México | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do México

México | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do México

O México (de nome oficial Estados Unidos Mexicanos) é um país localizado na América do Norte delimitado ao norte pelos Estados Unidos da América, a leste pelo Golfo do México e pelo Mar das Caraíbas, através dos quais se aproxima de Cuba, a sul pela Guatemala e por Belize, e a oeste pelo Oceano Pacífico. Além do território continental e ilhas adjacentes à costa, o México inclui também as Ilhas Revillagigedo, localizadas no Oceano Pacífico, a mais de 400 km a sul do Cabo San Lucas, na Baja California Sur. 

Geografia: Área: 1.972.547 km². Hora local: -3h. Clima: tropical (maior parte), árido tropical (N), de montanhas. Capital: Cidade do México. Cidades: Cidade do México (aglomeração urbana: 20.900.000, cidade: 9.100.000 em 2016), Guadalajara (1.800.000), Ecatepec (1.790.000), Puebla (1.420.000), Netzahualcóyotl (1.400.000), Juárez (1.290.000), Tijuana (1.280.000) (2016).

População: 120 milhões (2016); nacionalidade: mexicana; composição: eurameríndios 60%, ameríndios 30%, europeus ibéricos 9%, outros 1%. Idiomas: espanhol (oficial), línguas regionais (principal: náhuatl). Religião: cristianismo 96,3% (católicos 93,8%, outros 9,9% - dupla filiação 7,4%), sem religião e ateísmo 3,2%, outras 0,5%. Moeda: peso mexicano.

Relações Exteriores: Organizações: Apec, Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, Nafta, OCDE, OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 244-1011, fax (61) 244-1755 – Brasília (DF); e-mail: embamexbra@cabonet.com.br, site na internet: www.mexico.org.br.

Governo: República presidencialista. Div. administrativa: 31 estados e 1 distrito federal. Partidos: Revolucionário Institucional (PRI), Ação Nacional (PAN), da Revolução Democrática (PRD). Legislativo: bicameral – Senado, com 128 membros; Câmara dos Deputados, com 500 membros. Constituição: 1917.

Situado na América do Norte, o território mexicano é formado por desertos ao norte e florestas tropicais ao sul. A capital, Cidade do México, é a segunda região metropolitana mais populosa do mundo, com 18,7 milhões de habitantes (em 2003). A origem do país remonta às civilizações pré-colombianas dos maias e dos astecas, das quais guarda imenso patrimônio. O México é o palco da primeira revolução popular do século XX, que resulta na implantação, em 1929, do regime político mantido até 2000. Após a integração ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), em 1993, o México reergue sua economia. O motor do "milagre" são as chamadas maquiladoras – montadoras norte-americanas que cruzam a fronteira em busca de custos menores e mandam a maior parte da produção de volta aos Estados Unidos (EUA). Nos últimos anos, porém, o desaquecimento da economia norte-americana gera tendência recessiva no México e o governo procura novos parceiros comerciais. Em busca de melhores condições de vida, milhões de mexicanos emigraram para os EUA nas últimas décadas, legal e ilegalmente.

MÉXICO, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DO MÉXICO

História do México

Bandeira do MéxicoAntes da chegada dos espanhóis, maias, toltecas e astecas ocupam a região. Por volta de 1325, os astecas fundam Tenochtitlán (atual Cidade do México) e consolidam um poderoso império. Entre 1519 e 1521, a civilização asteca é arrasada pelo conquistador espanhol Hernán Cortés. O México passa a integrar o Vice-Reino da Nova Espanha, cuja riqueza se apóia na exploração de prata nos séculos XVII e XVIII. A corrupção e o autoritarismo da metrópole alimentam a insatisfação dos mexicanos descendentes de espanhóis. Em 1824, é proclamada a República.

Perda de territórios para os EUA

O general Antonio López de Santa Anna domina a política mexicana nos 30 anos seguintes. Ele não consegue impedir a independência do Texas, em 1836, nem sua anexação aos EUA, em 1845, o que provoca uma guerra entre os dois países (1846-1848). Derrotado, o México perde ainda a Alta Califórnia, o Novo México, Utah, Nevada, Arizona e o oeste do Colorado. Em 1857 eclode a Revolução Liberal, liderada por Benito Juárez, que assume a Presidência e expropria as terras da Igreja. A resistência dos conservadores mergulha a nação na guerra civil (1858-1861), vencida pelos liberais. Os franceses invadem a capital em 1863, coroando o arquiduque austríaco Maximiliano de Habsburgo imperador do México. Em 1867, a monarquia é derrubada e Maximiliano, fuzilado. Em 1876, o general Porfirio Díaz estabelece uma ditadura.

