Arábia Saudita, Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Arábia Saudita
Geografia: Área: 2.153.168 km². Hora local: +6h. Clima: árido quente (maior parte), subtropical (N). Capital: Riad. Cidades: Riad (4.761.000) (aglomeração urbana) , Jidá (3.192.000), Meca (1.335.000), Medina (891.000) (aglomerações urbanas) (2016).
População: 29 milhões (2016); nacionalidade: saudita; composição: árabes sauditas 50%, outros árabes 40%, africanos 7%, asiáticos 3% (1996). Idioma: árabe (oficial). Religião: islamismo 93,7%, cristianismo 3,7% (católicos 2,9%, outros 0,9%), outras 2%, sem religião 0,6%.
Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU, Opep. Embaixada: Tel. (61) 248-3525, fax (61) 248-2905 – Brasília (DF); e-mail: embsaud@tba.com.br.
Governo: Monarquia islâmica (reinado). Div. administrativa: 13 regiões subdivididas em governadorias. Chefe de Estado e de governo: rei Fahd bin Abd al-Aziz as-Sa’ud (desde 1982). Partidos: não há. Legislativo: não há. Constituição: não há – o rei governa de acordo com a Sharia, lei baseada no islamismo.
Localizada no Oriente Médio, a Arábia Saudita ocupa a maior parte da desértica península Arábica. Berço do islamismo, a nação recebe a cada ano milhões de peregrinos nas cidades sagradas de Meca, onde nasceu o profeta Mohammed, chamado pelos europeus de Maomé, e Medina. A lei islâmica é aplicada de forma rigorosa, privando as mulheres de uma série de direitos. Elas são obrigadas a usar o tradicional véu (xador) e não podem dirigir. As facções fundamentalistas hostis ao alinhamento político do regime saudita com os Estados Unidos (EUA) são fonte de tensão interna. A riqueza do país provém da exploração da maior reserva mundial de petróleo, cuja exportação representa quase 90% da renda do país, deixando a economia vulnerável às oscilações do preço mundial. Por isso, a crise resultante da queda dos preços do produto nos anos 1990 leva o governo a adotar reformas para diversificar a economia e estimular a criação de empregos. Quase 70% da força de trabalho é composta de estrangeiros, que ocupam postos no setor de alta tecnologia. A taxa de desemprego, de 15% a 20%, é alta, em especial entre os sauditas. Para absorver a mão-de-obra ociosa, o governo infla as vagas do funcionalismo público. O país investe no cultivo em larga escala de cereais em terras áridas e fornece educação e saúde gratuita à população.
Habitada por tribos nômades de origem semita desde o segundo milênio a.C., a península Arábica é palco de intensa movimentação mercantil de caravanas na Antiguidade. Após o surgimento do islamismo, no século VII d.C., as diversas tribos da região são unificadas e iniciam processo expansionista de divulgação do Islã e conquista de novas terras. A expansão dá origem ao vasto Império Árabe, que se estende da Espanha e África do Norte, no Ocidente, ao Afeganistão e ao Paquistão, no Oriente. No século XV, a região passa ao domínio turco-otomano, que se prolonga até o século XX.
Dinastia Sa’ud – Os fundadores da dinastia Sa’ud, pertencentes à seita islâmica Wahabi, conquistam o interior da península Arábica no século XVIII e fundam o emirado de Nedjed, recuperado pelos turcos no fim desse mesmo século. Em 1902, Abd al-Aziz (ou Bin Sa’ud) inicia a retomada de Nedjed. Ele lidera o processo de reunificação árabe e conquista, em 1924, a cidade santa de Meca. Em 1932 reúne, sob o nome de Arábia Saudita, os reinos de Hejaz e Nedjed, governados como unidades separadas desde 1927.
