Sergipe | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Sergipe

Sergipe | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Sergipe


Geografia – Área: 21.910,3 km². Relevo: planície litorânea com várzeas e depressão na maior parte do território. Ponto mais elevado: serra Negra (742 m). Rios principais: Jarapatuba, Piauí, Real, São Francisco, Sergipe, Vaza-Barris. Vegetação: mangues no litoral, faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território. Clima: tropical atlântico no litoral e semi-árido. Municípios mais populosos: Aracaju (650.800), Nossa Senhora do Socorro (178.560), Lagarto (96.070), Itabaiana (88.900), São Cristóvão (75.400), Estância (66.600), Tobias Barreto (49.040), Simão Dias (41.180), Itabaianinha (39.700), Poço Redondo (31.030). Hora local: a mesma. Habitante: sergipano.

População– 2.380.000.

SERGIPE - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DE SERGIPEMenor estado brasileiro em área, Sergipe (SE) situa-se na Região Nordeste, entre a Bahia e Alagoas. O clima tropical é úmido na Zona da Mata e semi-árido na região do agreste.O acervo arquitetônico da época colonial mantém-se conservado nos municípios de São Cristóvão, a primeira capital do estado, tombada como patrimônio nacional, e de Laranjeiras, um dos maiores centros produtores de açúcar daquele período. Na culinária predominam pratos à base de peixes e crustáceos, entre os quais a moqueca de pitu, a caranguejada e o surubim na brasa. Destacam-se também os doces, como o de jenipapo. No interior do estado é famosa a paçoca, carne-seca desfiada e socada com farinha de mandioca.

Economia – A economia sergipana, que durante séculos se baseou no cultivo da cana-de-açúcar, começa a se diversificar a partir dos anos 1990. Apoiado em incentivos fiscais e na maior exploração de seu potencial energético – gerado pela usina de Xingó e pela exploração de petróleo e gás natural –, Sergipe aumenta sua produção industrial, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual já supera o setor de serviços. Em 2002, a agropecuária responde por 6,6% da economia do estado; a indústria, por 51,6%; e o setor de comércio e serviços, por 41,9%. Os principais setores da indústria sergipana são o têxtil, o de cimento, o de calçados, o de fertilizantes, o da construção civil e o petroquímico. O suco de laranja é responsável por cerca de metade das exportações do estado. A extração de potássio e sal marinho também tem peso importante na economia.

Índices sociais – Sergipe é o estado nordestino cuja população mais aumenta entre 1991 e 2000, com crescimento médio de 2% ao ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Menos da metade dos habitantes tem acesso à rede de esgoto, 30% não contam com serviço de coleta de lixo e 24% não são abastecidos de água encanada. Um dos reflexos do déficit de saneamento é a alta taxa de mortalidade infantil, que chega a 40,6 em cada mil nascidos vivos.

Mapa de Sergipe

História de Sergipe

Como ocorre nos demais estados nordestinos, o litoral de Sergipe também foi frequentado por corsários franceses interessados no escambo de pau-brasil com os índios. Entre o fim do século XVI e as primeiras décadas do século XVII, a atuação dos missionários e de algumas expedições militares afasta os franceses e vence a resistência indígena. A ocupação sistemática de Sergipe pelos portugueses tem início por volta de 1590. O desbravador Cristóvão de Barros, reunindo alguns milhares de homens, inicia o combate aos índios. Nascem os primeiros povoados, como o arraial de São Cristóvão, e os engenhos de açúcar. O engenho mais antigo é o de Santa Luzia, de 1592. Como as terras litorâneas são pouco adequadas à plantação de açúcar, surgem as primeiras criações de gado. Sergipe torna-se, então, fornecedor de animais de tração e de couro para a Bahia e Pernambuco. Nessa época, passa a ser capitania independente, com o nome de Sergipe d’El Rey. Durante as invasões holandesas, sofre com a devastação econômica e volta a subordinar-se à capitania da Bahia. Em 1823, depois da independência, Sergipe recupera a autonomia como província do Império. Mas o progresso é pequeno, com exceção de um breve surto algodoeiro na segunda metade do século XIX. No primeiro período republicano, há um aumento da participação na exportação de tecido para atender à demanda provocada pela I Guerra Mundial. Setores das classes médias urbanas são as únicas forças a enfrentar a oligarquia local, como ocorre nas Revoltas Tenentistas da década de 1920. A modernização econômica é pequena, e os indicadores sociais continuam próximos aos dos demais estados nordestinos.

