Rússia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Federação Russa

Rússia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Federação Russa

Russia


Geografia Área: 17.075.400 km². Hora local: +6h. Clima: subpolar (extremo N), temperado continental (maior parte), de montanha (centro). Capital: Moscou. Cidades: Moscou (aglomeração: 10.300.000, cidade: 10.200.500), São Petersburgo (4.700.400), Novosibirsk (1.425.600), Ninji Novgorov (1.311.200), Yekaterinburgo (1.293.000) (2018).

População: 147 milhões (2018); nacionalidade: russa; composição: russos 82%, tártaros 4%, ucranianos 3%, chuvaches 1%, outros 10%. Idiomas: russo (oficial), várias línguas das repúblicas. Religião: cristianismo 57,4% (ortodoxos 51,7%, outros 8% - dupla filiação 2,3%), sem religião 27,5%, islamismo 7,6%, ateísmo 5,2%, outras 2,4%.

Relações Exteriores: Organizações: Apec, Banco Mundial, CEI, FMI, G-8, ONU. Embaixada: Tel. (61) 223-3094, fax (61) 226-7319 – Brasília (DF); e-mail: embrus@linkexpress.com.br, site na internet: users.linkexpress.com.br/embrus.

Governo: República com forma mista de governo. Div. administrativa: 21 repúblicas, 1 região autônoma, 49 regiões administrativas, 6 províncias, 10 distritos autônomos e 2 cidades com status administrativo especial (Moscou e São Petersburgo). Partidos: Rússia Unida, Comunista da Federação Russa, Liberal Democrático da Rússia, Mãe Pátria, Democrático Russo – Yabloko, União das Forças de Direita (SPS). Legislativo: bicameral – Conselho da Federação, com 178 membros; Duma, com 450 membros. Constituição: 1993.

Palco da primeira revolução socialista da história, a Federação Russa é tradicionalmente chamada de Rússia, república hegemônica na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Desde o fim da Guerra Fria, no início dos anos 1990, procura redefinir seu papel no cenário mundial e, ao mesmo tempo, solucionar os problemas internos decorrentes da transição do comunismo para o livre mercado. As máfias proliferam e o padrão de vida da população cai drasticamente. Movimentos nacionalistas ameaçam a unidade da federação, composta de cerca de 130 etnias. O mais conflituoso deles, nos últimos anos, ocorre na Chechênia. A Federação Russa é a maior nação do mundo. Mais de 10 mil quilômetros e 11 fusos horários separam Sochi, no oeste, de Vladivostok, no extremo leste. Seu vasto território alcança dois continentes, a Europa e a Ásia. A parte europeia, delimitada pelos montes Urais, reúne quatro quintos da população e as principais cidades, incluindo a capital, Moscou, e São Petersburgo. As planícies da Sibéria na porção asiática concentram as reservas minerais que fazem do país um dos líderes mundiais na produção de carvão, petróleo e gás natural.

RÚSSIA - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DA RÚSSIA

História da Rússia

Bandeira da RússiaOs vikings se estabelecem na Europa Oriental no século IX e fundam as cidades de Kiev e Nijni Novgorod. No século XIII, os mongóis, liderados por Gêngis Khan, conquistam grande parte do território atual da Federação Russa. No século XIV, Moscou passa a ser o núcleo da nação russa. Ivan IV, o Terrível, adota o título de czar (inspirado no césar latino) no século XVI e desenvolve uma política expansionista. Ele submete a classe aristocrática dos boiardos (abaixo dos príncipes, na hierarquia nobiliárquica russa) à centralização do Estado e expande o domínio de Moscou.

Modernização - Em 1689, Pedro I, o Grande, torna-se czar, promove amplo programa de modernização e funda São Petersburgo, que se torna a capital do Império em 1712. No reinado de Catarina II, a Grande, no fim do século XVIII, a Rússia participa com a Áustria e a Prússia da partilha da Polônia, transformando-se na maior potência da Europa Oriental. Os czares têm o apoio da Igreja Ortodoxa russa e governam com poder absoluto – o regime de servidão é abolido apenas em 1861. A aristocracia é riquíssima, enquanto a imensa maioria da população vive na miséria. Com a industrialização, a partir de 1890, surgem os centros operários urbanos e os grupos de inspiração marxista, entre os quais se destaca o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR).

Moscou
Moscou
Revolução Russa - Em 1905, a derrota da Rússia na guerra contra o Japão pela posse da Manchúria desencadeia um movimento revolucionário que enfraquece o regime do czar Nicolau II. A participação russa na I Guerra Mundial, com grandes perdas humanas e materiais, ajuda a pôr fim ao czarismo: em março de 1917 (fevereiro pelo calendário juliano), Nicolau II é derrubado. A Revolução de Fevereiro é liderada pela ala moderada (menchevique) do POSDR e substitui a monarquia pela república parlamentar. São formados os sovietes – conselhos de operários, camponeses e soldados, nos quais cresce a influência da ala radical (bolchevique). O governo menchevique insiste na participação da Rússia na I Guerra e perde o apoio popular. O líder bolchevique Lênin dirige, em novembro de 1917 (outubro pelo calendário juliano), uma insurreição e instala um governo revolucionário. A ala bolchevique se transforma no Partido Comunista.

Regime comunista - O novo governo distribui terras a camponeses e transfere o controle das indústrias a representantes dos operários. O domínio total sobre o país, no entanto, só é alcançado após quatro anos de guerra civil, durante a qual o Exército Vermelho, criado por Leon Trótski, enfrenta várias forças de oposição – mencheviques, czaristas, Forças Armadas de potências estrangeiras e grupos nacionalistas de etnias não-russas. Em 1922 é criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que reúne os territórios que antes pertenciam ao Império Russo.

Stalinismo - Com a morte de Lênin, em 1924, Josef Stálin assume o controle do Partido Comunista e do governo soviético. Sua política de coletivização forçada das terras, a partir de 1929, provoca a morte de 10 milhões de camponeses por fome ou executados. Ele também combate as tendências autonomistas dos povos não-russos. Com os Processos de Moscou, iniciados em 1936, nos quais julgamentos sumários podiam resultar em penas que iam da deportação ao fuzilamento, Stálin leva à morte a maioria dos antigos dirigentes bolcheviques. Trótski é assassinado em 1940, no México, por um agente secreto. Em 1941, a Alemanha nazista invade a URSS. O avanço das tropas alemãs em território soviético só é interrompido em 1943, na Batalha de Stalingrado (atual Volgogrado), que muda o curso da II Guerra Mundial. Em 1945, a URSS emerge como a segunda maior potência do mundo, submetendo o Leste Europeu. A economia, no entanto, está arruinada, e as mortes na II Guerra chegam a pelo menos 20 milhões.

Guerra Fria - Os Estados Unidos (EUA) se engajam em impedir a expansão comunista. O mundo é dividido em dois grandes blocos geopolíticos antagônicos, o que dá início ao processo conhecido como Guerra Fria. Após a morte de Stálin, em 1953, Nikita Khruchov sobe ao poder e, três anos depois, denuncia os "crimes de Stálin". É o começo do "degelo", período de moderada abertura política, que propicia o surgimento de um movimento anti-soviético na Hungria, em 1956, subjugado por tropas do Pacto de Varsóvia, o bloco militar liderado pela URSS. Em 1964, um golpe no interior da cúpula dirigente soviética derruba Khruchov e instala o linha-dura Leonid Bréjnev no poder. Com a Doutrina Bréjnev, Moscou passa a intervir militarmente onde o modelo ou a influência soviética estejam sob ameaça, como a Tchecoslováquia, em 1968, e o Afeganistão, em 1979.

Disputa espacial - A disputa entre as duas potências mundiais ganha as fronteiras espaciais. Os soviéticos lançam o primeiro satélite artificial que gravita em torno da Terra, o Sputnik, em 1957. No ano seguinte, os EUA respondem com o lançamento do Explorer. A URSS manda o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, em 1961, e os norte-americanos pousam com tripulação na Lua em 1969. Reformas Em 1982, quando morre Bréjnev, o regime soviético começa a se enfraquecer. Após a morte de seus dois sucessores, Iuri Andrópov e Konstantin Tchernenko, por problemas de saúde, Mikhail Gorbatchov assume o poder em 1985 e dá início às reformas que resultariam no fim da URSS: a glasnost (transparência), que leva ao abrandamento da censura, e a perestroika (reestruturação), um conjunto de reformas da economia, prejudicada por décadas de burocracia e corrupção. No plano externo, Gorbatchov prega o esforço para o desarmamento e a ampliação do diálogo com os EUA. Em 1989, ele retira as tropas soviéticas do Afeganistão – após sofrerem pesadas baixas e sucessivas derrotas. As exigências de aceleração das reformas conquistam o apoio popular e têm reflexos nos países dominados pela URSS, principalmente no Leste Europeu.

Fim da URSS - Em agosto de 1991, setores conservadores do Partido Comunista e das Forças Armadas dão um golpe de Estado, prendem Gorbatchov e tentam restaurar a linha dura. A firme oposição do dirigente populista Boris Iéltsin, presidente do Soviete Supremo da Federação Russa, e a mobilização da população de Moscou e Leningrado (atual São Petersburgo) levam ao fracasso do golpe. Fortalecido, Iéltsin promove a desmontagem das principais instituições da URSS, esvaziando a autoridade de Gorbatchov, que renuncia em dezembro de 1991. A URSS deixa de existir. Em seu lugar surgem várias repúblicas, das quais a principal é a Federação Russa, que elege Iéltsin presidente. É criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), um fórum de coordenação política e econômica entre 12 das 15 ex-repúblicas soviéticas.

Governo de Iéltsin - Em 1992, Iéltsin anuncia um programa radical de desestatização e liberalização econômica. A transição para o capitalismo gera inflação, recessão, desemprego e crescimento das máfias em vários setores da economia. O Legislativo se opõe às reformas e vota, em 1993, a demissão de Iéltsin, ao que o presidente responde com o bombardeio do Parlamento. Na ação, morrem mais de 300 pessoas. Respaldado pelas Forças Armadas, Iéltsin reforma a Constituição e reforça seu poder. Em 1994, tropas russas invadem a Chechênia, no sul do país, que havia declarado independência, e acabam derrotadas. Iéltsin é reeleito em 1996, apesar de sua saúde precária. Em 1997 firma acordo de cooperação estratégica com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aceitando a entrada de países do antigo bloco comunista nessa aliança militar ocidental, em troca da participação da Federação Russa no Grupo dos Sete (G-7) – organismo que reúne os países mais ricos do mundo, que, com a entrada dos russos, vira G-8.