 Cidade do México
 Cidade do México

Revolução Mexicana

O candidato da classe média mexicana, Francisco Madero, perde as eleições presidenciais de 1910 para Porfirio Díaz. Alegando fraude, camponeses liderados por Pascual Orozco e Pancho Villa (norte) e Emiliano Zapata (sul) pegam em armas exigindo a reforma agrária. É o início da Revolução Mexicana. Madero torna-se presidente, mas o general Victoriano Huerta o depõe. As tropas de Zapata, Villa e dos constitucionalistas de Venustiano Carranza mobilizam-se contra Huerta, que renuncia em 1914. Novos conflitos levam Villa e Zapata a unir-se contra Carranza, que prepara a Constituição de 1917, nacionalizando os recursos minerais e devolvendo aos índios as terras comunitárias que lhes haviam sido tiradas. O general Álvaro Obregón derruba Carranza e é eleito presidente em 1920. Zapata é assassinado em 1919, e Villa, em 1923. O Partido Revolucionário Nacional (PRN), fundado em 1929 e rebatizado de Partido Revolucionário Institucional (PRI) em 1946, torna-se o virtual partido único do México. O general Lázaro Cárdenas, presidente entre 1934 e 1940, aprofunda a reforma agrária e nacionaliza as empresas de petróleo. Nas décadas de 1950 e 1960, a prosperidade gera uma classe média urbana que lidera reivindicações democráticas. A queda das exportações e o aumento das taxas de juro levam o país a decretar, em 1982, a moratória da dívida externa.

Chiapas

Em 1988, Carlos Salinas de Gortari, do PRI, arquiteto das reformas econômicas, é eleito presidente e privatiza a maioria das estatais. Em 1993, o México ingressa no Nafta (acordo de livre-comércio com EUA e Canadá), dando uma guinada em sua economia. No ano seguinte, o governo é abalado pela rebelião no estado de Chiapas, iniciada pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Após os combates iniciais, o EZLN, formado por camponeses indígenas, suspende as ações armadas e aposta em ações pacíficas, lideradas pelo seu porta-voz, o subcomandante Marcos. Os rebeldes exigem a ampliação da autonomia política e dos direitos sociais dos indígenas.

Efeito tequila

Ainda em 1994, o candidato do PRI à Presidência, Luis Donaldo Colosio, é assassinado. O PRI elege Ernesto Zedillo presidente. Com a abertura às importações, o déficit na balança comercial se agrava, e, no fim do ano, a fuga de capitais provoca desvalorização de 40% na moeda. Numa reação em cadeia, conhecida como efeito tequila, caem em todo o mundo as cotações dos títulos dos países emergentes. Para evitar uma crise mundial de liquidez, os EUA ajudam o México.

Crise no PRI

Nas eleições de 1997, os partidos de oposição, somados, obtêm 261 das 500 cadeiras da Câmara dos Deputados e acabam com 68 anos de maioria absoluta do PRI. Com a reforma no sistema eleitoral, o país realiza, em 2000, sua primeira eleição presidencial considerada sem fraudes. O oposicionista Vicente Fox, do Partido da Ação Nacional (PAN), obtém 42,5% dos votos e vence o candidato do governo. O PRI, no entanto, é o mais votado para o Parlamento.

Fox visita os EUA em 2001 e pede ao presidente George W. Bush empenho na regularização da situação dos 3 milhões de mexicanos que vivem ilegalmente em território norte-americano. Esse é um dos grandes pontos de atrito na relação entre os dois governos. Os mexicanos são a maior comunidade estrangeira nos EUA, com mais de 20 milhões de pessoas (entre os cerca de 36 milhões de latinos). Em 2002, Fox e Bush firmam acordo para reforçar a segurança na fronteira e reduzir a imigração ilegal.

