História da Família Andrada
Ilustre família brasileira, os Andradas são oriundos da velha cepa espanhola do século XIII, e o nome está ligado ao de um castelo da Galícia. Do mesmo tronco provêm os Freire de Andrada, como o conde de Bobadela, que por trinta anos foi vice-rei e capitão-general do Rio de Janeiro, em meados do século XVIII.
O ramo brasileiro descende do português José Ribeiro de Andrada, que se radicou em Santos SP em fins do século XVII. Era funcionário das alfândegas e casou com a brasileira Ana da Silva Borges. Seu filho José de Andrada, também casado com brasileira, Maria Bárbara da Silva, teve nove filhos, dos quais três são os Andradas da independência e do primeiro reinado: José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca, tratado em verbete próprio; Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, magistrado, deputado geral, senador e ministro do império; Martim Francisco Ribeiro de Andrada, financista, deputado geral, ministro do império. Não se pode escrever a história do Brasil sem destacar a atuação política de sucessivas gerações de Andradas, a partir de meados do século XVIII.
O ramo brasileiro descende do português José Ribeiro de Andrada, que se radicou em Santos SP em fins do século XVII. Era funcionário das alfândegas e casou com a brasileira Ana da Silva Borges. Seu filho José de Andrada, também casado com brasileira, Maria Bárbara da Silva, teve nove filhos, dos quais três são os Andradas da independência e do primeiro reinado: José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca, tratado em verbete próprio; Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, magistrado, deputado geral, senador e ministro do império; Martim Francisco Ribeiro de Andrada, financista, deputado geral, ministro do império. Não se pode escrever a história do Brasil sem destacar a atuação política de sucessivas gerações de Andradas, a partir de meados do século XVIII.
Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva. Nasceu em Santos SP, em 1o de janeiro de 1773. Irmão de José Bonifácio o Patriarca, foi magistrado, político e orador. Após diplomar-se em filosofia e direito pela Universidade de Coimbra, iniciou sua carreira política como juiz de fora em Santos. Nomeado ouvidor e corregedor em Olinda PE (1817), participou da revolução de 1817, sendo por isso preso e levado a ferros para a Bahia, onde permaneceu no cárcere até ser eleito deputado às Cortes de Lisboa (1821). Lá se revelou notável orador parlamentar, comparado ao conde de Mirabeau, por sua eloquência e coragem. Defendeu a autonomia brasileira, recusando-se, juntamente com outros patriotas, a assinar a constituição, que repunha o Brasil em sua antiga situação colonial. Feita a independência, foi o líder da Assembleia Constituinte de 1823, que não chegou todavia a terminar seus trabalhos, votando o projeto da autoria do próprio Antônio Carlos, por ter sido dissolvida por D. Pedro I. Preso e deportado, voltou a atuar na política no fim da Regência, como deputado na legislatura de 1838-1841, quando chefiou o movimento que antecipou a maioridade de D. Pedro II. Passou então a ocupar a pasta do império (1840), no "ministério das famílias", assim chamado por dele participarem elementos das famílias Andrada (paulista) e Cavalcanti (pernambucana). Na reunião em que se destituiu o ministério, presente o imperador, Antônio Carlos teria dito ao irmão, ministro da Fazenda: "Não te disse, Martim, que quem se mete com crianças amanhece molhado? Vamos embora." Escolhido senador por Pernambuco, faleceu logo depois, em 5 de dezembro de 1845, no Rio de Janeiro.
Martim Francisco Ribeiro de Andrada. Irmão e genro de José Bonifácio, nasceu em Santos SP em 1776. Formado em filosofia (1797) e matemática (1798) pela Universidade de Coimbra, retornou logo depois ao Brasil para exercer as funções de inspetor-geral das minas de São Paulo. Como ministro da Fazenda no primeiro ministério do Brasil independente (1822), começou a executar um programa francamente nacionalista, taxando os produtos importados, "com especialidade os de manufatura portuguesa". Resistiu a todas as pressões no sentido de recorrer ao empréstimo externo, expediente que qualificou de pernicioso, para equilibrar o tesouro, depauperado pelas lutas da independência. Lançou então um empréstimo interno, por dez anos, dando como garantia a renda da província do Rio de Janeiro, única com que podia contar no momento, em face da situação. Concitou capitalistas e comerciantes a subscreverem o empréstimo, no que foi atendido. Em sua proclamação, o ministro mostrava-se empenhado em transformar a "terra da escravidão em terra da liberdade", com o fortalecimento da nação brasileira contra os seus inimigos internos e externos. Eleito para a Assembleia Constituinte de 1823 por São Paulo e pelo Rio de Janeiro, optou pela terra natal, que representou na Câmara de 1836 a 1842. Foi também deputado por Minas Gerais na legislatura de 1830-1833. Voltou a ocupar a pasta da Fazenda em 1840. Faleceu em 23 de fevereiro de 1844, em Santos SP.
José Bonifácio o Moço. Filho do precedente e neto do Patriarca, nasceu em 8 de novembro de 1827 em Bordéus, França, durante o exílio paterno. Educou-se, porém, no Brasil, diplomando-se em direito pela Faculdade de São Paulo. Professor em duas faculdades, a do Recife e a de São Paulo, exerceu grande influência sobre a mocidade de seu tempo. Além de deputado provincial e geral, foi senador e ministro do império no gabinete Zacarias, (1864). Orador romântico, defendeu as ideias liberais da época e bateu-se pela libertação dos escravos, imediata e sem indenização. Morreu em 26 de outubro de 1886, em São Paulo.
Martim Francisco III. Bisneto do Patriarca pelo lado materno, filho do segundo Martim Francisco, nasceu em 11 de fevereiro de 1853 em São Paulo SP. Foi político, advogado e escritor. Membro do Partido Liberal, formou a ala mais exaltada do grupo federalista, chegando mesmo a defender a separação de São Paulo do resto do país. Na república, conservaria suas convicções monarquistas, apesar de ter aceitado mais de um mandato eletivo e de ter exercido em São Paulo o cargo de secretário de Fazenda. Deixou um Diário em cinco volumes, de que publicou alguma coisa em vida: os volumes Rindo (1919) e Contribuindo (1921). Faleceu em 20 de abril de 1927, em São Paulo.
Antônio Carlos IV . Da terceira geração andradina, filho de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, nasceu em 5 de setembro de 1870 em Barbacena MG. Diplomou-se em direito pela Faculdade de São Paulo. Deputado e senador estadual, secretário do governo mineiro, deputado federal, relator da receita, ministro da Fazenda (1917-1918) e presidente de Minas Gerais (1926-1930), foi um dos chefes da revolução de 1930. Novamente ministro da Fazenda (1930), elegeu-se depois à Constituinte de 1933, que presidiu com tato e elegância, continuando, em seguida, na presidência da Câmara dos Deputados. Abandonou a política em 1937 e faleceu em 1o de janeiro de 1946, no Rio de Janeiro.
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