Crise econômica - Com a economia em sérias dificuldades, a Federação Russa torna-se o centro da crise financeira mundial em agosto de 1998. Iéltsin declara moratória da dívida externa de empresas privadas e adia o pagamento de títulos prestes a vencer. A medida provoca quedas acentuadas nas bolsas de valores de todo o mundo e a desvalorização de 75% do rublo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições aprovam pacote de ajuda de 22 bilhões de dólares. A incerteza econômica, a saúde frágil de Iéltsin e a relação conflituosa entre o presidente e o Legislativo tornam a instabilidade política uma constante em 1999. Em agosto, ele nomeia para a chefia do governo o desconhecido Vladimir Putin, egresso do serviço secreto.

Putin no poder - Putin ganha prestígio ao ordenar a segunda intervenção militar na Chechênia, em setembro. Em 31 de dezembro de 1999, inesperadamente, Iéltsin renuncia à Presidência, num gesto interpretado como estratégia para evitar ser julgado por corrupção. Putin assume interinamente o poder. A ação do governo contra os rebeldes chechenos e a recuperação da economia graças ao aumento dos preços do petróleo elevam a popularidade de Putin, que vence as eleições presidenciais de 2000 com 52,9% dos votos. Em agosto, o naufrágio do submarino nuclear russo Kursk, no mar de Barents, no norte do país, provoca a morte dos os 118 tripulantes.

Em 2001, Putin dá apoio à coalizão contra o terrorismo liderada pelos EUA e expressa o desejo de que a Federação Russa seja admitida na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em 2002, EUA e Federação Russa assinam acordo para corte de dois terços de seu arsenal de mísseis em dez anos. No mesmo mês é criado em Roma o Conselho Otan-Federação Russa. O governo russo, com França e Alemanha, no início de 2003, opõe-se ao ataque anglo-americano ao Iraque.

Terrorismo - Um comando extremista checheno invade, em 2002, o teatro Dubrovka, em Moscou, e faz mais de 800 reféns. Forças russas entram o teatro, usando um gás narcotizante. Cerca de 50 rebeldes são mortos, mas o gás também mata 129 espectadores.

Caça aos milionários - Em junho de 2003, o governo fecha a TVS, a última emissora independente do país, alegando problemas financeiros. Em julho, a polícia realiza busca na sede da Yukos, a segunda maior companhia de petróleo russa, prende um dos maiores acionistas, Platon Lebedev, e interroga o executivo principal, Mikhail Khodorkovsky, tido como o homem mais rico do país. Khodorkovsky é preso em outubro, sob suspeita de fraude e evasão fiscal. O governo russo é acusado de pôr em prática uma campanha de cerceamento das pretensões políticas dos chamados oligarcas, os novos milionários surgidos após 1991. Nas eleições parlamentares de dezembro, o partido governista Rússia Unida obtém cerca de 37% dos votos e, com alianças, garante a Putin o controle sobre o Parlamento.

Novo mandato - Em março de 2004, Vladimir Putin obtém um novo mandato presidencial, com 70% dos votos. Uma série de atentados atinge o país durante o ano. Em setembro, ocorre o mais violento: a tomada de reféns em uma escola de Beslan (Ossétia do Norte) por rebeldes chechenos. Em dezembro de 2004, a companhia petrolífera Yukos pede concordata nos EUA, queixando-se de perseguição.

Chechenos buscam independência

Como outras regiões da Federação Russa, a Chechênia, república de maioria muçulmana no sul do país, enfrenta um conflito entre seus habitantes por razões históricas. Durante o regime de Stálin (1924/1953), milhares de chechenos foram deportados para outras regiões da URSS. Ao mesmo tempo, Stálin colonizou a região com imigrantes russos, dando-lhes as casas e bens dos antigos moradores. Com a volta dos chechenos uma década depois, criou-se uma rivalidade que está na origem dos atuais conflitos. Após o fim da União Soviética, a Chechênia declara independência, em 1991. As hostilidades aumentam em 1994, quando tropas russas invadem o território e acabam derrotadas. Cerca de 100 mil pessoas morrem. Um acordo de paz em 1996 suspende a guerra, mas não soluciona a disputa. 2ª Guerra da Chechênia Guerrilheiros chechenos invadem, em agosto de 1999, a república russa do Daguestão, também de maioria muçulmana, para criar um Estado islâmico. Em setembro, atentados a bomba em Moscou e em outras cidades russas matam cerca de 300 pessoas. No fim de 1999, as tropas ocupam novamente a Chechênia e, em fevereiro de 2000, tomam a capital, Grozny. Em 2001, os separatistas recuperam o fôlego e impõem pesadas baixas às tropas federais e ao governo checheno pró-russo. Em 2002 e 2003 mantêm ações terroristas em diversos pontos da federação. Ao mesmo tempo, entidades pró-direitos humanos denunciam massacres, estupros e torturas cometidos por militares russos contra civis na Chechênia. Referendo Em março de 2003, o governo russo realiza um referendo na Chechênia sobre a nova Constituição local, que estabelece subordinação a Moscou. A lei é oficialmente aprovada por 96% dos votantes, mas o referendo é condenado internacionalmente como antidemocrático. Num pleito também criticado, em outubro, Akhmad Kadyrov, o candidato do governo russo, é eleito presidente da Chechênia com 81% dos votos. Mortes em Beslan Em maio de 2004, Kadyrov é morto num atentado. Em setembro, rebeldes chechenos tomam uma escola na cidade de Beslan, na Ossétia do Norte. Na operação de resgate dos reféns, 370 pessoas morrem entre as quais 160 crianças. O líder rebelde Aslan Maskhadov, acusado de terrorismo por Putin, condena a ação, dizendo que foi conduzida por "pessoas enlouquecidas", com o desejo de se vingar do que os russos fazem contra seus parentes na Chechênia. O conflito prossegue sem perspectiva de solução, já que, para o governo russo, conceder a independência aos chechenos pode ser o estopim para movimentos separatistas em diversos pontos da federação.
Yekaterinburg, Cidade Russa

Yekaterinburg, Cidade Russa

Yekaterinburg, Cidade Russa

Yekaterinburg, Jekaterinburg ou Ekaterinburg (também conhecida pela forma aportuguesada de Ekaterimburgo, significando literalmente a cidade de Catarina), é uma cidade da Rússia. Localiza-se nas proximidades dos montes Urais. Tem cerca de 1413 mil habitantes. Foi fundada em 1721, tomando a designação de Sverdlovsk entre 1924 e 1991.

Foi nesta cidade que, em Julho de 1918, terá sido executado o último czar da Rússia, Nicolau II, conjuntamente com toda a família imperial.

Yamalia - Distrito Autônomo da Rússia

Yamalia - Distrito Autônomo da Rússia

O Distrito autônomo de Yamalia é uma divisão federal da Federação Russa.

Rio Volga

Rio Volga

O rio Volga nasce nas colinas de Valdai, a 228m de altitude, a noroeste de Moscou. Ao fim de um percurso de 3.530km, desemboca no mar Cáspio. Sua bacia estende-se das colinas de Valdai e da Rússia central, no oeste, até os montes Urais, no leste, num total de 1.380.000km2. Nessa região reside a maior parte da população do país.

Símbolo da Rússia e maior rio da Europa, o Volga adquiriu enorme importância econômica, além de ter sido cantado pelo folclore e pela literatura.

As três partes em que se costuma dividir o rio são os trechos chamados alto Volga, que vai da fonte, na direção nordeste, até Nijni Novgorod, onde recebe o rio Oka; médio Volga, que corre para sudeste desde a confluência com o Oka até o rio Kama; e baixo Volga, que se desvia para leste a partir da confluência do Kama, que lhe traz as águas da vertente ocidental dos Urais. A barragem de Samara, na cidade homônima, inunda os vales do Volga e do Kama numa extensão de centenas de quilômetros. Em Volgogrado, um grande dique forma imenso lago artificial e, mais abaixo, se destaca do Volga um braço secundário, o Akhtuba, que corre paralelo à corrente principal até a foz. Na altura de Astracã, o Volga forma amplo delta na margem do mar Cáspio.

O rio permanece gelado durante parte do inverno. No degelo aumenta de volume, embora o fluxo seja regulado pelas barragens construídas entre 1937 e 1960, que alimentam também as usinas hidrelétricas de Saratov, Volgogrado, Samara, Kazan, Nijni Novgorod e Ribinsk. O Volga e setenta afluentes são navegáveis e constituem uma das maiores redes de transporte fluvial do mundo. Diversos canais unem suas águas às dos rios que desaguam nos mares Báltico e Branco. O canal Volga-Don permite o acesso de navios oceânicos, procedentes do mar Negro, ao mar Cáspio.

Rio Ural

Rio Ural

O Ural nasce na porção meridional dos montes Urais, em terras da Rússia, e segue para sul através das áreas montanhosas. Banha Magnitogorsk, importante centro industrial, e Orsk. Penetra no Casaquistão, onde inicia os cursos médio e inferior, a princípio de leste para oeste, mas tomando o rumo norte-sul a partir de Uralsk. Desemboca no extremo setentrional do mar Cáspio, junto a Guriev, onde forma um delta pantanoso. A escassez das precipitações em sua bacia, de 237.000km2, explica a vazão média relativamente baixa na embocadura, 400m3 por segundo, que aumenta com o degelo da primavera. A superfície do rio permanece gelada de novembro a abril.

Outrora denominado Yaik, o rio Ural percorre lentamente uma planície semidesértica antes de desaguar no Mar Cáspio e por tradição é considerado um dos limites entre a Europa e a Ásia.

Em seu curso de 2.428km o Ural recebe muitos afluentes, entre eles o Sakmara, pela margem direita, e o Ilek, pela esquerda. Devido às pequenas profundidades, o rio, cuja largura varia entre 70 e 150m, só é navegável num breve trecho abaixo de Uralsk. Perto dessa cidade empreendeu-se, na década de 1970, a construção de um canal para acrescentar ao Ural caudais extraídos do Volga.

O papel econômico exercido pelo Ural é importante para os países que atravessa. No Casaquistão, ele fornece água para as pastagens e irriga as culturas de cereais, além de servir a centros petrolíferos e pesqueiros. Para a Rússia o rio é vantajoso por dispor de prósperos centros industriais, dedicados principalmente à siderurgia. Uma barragem e uma estação hidroelétrica foram construídas em Iriklinski, ao sul de Magnitogorsk.
Rio Ob

Rio Ob

A bacia do rio Ob ou Obi é uma região com grandes possibilidades de aproveitamento econômico. Apesar do rigor do clima, que provoca congelamento e inundações sazonais, o rio é uma importante via de transporte.

