Balaiada de 1838 a 1841

Dentre os numerosos levantes populares ocorridos no Brasil durante o período imperial, oriundos da opressão econômica das classes dominantes, um dos mais importantes foi a balaiada. Balaiada foi como ficou conhecida a rebelião popular que assolou as províncias do Maranhão, Ceará e Piauí de 1838 a 1841. A denominação provém da alcunha Balaio, dada a um de seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, fabricante de cestos. A revolta eclodiu em sucessivos e ininterruptos motins, iniciados com o levante ocorrido em Vila do Manga do Iguará, no Maranhão, em 13 de dezembro de 1838, quando o vaqueiro Raimundo Gomes Vieira Jutaí, o Cara Preta, libertou os presos da cadeia. Sem objetivos políticos definidos no início, o levante transformou-se numa vingança coletiva contra fazendeiros e proprietários, quando ocorreu a adesão de Balaio ao movimento. A princípio, a revolta obteve o apoio da ala exaltada do Partido Liberal, por meio do jornal Bem-te-vi, editado em São Luís , cujo redator era Estêvão Rafael de Carvalho. Depois passou a prevalecer a opinião dos moderados, que condenaram os excessos da caudilhagem, as depredações e assassínios praticados pelos revoltosos. Entre os caudilhos, destacaram-se Ruivo, Mulungueta, Pedregulho, Milhomens, Gavião, Macambira, Coco e Tempestade e, especialmente, o preto Cosme Bento das Chagas, o "Dom Cosme tutor e imperador das liberdades bem-te-vis", que conseguira aliciar apreciável contingente de escravos fugidos. A adesão destes mostrou claramente o aspecto não apenas social e econômico, mas também racial da balaiada, já que reuniu pretos e mulatos, os chamados "bodes", que, aliados a índios e cafuzos, sem terra e sem direitos, uniram-se contra os portugueses e seus descendentes, que constituíam a classe dominante. Para dominar o levante, que se estendera ao Ceará e ao Piauí, o regente do império, Pedro de Araújo Lima, futuro marquês de Olinda, enviou ao Maranhão o coronel Luís Alves de Lima e Silva, nomeado presidente e comandante de armas em 7 de fevereiro de 1840. Após um ano de guerrilhas, anunciou-se a pacificação das províncias conflagradas, em 19 de janeiro de 1841, o que valeu ao comandante a promoção ao generalato e o título de barão de Caxias.
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