A Lanterna na Popa | Roberto Campos

Houve uma correta percepção das vantagens do capital de risco, comparativamente ao endividamento, no fomento da indústria de transformação. As malsinadas multinacionais nos permitiriam um salto tecnológico e organizacional. Last but not least , houve uma racional divisão de tarefas entre a iniciativa governamental, centrada na provisão da infra-estrutura, e a iniciativa privada, que foi o motor principal do esforço de industrialização.
Juscelino havia criado o que se poderia chamar de ideologia 'futurível', transformando o desenvolvimentismo numa fonte de otimismo psicológico e legitimação política. Escapou assim ao 'nacionalismo complexado' da era Vargas e ao radicalismo marxista, alternativas certamente piores. E conseguiu temporariamente uma convergência entre os 'técnicos nacionalistas' (Furtado, Rômulo de Almeida) e os 'técnicos cosmopolitas' (Campos, Lucas Lopes) em torno do Plano de Metas. O divortium acquarum viria mais tarde, com o abandono, em 1959, do Programa de Estabilização e a ruptura com o FMI. Os cosmopolitas só voltariam a se tornar policy makers após a Revolução de 1964, quando prevaleceu a corrente neoliberal."
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