Um dos vinte mais extensos do mundo, o rio Ob, na Rússia, percorre a planície siberiana num curso sinuoso, predominantemente orientado para noroeste. Formado a partir da junção dos rios Biya e Katun, que descem dos montes Altai, no centro da Ásia, e confluem perto da cidade de Bisk, o rio Ob propriamente dito se estende por 3.650km até a foz no mar de Kara, no oceano Ártico. Sua bacia cobre uma área de 2.975.000km2.

A partir de Bisk, o Ob corre para oeste e forma várias curvas para o norte, oeste e nordeste, e passa por Barnaul. Em Novossibirsk, a estrada de ferro Transiberiana cruza o Ob, que atravessa então a vasta planície siberiana e descreve um amplo arco para oeste. Na altura de Khanti-Manisisk recebe as águas de seu principal afluente, o Irtish e, em Peregrebnoie, volta-se para o norte, subdividido em dois cursos paralelos: o Grande Ob, a leste, e o Pequeno Ob, a oeste. Os dois cursos se reúnem perto de Salekhard, onde o Ob tem quatro quilômetros de largura. O rio toma então o rumo final leste até desembocar no golfo de Ob, no mar de Kara. O golfo é a maior reentrância da costa ártica siberiana, com cerca de 800km de comprimento por oitenta quilômetros de largura.

No mês de novembro de cada ano, o rio costuma estar congelado em toda sua extensão. A partir do final de abril, o degelo e as chuvas provocam inundações que duram de quatro a cinco meses. A navegação, único meio de transporte importante na direção norte-sul, no extremo oeste da Sibéria, se faz de Tomsk até a foz nos meses em que o gelo não constitui empecilho.


Rio Lena

Rio Lena

Maior rio da Sibéria e um dos mais extensos do mundo, o Lena possui um vale rico em recursos minerais, cuja exploração foi retardada em virtude do frio intenso na região e da distância com relação aos principais centros econômicos.

O rio Lena mede 4.400km de extensão desde a nascente, na vertente ocidental dos montes Baikal, até a foz, no mar de Laptev, no oceano Ártico. Sua bacia ocupa uma superfície de 2.490.000km2 e seu regime é tipicamente niveal (as águas provêm do degelo das neves). No alto curso, o Lena corre primeiro no sentido oeste, até Kachuga, depois para o norte, até Ust-Kut -- limite da navegação permanente -- e finalmente para o nordeste. O Kirenga, o Vitim e o Oliokma são seus principais afluentes nesse trecho. No médio curso, o Lena corre numa fossa tectônica com largura entre 3.200 e 4.000m de largura. No baixo curso, o rio segue para norte, em Yakutsk, e recebe a água dos rios Aldan e Viliui.

O vale se alarga numa extensa planície aluvial que forma um arco em torno dos montes Verkhoiansk ao sul e a oeste. A partir de Bulun, o vale volta a estreitar-se até formar um grande delta na desembocadura do rio. As águas do Lena permanecem congeladas durante muitos meses do ano, mas mesmo assim o rio, parcialmente navegável, constitui a única via de transporte em sua bacia. Na primavera, o degelo provoca graves inundações.


Rio Ienissei

Rio Ienissei

O Ienissei contribuiu para a conquista da Sibéria pelos russos, que o alcançaram em 1610. Oito anos mais tarde fundou-se, em suas margens, Ienisseisk, o primeiro núcleo de povoamento da região.

O Ienissei nasce nos confins montanhosos da Sibéria e da Mongólia e desemboca no mar de Kara, no oceano Ártico. Tem extensão de 4.090km, se sua nascente for considerada a confluência do Grande Ienissei (ou By-Khem) e do Pequeno Ienissei (Ka-Khem); mas se a nascente for considerada o rio Selenga, o percurso total chega a 5.540km. A bacia, com 2.580.000km2, ocupa uma área pouco menor que o território da Argentina. Em dezembro todo o curso fica coberto por espessa capa de gelo, que só se derrete totalmente em junho, com violentas enchentes.

Navegável na maior parte do curso, o Ienissei tem entre seus portos o Krasnoiarsk, famoso por fazer a ligação com a ferrovia transiberiana. Seu potencial energético foi bem aproveitado com a construção de hidrelétricas, como a de Saiano-Shushenskaia, com  6.400 MW, e a de Krasnoiarsk, com 6.000 MW.

Rio Don

Rio Don

Através do Don e do sistema de canais que o ligam a outros rios, pode-se viajar por via fluvial do mar Negro ao Cáspio, ao Báltico e ao oceano Glacial Ártico.

O Don é o terceiro rio em extensão da Rússia, com 1.870km. Sua bacia ocupa uma área de 422.000km2. Nasce no lago Ivan, na planície central russa, junto a Novomoskovsk, a menos de 200km ao sul de Moscou. Até a cidade de Korotoiak segue na direção norte-sul, mas depois se desvia para leste e, mais adiante, para oeste. Desemboca formando um delta no golfo de Taganrog, no mar de Azov.

Entre os numerosos afluentes do Don destacam-se o Krasivaia, o Sosna, o Chir, o Donets e o Voronej. Seu regime é nivopluvial -- de neve e chuva -- e o caudal médio atinge cerca de mil metros cúbicos por segundo. As cheias ocorrem na primavera, devido ao degelo.


Depois da segunda guerra mundial foram realizadas diversas obras destinadas a melhorar o aproveitamento econômico do rio. Para regularizar o curso e obter energia hidrelétrica, construiu-se a represa de Tsimlianskaia, na cidade de mesmo nome. Na parte setentrional desse gigantesco reservatório (280km de comprimento e 42km de largura máxima) abriu-se, em 1952, um canal de 102km que ligou o Don ao Volga, na altura de Volgogrado. O rio banha um bom número de cidades, como Dankov, Zadonsk, Nov, Serafimovitch, Kalach, Tsimlianskaia e Rostov.

O Don é navegável até um ponto situado a cerca de 400km da foz, exceto nos meses de dezembro e janeiro, quando permanece gelado. Ao longo de seu percurso se transportam grãos, madeira e materiais de construção. A pesca é abundante e nas margens do rio existem indústrias destinadas à preparação do pescado e à elaboração do caviar.


Rio Dnieper

Rio Dnieper

Elo de ligação entre os gelados montes Valdai, na Rússia, e a região meridional e mediterrânea da Criméia, na Ucrânia, o Dnieper é o quarto rio da Europa em extensão -- somente é menor do que o Volga, o Danúbio e o Ural.

O rio Dnieper nasce no planalto de Valdai, entre Moscou e Smolensk. Ao longo dos 2.200km de seu percurso, na direção sudoeste, atravessa a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia. Desemboca no mar Negro, formando um estuário. A bacia do Dnieper ocupa uma área de 505.000km2. Seus principais afluentes são o Desna, o Beresina e o Pripiat. O regime é de tipo niveal, típico dos rios das planícies russas, que se caracteriza por cheias de primavera, devidas ao degelo, e pela estiagem invernal, decorrente da retenção causada pela neve.

O Dnieper é amplamente aproveitável do ponto de vista econômico. Mais de 300 usinas abastecem de eletricidade as regiões industriais de Donbass e Krivoi Rog. Entre as represas destaca-se a de Dneproges, construída em 1927. Numerosos canais irrigam as planícies do sul da Ucrânia.

Navegável ao longo de quase todo seu percurso durante os dez meses em que está livre do gelo, o Dnieper é uma importante via de transporte. Os principais produtos que por ele transitam são cereais, grãos e carvão. A pesca fluvial também é abundante. Seus principais portos são Dorogobuzh, Smolensk, Orsh, Kiev e Kherson.

Aram KhatchaturianAram Khatchaturian

Aram Ilitch Khatchaturian nasceu em 6 de junho de 1903, em Tiflis, Geórgia, no império russo. Estudou no Instituto Estatal Musical e Pedagógico Gnesiny e no Conservatório de Moscou, e a partir de 1951 ensinou em ambos. A princípio sofreu influência da música ocidental contemporânea, especialmente de Maurice Ravel. Em sua sinfonia nº 1 (1935) e obras posteriores, teve o interesse despertado pela música folclórica armênia e por outras tradições da Geórgia, Rússia, Turquia e Azerbaijão.

Comprometido com o regime político soviético -- que, não obstante, por vezes o atacou --, Khatchaturian inspirou-se nas singulares tradições folclóricas armênias e georgianas, e acabou por ser reconhecido como um dos mais expressivos compositores modernos da extinta União Soviética.

A sinfonia nº 2 (1943) de Khatchaturian foi escrita em comemoração ao 25º aniversário da revolução bolchevique. Além de uma célebre suíte sinfônica, Masquerade (1944), entre sua produção destacam-se os concertos para piano, para violino e para violoncelo e orquestra, e balés como Gayane (1942), a que pertence a famosa "Dança do sabre", e Spartak (1953). Khatchaturian recebeu duas vezes o Prêmio Stalin e compôs o hino nacional armênio.

Em 1948 o Comitê Central do Partido Comunista  acusou-o de abrigar tendências burguesas em sua música. Embora tenha admitido a falta, depois da morte de Stalin rechaçou publicamente essa incriminação. Proclamado Artista do Povo da União Soviética, em 1954 ganhou o Prêmio Lenin cinco anos depois. Khatchaturian morreu em Moscou, em 1º de maio de 1978.

Anton TchekhovAnton Tchekhov

Anton Pavlovitch Tchekhov nasceu em Taganrog, porto do mar de Azov, na Rússia, em 29 de janeiro (17 de janeiro, pelo calendário juliano) de 1860. Filho de um merceeiro de rígidas convicções religiosas, recebeu formação escolar tradicional, baseada nos clássicos gregos e latinos. A insipidez do ensino, no entanto, motivou-lhe aversão por essa literatura. Devido à falência da família, custeou seus últimos anos de colégio dando aulas particulares.

A obra de Tchekhov, mestre do conto e do drama, se enquadra nos postulados da escola realista russa do final do século XIX. Seu principal recurso é o simbolismo, que confere a coisas insignificantes um profundo conteúdo filosófico.

Em 1879 juntou-se aos pais, que se haviam radicado em Moscou, e cinco anos mais tarde formou-se em medicina. Com o fracasso financeiro do pai e a vida boêmia de seus dois irmãos mais velhos, um jornalista e um artista plástico, Anton tornou-se o principal responsável pelo sustento da mãe e dos irmãos menores. Jornalista e escritor autônomo, acumulou essas atividades com o estudo da medicina e intensa vida social.

