Evolução da Inglaterra Até a 1ª Guerra Mundial

Evolução da Inglaterra Até a 1ª Guerra Mundial

Evolução da Inglaterra Até a 1ª Guerra Mundial

A preponderância econômica mundial da Inglaterra se estendeu desde o século XVIII até a I Guerra Mundial (1914-1918). Pioneira na Revolução Industrial, seu avanço tecnológico a colocava muito à frente dos demais países europeus. A adoção do livre-cambismo favoreceu notavelmente sua indústria e comércio. Porém, a “questão social” se agravava. A fome era permanente no lar dos operários. Em 1811, explodiu a violenta revolta chamada “ludita”, pois seu pretenso líder (nunca foi provada sua existência) chamava-se Ned Ludd.

Assim, apesar das revoluções parlamentares e burguesas do século XVII, a Inglaterra estava longe de ser uma democracia. A Câmara dos Lordes, aristocrática e hereditária, detinha grande parcela do poder. A Câmara dos Comuns era composta por re- presentantes escolhidos pelo voto censitário dos cidadãos dos burgos muito antigos e que haviam perdido sua importância (“burgos podres”). As cidades industriais, como Manchester e Birmingham, não possuíam representantes no Parlamento.

A partir de 1820, as cidades industriais ganharam representação no Parlamento, o voto censitário foi baixado para que um número maior de cidadãos pudesse participar do processo eleitoral e os burgos podres foram extintos. Os whigs, liberais, representantes da burguesia, impuseram maiores reformas, aboliram a escravidão nas colônias e derrubaram as “Leis dos Cereais” que taxavam a importação de trigo.

A partir de 1825, os trabalhadores puderam se reunir em sindicatos (trade unions), para reivindicar melhores condições de trabalho. Em 1838 surgiu um movimento popular, com a redação de uma “Carta do Povo”, contendo uma série de reivindicações ao Parlamento. Denominado “movimento cartista”, exigia: a abolição das “Work Houses”, instituições onde os desempregados eram recolhidos e obrigados a trabalhar; o sufrágio universal masculino e a supressão do censo eleitoral. Mas as reivindicações não alcançaram seus objetivos.

Convencionou-se chamar de “Era Vitoriana” a história britânica na segunda metade do século XIX. A rainha Vitória (1837- 1901) reinou num período de conquistas políticas e sociais e de um grande desenvolvimento econômico. No final do seu reinado, o império britânico contava com 400 milhões de habitantes espalhados por 35 milhões de quilômetros quadrados. A Inglaterra tinha a maior rede ferroviária do mundo, excelentes portos, produzia metade do ferro e dois terços do carvão mundiais. Seu gigantesco império lhe fornecia matéria-prima e importava os seus manufaturados. O domínio naval pertencia aos ingleses, poder consolidado com a posse de pontos estratégicos, como Gibraltar e Malta, no Mediterrâneo; Cidade do Cabo, no sul da África; Cingapura e Hong Kong, na Ásia.

Em algumas colônias havia grande autonomia política, como o Canadá, constituindo-se em “Domínios”. Pertenciam à Commonwealth ou Comunidade de Nações. Nas colônias de exploração comercial, especialmente nas áreas tropicais, o sistema de administração era variado, estando diretamente ligadas à Inglaterra ou a companhias particulares que as administravam em nome da coroa.

Internamente, consolidou-se o parlamentarismo. O primeiro ministro, chefe de governo, era responsável junto ao Parlamento. Dois partidos disputavam o eleitorado: o liberal burguês “whig”, cujo principal líder era Gladstone, e o conservador aristocrata “tory”, que tinha como líder mais importante Disraeli. O Partido Trabalhista, nitidamente socialista, surgiu em 1902, tornando-se uma nova opção para os eleitores. Em 1911, com o “Ato Parlamentar”, a Câmara dos Lordes perdia boa parte de seu poder, reduzida apenas à aplicação do efeito suspensivo às leis.

Aos poucos, o direito de voto foi sendo atribuído a todos os cidadãos, transformando o sistema em uma democracia. Assim, em 1918, podiam votar os homens maiores de 21 anos e mulheres maiores de 30 anos. Dez anos depois nova reforma – todos os maiores de 21 podiam votar.

Mas havia sérios problemas como a “Questão Irlandesa”. Os irlandeses, majoritariamente católicos, desencadearam um movimento separatista, no século XIX. Depois de muitas repressões e fuzilamentos, a questão só foi resolvida após a I Grande Guerra. A região foi dividida em Irlanda do Sul (Eire), de maioria católica, com capital em Dublin, tornada independente; e a Irlanda do Norte (Ulster), de maioria protestante, com capital em Belfast, ainda hoje domínio do Reino Unido.

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