Balada, O Que é Balada?

Balada, O Que é Balada?

Balada, O Que é Balada?São conhecidos como balada diversos gêneros poéticos e musicais de origem popular e, inicialmente, ligados ao canto e à dança. É como se apresentam, em meados do século XIII, na Provença e na península itálica, já ostentando várias formas. No século seguinte, ao musicá-las, o poeta e compositor Guillaume de Machaut regularizou o gênero em três quadras, cada uma com seu estribilho, para o canto em três ou quatro vozes. No século XV, apareceram baladas literárias sem qualquer vinculação com a música, como as de François Villon, em oitavas, de características totalmente originais. Uma delas, a "Ballade des pendus" (1489; "Balada dos enforcados"), é unanimemente apontada como obra-prima.

Existem obras literárias com o nome de balada desde o final da Idade Média. Entre as que ficaram célebres, incluem-se algumas de François Villon, William Wordsworth e Samuel Coleridge.

A balada narrativa, de transmissão oral entre os cantadores ingleses e escoceses do século XV, era semelhante ao modelo provençal. O tipo ballad-stanza, estrofe de quatro versos rimados aos pares e com destaque para o refrão, era empregado para contar feitos lendários de guerreiros e heróis populares. Assim como os romances espanhóis dessa mesma época, o gênero deu origem à balada literária do século XVIII, depois de serem publicadas, na Inglaterra, as Reliques of Ancient English Poetry (1765; Relíquias da antiga poesia inglesa), do bispo Thomas Percy, que incluíam "Edward, o Edward", "Robin Hood" etc. A coletânea fixou um modelo que exerceu grande influência não só na literatura inglesa como em toda a Europa, e conferiu uma nota típica aos autores pré-românticos e do Sturm und Drang.

Ficaram célebres as Lyrical Ballads (1798; Baladas líricas), de Wordsworth e Coleridge, particularmente "The Ancient Mariner" ("O velho marinheiro"), de Coleridge, com uma atmosfera fantástica. Na Alemanha, sobressaíram como cultores do gênero Gottfried August Bürger, sobretudo com Lenore (1773) e Die Weiber von Weinsberg (1775; As mulheres de Weinsberg), e Goethe, entre cujas Balladen und Romanzen (1800) estão "Der Zauberlehrling" ("O aprendiz de feiticeiro"), "Die Braut von Korinth" ("A noiva de Corinto") e "Der Totentanz" ("A dança macabra"). As baladas de Schiller adquiriram um tom muito diferente, com intenção moral e sentido religioso. Também foram baladistas em língua alemã os poetas Ludwig Uhland, Heinrich Heine e o suíço Conrad Ferdinand Meyer.

No século XIX, o gênero, já em decadência, ainda contou com importantes contribuições de poetas  escandinavos e de outras línguas, como o tcheco, o húngaro e o finlandês, enquanto apareciam na França as Odes et ballades (1828), de Victor Hugo, e muito mais tarde as Ballades françaises, de Paul Fort. Na Inglaterra, estiveram entre os últimos autores desse tipo de poesia o pré-rafaelita Dante Gabriel Rossetti das Ballads and Sonnets (1881; Baladas e sonetos) e o Oscar Wilde da tocante Ballad of Reading Gaol (1898; Balada do cárcere de Reading). Foi dentro desse contexto que alguns compositores românticos, especialmente Chopin e Brahms, numa alusão subjetiva ao gênero literário, deram a peças suas o nome de balada. As do primeiro foram publicadas entre 1836 e 1842, e as do último em 1856.

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