Começou a carreira de escritor com crônicas para jornais de humor, que assinava com pseudônimo. Em 1888, tornara-se famoso com essa literatura cômica e popularesca, já então mais volumosa do que toda a sua produção madura posterior. Os escritos dramáticos, inicialmente meros experimentos, já começavam a absorvê-lo e logo predominariam sobre a comédia. Seu  primeiro trabalho sério foi "Step" (1888; "A estepe"), publicado numa revista literária importante. A partir de então, à qualidade de sua produção literária correspondeu uma drástica diminuição da quantidade. Uma fase pessimista seguiu-se à morte prematura de seu irmão Nikolai, causada pela tuberculose.

Tchekhov atribuía grande importância à liberdade política e artística, e desprezava os engajamentos e radicalismos, fossem de esquerda ou direita. Os críticos e o público entenderam essa posição como indefinição política e o escritor sentiu-se pressionado por expectativas a seu respeito a que não pretendia corresponder. Afastou-se por longo período da vida urbana, quando realizou sozinho uma expedição à remota ilha Sakhalin, para onde eram deportados os condenados a trabalhos forçados.

Entre 1892 e 1898, Tchekhov viveu no campo, a cerca de oitenta quilômetros de Moscou, com os pais e a irmã Mariya. Tornou-se proeminente na pequena comunidade, onde angariava fundos para a construção de escolas e socorria os camponeses que precisavam de cuidados médicos. Nesse período, o mais produtivo de sua vida, reuniu em forma de tese as informações coletadas na viagem a Sakhalin, num trabalho que constitui importante fonte sobre a história do sistema penal russo. Escreveu também inúmeros contos de rara sensibilidade, como "Palata 6" (1892; "Enfermaria nº~6") e "Mujiki" (1897; "Os camponeses").

Tchaika (1896; A gaivota), estudo sobre o conflito entre gerações, é a única peça teatral escrita com certeza nessa época. Sua estréia em São Petersburgo foi muito mal recebida. Tchekhov retirou-se em meio ao segundo ato, convicto de que jamais voltaria a escrever para o teatro. Dois anos depois, no entanto, a peça foi remontada com sucesso pelo recém-criado Teatro de Arte de Moscou, dirigido por Stanislavski.

Em 1897, Tchekhov sofreu uma hemorragia pulmonar em conseqüência de uma tuberculose que insistia em ignorar. Vendeu sua propriedade campestre e, em 1899, mudou-se para um balneário na Criméia, forçado a afastar-se da vida intelectual de Moscou e São Petersburgo justamente quando começava a solidificar-se seu prestígio como dramaturgo. Na mesma época, apaixonou-se por Olga Knipper, jovem atriz do Teatro de Arte com quem se casou em 1901, embora sua saúde frágil o impedisse de acompanhá-la nas turnês e obrigasse o casal a viver separado durante boa parte do ano.

Suas últimas peças -- Tri sestri (1901; Três irmãs), que conta a vida monótona e tediosa de três mulheres provincianas que sonham viver em Moscou; e Vichnevi sad (1904; O jardim das cerejeiras), que relata a decadência de uma família aristocrática -- foram escritas especialmente para o Teatro de Arte. As montagens, no entanto, desagradavam-no sempre, pois o tratamento trágico e pesado distanciava-se de sua intenção original: abordar com humor os dramas do quotidiano. Nem mesmo a linguagem inovadora de Stanislavski, que introduzira no teatro russo um estilo natural e não-declamatório, parecia satisfazê-lo.

Anton Tchekhov morreu em Badenweiler, Alemanha, na noite de 14 para 15 de julho (1º e 2 de julho, no calendário juliano) de 1904. Aclamado ainda em vida pelo público russo, somente após a primeira guerra mundial tornou-se internacionalmente conhecido.

Anton RubinsteinAnton Rubinstein

Anton Grigorievitch Rubinstein nasceu em Vykhvatinets, Rússia, em 28 de novembro (16 de novembro, pelo calendário juliano) de 1829, numa família de músicos judeus de origem alemã. Apresentou-se pela primeira vez em público aos dez anos, em Moscou. Três anos depois, seu professor de piano Aleksandr Villoing o levou para uma turnê de três anos por Paris, Londres, Países Baixos, Alemanha e Suécia, durante a qual atraiu a atenção de Chopin e Liszt. De 1844 a 1846 Anton e seu irmão Nikolai estudaram teoria musical em Berlim. Rubinstein estudou mais dois anos no exterior, a maior parte dos quais em Viena. Ao voltar à Rússia fixou residência em São Petersburgo, onde em 1852 foi apresentada sua primeira ópera, Dmitri Donskoi. Fomka duratchok (Fomka, o louco) e Sibirskiye okhotniki (Caçadores siberianos) estrearam em 1853.

Rubinstein foi um dos maiores compositores e pianistas do século XIX e sua técnica instrumental, absolutamente perfeita, só encontrou rival na de Liszt.

Rubinstein residiu quatro anos no exterior e de volta à Rússia fundou, sob o patrocínio da grã-duquesa Elena Pavlovna, a Sociedade Musical Russa. Em 1862 fundou o Conservatório de São Petersburgo, do qual foi diretor. De 1871 a 1872, dirigiu a Filarmônica de Viena e no ano seguinte realizou uma turnê pelos Estados Unidos. Além de óperas, compôs seis sinfonias, um oratório e várias peças de câmara. Rubinstein morreu em 20 de novembro (8 de novembro, pelo calendário juliano) de 1894 em Peterhof, Rússia.

Anna PavlovaAnna Pavlova

Anna Pavlova nasceu em São Petersburgo em 12 de fevereiro (31 de janeiro no calendário juliano) de 1881. Estudou na Escola Imperial de Balé do Teatro Mariinski, depois Kirov, do qual se tornou primeira bailarina em 1906, após dançar Le Lac des cygnes (O lago dos cisnes). Fez enorme sucesso com Giselle, Bajaderka (A baiadeira), e La Mort du cygne (A morte do cisne), que se tornou símbolo de sua arte.

Missionária de sua arte, a bailarina russa Anna Pavlova tornou-se imagem e símbolo de beleza, graça disciplinada, movimento poético e magia pessoal.

Em 1909 participou da histórica apresentação de balé russo em Paris, promovida pelo empresário Serguei Diaghilev, e dançou, ao lado de Nijinski, Les Sylphides (As sílfides) e Cléopâtre, de Fokine. Ainda ligada ao Teatro Mariinski, fez excursões internacionais até 1913, quando se estabeleceu em Londres, formou a própria companhia e começou a se exibir no mundo inteiro. O entusiasmo pela dança típica levou-a a apresentar danças polonesas, russas e mexicanas e a estudar técnicas de dança oriental, depois de viagens à Índia e ao Japão. Conhecida já como o cisne imortal, Anna Pavlova morreu em Haia, Países Baixos, em 23 de janeiro de 1931.


Leonid Nicolaievitch AndreievLeonid Nicolaievitch Andreiev

Leonid Nicolaievitch Andreiev nasceu em Oriol, Rússia, em 21 de agosto de 1871 (9 de agosto no calendário juliano). Depois de haver exercido brevemente a advocacia, introduziu-se no mundo literário através do jornalismo. Seus contos e romances, entre os quais se destacaram Gubernator (1905; O governador), Rasskaz o semi poveshennikh (1908; Os sete enforcados) e Sashka Zhegulov (1911) deixavam entrever um profundo pessimismo e uma obsessão pela destruição e pela morte, aliados a uma visão crítica das condições sociais da época. Seu estilo, entre o simbolismo e o realismo, tendia a exaltar uma espécie de mística humanista e trágica que nem sempre escapava à retórica.

O talento sombrio e ambíguo de Leonid Andreiev, que despertou as mais díspares opiniões entre os estudiosos de literatura, refletiu as contradições que dominaram muitos intelectuais de seu país nos anos que precederam a revolução soviética.

A produção teatral de Andreiev, iniciada em 1905, mostrou propensão ainda maior para elementos simbolistas e filosóficos, patentes em Zhizn cheloveka (1907; A vida do homem) e Tot, kto poluchaiet poshchiochini (1916; Aquele que recebe as bofetadas). Com a revolução, Andreiev se opôs aos bolcheviques e, depois da vitória destes, exilou-se na Finlândia, onde morreu praticamente esquecido, em Kuokkala, a 12 de setembro de 1919.

Andrei KolmogorovAndrei Kolmogorov

Andrei Nicolaievitch Kolmogorov nasceu em Tambov, Rússia, em 25 de abril (12 de abril, segundo o calendário juliano) de 1903. Graduou-se em física e matemática na Universidade Estatal de Moscou, em 1925. Nessa época começou a interessar-se pelos problemas teóricos do cálculo de probabilidades. Resultou de seu trabalho a formulação, em 1933, de um conjunto de princípios (conhecido como a axiomática de Kolmogorov) que provê o cálculo de probabilidades de uma base lógica formal.

O matemático russo Andrei Kolmogorov, iniciador da moderna teoria matemática da probabilidade, criou para ela uma base axiomática fundamentada na teoria dos conjuntos.

De grande importância foram também as pesquisas de Kolmogorov sobre os processos estacionários observados nas turbulências dos fluidos. Esses trabalhos têm sido aplicados indiretamente nas teorias de sistemas de informação na cibernética. A obra de Kolmogorov abrange ainda pesquisas em álgebra e topologia, que ajudaram a estabelecer as bases de estudos posteriores de análise matemática.

Em 1939 Kolmogorov foi eleito para a Academia de Ciências da União Soviética e, a partir de 1950, dedicou-se ao estudo de problemas da teoria da informação, sistemas dinâmicos e mecânica clássica. Interessou-se também por pedagogia e pelo ensino da matemática. Kolmogorov morreu em Moscou, em 20 de outubro de 1987.

Ana IvanovnaAna Ivanovna

Ana Ivanovna nasceu em 7 de fevereiro de 1693 em Moscou, filha de Ivan V e sobrinha de Pedro I o Grande. Casou-se em 1710 com Frederico Guilherme, governador do ducado da Curlândia, na costa báltica. Frederico morreu durante a viagem de volta para o ducado, depois do casamento em São Petersburgo. No entanto, Ana permaneceu na Curlândia até 1730, quando Pedro II morreu e o Supremo Conselho Privado, o verdadeiro poder por trás do imperador, ofereceu-lhe o trono. Ana aceitou as condiçðes impostas pelo Conselho, que limitavam bastante seu poder pessoal. Em fevereiro de 1730, seguiu para Moscou, mas verificando ali que a nobreza se opunha ao Conselho, dissolveu-o pouco depois.