Avanço da oposição

Em fevereiro de 2003, dezenas de milhares de camponeses protestam contra a abertura do mercado mexicano aos produtos agrícolas norte-americanos, fortemente subsidiados, e exigem a revisão dos termos do Nafta. Em julho, o governo sofre séria derrota eleitoral. O PRI, de oposição, recebe 34,4% dos votos e aumenta sua bancada parlamentar federal de 207 para 227 deputados, enquanto o PAN, partido de Fox, com 30,5%, cai de 202 para 158 deputados. Em julho de 2004, o PAN sofre nova derrota nas eleições em três estados. No mesmo mês, um promotor manda prender o ex-presidente Luis Echeverría por acusações relacionadas com o assassinato de pelo menos 25 estudantes por forças de repressão durante uma manifestação em 1971. Mas a Justiça se recusa a executar a ordem de prisão.

Nafta transforma a economia do México

A adesão do México ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), em vigor desde 1994, impulsiona e transforma a economia do país. Segundo o Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) mexicano atinge 550 bilhões de dólares em 2001, mais que o dobro do registrado em 1990. Boa parte desse desempenho se deve à chamada "indústria maquiladora" – empresas que, instaladas no norte do México, basicamente montam produtos cujos componentes já vêm prontos dos EUA, fazendo proveito de mão-de-obra mais barata que a norte-americana e de subsídios fiscais. Metade das vendas externas mexicanas é obtida por meio das maquiladoras. Outro resultado do Nafta é que, nos últimos anos, as importações têm superado as exportações – em 2002, houve um déficit de 8 bilhões de dólares nas contas externas. Uma crise entre o governo e os agricultores eclode em 2003, quando as tarifas de importação de vários produtos são eliminadas ou reduzidas para cumprir o acordo com os EUA. Como a agricultura é fortemente subsidiada nos EUA, os produtos agrícolas chegam ao México com preços reduzidos, atingindo duramente a produção local. Um exemplo é o milho, grão que está na base da alimentação mexicana e do qual o país é produtor tradicional. O México está vendo seu mercado interno ser invadido por milho importado dos EUA, deixando fora do mercado pequenos e médios produtores.

Cartéis de Drogas no México

Entre 2008 e 2011, cerca de 38.000 pessoas foram mortas em crimes relacionados ao tráfico, como assaltos, sequestros e assassinatos. Nos primeiros meses de 2011, calcula-se que o tráfico já tenha matado mais de 1.500 pessoas.


Conheças os principais cartéis do México

O Cartel de Sinaloa é um dos mais perigosos e fortemente armados do país e é hoje o principal responsável pela distribuição de cocaína no mundo, transportando a droga desde os campos de cultivo até as ruas das grandes cidades dos EUA. Joaquin Guzman, seu chefe, conhecido como El Chapo, foi considerado neste ano como um dos homens mais ricos do mundo pela revista americana Forbes. Foi capturado 16 anos atrás, mas desde 2001 voltou à ativa.

Los Zetas: grupo paramilitar, originalmente formado para trabalhar para o Cartel del Golfo em uma ação "antiguerrilha" contra os zapatistas na década de 1990, ao lado dos EUA e de Israel. Hoje atuam hoje de forma independente, promovendo operações complexas de narcotráfico que demandam armamentos sofisticados. Seus integrantes traficam armas, promovem sequestros, recolhem os resgates e cometem assassinatos. Suspeita-se que eles sejam financiados por grandes empresas mexicanas. Los Zetas aceitam trabalhos de outros cartéis, como dos Beltrán Levya e do Cartel de Juárez.

O Cartel del Golfo existe desde a década de 1940, entrou para o narcotráfico nos anos 1970 e começou a controlar todas as atividades desse tipo no nordeste do México. Entre 2005 e 2007, seus integrantes enfrentaram o Cartel de Sinaloa pelo controle da cidade de Nuevo Laredo, na fronteira com o Texas. Quem comanda as ações do Cartel del Golfo é Heriberto Lazcano. Seu verdadeiro líder, Osiel Cárdenas, está preso desde 2003.

La Família Michoacana é um grupo que surgiu pequeno, mas está entre os quatro cartéis mais fortes do México. No momento, seus integrantes estão em confronto com os grupos Los Zetas e Beltrán Levya, reagindo aos roubos e sequestros provocados por estes.

O Cartel de Tijuana ficou bastante enfraquecido depois das prisões de seus líderes e do combate do governo ao tráfico. A organização, retratada no filme do diretor Steven Soderbergh Traffic (vencedor de 4 Oscar em 2001), controla o corredor Tijuana (México)-San Diego (EUA). Seu último líder, Fernando Sánchez Arellano, está em guerra com o antecessor, Teodoro García Simental, que teria se aliado ao Cartel de Sinaloa.

