Esquizofrenia

Alteração associativa, dissolução dos laços afetivos e autismo - rompimento profundo das ligações com o mundo exterior - e sensação subjetiva de irrealidade são sintomas básicos da esquizofrenia.
Sob a classificação de esquizofrenia são agrupados vários distúrbios hoje claramente distintos: a esquizofrenia simples, a hebefrênica, a catatônica e a paranoide. Suas causas não estão bem identificadas. Ainda que o fator hereditário seja relevante, fatores psicológicos e sociais influem em sua manifestação.
Síndrome esquizofrênica
Os sintomas básicos da esquizofrenia constituem uma síndrome de caráter primário, na qual aparecem frequentemente a sensação de perda do controle da própria atividade psíquica, uma vivência de despersonalização, uma percepção catastrófica da realidade, associada a outros delírios, e alucinações.
O aspecto externo do esquizofrênico costuma variar entre a normalidade, o artificialismo, a afetação e a extravagância mais absoluta. É comum a desorientação cronotópica (dissociação entre tempo e espaço), associada em muitos casos a fenômenos alucinatórios e a distúrbios da auto-identificação. Isso leva às vezes a uma sensação de distanciamento com relação à própria personalidade e de estranheza diante do mundo externo habitual. O processo acaba em um total desdobramento da personalidade e no aparecimento de uma nova identidade, que não precisa de uma justificativa racional. Dessa forma, é frequente a alteração da estrutura corporal e a percepção do próprio corpo de forma contraditória e, algumas vezes, absurda.
Discurso e pensamento esquizofrênicos
O esquizofrênico produz um discurso verbal absolutamente característico, qualificado como "estilo esquizofrênico". Nesse tipo de discurso aparecem com frequência palavras e expressões altissonantes, neologismos atípicos e formas verbais não-controladas. O tom de voz pode chegar a ser muito baixo. O discurso se torna incoerente na fase de desagregação máxima e é impossível manter uma conversa normal com o paciente.
O esquizofrênico se queixa frequentemente de uma invasão de seu próprio pensamento, sensação que se traduz como um "roubo de ideias" ou um "pensamento sonoro". A capacidade de raciocínio se vê profundamente afetada e é ainda mais transtornada pelo surgimento de ideias delirantes, que não apresentam relação aparente com uma alteração somática, nem com uma experiência anterior. Essas ideias aparecem de improviso, como uma inspiração ou intuição, ou como uma interpretação absurda de um fato ou objeto. Não se acham sistematizadas ou racionalizadas.
Tipos de esquizofrenia
Na chamada esquizofrenia simples, pouco comum, o mais importante é o progressivo empobrecimento psíquico e a acentuação, também progressiva, dos comportamentos autistas e extravagantes. Outro processo de rápida evolução é o da esquizofrenia hebefrênica. Ocorrem distúrbios de pensamento, sensação de falta de controle da vida psíquica, vivência de interceptação do pensamento e perda do sentido de realidade. Aparecem, também, problemas de linguagem e de estrutura corporal. Nem sempre ocorrem alucinações. A afetividade e a conduta social experimentam alterações profundas.
A esquizofrenia catatônica está associada a alterações da psicomotricidade e ao bloqueio das ações voluntárias. Nas primeiras fases, o movimento pode ser feito de forma estereotipada e repetitiva. O mesmo acontece com a fala, que pode chegar a desaparecer completamente. No que diz respeito ao movimento, pode ocorrer, em fases mais avançadas, imobilidade completa (estado hipocinético) ou hiperatividade (estado hipercinético).
A esquizofrenia paranoide se caracteriza pela presença de ideias delirantes e de alucinações. O delírio não está completamente sistematizado, e outros sintomas esquizofrênicos aparecem nas últimas fases. Esse tipo de esquizofrenia costuma manifestar-se em idades mais avançadas.
Um único indivíduo pode experimentar vários tipos de esquizofrenia ao mesmo tempo. Em alguns casos, pode haver também uma associação com sintomas de outras psicoses, principalmente as maníaco-depressivas.
Evolução e tratamento
Em seu estado final, a esquizofrenia pode chegar à demência. Acredita-se que uma quarta parte dos casos apresenta melhora espontânea e que os casos de demência esquizofrênica alcançam a mesma proporção. O tratamento clássico com métodos de choque (coma insulínico e eletrochoque) foi substituído progressivamente pelos psicofármacos (cloropromacina, reserpina e seus derivados) e pela psicoterapia analítica, ocupacional e de ressocialização.
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