O desinteresse da imperatriz russa Ana Ivanovna pelas questões de estado levou o império a duas guerras e provocou intensa convulsão social no período que foi chamado de "jugo alemão".

De comportamento extravagante e incompatível com a função, Ana permitiu que seus auxiliares favoritos manipulassem o poder nos bastidores. Entre eles estavam Ernst Johann Biron (Bühren), amante da imperatriz; Andrei Osterman, ministro das Relaçðes Exteriores e Burkhard Münnich, comandante do exército. Esse grupo levou a Rússia a se envolver na guerra de sucessão polonesa (1733-1735) e na guerra russo-turca de 1736-1739.

Apesar da vitória contra o exército turco, o território conquistado não rendeu à Rússia uma saída para o mar Mediterrâneo, seu principal objetivo. O elevado custo do conflito provocou uma crise econômica e social que colocou o povo russo contra a imperatriz.

Ana Ivanovna faleceu no dia 28 de outubro de 1740, na cidade de São Petersburgo.

Alexandre NevskyAlexandre Nevsky

Nascido em torno de 1220 na cidade de Vladimir, no principado do mesmo nome, Alexandre Iaroslavitch era filho de Iaroslav II. Príncipe de Novgorod desde 1236, Alexandre venceu os cruzados suecos, na batalha do rio Neva, em 1240, e dois anos depois derrotou os cavaleiros teutônicos enviados pelo papa Gregório IX. Ao morrer-lhe o pai, em 1246, os mongóis deram o principado de Kiev a Alexandre e o de Vladimir a seu irmão Andrei. Este traiu os mongóis e, em 1252, Alexandre recebeu o título de grão-príncipe de Vladimir.

Embora tenha prestado vassalagem aos mongóis da Horda de Ouro, Alexandre Nevski assentou as bases para a unificação da Rússia, a partir da cidade de Novgorod.

Alexandre, que em 1240 havia adotado o sobrenome Nevsky ("do Neva"), se esforçou por unificar o território russo sob seu comando, ao mesmo tempo em que apoiava o poder mongol, necessário para garantir sua própria autoridade. Em 1258 sufocou uma revolta popular em Novgorod para evitar a intervenção direta dos mongóis. Novas revoltas contra os coletores de impostos muçulmanos da Horda de Ouro rebentaram em 1262. Para restabelecer a ordem, contou com o apoio da Igreja Ortodoxa Russa.

Nevsky morreu em 14 de novembro de 1263 em Gorodets, na margem do Volga. Foi canonizado pela Igreja Ortodoxa Russa em 1547.

Alexandre I da RússiaAlexandre I da Rússia

Alexandre Pavlovitch nasceu em 23 de dezembro (12 de dezembro no calendário juliano) de 1777, em São Petersburgo, filho do grão-duque Paulo Petrovitch, futuro Paulo I, e de Maria Fedorovna, filha de Frederico Eugênio de Wurttemberg. Subiu ao trono em 1801, depois do assassínio de seu pai, e, pelas contradições de seu caráter, foi uma das figuras mais discutidas da história russa. Neto predileto de Catarina II, e educado na atmosfera dos livre-pensadores da corte, sua formação foi entregue ao radical suíço Frédéric César de La Harpe, que lhe inculcou idéias revolucionárias. Recebeu assim a influência do pensamento de Edward Gibbon, Bonnot de Mably, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, além das tradições da autocracia russa.

Coube ao czar Alexandre I, malgrado sua admiração pessoal por Napoleão, ser um dos principais artífices da destruição do império napoleônico e da restauração "legitimista" na Europa.

Casou-se, em 1793, com a princesa Maria Luísa de Baden, e da união nasceu uma filha, morta aos 15 anos. Galante e sedutor, celebrizou-se por inúmeras ligações amorosas, mas os últimos anos de sua vida revestiram-se de pietismo exacerbado e profunda melancolia, especialmente pelo insucesso de sua política em prol da independência grega.

Em 1805, Alexandre participou da batalha de Austerlitz, na qual os exércitos da Rússia e da Áustria sofreram grave derrota. Em 1806 o czar aliou-se à Prússia, mas, novamente vencido nas batalhas de Eylau e Friedland (1807), viu-se forçado, pela paz de Tilsit, a aceitar o bloqueio continental, o que alterou por completo a tradicional política externa russa. Entretanto, a aliança de Alexandre I com Napoleão não duraria muito. O exército francês invadiu a Rússia em 1812, dando início a uma campanha que lhe renderia a primeira derrota fragorosa. Alexandre I uniu-se à Inglaterra, Áustria e Prússia contra Napoleão, conduzindo o exército russo até Paris nas campanhas de 1814 e 1815.

Depois do Congresso de Viena, idealizou a Santa Aliança (reunião dos príncipes cristãos da Europa sob a égide da Santíssima Trindade), que passou a ser conduzida por Metternich, transformando-se em instrumento da política austríaca contra os movimentos nacionais e liberais na Europa. Alexandre I morreu em Taganrog, mar de Azov, em 1o de dezembro (19 de novembro no calendário juliano) de 1825.

Alexandre II da RússiaAlexandre II da Rússia

Alexandre Nicolaievitch, primogênito e sucessor de Nicolau I, nasceu em 29 de abril (17 no calendário juliano) de 1818, em Moscou. Subiu ao trono em 2 de março de 1855, e pouco depois emancipou os servos da família imperial, o que lhe valeu o cognome de "czar libertador". Em 1861 estendeu por decreto essa emancipação a todos os servos do império (cerca de quarenta milhões) vencendo a forte resistência da nobreza latifundiária.

Seguindo os modelos dos países europeus mais avançados, o czar Alexandre II se preocupou em modernizar a Rússia. A implantação da rede ferroviária e a emancipação dos servos foram suas maiores contribuições para o desenvolvimento do país.

Emotivo e, por vezes, sentimental, era, entretanto, autoritário nos métodos de governar e arbitrário em suas decisões. Além de ter efetuado profundas reformas na economia, também as efetivou nos tribunais. Diminuiu a censura e permitiu a existência de assembléias representativas nas províncias.

Desposou, em 1841, a princesa Maximiliana Guilhermina Maria de Hesse-Darmstadt, tendo o casal seis filhos e duas filhas. Seu relacionamento amoroso com a jovem princesa Catarina Dolgoruki conduziu-o a um segundo matrimônio (morganático) após a morte da imperatriz, em 1880.

O reinado de Alexandre II foi marcado por dois conflitos bélicos: a guerra da Criméia, que se achava em pleno auge por ocasião de seu acesso ao trono e a que ele pôs fim com o Tratado de Paris (1856); e a guerra com a Turquia, em 1877-1878, a que o monarca se viu arrastado sobretudo pelas pressões do Partido Pan-eslavista.

A partir de 1866 o czar empreendeu uma política de repressão que motivou a radicalização do terrorismo niilista. Depois de sobreviver a dois atentados, Alexandre II morreu em São Petersburgo, em 13 de março (1o do mesmo mês no calendário juliano) de 1881, vitimado pela explosão de uma bomba que lhe foi atirada nas imediações do palácio. Seis de seus assassinos, todos jovens entre 19 e 30 anos de idade, foram condenados à morte.

Alexandre III da RússiaAlexandre III da Rússia

Alexandre Alexandrovitch, segundo filho do czar Alexandre II, nasceu em São Petersburgo em 10 de março (26 de fevereiro no calendário juliano) de 1845. Sucedeu ao pai por ocasião de seu assassínio,  em 1881, embora não estivesse destinado a reinar (o trono caberia a seu irmão mais velho Nicolau, morto prematuramente de tuberculose). Entretanto, o temor de um atentado contra sua vida o fez postergar por dois anos a coroação.

O apoio ao nacionalismo russo e à Igreja Ortodoxa, a rejeição do liberalismo e o fortalecimento da autocracia foram os aspectos mais notáveis do reinado de Alexandre III. Sua vida transcorreu em tom menor, sem grandes altos e baixos, embora ele tenha sabido manter intacto o império.

Durante seu reinado, chegou ao fim a submissão dos turcomanos da Ásia central. Em 1884, ante a iminência de hostilidades com o Reino Unido na fronteira do Afeganistão, rompeu a aliança que o unia aos imperadores da Alemanha e da Áustria e se alinhou claramente ao lado da França.

Em política interna, seu governo teve feição conservadora, de acordo com seu caráter profundamente religioso, autocrata e antiliberal: suprimiu as liberdades dos países bálticos e da Finlândia, perseguiu os judeus e favoreceu a Igreja Ortodoxa Russa. A expansão da grande indústria durante seu reinado modificou profundamente o tecido social do país e propiciou o crescimento de um proletariado urbano que logo se tornou caldo de cultura para a propaganda socialista.

O "czar camponês", assim chamado por seu caráter simples e doméstico, morreu em Livadia, Criméia, em 1o de novembro (20 de outubro) de 1894.

Aleksandr SoljenitsinAleksandr Soljenitsin

Aleksandr Isaievitch Soljenitsin nasceu em Kislovodsk, Rússia, em 11 de dezembro de 1918. Descendente de família de cossacos, graduou-se em matemática pela Universidade de Rostov-na-Donu e fez cursos de literatura por correspondência na Universidade de Moscou. Lutou na segunda guerra mundial e passou à reserva no posto de capitão de artilharia. Em 1945 foi condenado a oito anos de prisão e mais três anos de exílio por ter criticado Stalin numa carta interceptada pelo serviço secreto comunista. Reabilitado em 1956, obteve permissão para publicar seu primeiro romance, Odin den iz jizni Ivana Denisovitcha (1962; Um dia na vida de Ivan Denissovitch) em que descreve a vida nos campos de concentração.

A obra de Soljenitsin, que lhe valeu o Prêmio Nobel de literatura de 1970, tem como temas principais a crítica ao regime soviético e a reivindicação dos valores espirituais da Rússia tradicional.

Escreveu depois V Kruge pervom (1968; O primeiro círculo), baseado nos anos em que trabalhou como matemático no instituto de pesquisa da prisão. Sua obra-prima, comparada aos romances de Tolstoi e Dostoievski, foi Rakovi korpus (1968; Pavilhão de cancerosos), referido ao período em que esteve hospitalizado, doente de câncer, na década de 1950.