Aracaju, Capital do Estado de SergipeAracaju, Capital do Estado de Sergipe

Capital e principal cidade do estado de Sergipe, Aracaju localiza-se à margem direita do rio Sergipe, a cerca de cinco quilômetros de sua foz. Ocupa uma pequena planície litorânea, interrompida por ondulações no norte e nordeste, onde ficam os bairros de Santo Antônio, Joaquim Távora e Cidade Nova. O clima é tropical úmido, com temperaturas entre 20 e 30o C e chuvas abundantes no inverno.

Capital – Aracaju. Habitante: aracajuano. População: 650.800.

Fundada em 1855, Aracaju situa-se na margem esquerda do rio Sergipe. A cidade foi a primeira capital planejada por um brasileiro construída no país. Com o formato de um tabuleiro de xadrez, foi projetada pelo engenheiro Sebastião Basílio Pirro, por volta de 1850. A fundação de Aracaju deve-se aos esforços do governador da província, Inácio Joaquim Barbosa. Em 17 de março de 1855, a lei provincial no 413 transferiu para as proximidades do antigo e pequeno povoado de Santo Antônio do Aracaju a sede do governo, até então situada em São Cristóvão. A cidade foi projetada pelo engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro.

A decisão de transferir a sede do governo de Sergipe para uma área servida por um porto melhor que o de São Cristóvão deu origem a Aracaju, a primeira cidade planejada do Brasil.

O progresso da cidade foi lento a princípio. Construída em terreno ingrato, arenoso, e rodeada de depressões pantanosas (o sítio fora escolhido em função da excelência do porto, vital para a exportação de açúcar), limitava-se, nos primeiros anos, a um quadrilátero de pouco mais de um quilômetro de lado, com as ruas em tabuleiro de xadrez. Com o tempo, os manguezais e brejos foram aterrados, e a capital acabou ligada por uma estrada reta ao povoado vizinho e histórico. Essa "estrada Nova" chamou-se depois avenida Independência. Duplicada na década de 1930, é hoje a avenida João Ribeiro.

Aracaju, Capital do Estado de Sergipe
Aracaju, Capital do Estado de Sergipe
Aracaju, Capital do Estado de Sergipe

A igreja matriz data de 1862. Os estabelecimentos industriais começaram a surgir por volta de 1880, entre eles a primeira fábrica de tecidos (1884). Mas a modernização só veio com o século XX: pavimentação de ruas (1900), serviço de bondes tirados por mulas (1906), iluminação elétrica (1908), estrada de ferro (1914), bondes elétricos (1926).

Ao lado de sua função político-administrativa, comercial, portuária e industrial, Aracaju representa importante papel como centro de serviços para todo o estado e foco convergente de vias de circulação: o eixo transversal, representado pela BR 235, que parte da cidade em direção ao interior, bem como a rede ferroviária e o eixo longitudinal, representado pela BR 101, no sentido norte-sul. A influência de Aracaju estende-se ao nordeste da Bahia. A cidade faz parte da Região de Produção Nordeste da Petrobrás. O principal produto agrícola da região é o coco-da-baía, matéria-prima para indústrias localizadas em Aracaju. A cidade é sede de uma universidade federal. O estádio Lourival Batista ("Batistão"), de 1969, tem capacidade para cerca de cinquenta mil espectadores.

Gilberto AmadoGilberto Amado

Gilberto de Lima Azevedo Sousa Ferreira Amado de Faria nasceu em Estância (SE) em 7 de maio de 1887. Diplomado em direito pela Faculdade do Recife (1909), foi deputado federal (1915) e senador (1927) por Sergipe, mas encerrou sua carreira política com a revolução de 1930. Consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores (1934), foi embaixador em Santiago (1936), Helsinki (1938-1939), Roma (1939-1942) e Berna (1942-1943). Foi também membro e várias vezes presidente da Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas.

Gilberto Amado tornou-se escritor de prestígio ao publicar suas memórias, que, pela pureza e fluidez do estilo, garantiram-lhe um lugar entre os grandes mestres do gênero.

Entre os livros de sua primeira fase, muitos relacionados à prática do jornalismo, que iniciou em 1907 no Diário de Pernambuco, estão: As chaves de Salomão e outros escritos (1914), Aparências e realidades (1922), Espírito do nosso tempo (1933). Publicou ainda dois romances: Inocentes e culpados (1941) e Os interesses da companhia (1942).

Em 1954, começou a lançar suas memórias: História de minha infância (1954), Minha formação no Recife (1955), Mocidade no Rio e primeira viagem à Europa (1956), Presença na política (1958) e Depois da política (1960). Em 1963, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Gilberto Amado morreu no Rio de Janeiro (RJ) em 27 de agosto de 1969.

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