O grupo Beltrán Levya fazia parte do Cartel de Sinaloa e se tornou independente. Trabalha em conjunto com outros cartéis, como Los Zetas, contra as forças do Cartel de Sinaloa.

O Cartel de Juárez já foi responsável por cerca de 50% das substâncias ilegais que entram nos EUA pelo México e considerado o responsável pelo crescimento das vendas de heroína mexicana no Texas. Também está em confronto direto com grupo de Sinaloa.

Acapulco, cidade turística do México

Acapulco, cidade turística do México

Acapulco de Juárez é um porto natural situado numa baía semicircular, com mais de seis quilômetros de largura, no estado de Guerrero, na costa sudoeste do Pacífico mexicano. A baía, um dos mais belos ancoradouros naturais do mundo, foi descoberta por Hernán Cortés em 1531 e nela fundou-se o primeiro núcleo colonial em 1550.

O clima agradável, a extensa rede hoteleira, as lindas praias e a pesca abundante atraem para a "Riviera mexicana" milhares de turistas todos os anos.

Acapulco foi o ponto de partida de diversas expedições dirigidas ao norte do continente americano e ao oceano Pacífico. Mais tarde, tornou-se importante porto de abastecimento para as frotas espanholas que faziam a rota México-Filipinas. No século XIX serviu de escala para os barcos a vapor que comerciavam entre o Panamá e San Francisco. Centro exportador de café, açúcar e outros produtos do interior, a cidade se estende sobre uma estreita faixa de terra entre a baía e as serras circundantes (sierra Madre del Sur, Providencia e outras). O clima é quente e úmido de maio a novembro e ameno entre dezembro e abril.


Uma rodovia liga Acapulco à Cidade do México. Os transportes aéreo e marítimo dispõem de boa infra-estrutura e o turismo é a principal fonte de divisas da cidade. O comércio de exportação é pouco significativo e se apóia principalmente em frutas tropicais e peles. Acapulco é ainda hoje uma escala importante entre os portos americanos do Pacífico e o canal do Panamá.

Antonio López de Santa Anna

Antonio López de Santa AnnaSanta Anna nasceu em 21 de fevereiro de 1794 em Jalapa, no futuro estado de Veracruz. Iniciou a carreira militar em 1810 no Exército espanhol e se uniu ao movimento pró-independência de Agustín de Iturbide, que o nomeou coronel. Inicialmente, colaborou com o império mexicano mas, em 1822, quando já era general, sublevou-se contra Agustín I. Em 1823 o imperador abdicou e proclamou-se a república.

Onze vezes presidente do México e figura dominante da vida política do país em meados do século XIX, Antonio López de Santa Anna cedeu aos Estados Unidos mais da metade do território mexicano.

Em 1832, Santa Anna apoiou o regresso ao poder de Manuel Gómez Pedraza. Um ano depois, foi eleito presidente com um programa federalista e liberal, mas sua política logo se orientou para o centralismo e ganhou um tom marcadamente personalista. Em 1836, liderou o Exército mexicano na luta contra os rebeldes texanos. Foi preso pelas tropas de Samuel Houston e obrigado a retirar suas forças do Texas.

Recuperou o prestígio militar dois anos depois, ao vencer os franceses em Veracruz, mas perdeu uma perna na batalha. Nos anos seguintes, foi presidente várias vezes e exerceu autoritariamente o poder. Em 1846, comandou as tropas na guerra contra os Estados Unidos. Derrotado, o México cedeu os territórios do Texas, Alta Califórnia e Novo México, inclusive Arizona. Santa Anna renunciou e foi para a Colômbia. Reeleito presidente pela última vez em 1853, vendeu para os americanos o território de La Mesilla.

Em 1855, o plano liberal de Ayutla derrubou Santa Anna, que novamente se refugiou fora do país. Em 1874, recebeu permissão para voltar ao México. Morreu na capital em 21 de junho de 1876.

Amado Nervo

Amado NervoJuan Crisóstomo Ruiz de Nervo nasceu em Tepic, Nayarit, México, em 27 de agosto de 1870. A vocação religiosa levou-o a ingressar num seminário, que abandonou em 1888. Trabalhou então como jornalista em Mazatlán e, mais tarde, seguiu para a Cidade do México, onde colaborou em várias publicações. Suas primeiras obras foram a novela El bachiller (1895; O bacharel) e a coletânea de poemas Perlas negras (1898; Pérolas negras). Em 1898, Nervo foi um dos fundadores da Revista Moderna, veículo do movimento modernista. Os poemas curtos de El éxodo y las flores del camino (1902), de singular musicalidade e exotismo, marcaram o auge dessa etapa de sua obra.

