Guerra da Bósnia (1992-1995)

Guerra da Bósnia (1992-1995)

Guerra da Bósnia (1992-1995)

Guerra civil pela posse de territórios na região da Bósnia-Herzegovina entre três grupos étnicos e religiosos: os sérvios, cristãos ortodoxos; os croatas, católicos romanos; e os bósnios, muçulmanos. Mais tarde atinge também a Croácia. Tem início em abril de 1992 e se estende até dezembro de 1995, com a assinatura do Acordo de Dayton. É o conflito mais prolongado e violento vivido pela Europa depois da II Guerra Mundial, com duração de 1.606 dias e 200 mil mortos.

Nacionalismo – Com o fim dos regimes socialistas, a partir da desintegração da URSS, emergem as diferenças étnicas, culturais e religiosas entre as seis repúblicas que formam a Iugoslávia, impulsionando movimentos pela independência. Na Bósnia-Herzegovina cresce o nacionalismo sérvio que quer restaurar a chamada Grande Sérvia, formada por Sérvia, Montenegro, parte da Croácia e quase toda a Bósnia. Quando os bósnios decidem pela independência do país e os sérvios não aceitam, os combates entre os dois grupos intensificam-se. A situação de guerra civil é caracterizada em abril de 1992.

GUERRA DA BÓSNIA (1992-1995)Limpeza étnica – Nas áreas ocupadas, os sérvios da Bósnia fazem a chamada limpeza étnica: expulsão dos não sérvios, massacre de civis, prisão da população de outras etnias e reutilização dos campos de concentração da II Guerra Mundial. A Bósnia-Herzegovina pede a intervenção militar internacional, mas só recebe ajuda humanitária, como alimento e medicamentos. A Croácia entra no conflito. No primeiro momento reivindica parte do território bósnio e, em uma segunda etapa, volta-se contra a Sérvia. Com o acirramento da guerra, a Otan envia tropas. A ONU manda uma força de paz, que, no fim de 1995, chega a 40 mil membros. Tentativas de cessar-fogo propostas pela ONU são repetidamente desrespeitadas. No início de 1995, os sérvios dominam 70% do território da Bósnia-Herzegovina. O quadro muda após a Batalha de Krajina, em agosto, da qual os croatas saem vitoriosos. A relação de forças torna-se mais equilibrada e facilita a estratégia dos Estados Unidos de promover uma negociação de paz.

Negociação – Um acordo proposto pelos EUA, negociado em Dayton, Ohio, é assinado formalmente em dezembro de 1995, em Paris. Ele prevê a manutenção do Estado da Bósnia-Herzegovina com suas fronteiras atuais, dividido em uma federação muçulmano-croata, que abrange 51% do território, e em uma república bósnia-sérvia, que ocupa os 49% restantes. É previsto um governo único entregue a uma representação de sérvios, croatas e bósnios. Em 1996, a missão de paz da ONU na região é assumida pelas tropas da Força de Implementação da Paz, da Otan, com 60 mil militares e mandato até dezembro de 1996. Para reforçar o Acordo de Dayton, várias vezes sob ameaça, os EUA realizam no decorrer do ano reuniões em Roma e Genebra.

Tribunal de Haia – Em maio de 1996, o Tribunal Internacional de Haia inicia o julgamento de 57 suspeitos de crimes de guerra. Os acusados mais importantes são o líder sérvio Radovan Karadzic, presidente do Partido Democrático Sérvio e da República Sérvia (Srpska), e seu principal comandante militar, o general Ratko Mladic. Ambos são responsáveis pelo massacre ocorrido na cidade de Srebrenica, no qual 3 mil refugiados bósnios muçulmanos foram executados e enterrados em fossas e 6 mil encontram-se desaparecidos. Em maio de 1997, o Tribunal de Haia condena o sérvio-bósnio Dusan Tadic a 20 anos de prisão por crime contra a humanidade em virtude da participação no extermínio de muçulmanos na Bósnia.

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