Em 1969, por suas idéias inconformistas, foi expulso da União de Escritores Soviéticos. Em 1974 exilou-se na Suíça. Publicou então Arkhipelag Gulag (1974; Arquipélago Gulag), polêmico livro anti-soviético e antimarxista, em que documenta a opressão russa nos campos de trabalhos forçados. Nos Estados Unidos, publicou o ensaio The Mortal Danger (1980; O perigo mortal), em que defende um regime autoritário oposto ao comunismo. Em julho de 1994, depois da dissolução da União Soviética, Aleksandr Soljenitsin deixou seu exílio em Cavendish, Vermont, onde vivera 18 anos, e regressou à Rússia.

Aleksandr PushkinAleksandr Pushkin

Aleksandr Sergueievitch Pushkin nasceu em Moscou em 6 de junho (26 de maio, no calendário juliano) de 1799. Como muitas famílias aristocráticas russas do início do século XIX, seus pais adotaram a cultura francesa e, como seus irmãos, Aleksandr foi alfabetizado nessa língua. Graças à avó materna, no entanto, o menino teve grande contato também com a língua russa, na qual ouviu histórias de seus antepassados e contos tradicionais de seu país.

A obra do escritor russo Pushkin evoluiu das tendências românticas iniciais para um realismo de excepcional vigor e sensibilidade. Sua influência foi enorme sobre os escritores russos do século XIX, entre eles Gogol, Tolstoi e Dostoievski.

Em 1817 Puchkin ingressou no Ministério de Assuntos Exteriores em São Petersburgo. Apesar do prestígio alcançado por suas peças líricas e pelo poema narrativo Ruslan i Ludmila (1820), a publicação clandestina de versos de conteúdo político e revolucionário provocou seu banimento para o sul. Mesmo isolado dos amigos e da vida social e literária de São Petersburgo, encontrou inspiração para produzir vários poemas num estilo que ele próprio classificou de "romantismo realista" e que compõem o chamado "ciclo do sul" de sua obra.

Pushkin usava em sua poesia expressões e lendas populares, e enriquecia seus versos com toda a riqueza do idioma russo, o que até então era inconcebível. Foi o primeiro a introduzir na literatura russa a própria Rússia: sua paisagem, seu povo, sua fala e sua alma. Em 1823, já consagrado como o maior poeta russo de seu tempo, foi transferido para Odessa, na Ucrânia. Descontente com a estética romântica, começou a pesquisar nova linguagem. Sua amargura pelo exílio prolongado, expressa em inúmeras cartas, era concomitante a uma vida social intensa e desregrada. Em 1824 foi confinado na propriedade rural de sua família em Mikhailovskoie. Ali, no isolamento, escreveu o célebre drama histórico Boris Godunov, publicado em 1831. A obra significa uma radical ruptura com o classicismo então imperante no teatro russo.

Anistiado em 1826 pelo czar Nicolau I, que parecia decidido a adotar uma posição menos autoritária que seus antecessores, Puchkin voltou a Moscou. Viu-se, no entanto, sob direta e contínua vigilância. Casou-se em 1831 e estabeleceu-se em São Petersburgo, a serviço da corte. Uma de suas maiores obras, o romance em verso Yevgeni Onegin (1833; Eugênio Oneguin), que levara nove anos para ser concluído, surgiu como o primeiro resultado das pesquisas em busca de uma linguagem realista. Os personagens, tipicamente russos, são retratados em conjunto com as forças sociais e ambientais que determinam seu caráter.

Pushkin continuou escrevendo poemas, mas seu maior interesse concentrou-se no teatro e na prosa. O romance histórico Kapitanskaia dochka (1836; A filha do capitão) se inspira numa revolta popular, e em 1837 foi publicado o poema narrativo Medni vsadnik (O cavaleiro de bronze), dedicado ao czar Pedro o Grande. Após várias recusas a seus pedidos de renúncia do cargo na corte, Aleksandr Pushkin morreu em São Petersburgo, vítima de um duelo a ele imposto por inimigos poderosos, em 10 de fevereiro (29 de janeiro, no calendário juliano) de 1837.

Aleksandr OparinAleksandr Oparin

Aleksandr Ivanovitch Oparin nasceu em 2 de março de 1894 (18 de fevereiro no calendário juliano) em Uglich, perto de Moscou. Ainda como estudante de fisiologia vegetal na Universidade Estatal de Moscou, onde posteriormente veio a lecionar essa disciplina, entrou em contato com o fisiologista russo Kliment Arkadievitch Timiriazev, que conhecera Darwin e o inteirou das teorias do cientista britânico. Sob a influência dessas idéias, Oparin desenvolveu  seu conceito segundo o qual um organismo primitivo podia formar-se a partir de uma combinação de substâncias, no que denominou "caldo orgânico".

As premissas das pesquisas do bioquímico russo Aleksandr Oparin lançaram os alicerces para estudos minuciosos sobre a origem física e química dos processos vitais na Terra.

A tese, baseada em premissas não aceitas na época, foi divulgada pela primeira vez em 1922, durante uma reunião da Sociedade Botânica da Rússia. Segundo suas teorias, os primeiros organismos vivos eram heterotróficos, ou seja, nutriam-se de substâncias preexistentes no meio ambiente. Os trabalhos de Oparin serviram de base para outros pesquisadores da origem primitiva da vida, como o americano Stanley Lloyd Miller. Aleksandr Oparin morreu em 21 de abril de 1980, em Moscou.

Aleksandr N. SkriabinAleksandr N. Skriabin

Aleksandr Nicolaievitch Skriabin nasceu em 6 de janeiro de 1872 (25 de dezembro de 1871 no calendário juliano) em Moscou. Estudou na Escola de Cadetes de Moscou, mas simultaneamente iniciou estudos de piano. Entrou para o conservatório da cidade em 1888, onde estudou piano e composição. Em 1898, tornou-se professor do conservatório e, cinco anos depois, dedicou-se exclusivamente à composição. Sua primeira sinfonia, de 1900, termina com uma parte coral cujo poema, do próprio Skriabin, glorifica a arte como uma religião.

As composições orquestrais de Skriabin pretendem explorar uma linguagem simbolista por meio de timbres pouco usuais. Sua reputação como compositor, no entanto, deriva de delicadas e originais obras para piano.

Adepto da teosofia (corrente do misticismo filosófico) a partir de 1900, Skriabin pretendia criar o "Mistério", obra em que música, poesia, dança, cores e aromas se combinariam para induzir a platéia a um "êxtase final supremo". Em 1905 estreou em Paris sua terceira sinfonia, Le Divin Poème (O poema divino). Depois de várias turnês pelos Estados Unidos, freqüentou círculos teosóficos em Bruxelas e, em 1909, voltou à Rússia, já com as primeiras idéias acerca do "Mistério", que não chegaria a realizar. Nessa época, auto-proclamou-se um tipo de messias, cuja missão seria "fazer soar o acorde final de nossa raça, reunindo-a ao Espírito". Apresentou em Moscou o poema sinfônico Prometeu (1911), em espetáculo que unia a música a efeitos coloridos projetados numa tela. Entre suas composições para piano, destacam-se as dez sonatas, um concerto e vários prelúdios e pequenas peças. Skriabin morreu em Moscou em 27 de abril (14 de abril no calendário juliano) de 1915.

Aleksandr HerzenAleksandr Herzen

Escritor, jornalista e pensador político, Aleksandr Ivanovitch Herzen nasceu em Moscou em 6 de abril de 1812 (25 de março pelo calendário juliano). Filho ilegítimo de um nobre russo e uma alemã de origem pobre, recebeu educação esmerada em casa, ministrada por preceptores, e quando aluno da Universidade de Moscou aderiu às idéias do filósofo alemão Friedrich Schelling. Abandonou-as, porém, juntamente com os jovens intelectuais de seu círculo, para ceder à influência do socialismo utópico de Saint-Simon. Em 1834, acusado de conspiração revolucionária, foi preso e confinado por seis anos na cidade de Viatka. Em 1846 tornou-se rico pela morte do pai, que lhe legou sua fortuna, e no ano seguinte publicou Kto vinovat? (Quem é o culpado?), talvez o primeiro romance psicológico russo. Para escapar à repressão do regime de Nicolau I, no mesmo ano viajou para Paris e nunca mais voltou para sua terra. Manteve-se, no entanto, em contato com o anarquista russo Bakunin, e aproximou-se dos socialistas franceses.

Moscou em chamas sob a invasão napoleônica, em 1812, ou assolada por uma epidemia de cólera, em 1831, são alguns dos quadros descritos por Herzen em suas memórias, Biloe i dumi (O passado e pensamentos), obra publicada entre 1861 e 1867 que, pela originalidade de sua prosa, é tida como um dos grandes romances russos do século XIX.

Em 1850 publicou Vom anderen Ufer (Da outra margem), escrito em alemão, no qual se definiu por um socialismo análogo ao de Proudhon. Em 1852 mudou-se para Londres, onde freqüentou os círculos de exilados políticos. Em 1857 começou a editar o jornal Kolokol, contrabandeado para a Rússia, que tornou-se muito influente. A ambigüidade de suas posições políticas, que oscilaram do radicalismo de esquerda ao liberalismo, levou tanto socialistas como liberais a reivindicar sua herança política. Herzen morreu em Paris, em 21 de janeiro (9 pelo calendário juliano) de 1870.

Aleksandr GlazunovAleksandr Glazunov

Aleksandr Konstantinovitch Glazunov nasceu em São Petersburgo em 10 de agosto de 1865. Sua mãe era aluna de piano de Balakirev, e este aconselhou que o menino estudasse com Rimski-Korsakov. Em 1882, a primeira sinfonia de Glazunov foi apresentada em concerto pelo próprio Balakirev. Entre 1882 e 1886 Glazunov compôs dois quartetos de cordas, duas aberturas sobre temas folclóricos gregos, o poema sinfônico Stenka e sua segunda sinfonia. Era tido como herdeiro do grupo nacionalista, mas também absorveu a influência de Liszt -- que visitara em Weimar, em 1884 --, Wagner e Tchaikovski.

O compositor russo Glazunov é considerado o mais importante autor de obra sinfônica da geração que se seguiu à de Tchaikovski.

Muitas de suas obras-primas datam da década de 1890: os balés Raymonda e Ruses d'amour (As artimanhas do amor), a quarta, quinta e sexta sinfonias e Les Saisons (As estações). A oitava e última sinfonia é de 1906. Foi diretor do conservatório de São Petersburgo, onde permaneceu até 1928, quando decidiu deixar a União Soviética. Fez uma turnê de pouco sucesso pelos Estados Unidos e, a partir de 1930, fixou-se em Paris, onde morreu em 21 de março de 1936.