A partir da adesão inicial ao modernismo, a obra de Amado Nervo evoluiu para uma poesia meditativa e de crescente conteúdo espiritual.

Em 1905, Nervo ingressou na carreira diplomática e foi nomeado secretário da embaixada mexicana em Madri. Ali residiu até 1918, com longas temporadas em Paris. Nesse período, iniciou o estudo do budismo, que exerceu grande influência sobre sua vida, e escreveu numerosos ensaios, como Juana de Asbaje (1910), em que estudou a obra de sóror Juana Inés de la Cruz, e Ellos y mis filosofías (1912), que indicam crescente inclinação para o misticismo.

Sente-se essa atitude espiritual nos livros de poemas Serenidad (1914), Elevación (1916) e El estanque de los lotos (1918; O lago dos lótus), em que o poeta expressa sua vivência mística e panteísta, alcançada após anos de busca do equilíbrio interior. Em 1918, de volta ao México, Amado Nervo foi designado para representar seu país em Montevidéu, onde morreu em 24 de maio de 1919.

Álvaro ObregónÁlvaro Obregón

Álvaro Obregón nasceu em Navojoa, estado mexicano de Sonora, em 19 de fevereiro de 1880. Na juventude, trabalhou no campo. Em 1913, quando Francisco Madero foi deposto da presidência e assassinado pelo general Victoriano Huerta, Obregón uniu-se às forças rebeldes de Venustiano Carranza. De grande talento militar, ocupou a Cidade do México em 15 de agosto de 1914.

Após as desordens e lutas civis que se seguiram à revolução de 1910, o mexicano Álvaro Obregón procurou restabelecer a estabilidade institucional em seu país, que não conseguia escapar à violência.

Durante o governo de Carranza, defendeu-o contra seus inimigos Francisco (Pancho) Villa e Emiliano Zapata. Em 1917, o país adotou uma nova constituição, cujas marcas progressistas se deveram em grande parte à influência de Obregón. Mais tarde, porém, achou que o governo adquiria orientação reacionária e tomou parte na sublevação de abril de 1920, que destituiu Carranza e o assassinou. Em dezembro do mesmo ano, Obregón foi eleito presidente da república e, na função, procurou melhorar as finanças nacionais, promoveu a educação e deu impulso à reforma agrária. Retomou o pagamento da dívida externa e obteve o reconhecimento de vários países estrangeiros. Apesar de um dos preceitos da revolução ter sido a não-reeleição, fez modificar a constituição para poder candidatar-se. Reeleito em 1928, foi assassinado na Cidade do México em 17 de julho do mesmo ano, por um católico revoltado contra suas medidas anticlericais.

Alfonso ReyesAlfonso Reyes

Alfonso Reyes Ochoa nasceu em Monterrey, México, em 17 de maio de 1889. Em seus anos de estudante de direito, na Cidade do México, foi um dos líderes do Ateneu da Juventude e se revelou crítico original com Cuestiones estéticas (1911). Após graduar-se em 1913, Reyes iniciou carreira diplomática em Paris. Transferiu-se para Madri, onde trabalhou no Centro de Estudos Históricos. Embaixador em Buenos Aires, em 1927 e 1936, e no Rio de Janeiro, em 1930, foi também representante cultural do México em conferências da UNESCO.

Um dos mais destacados literatos da América espanhola do século XX, o poeta e crítico Alfonso Reyes estimulou a pesquisa literária e estética mexicana.

Paralelamente à carreira diplomática, Alfonso Reyes publicou obras eruditas e criativas em poesia e prosa. Sua produção poética revela a influência do neogongorismo dos espanhóis modernos e da poesia francesa de Stéphane Mallarmé e Paul Valéry. Em ensaios de caráter pessoal, como Visión de Anáhuac (1917), no poema dramático Ifigenia cruel (1924), nos ensaios Reloj de sol (1926) e Simpatías y diferencias (1921-1926), propôs nova visão do México, que integrasse a síntese indígena e hispânica com a pesquisa sociológica. Nas poesias de Huella (1922; Marca), Pausa (1926), Romance del Río de Enero (1933), Infancia (1935), entre outros, e nos diálogos e esquetes de El plano oblicuo (1920) usou sua formação clássica como veículo de sensibilidade e imaginação.

