romântico. Millais, bom desenhista e retratista, acabou por fazer sucesso como pintor acadêmico. Só Hunt, que após romper com o grupo viajou pelo Egito e a Palestina, onde encontrou novos temas, manteve-se fiel ao estilo. No fim da vida, o meticuloso Hunt, sempre apegado aos detalhes, publicou um livro sobre o movimento: Pre-Raphaelism and the Pre-Raphaelite Brotherhood (1905; O pré-rafaelismo e a Irmandade Pré-rafaelita).

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