Aleksandr F. KerenskyAleksandr F. Kerensky

Aleksandr Fiodorovitch Kerensky nasceu em 4 de maio (22 de abril, segundo o calendário juliano) de 1881 em Simbirsk, Rússia. Cursou direito em São Petersburgo, onde entrou em contato com o movimento revolucionário populista denominado Narodniki. Já formado, militou no socialismo até 1905 e ficou conhecido como advogado dos militantes de seu partido. Em 1912 foi eleito deputado à Duma, o Parlamento russo.

Os três meses durante os quais Kerensky governou a Rússia, logo após a deposição do czar, corresponderam a um período de transição que precedeu a ascensão dos bolcheviques, liderados por Lenin, ao poder.

Em março (fevereiro) de 1917 foi um dos líderes da revolução que aboliu a monarquia e tornou-se ministro da Justiça do governo provisório e vice-presidente do soviete (assembléia de trabalhadores e soldados) de Petrogrado (São Petersburgo). Nessa condição, contrariando amplos setores da opinião pública, apoiou a tese segundo a qual as tropas soviéticas deveriam dar continuidade aos combates da primeira guerra mundial. Em maio do mesmo ano, quando foi divulgada sua posição nesse sentido, registrou-se uma crise no governo cujo resultado foi a transferência de Kerensky para os ministérios da Guerra e da Marinha. Seus esforços para convencer os soldados a prosseguirem a luta foram inúteis. Outra reorganização do governo, em julho, deu-lhe o cargo de primeiro-ministro. Entretanto, sem o apoio dos militares conservadores e impotente ante a pressão dos bolcheviques, seu governo caiu em novembro (outubro), quando os manifestantes tomaram a capital russa. Kerensky exilou-se então na Europa ocidental e, a partir de 1940, nos Estados Unidos. Morreu em Nova York, em 11 de junho de 1970.

Aleksandr BorodinAleksandr Borodin

Aleksandr Porfirievitch Borodin, filho natural de um príncipe georgiano, nasceu em São Petersburgo em 12 de novembro (31 de outubro no calendário juliano) de 1833. Ainda menino estudou piano, flauta e violino, mas logo se inclinou para a medicina, que estudou na Academia Médico-Cirúrgica de sua cidade natal.

A figura de Aleksandr Borodin, admirável melodista, assinala o nascimento de um novo estilo, de inspiração nacionalista, na música russa.

Depois de doutorar-se em 1858, realizou uma viagem de estudos pela Europa, durante a qual conheceu aquela que seria sua mulher, a pianista Ekaterina Protopopova. Ao retornar a São Petersburgo, foi nomeado catedrático de química, disciplina em que se especializara, e iniciou a composição de sua primeira obra, a sinfonia no 1 em mi bemol (1862-1867). Fruto de sua amizade com o músico Mili Balakirev, nasceu o Grupo dos Cinco, integrado também por Nikolai Rimski-Korsakov, Modest Mussorgski e César Cui.

Alternando sempre o trabalho de cientista com a vocação musical, Borodin compôs outras duas sinfonias (1876 e 1887) e trabalhou com entusiasmo em uma ópera em três atos, O príncipe Igor, iniciada em 1869 e que seria acabada por Aleksandr Glazunov e Rimski-Korsakov. Dois quartetos de cordas e o popular poema sinfônico Nas estepes da Ásia central (1880) completam sua escassa produção musical, cuja peculiar inspiração oriental, cheia de cor e ritmo, evoca a magia fascinante das canções populares russas. Borodin faleceu em 27 de fevereiro (15 de fevereiro no calendário juliano) de 1887, em sua cidade natal.

Aleksandr BlokAleksandr Blok

Aleksandr Aleksandrovitch Blok nasceu em 28 de novembro de 1880 (16 de novembro no calendário juliano) em São Petersburgo. Educado num ambiente de refinamento artístico, começou a escrever ainda muito jovem. Os primeiros poemas se enquadraram no movimento simbolista, que na Rússia teve profundas raízes místicas. Sua popularidade começaria a partir da publicação de Stikhi o Prekrasnoi dame (1904; Versos sobre a bela dama), de temática amorosa. Por volta de 1904 verificou-se uma mudança de rumo na produção de Blok, em direção a um solidário interesse pelo sofrimento humano. Assim surgiram obras como Gorod (1904-1908; A cidade) e Snejnaia maska (1907; A máscara de neve), de um realismo a que não falta certa ironia.

"Quando tiver alcançado seu limite, a poesia seguramente terminará na música." A afirmação do russo Aleksandr Blok dá idéia da importância que têm em sua obra lírica o som e a musicalidade.

Com a revolução russa de 1917 iniciou-se nova etapa na obra de Blok, que reagiu contra seus ideais anteriores e viu no movimento bolchevique -- embora por pouco tempo -- a salvação do povo russo. Frutos desse período foram, em 1918, Dvenadtsat (Os doze) e Skify (Os citas), dois enigmáticos poemas proféticos e ritmo arrebatado. Pouco compreendido em seu tempo, o poeta foi mais tarde considerado o iniciador da etapa pós-revolucionária da literatura de seu país. Aleksandr Blok faleceu em sua cidade natal (então Petrogrado) em 7 de agosto de 1921.

Schmuel Yosef AgnonSchmuel Yosef Agnon

Sammuel Josef Czaczkes, conhecido pelo pseudônimo de Schmuel Yosef Agnon, nasceu em Buczacz, hoje Galich, na Rússia, em 17 de julho de 1888. Seus pais eram poloneses e vizinhos dos pais de Freud. Foi educado principalmente por preceptores, com ênfase na literatura alemã e na tradição judaica. De 1903 a 1906 escreveu em hebraico e iídiche, ainda usando seu nome real. De 1907 a 1913 viveu na Palestina, depois na Alemanha até 1924, quando se radicou em Jerusalém. Adotou o nome Agnon a partir do livro de estréia, Agunot (1908), passando a escrever só em hebraico.
Entre os autores modernos de expressão hebraica, Schmuel Yosef Agnon distinguiu-se como o ficcionista mais representativo, e sua importância foi reconhecida com a concessão do Nobel de literatura em 1966.

Sua primeira obra de mérito é Hakhnassat Kalá (1919; O dote da noiva), epopéia de uma aldeia polonesa nos tempos do czarismo. Seu protagonista, Yudel Hasid, encarna as andanças e angústias dos judeus no império austro-húngaro e na Rússia dessa época. No romance Ore'ah natá lalun (1938; O hóspede de uma noite) Agnon recria o panorama sombrio de uma comunidade ilhada e aterrorizada. Mas sua obra-prima, `Tmol shilshom (1945; Anteontem), é consagrada à diáspora, ao judeu ocidentalizado e à questão de Israel.

O estilo de Agnon, entremeado de toques bíblicos e talmúdicos, foi comparado à arte das iluminuras, a vitrais e afrescos de Rouault e Chagal, a certos filmes de Chaplin. É uma prosa intencionalmente arcaica e, por isso, de difícil tradução. Transformado em verdadeiro símbolo em Israel, estado pelo qual lutou a vida inteira, Schmuel Yosef Agnon morreu em Jerusalém em 17 de fevereiro de 1970.

Yevgeny Ivanovich Zamyati

Yevgeny Ivanovich Zamyati

Yevgeny Ivanovich Zamyatin (Евге́ний Ива́нович Замя́тин por vezes traduzido para português como Eugene Zamyatin ou Eugene Zamiatine) (Lebedian, 1 de Fevereiro de 1884 - 10 de Março de 1937) foi um escritor russo, famoso pelo seu romance Nós, uma história de um futuro distopia|distópico que influenciou os romances Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell e Anthem, de Ayn Rand.

Zamyatin também escreveu vários contos, na forma de contos de fadas, que constituíram uma crítica satírica do regime comunista russo. Um exemplo é uma história na qual o presidente de câmara decide que para fazer toda a gente feliz terá de fazer toda a gente igual. Começa por forçar toda a gente, ele próprio incluído, a viver num grande quartel, depois a rapar os cabelos para ser iguais aos calvos, e finalmente a tornar-se mentalmente deficientes para igualizar os níveis de inteligência com os deficientes mentais.

O pai de Zamyatin era um sacerdote ortodoxo russo e professor e a mão era música. Ele estudou engenharia naval em São Petersburgo de 1902 a 1908, período em que aderiu aos bolcheviques. Foi preso durante a revolução russa de 1905 e exilado, mas regressou a São Petersburgo onde viveu clandestinamente até partir para a Finlãndia em 1906 para concluir os estudos.

Depois de concluir o curso e se tornar engenheiro naval, Zamyatin começou a escrever ficção como passatempo. Foi preso e exilado pela segunda vez em 1911, mas foi amnistiado em 1913. Em 1916 foi para Inglaterra supervisionar a construção de quebra-gelos nos estaleiros de Newcastle-upon-Tyne e escreveu mais tarde The Islanders, satirizando o modo de vida inglês.

Ao regressar à Rússia, Zamyatin escreveu Ujezdnoje (Coisas de Província) em 1913, que satiriza a vida numa pequena cidade russa e lhe trouxe alguma fama. No ano seguinte, foi julgado por maltratar os militares na sua história Na Kulichkakh. Continuou a contribuir para vários jornais socialistas. Depois da revolução russa, editou várias revistas, deu palestras sobre a escrita e editou traduções russas de trabalhos de Jack London, O Henry, H. G. Wells e outros.

Zamyatin apoiou a Revolução de Outubro, mas tornou-se crítico da censura praticada pelos bolcheviques. Os seus trabalhos foram-se tornando cada vez mais críticos do regime e cada vez mais suprimidos à medida que a década de 1920 ia avançando. Por fim, os seus trabalhos foram banidos e ele foi proibido de publicar, em especial depois da publicação de Nós num jornal de emigrados russos, em 1927.

Acabou por obter a autorização de Estaline para abandonar a Rússia em 1931, depois de Gorki ter intercedido por ele, e instalou-se em Paris com a sua mulher, onde morreu na pobreza em 1937.

Yuri Vladimirovich AndropovYuri Vladimirovich Andropov

Yuri Vladimirovich Andropov (Ю́рий Влади́мирович Андро́пов), (15 de julho de 1914 - 9 de fevereiro de 1984) foi um político soviético e Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética do dia 12 de novembro de 1982 até sua morte.

Seu local de nascimento é incerto, porém acredita-se que foi próximo a Stavropol, na Rússia meridional. Estudou por curto período no Instituto Técnico para o Transporte Aquático de Rybinsk, antes de se juntar ao Komsomol em 1930. Ele concluiu a graduação em 1939 foi o primeiro secretário do Komsomol na república da Carélia Finlandesa, entre 1940 e 1944. Após a guerra, mudou-se para Moscovo em 1951 e entrou para secretaria do partido.

