Alexandre Rodrigues Ferreira

Alexandre Rodrigues Ferreira

Ilustração de Alexandre Rodrigues Ferreira
Alexandre Rodrigues Ferreira nasceu na Bahia em 27 de abril de 1756. Depois de desistir da carreira eclesiástica, na qual chegara a tomar ordens menores, embarcou para Portugal e matriculou-se na Universidade de Coimbra. Doutorou-se em filosofia e até 1783 trabalhou no Real Museu da Ajuda.

Estudar em detalhes e sob diferentes aspectos a realidade da Amazônia foi o objetivo da expedição científica que percorreu a região entre 1783 e 1792 e efetuou, a mando da coroa portuguesa e sob a chefia do naturalista brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira, a chamada "viagem filosófica".

Indicado pela congregação de Coimbra, desde 1778, para chefiar a expedição ao Brasil, só em princípios de 1783 foi nomeado pela coroa. Incumbido de realizar "todo gênero de observações filosóficas e políticas sobre as diferentes repartições e dependências da população, agricultura, navegação, comércio, manufaturas", desembarcou em Belém em outubro do mesmo ano. Iniciou suas pesquisas pela ilha Grande de Joannes (Marajó) e percorreu em seguida o sertão do Pará, partes de Mato Grosso e as regiões dos rios Negro, Branco, Madeira e Guaporé. De volta a Belém em janeiro de 1792, deu por encerrada a missão e em outubro regressou a Lisboa.

Dos nove anos de pesquisa, resultou uma preciosa coleção destinada ao Real Museu de Lisboa: milhares de espécimes empalhados, herbários, minerais e fósseis, acompanhados de ilustrações e de cerca de sessenta memórias, com observações referentes a zoologia, botânica, mineralogia, geografia, antropologia e etnografia. Durante a ocupação de Portugal pelas tropas napoleônicas, foi confiscado, a pedido do naturalista francês Étienne Geoffroy de Saint-Hilaire, todo o material coletado por Rodrigues Ferreira. Em 1814, a coleção de manuscritos e desenhos foi devolvida ao governo português. A injustiça, porém, já havia sido consumada, mormente porque se atribuíram a Saint-Hilaire observações e descobertas que, de fato, se deviam aos esforços de Rodrigues Ferreira.

Com a morte do naturalista, a coroa portuguesa assumiu a responsabilidade de seu acervo. O material da "viagem filosófica", confiado à Real Academia de Ciências em 1838, foi requisitado pelo governo brasileiro para publicação. Enviado ao Brasil em cinco volumes com 912 estampas, e posto à guarda da seção de manuscritos da Biblioteca Nacional, permaneceu praticamente inédito por quase dois séculos. Só em 1972 o Conselho Federal de Cultura procedeu a sua divulgação em Viagem filosófica às capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. Em 1992, a Biblioteca Nacional mostrou, no Rio de Janeiro, numa exposição intitulada "Amazônia", parte do acervo de Rodrigues Ferreira, morto em Lisboa em 23 de abril de 1815.

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