Andorra | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Andorra

Andorra | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Andorra

Bandeira de AndorraAndorra tem uma superfície de 468km2 e limita-se ao sul e a oeste com a província espanhola de Lérida, e ao norte e a leste com os departamentos franceses de Ariège e Pireneus Orientais, a meio caminho entre Barcelona, na Espanha, e Toulouse, na França. O país é constituído por profundos vales e altas montanhas, onde existem inúmeras aldeias.

O principado de Andorra, situado numa agreste região da cordilheira dos Pireneus, manteve durante séculos sua independência política, sua língua e tradições, sem perder a vinculação com os dois países que o cercam, França e Espanha.

Geografia física

Geografia física 

Situado na zona axial pirenaica, sobre terrenos da era paleozóica (gnaisse e granito), o relevo de Andorra se deriva da orogenia herciniana e do rejuvenescimento alpino, ainda que sua configuração atual seja o resultado da erosão fluvioglacial do período quaternário. O ponto culminante do país é o pico Coma Pedrosa, de 2.975m.

O clima de Andorra é típico das montanhas mediterrâneas. As precipitações (chuvas no verão e neve no inverno) são modestas, levando-se em conta a situação montanhosa da região, e aumentam com a altitude, oscilando entre 711mm anuais de Sant Julià, na zona baixa do vale, e mil milímetros de Soldeu. As temperaturas são muito frias no inverno (-17o C nas regiões mais altas) e amenas no verão.


Mapa de Andorra

O território de Andorra é drenado pela bacia do rio Valira, afluente do Segre, que por sua vez desemboca no Ebro. O regime das águas do Valira é muito irregular, crescendo no período do degelo (junho) e se caracterizando também por seu alto poder de erosão. Outro elemento típico da hidrografia andorrana são os lagos de origem glacial.

Os bosques cobrem dois quintos do território e as espécies mais abundantes são os carvalhos e pinheiros. A partir dos 2.400m de altitude estende-se  o prado alpino.

População de Andorra

População de Andorra

Até meados do século XX, a população de Andorra tendia a emigrar para as regiões mais desenvolvidas dos países vizinhos. Entretanto, a partir da década de 1950, o principado se converteu num centro comercial muito procurado por espanhóis e franceses. Ocorreu um forte impulso no desenvolvimento econômico e inversão das tendências demográficas, pois a intensa imigração provocou um rápido aumento populacional (de cinco mil habitantes no princípio da década de 1940 passou para cinqüenta mil na de 1990). A população se concentra principalmente na capital, Andorra la Vella, e em Les Escaldes. O restante do país é ocupado por pequenas aldeias dispersas nos vales dos Pireneus orientais. A língua oficial é o catalão, mas também se falam o espanhol e o francês. Predomina o catolicismo.

Economia de Andorra

Economia de Andorra

Até a década de 1950 Andorra era um país de economia primária, com atividades voltadas para a agricultura e a pecuária. No entanto, as particularidades de seu sistema fiscal propiciaram uma grande especialização nos setores do comércio e do turismo. A atividade comercial se beneficiou dos baixos preços dos produtos, devido à inexistência de impostos e às reduzidas taxas aduaneiras. Com o desenvolvimento do comércio e do turismo, o setor primário entrou em decadência. As culturas mais importantes são o trigo e a batata, além do tabaco. A importância da atividade pecuária, favorecida por pastos abundantes, também diminuiu.

A indústria de Andorra se limita a pequenas empresas têxteis, madeireiras, de tabaco e artesanato. A topografia do país oferece grandes possibilidades para produção de energia hidrelétrica. As estradas são mantidas pela empresa Fuerzas Hidroeléctricas de Andorra S.A., e os acessos à Espanha e França, de tão fáceis, permitem um ativo contrabando de fumo e bens de consumo durável.

Geografia: Área: 453 km². Hora local: +4h. Clima: mediterrâneo. Capital: Andorra la Vella. Cidades: Andorra la Vella (20.700), Les Escaldes (15.500), Encamp (10.700) (2016).

População: 68 mil (2016); nacionalidade: andorrana; composição: espanhóis 61%, andorranos 30%, franceses 6%, outros 3% (1996). Idiomas: catalão (oficial), espanhol, francês. Religião: cristianismo 93,4% (católicos 89,2, outros 4,3%), sem religião 5%, outras 1,5% (2016).

Relações Exteriores: Organizações: ONU. Embaixada: Missão Permanente de Andorra junto às Nações Unidas. 2, United Nations Plaza, 25th Floor, New York, NY 10017, EUA; e-mail: andorra@un.int

Governo: Monarquia parlamentarista. Div. administrativa: 7 paróquias. Partidos: Liberal de Andorra (PLA), Social Democrata (PS), Democrata (PD). Legislativo: unicameral – Conselho Geral, com 28 membros. Constituição: 1993.