Com o ensaio crítico Cuestiones gongorinas (1927; Questões gongóricas) e estudos em colaboração com G. Foulché-Delbose, recuperou a poesia de Luis de Góngora para os participantes do movimento literário conhecido como geração de 1927. Dedicou ao principal representante desse movimento a Cantata en la tumba de Federico García Lorca (1937). Outros ensaios críticos exerceram influência na América espanhola, entre os quais Capítulos de literatura española (1939) e La experiencia literaria (1942).

Ao regressar definitivamente ao México, em 1939, Reyes converteu-se em patriarca da literatura mexicana. Crítico e erudito versátil, especializou-se em literatura grega clássica, assim como na espanhola do chamado Século de Ouro. Também traduziu para o espanhol obras inglesas e francesas. Publicou livros de viagens e crônicas autobiográficas, como El testimonio de Juan Peña (1930). Em 1955, iniciou a publicação das Obras completas e dois anos mais tarde foi eleito presidente da Academia Mexicana da Língua. Alfonso Reyes morreu na Cidade do México, em 27 de dezembro de 1959.

Alfonso CasoAlfonso Caso

Alfonso Caso Andrade nasceu na Cidade do México em 1º de fevereiro de 1896. Estudou direito e filosofia na Universidade do México, mas sua vocação de arqueólogo e historiador logo o conduziu ao estudo das antigas civilizações. Professor de arqueologia mexicana e maia na Universidade Nacional do México, assumiu a direção do Museu Nacional de Arqueologia, História e Etnografia em 1933. No ano seguinte dirigiu as escavações realizadas em Monte Albán, no estado de Oaxaca, um dos sítios arqueológicos mais ricos do continente americano.

Pondo a erudição histórica a serviço da pesquisa arqueológica, Alfonso Caso se destacou na defesa dos direitos das populações autóctones da América.

Caso exerceu diversos cargos em instituições dedicadas ao estudo das culturas e civilizações primitivas de seu país. Suas obras mais conhecidas são Los problemas sociales del indígena mexicano (1944), El pueblo del sol (1953) e Indigenismo (1958). Caso morreu na Cidade do México, em 30 de novembro de 1970.

Agustín LaraAgustín Lara

Agustín Lara nasceu em 1900 na Cidade do México. Foi aluno do Colégio Militar, que abandonou para fazer parte, aos 15 anos de idade e como tenente, da guarda pessoal do general revolucionário Francisco Villa. Entre 1920 e 1929, trabalhou como pianista e animador de reuniões sociais, bares e projeções de cinema mudo. Casou-se com a célebre atriz María Félix e, com o sucesso, sua casa converteu-se em local de reunião de pessoas ligadas à arte e às letras. Sua primeira orquestra, El Son Marabú, contou com duas cantoras excepcionais, Toña la Negra e Ana María Fernández, artífices de sua grande fama.

Muitas das canções criadas pelo compositor e poeta mexicano Agustín Lara, como Granada, converteram-se na própria imagem sonora de sua época, tornando seu ator popularíssimo em todo o mundo de cultura latina.

Lara compôs música e letra de aproximadamente 700 melodias, algumas das quais -- Granada, Madrid, Valencia, Solamente una vez e María Bonita -- alcançaram êxito internacional. Foi também autor de uma opereta, El pájaro de oro. Participou de cerca de trinta filmes. Agustín Lara faleceu na Cidade do México em 6 de novembro de 1970.

Agustín de IturbideAgustín de Iturbide

Iturbide nasceu em 27 de setembro de 1783 em Valladolid, hoje Morelia. Em 1797, iniciou a carreira militar e destacou-se na luta contra revolucionários. Em 1820, foi convocado para sufocar a insurreição de Vicente Guerrero no sul. Pouco depois, temendo a implantação de um regime liberal no México, Iturbide se uniu ao movimento pela independência.

Embora tenha inicialmente lutado contra os patriotas, o militar e político mexicano Agustín de Iturbide favoreceu a independência do México. Tornou-se o primeiro imperador do país, mas foi derrubado e fuzilado pelos republicanos.

Em 24 de fevereiro de 1821, Iturbide e Guerrero proclamaram a independência do México. As forças revolucionárias entraram na capital e, em 24 de agosto, o novo vice-rei Juan O'Donojú assinou o tratado que reconhecia a independência do país e oferecia a coroa à dinastia dos Bourbon. A rejeição dos Bourbon e a morte do vice-rei facilitaram a ascensão de Iturbide, que em 1822 foi coroado Agustín I imperador do México.