Após a morte de Josef Stalin em março de 1953, Andropov foi rebaixado de posto e enviado para um "exílio" na embaixada soviética em Budapeste por Georgy Malenkov. Ele teve um papel importante na invasão soviética na Hungria em 1956.

Andropov voltou a Moscovo (Moscou) para chefiar o Departamento para Relações com Países socialistas (1957-1967) e foi promovido para o secretariado do Comitê Central do PC Soviético em 1962, sucedendo a Mikhail Suslov. Em 1967 foi indicado para chefe da KGB. Em 1973 se tornou membro pleno do Politburo, apesar de não ter renunciado à chefia da KGB até 1982.

Poucos dias após a morte de Leonid Brejnev em 10 de novembro de 1982), Andropov foi surpreendentemente indicado como Secretário-Geral, vencendo Konstantin Chernenko. Foi o primeiro chefe da KGB a ser indicado Secretário-Geral. A este cargo rapidamente adicionou os de Presidente da URSS e o de chefe do Conselho de Defesa do país.

Durante seu mandato ele fez tentativas de melhorar a economia e de reduzir a corrupção. Também é lembrado por sua campanha contra o alcoolismo e esforços para melhorar a disciplina no trabalho. As duas campanhas foram conduzidas com uma visão administrativa tipicamente soviética, e lembraram vagamente reminiscências do stalinismo.

Fez pouca coisa em termos de política externa — a guerra iniciada após a invasão do Afeganistão continuou. Seu governo também foi marcado pela deterioração das relações com os EUA por causa das atitudes fortemente anti-soviéticas de Ronald Reagan, exacerbadas pela derrubada por caças soviéticos de um avião civil sul-coreano que invadiu o espaço aéreo russo em 1 de setembro de 1983 e pela ampliação dos mísseis Pershing na Europa.

Morreu de falência renal em 9 de fevereiro de 1984 após vários meses com problemas de saúde, e foi sucedido por Konstantin Chernenko.

O legado de Andropov ainda é tema de muito debate, tanto na Rússia quanto em outros locais, e tanto entre acadêmicos como nos meios de comunicação. Ele permanece no foco de vários documentários televisivos e em livros de não-ficção, particularmente em datas importantes.

Apesar de sua linha-dura na Hungria e de numerosos banimentos e intrigas pelas quais foi responsável durante sua longa permanência na chefia da KGB, ele se tornou muito lembrado por vários comentaristas como um reformador. Eles apontam como evidências o fato de ele haver promovido Mikhail Gorbachev nos escalões do PC soviético, e ter sido considerado um chefe da KGB particularmente tolerante. Ele é também lembrado como menos inclinado a reformas rápidas do que foi Gorbachev; o ponto central das especulações é se Andropov teria conseguido ou não reformar a URSS de maneira tal que tivesse evitado seu colapso.

Yuri GagarinYuri Gagarin

O astronauta soviético Yuri Alieksieievitch Gagarin (Russo: Ю́рий Алексе́евич Гага́рин; YOO-ree ah-lek-SEH-yeh-veech gah-GAH-reen; 9 de Março de 1934 – 27 de Março de 1968) foi o primeiro homem a viajar pelo espaço. Foi no dia 12 de Abril de 1961, a bordo da Vostok I, uma nave que pesava 4725 quilos. O passeio durou uma hora e 48 minutos. Em dezembro de 1993, a galeria Sotheby´s, em Nova York, leiloou um grande lote de peças dos tempos gloriosos do programa espacial soviético. O uniforme usado por Gagarin foi arrematado por 112500 dólares. Ele morreu num acidente de avião em 1968.
Astronauta soviético nascido em Gzhatz, hoje denominada Gagarin em sua homenagem, o primeiro homem a pilotar uma nave fora da atmosfera terrestre e a realizar uma volta completa em torno do planeta. Ele cresceu numa fazenda coletiva, onde seu pai  trabalhava como carpinteiro. Aos 7 anos, os alemães invadiram a Rússia e seu pai juntou-se ao exército, enquanto sua mãe o levava, junto com seu irmão mais velho e sua irmã, para um lugar mais seguro. Ainda durante seus estudos básicos decidiu seguir uma carreira técnica, e foi estudar numa escola técnica perto de Moscou. Formou-se em metalurgia (1951), e matriculou-se em uma universidade industrial, onde passou a se interessar por aviões.

Yuri GagarinMatriculou-se em escola de vôo local, a Escola de Aviação de Oremburgo, e logo demonstrou que tinha um talento natural para voar. Diplomado piloto com distinção (1955), alistou-se na Força Aérea Soviética, onde se tornou piloto de testes de aeronaves novas e experimentais. Foi, então, recomendado como cosmonauta para os responsáveis pelo projeto espacial soviético e logo depois foi selecionado entre os melhores pilotos de testes do país e, durante o período de testes, sempre conseguiu as notas mais altas de seus instrutores.

Conhecido por seus instrutores como um homem difícil, senão impossível, de se aborrecer e de físico pequeno, tinha a estatura ideal para pilotar a pequena Vostok 1, lançada em 12 de abril (1961) pela União Soviética, inaugurando o período das viagens tripuladas. Ele permaneceu 1 hora e 48 minutos em órbita, executando uma volta completa em torno do planeta e regressando à Terra sem problemas. Ao avistar nosso planeta de um ponto de vista nunca antes alcançado, exclamou: A Terra é azul!. As palavras transformaram-se na imagem-símbolo do planeta na era espacial. Foi aclamado como um herói soviético e, um ano antes do americano Neil Armstrong chegar à Lua, morreu em acidente ocorrido durante um vôo experimental, com um avião MIG-15, com a idade de 34 anos, espatifando-se no solo em Kirzhach, na Rússia.

Yuri Pavlovich Gidzenko Yuri Pavlovich Gidzenko

Yuri Pavlovich Gidzenko (em russo: Гидзенко, Юрий Павлович; nascido em Elanets, região de Nikolaev, a 26 de Março de 1962) é um antigo coronel da Força Aérea da Rússia e cosmonauta de testes no Centro de Treino de Cosmonautas Yuri Gagarine. É casado com Olga Vladimirovna Gidzenko, nascida em 1961. O casal tem dois filhos, Sergei e Alexei.

Estudos
Gidzenko concluiu a Escola Superior de Pilotagem Militar em Kharkov (Ucrânia) em 1983, e o curso de Geodesia e Cartografia da Universidade Estatal de Moscovo em 1994.

Condecorações
Herói da Federação Russa

Experiência
Depois de concluir a escola de pilotagem em 1983, Gizdenko serviu na Força Aérea como piloto e piloto sénior.

Entre Dezembro de 1987 e Junho de 1989, cumpriu o treino básico para o espaço na qualidade de candidato a cosmonauta de testes. Desde Setembro de 1989, cumpriu treino avançado como candidato a cosmonauta de testes.

Gidzenko é instrutor de treino geral de pára-quedismo. Tem no currículo um total de 145 saltos de pára-quedas.

De Março a Outubro de 1994 treinou para um voo espacial como comandante de reserva (17ª Expedição Primária/Programa Euro-Mir-94).

De Novembro de 1994 a Agosto de 1995 treinou para um voo espacial a bordo do veículo de transporte Soyuz TM e do complexo orbital Mir na qualidade de Comandante da Tripulação Principal da Expedição 20 (programa Euro-Mir-95). Yuri Gidzenko esteve a bordo da Mir de 3 de Setembro de 1995 a 29 de Fevereiro de 1996, somando 180 dias no espaço. Um dos membros da tripulação de Gidzenko foi um astronauta da ESA.

Em Outubro de 1996, foi nomeado para a tripulação da ISS-1 na Expedição 1, e começou o treino de piloto da ISS e de comandante do veículo de transporte Soyuz. Yuri Gidzenko esteve a bordo da Soyuz/ISS/Space Shuttle entre 31 de Outubro de 2000 e 21 de Março de 2001 e somou mais 140 dias no espaço.

Desde Agosto de 2001, Gidzenko treinou como comandante da tripulação do Taxi-3. O lançamento teve lugar a 25 de Abril de 2002 a bordo da Soyuz-TM34. Gidzenko regressou à Terra a 5 de Maio de 2002 a bordo da Soyuz-TM33, somando mais 9 dias no espaço. O seu total é, pois, de 329 dias no espaço

Durante o primeiro voo, Gidzenko realizou duas actividades extra-veiculares. A primeira teve lugar a 8 de Dezembro de 1995 e durou apenas 29 minutos; a segunda teve lugar dois meses mais tarde, a 8 de Fevereiro de 1996, e durou 3 horas e 6 minutos.

Yury Vladimirovich UsachevYury Vladimirovich Usachev

Yury Vladimirovich Usachev é um ex-cosmonauta que vive em Star City, Moscou. Condecorado como Herói da União Soviética após seu primeiro voo espacial, em 1994, ele esteve duas vezes na estação espacial Mir, em 1994 e 1996, e participou de uma missão da NASA, a STS-101 Atlantis, no ano 2000, desta vez à Estação Espacial Internacional.

Em 2001 ele foi o comandante da Expedição 2 na estação, que passou 163 dias em órbita. Em sua carreira de cosmonauta, Usachev passou mais de quinhentos dias em órbita da Terra e realizou seis caminhadas espaciais, aposentando-se em 2005.

Copa do Mundo de 2018
Copa do Mundo de 2018

A vigésima primeira edição da Copa do Mundo FIFA de 2018 ocorrerá na Rússia, anfitriã da competição pela primeira vez. Com onze cidades-sede, o campeonato será disputado entre 14 de junho e 15 de julho. A edição de 2018 será a primeira realizada no Leste Europeu e a décima primeira realizada na Europa, depois de a Alemanha ter sediado o torneio pela última vez no continente em 2006.

A FIFA escolheu o país por causa do aumento do interesse da população russa no futebol, graças a investimentos financeiros no esporte, do aumento da importância da Primeira Liga Russa e a migração de jogadores estrangeiros para o país, além da ascensão econômica da Rússia após a dissolução da União Soviética em 1991. Os outros países que se candidataram à sede da competição foram a Inglaterra e as candidaturas conjuntas de Holanda/Bélgica e Portugal/Espanha.

O governo russo pretendia entregar todas as obras para a Copa do Mundo da FIFA 2018 um ano antes do torneio. Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA, afirmou que as organizações estão mais avançadas em comparação com as obras do Brasil, que sediou a edição anterior. Em 28 de março de 2017, a seleção brasileira foi a primeira seleção além do país-sede, Rússia, a se classificar para a Copa do Mundo de 2018.

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