Crime e Castigo | Fiódor Dostoiévski

– Mas será possível? – exclamou com uma voz quase imperceptível.
Raskólhnikov lançou-lhe um olhar de ódio.
– Confesse que acreditava – disse por fim, fria e ironicamente. – Ai, não! Ai, não!
– De maneira nenhuma! Agora menos do que nunca! – declarou Zamiótov precipitadamente.
– Acabou por cair na armadilha! O melro branco foi apanhado! Donde se conclui que, se agora não o crê menos do que nunca, é porque, dantes, acreditava nisso.
– Nada disso, nada disso! – exclamou Zamiótov, visivelmente sobressaltado. – Foi o senhor quem me assustou e me levou para esse campo.
– Então não acredita? Mas de que se puseram os senhores a falar na minha ausência, quando eu saí do comissariado? E por que é que o Tenente Pórokhov me fez aquelas perguntas, depois que voltei a mim, do meu desmaio?"
www.klimanaturali.org