Seu poder, entretanto, caracterizou-se logo pelo despotismo. Em outubro dissolveu o Congresso e criou uma junta nacional para instaurar um governo absolutista. Privada do recurso parlamentar, a oposição recorreu ao pronunciamento militar. Antonio López de Santa Anna proclamou a república em Veracruz e praticamente todo o Exército se uniu ao plano Casamata.

Em 1823, Iturbide abdicou e exilou-se na Europa, mas foi condenado à morte à revelia. Desconhecendo a sentença, regressou ao México. Preso, foi executado em Padilla, em 19 de julho de 1824.

Emiliano ZapataEmiliano Zapata

Emiliano Zapata Salazar (San Miguel Anenecuilco, México, 8 de agosto de 1879 – 10 de abril de 1919) foi um líder importante na chamada Revolução Mexicana de 1910 contra a ditadura de Porfirio Díaz. Considerado um dos heróis nacionais mexicanos, Zapata é também a inspiração para o movimento zapatista, que busca uma maior justiça social no país, e que tem sede no estado de Chiapas.

Zapata nasceu no pequeno estado mexicano de Morelos, no vilarejo de San Miguel Anenecuilco. Naquele tempo o México era dominado pela ditadura de Porfirio Díaz, que ascendeu ao poder em 1876.

A sociedade proto-capitalista e em muitos aspectos feudal ainda era predominante no México, com grandes fazendas (haciendas) avançando sobre as comunidades indígenas independentes (pueblos); os indígenas geralmente caíam sob a escravidão por dívida (peonagem), indo trabalhar nas haciendas. Porfirio Díaz de vez em quando promovia eleições locais para pacificar os peões, mantendo-se a frente do governo nacional que havia praticamente usurpado. Díaz deu a amigos e associados os cargos mais importantes no país, e sob ordens destas pessoas, cada vez mais se concentrava a terra em propriedade de poucos.

A família de Zapata, apesar de não ser rica, mantinha-se independente. Nunca foi realmente ameaçada de pobreza, evitando a peonagem e mantendo sua própria terra (ranchero). Em gerações anteriores os Zapata haviam até mesmo sido "porfiristas", ou seja, haviam dado suporte a Díaz. O próprio Emiliano tinha reputação de andar sempre bem vestido, comparecendo a touradas e rodeios com seu elaborado visual charro. Conquanto sua extravagância normalmente o associaria ao hacendados, que controlavam as fazendas, Zapata parece ter mantido a simpatia, admiração e até mesmo adoração pelas pessoas de sua localidade natal, e assim com cerca de 30 anos a ele foi confiada uma chefia do vilarejo, posto que lhe tornou porta-voz dos interesses de Anenecuilco.

Apesar de não ser indígena puro (tinha ancestrais espanhóis e era considerado, por isso, mestiço), Zapata rapidamente se envolveou nas lutas dos indígenas do estado de Morelos. Ele foi capaz de supervisionar redistribuições de terras em algumas haciendas, tendo dificuldades para fazer isso em outras. Zapata observou numerosos conflitos entre os habitantes dos vilarejos e hacendados, invariavelmente causados pelo roubo de terras cometido por hacendados. Numa ocasião fatídica, viu os hacendados incendiarem um vilarejo inteiro.

Por muitos anos Zapata manteve-se firme em campanha pelos direitos dos habitantes do vilarejo, primeiro através da recuperação de antigos títulos de propriedade, e depois pela pressão por atitudes sobre o governo de Morelos. Finalmente, desanimado com a falta de ações do governo e com os privilégios dados aos ricos fazendeiros, Zapata começou a fazer uso da força armada, simplesmente se apossando das terras em disputa.

Nessa época Porfirio Díaz estava tendo que se preocupar com a candidatura de Francisco Madero, capitalista liberal com plenas condições de removê-lo do poder e provocar mudanças genuínas nos rumos do país. Zapata fez alianças secretas com Madero.

Em 1910, as agitações finalmente decantaram na formação de bandos guerrilheiros. Zapata rapidamente assumiu um papel importante, tornando-se o general de um exército formado em Morelos (o Ejército Libertador del Sur, Exército Libertador do Sul).