O principado de Andorra constitui minúsculo território entre a Espanha e a França. Encravado nos montes Pirineus Orientais, a quase 3 mil metros de altitude, o país recebe mais de 3 milhões de visitantes por ano, atraídos por suas estações de esqui. Além do turismo, a economia baseia-se em transações financeiras. A influência da Catalunha, região espanhola com a qual faz fronteira, reflete-se na culinária e na língua – o catalão é o idioma oficial. Por sete séculos, Andorra permanece sob a suserania de seus vizinhos, dominada pelo chefe de Estado francês e pelo bispo de Urgel (Espanha). Em 1993, a população aprova em plebiscito a independência.

História de Andorra

História de Andorra

A região é habitada por cartagineses, romanos e tribos bárbaras até o século VIII, quando é ocupada pelos árabes. Em 803, o imperador franco Carlos Magno a conquista, e, em 1278, o bispo de Urgel se torna co-suserano da região, com o conde de Foix. Os direitos desse último passam à Coroa francesa em 1607 e, mais tarde, ao chefe de Estado francês. Após 1950, o turismo e a zona franca impulsionam a economia do país. A partir de 1970, o direito de voto é ampliado – até então era restrito aos homens de família há pelo menos três gerações no país.

Desde o ano de 803, o país constituiu parte da província hispânica carolíngia, e em 819 Luís I o Piedoso, filho de Carlos Magno, cedeu seu domínio ao bispo de Urgel (Espanha). Por meio de sucessivas concessões, os bispos de Urgel foram adquirindo atribuições de governo. No século XI Andorra era cobiçada pelos senhores de Urgel e de Cerdaña, mas o bispo de Urgel, para defender-se de seus vizinhos, aliou-se à família Caboet, dando-lhe um feudo, o vale de Andorra. No final do século XII e início do século XIII, o feudo foi cedido sucessivamente aos Castellbó e aos condes de Foix. A superposição de tantos direitos feudais sobre o vale e o poder dos condes de Foix, que freqüentemente contestavam a suserania do bispo de Urgel, provocaram tensões e constantes choques armados.

Andorra La Vella, Capital de Andorra
Andorra La Vella, Capital de Andorra
Em 1278, sob a arbitragem do rei de Aragão, celebrou-se o chamado pariage (paridade), que organizou politicamente o vale e é, ainda hoje, a base do regime. No século XVI, com a chegada ao trono da França do primeiro Bourbon, os direitos sobre Andorra passaram àquela casa real, que mantinha laços de parentesco com os condes de Foix. O equilíbrio político entre o estado francês e o bispo de Urgel se rompeu com a revolução francesa, mas foi restabelecido por Napoleão em 1806. Posteriormente, Andorra conservou sua independência e sua peculiar estrutura política de soberania compartilhada entre o chefe de estado francês e o bispo de Urgel.

O sistema político, administrativo e judicial de Andorra remonta a 1280, o que explica suas reminiscências medievais. O co-principado é exercido pelos veguers, por delegação do estado francês e do bispo de Urgel. O poder legislativo é exercido por um conselho eleito pelo sufrágio universal, na proporção de quatro representantes por paróquia. Tal conselho, por sua vez, elege um síndic, que exerce o poder executivo. O poder judiciário é representado por juízes nomeados pelos co-príncipes. Andorra não tem personalidade jurídica internacional, e o principado é representado junto a outras nações pelo estado francês e pelo bispado de Urgel.

Arte de Andorra

Arte de Andorra

A manifestação cultural mais importante de Andorra é a arquitetura românica, representada pelas igrejas do século XII, com uma só nave e elegante campanário. Destaca-se também a obra pictórica dos mestres de Santa Colomba e Andorra, dentro do estilo românico dos séculos XII e XIII.

Soberania – A falta de hierarquia entre a autoridade do Conselho Geral de Andorra, órgão interno de administração, e a dos co-príncipes dificulta a definição do status internacional da nação. Na década de 1980 aumenta o debate sobre a soberania. Em 1990, Andorra estabelece união aduaneira com a União Européia (UE). Três anos depois é aprovada a nova Constituição, que define Andorra como Estado soberano, co-principado parlamentarista. O presidente da França e o bispo de Urgel permanecem formalmente como chefes de Estado, mas o poder é de fato transmitido ao chefe de governo local, eleito pelo Parlamento. Andorra passa a ter Judiciário próprio e autonomia em política externa. O primeiro-ministro, Marc Forné Molné, no poder desde 1994, é reeleito em 1997. Em 2000, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) inclui Andorra em lista de países considerados paraísos fiscais, que atraem investimentos ao conceder isenção de impostos.

O Partido Liberal de Andorra (PLA), do primeiro-ministro Molné, vence as eleições parlamentares de 2001. Em maio de 2003, Joan Enric Vives Sicilia assume a função de bispo de Urgel e co-príncipe de Andorra. No mesmo ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que o governo amplie a fiscalização das atividades financeiras no país.

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