Literatura da Austrália e Nova Zelândia

Literatura australiana - Os primeiros colonos se estabeleceram na
Austrália em 1788. A maioria era constituída por delinquentes
deportados, soldados e administradores, logo seguidos por colonos
livres. O encontro com um novo mundo e as peculiaridades da sociedade
que ali se desenvolveu foram fatores determinantes para que os primeiros
escritos fossem de natureza descritiva.
Século XIX - A literatura australiana do século XIX, marcada pela falta
de estilo próprio e maturidade, evoluiu continuamente para os temas
locais. Cronologicamente, a poesia precedeu ao romance e este ao teatro.
Em 1819 surgiu em Sidney a primeira obra impressa na colônia, The First
Fruits of Australian Poetry (Os primeiros frutos da poesia
australiana), escrita por Barron Field.
O romance apareceu por volta de 1850. Os primeiros textos faziam
descrições pitorescas das condições de vida na colônia, do banditismo à
febre do ouro. O teatro constituiu-se num entretenimento habitual desde
essa época. Durante o século XIX predominaram dois tipos de obras, de
qualidade duvidosa: os dramas em verso e as adaptações de obras
europeias famosas.
Século XX - A partir do século XX o sucesso dos prosadores superou o dos
poetas. Victor Daley compôs poemas românticos e algumas sátiras
mordazes; Christopher Brennan trabalhou uma lírica simbolista de
inspiração europeia; C. J. Dennis foi o continuador da tradição da
balada e Kenneth Slessor escreveu vigorosos poemas dramáticos.
A figura dominante da segunda metade do século XX foi Patrick White, que em 1973 ganhou o Prêmio Nobel de literatura, com obras de feição existencialista. Romancistas importantes do período foram também Martin Boyd, que em suas obras analisou a vida na Inglaterra e na Austrália; Randolph Stow, autor de narrativas de caráter simbólico, e Thomas Keneally.
A literatura dramática da Austrália, ainda que pouco numerosa, cresceu ao longo do século XX. Louis Esson pretendeu criar um teatro nacional semelhante ao que existia na Irlanda; todavia, as diferentes circunstâncias sociais e políticas dos dois países impediram que atingisse seu objetivo.
Literatura neozelandesa - O fato de que os primeiros povoadores a se
fixarem na Nova Zelândia foram comerciantes e livres colonizadores, ao
invés de degredados, marcou notáveis diferenças entre a literatura
australiana e a neozelandesa.
Século XIX - Até o final do século XIX não existiu uma verdadeira
literatura neozelandesa. Durante esse período, a prosa se caracterizou
pelo realismo, vinculado aos acontecimentos do cotidiano. Os primeiros
escritos foram crônicas e relatos autobiográficos, entre eles Old New
Zealand (1863; Velha Nova Zelândia), de F. E. Maning, e First Year in
Canterbury Settlement (1863; Primeiro ano na colônia de Canterbury), de
Samuel Butler.
Século XX - No início do século XX surgiu a figura mais relevante da
literatura neozelandesa, a contista Katherine Mansfield, que, embora
radicada na Inglaterra, desenvolveu temas neozelandeses nas obras At the
Bay (1922; Na baía) e The Garden Party (1922; Festa no jardim), com as
quais alcançou renome internacional. À mesma época pertencem Jane
Mander, autora de The Story of a New Zealand River (1922; História de um
rio da Nova Zelândia), e William Satchell.
Durante as décadas de 1920 e 1930 apareceram alguns poetas e prosadores notáveis. Entre os primeiros se destacam A. R. D. Fairburn, R. A. K. Mason e Denis Glover. Na prosa, quem mais se sobressaiu foi Frank Sargeson, autor de numerosos contos. O sucesso de todos eles deveu-se ao fato de terem utilizado em suas obras elementos locais, atendendo assim ao gosto de seus leitores, que, em sua maioria, eram camponeses. Os romancistas mais famosos desse período foram John A. Lee e John Mulgan, cujo Man Alone (1939; Homem solitário) é um dos mais notáveis romances neozelandeses. A história e o ensaio tiveram também representantes, entre eles, o célebre poeta Keith Sinclair.
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