Zapata foi parcialmente influenciado por um anarquista do norte do México, Ricardo Flores Magón. A influência de Magón em Zapata pode ser sentida no Plano de Ayala (novembro de 1911), e ainda mais no lema adotado pelos zapatistas: Terra e liberdade! (Tierra y libertad!) — o título e máxima de um dos mais famosos escritos de Magón. A introdução de Zapata ao anarquismo aconteceu por obra de um professor local, Otilio Montano, que expôs a Zapata os trabalhos de Peter Kropotkin e Flores Magón no mesmo período em que o futuro líder revolucionário estava observando e tomando parte nos conflitos dos pequenos agricultores pela terra.

Díaz foi derrubado por Madero em 1911, em grande parte devido as rebeliões promovidas pelos peões. Zpata liderava os camponeses do sul e Pancho Villa liderava-os no norte. Madero havia prometido a reforma agrária e eleições para presidente, contudo boa parte dessas promessas ficou no papel. Insatisfeito com as atitudes de Madero e com a falta de apoio ao Plano de Ayala, Zapata não pode suportar a indicação para governador de um simpatizante dos grandes proprietários, e mobilizou novamente seu exército de libertação.

Madero, preocupado, pediu a Zapata o disarmamento e desmboilização do exército. Ao que Zapata respondeu que se as pessoas não poderiam obter seus direitos então, armadas como estavam, não teriam qualquer chance quando estivessem desarmadas. Madero enviou diversos generais para tentar neutralizar Zapata, mas com pouco sucesso.

Madero foi logo destituído por Victoriano Huerta, um antigo general porfirista, que deu anistia a Díaz e controlou as frentes indígenas em luta pela reforma agrária. A reação dos camponeses a esse governante aumentou consideravelmente as forças armadas de Zapata, e tambéu ajudou um novo grupo do norte: os villistas, comandados por Pancho Villa. Os Villistas eram compostos em maioria por simpatizantes de Madero, o que fez hesistar Zapata ante a um encontro com Villa (que inclusive havia rejeitado a idéia do Plano de Ayala, quando em contato com um zapatista na prisão).

A oposição a Huerta se consolidou com a entrada em cena de Venustiano Carranza, que liderou uma facção constitucionalista (o Exército Constitucionalista) que se aliou tanto a Villa quanto a Zapata. As forças unidas dos três se mostraram suficientes para derrubar Huerta, em julho de 1914. A seguir foi decidido que haveria uma convenção para escolha do novo presidente, à qual Zapata se negou comparecer, alegando que nenhum dos convocados havia sido eleito pelo povo. Os chefes do estado de Morelos enviaram uma delegação para apresentar o Plano de Ayala e acompanhar o desenvolvimento da convenção.

Carranza se fez chefe do governo pouco depois, o que se afigurou como mais um abuso. Inicialmente Carranza obteve lealdade de Álvaro Obregón, um comandante militar que deveria conter as guerrilhas zapatistas e villistas. Os zapatistas mantiveram-se mobilizados, mas com sérios problemas internos após anos de batalhas.

O governo de Carranza chegou a ponto de oferecer uma recompensa pela cabeça de Zapata, com objetivo de fazer o instável exército zapatista trair seu líder e desencorajar outros chefes zapatistas. Nenhum dos objetivos foi conseguido.

Em 9 de abril de 1919 o general Guajardo convidou Zapata para um encontro, fingindo simpatizar com a causa zapatista. Quando Zapata o encontrou, entretanto, Guajardo disparou diversas vezes contra ele; a seguir, entregou o corpo do chefe revolucionário em troca da recompensa oferecida (na verdade, metade do que havia sido oferecido).


Após a morte de Emiliano Zapata, o Exército de Libertação do Sul começou a desintegrar-se, desparacendo depois que uma rebelião comandada por Obregón depôs Carranza. As conquistas de Zapata no estado de Morelos foram aos poucos desaparecendo, também.

Mas, poucos anos após a morte de Zapata, o presidente Lázaro Cárdenas finalmente conseguiu promover uma reforma agrária nacional no ano de 1934.

O legado de Zapata permanece vivo ainda hoje, particularmente entre os grupos revolucionários do sul do México.

Emiliano Zapata foi retratado em filmes por atuações de Marlon Brando (Viva Zapata!, 1952), Jaime Fernández (1966), Tony Davis, (1969), Antonio Aguilar (Emiliano Zapata, 1970), e Alejandro Fernández (Zapata - El sueño del héroe, 2004, com diálogos na língua Nahuatl).

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