Exploração do petróleo – A indústria do petróleo, a partir de 1940, transforma a economia do país, que concede a companhias dos EUA permissão para exploração das jazidas. Bin Sa’ud morre em 1953 e é substituído pelo filho mais velho, também chamado Sa’ud, deposto em 1964 por Faisal, seu irmão. Em 1973, os exportadores árabes embargam o fornecimento de petróleo em represália ao apoio dos EUA e da Europa Ocidental a Israel, o que provoca enorme alta no preço do produto. Em 1975, Faisal é assassinado por um sobrinho e sucedido pelo irmão Khaled, que reina até a morte, em 1982. Fahd, outro irmão, passa a ocupar o poder. Em 1995 se afasta por problemas de saúde e seu irmão um ano mais novo, Abdullah ibn Abdul Aziz, ocupa o lugar interinamente.
Riad, Capital da Arábia Saudita |
Os atentados de 11 de setembro de 2001 provocam tensão com os EUA. Dos 19 seqüestradores dos aviões usados nos ataques, 15 possuíam nacionalidade saudita. O líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, havia perdido a cidadania do país em 1994. O regime de Riad condena os atentados e começa a reprimir os militantes islâmicos no país – prendendo centenas de suspeitos de ligações com o terrorismo –, em apoio à campanha antiterror liderada pelos EUA. Ao mesmo tempo, o príncipe Abdullah procura mostrar uma atitude de independência em relação aos norte-americanos. Por isso, o país mantém-se à margem da operação militar contra o Iraque e, em março de 2003, recusa permissão para uso do território saudita pelos EUA em operações de guerra. Depois do conflito, os dois países anunciam a redução significativa da presença militar norte-americana na Arábia Saudita.
Ataques terroristas – Em maio de 2003, a capital, Riad, é palco da primeira ação terrorista significativa contra os EUA após a guerra no Iraque. Em três ataques coordenados, carros e caminhões dirigidos por suicidas invadem condomínios residenciais, onde vivem estrangeiros, e explodem, matando 35 pessoas (13 norte-americanos). A autoria do tríplice atentado é atribuída a militantes da Al Qaeda. Novos ataques terroristas contra estrangeiros ocorrem nos meses seguintes. Em maio de 2004, um comando terrorista invade os escritórios de uma empresa petrolífera em Khobar e faz mais de 50 reféns; 21 deles morrem quando a polícia ataca o local. Os assassinatos de estrangeiros prosseguem, apesar da ofensiva policial contra o terror. Em junho, um engenheiro norte-americano é seqüestrado e degolado. Em dezembro de 2004, o consulado dos EUA em Jidá é atacado por integrantes do grupo Al Qaeda, o que causa a morte de nove pessoas.
EUA reduzem tropas na Arábia Saudita
Com o fim da guerra no Iraque, os Estados Unidos (EUA) começam a deslocar suas peças no tabuleiro estratégico do Oriente Médio. Em abril de 2003, o secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, em visita a Riad, anuncia a retirada de tropas norte-americanas da Arábia Saudita, reduzindo substancialmente a presença militar que remonta ao fim da II Guerra Mundial. Os EUA mantinham no país 5 mil soldados, número que dobrou durante a invasão do Iraque. Mas o quartel-general das operações norte-americanas, durante a guerra, já havia sido transferido da Arábia Saudita para o Catar, em virtude da recusa saudita de permitir que aviões decolassem de seu território para atacar o Iraque. O governo de Washington afirma que a decisão foi tomada em comum acordo com os sauditas. O príncipe Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita, já vinha manifestando a intenção de reduzir o contingente norte-americano. A presença militar dos EUA é motivo de ressentimento entre muitos muçulmanos, por causa da proximidade das cidades sagradas de Meca e Medina. Além disso, boa parte dos sauditas encara a presença dos militares como sinal de subserviência a Washington. Essa insatisfação foi explorada por Osama bin Laden, que inclui a retirada norte-americana da Arábia Saudita entre os objetivos de sua ação terrorista.Enquanto o Iraque era governado por Saddam Hussein, os EUA consideravam a manutenção de um largo contingente de tropas na Arábia Saudita indispensável à defesa de seus aliados na região. Agora avalia os riscos políticos para o regime saudita, além da utilidade militar.
www.klimanaturali.org
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