Pensamento

Pensamento

PensamentoPensamento é o conjunto de atividades que se incluem no estudo dos processos cognitivos superiores da formação de conceitos, do raciocínio e da solução de problemas. O pensamento se caracteriza por exigir períodos mais ou menos longos de latência, durante os quais as atividades internas são suspensas ou interrompidas. A latência ocorre quando o indivíduo se defronta com situações novas, mais ou menos complexas, para as quais não encontra esquemas de resposta já montados ou estruturados por aprendizagem prévia.

A psicologia moderna, e sobretudo a escola behaviorista, raramente fala de inteligência, a não ser em relação a sua medida nos testes. Fala de pensamento, entendendo por isso o processo de procura da solução de um problema.


A manifestação máxima do pensamento é o raciocínio, pelo qual se chega a novas verdades a partir de outras anteriormente conhecidas. O raciocínio se desenvolve de duas formas: a indução, que parte dos dados particulares para alcançar uma lei geral; e a dedução, que de verdades gerais destaca afirmações particulares. A natureza das premissas no procedimento dedutivo, assim como os fatores emocionais, influem na aparição de erros lógicos nos raciocínios. A forma mais perfeita do raciocínio é o pensamento criativo, caracterizado por desenvolver-se em várias fases: preparação ou organização dos dados existentes; determinação da dificuldade do problema e elaboração de pensamentos sobre o assunto; aparição espontânea de pensamentos relacionados com o problema; e iluminação ou organização de uma ideia central ou esquema que proporciona a solução do problema.

Formação de conceitos
Cabe distinguir o pensamento de outros processos afins, como a percepção e a imaginação. Frente à percepção, que exige a presença real de objetos, e ao contrário do que ocorre com a imaginação que, apesar de não ter a mesma exigência, também os representa iconograficamente (isto é, sob a forma de imagens), o pensamento pode prescindir dos objetos e, o que é mais importante, representa-os de forma simbólica. Essa representação simbólica se efetua por meio de um processo de abstração. A partir de uma seleção feita sobre os dados sensoriais, o pensamento constrói conceitos representativos do mundo exterior e do que nele acontece.

Raciocínio e processo de solução de problemas
Costuma-se definir a psicologia do pensamento como a teoria de todos os processos de solução de problemas, mas seu campo de estudo compreende as propostas de realização de tarefas de caráter estritamente intelectual. São qualificados como intelectuais alguns dos processos cuja realização foi observada nos animais superiores, especialmente nos primatas. Não obstante, comprovou-se que, conquanto os animais possam utilizar instrumentos e consegui-los por meios naturais, não podem elaborá-los utilizando outros instrumentos. Foi demonstrado que sua manipulação dos conceitos se dá sempre na relação imediata conceito-efeito físico, sem que se dê nenhuma elaboração de segunda ordem na relação conceito-conceito.

A perspectiva behaviorista tenta explicar o processo de solução de problemas usado por todos os organismos superiores, inclusive o homem. Para isso, utiliza uma estratégia de aprendizagem em que um organismo é orientado para um objetivo determinado, que se traduz na execução de atividades inicialmente frustradas e depois progressivamente acertadas em virtude de avanços parciais que se produzem por casualidade. Essa conduta cada vez mais acertada tende a repetir-se, enquanto os atos errôneos "se extinguem", desaparecem. A tática é aplicável não só ao problema concretamente estudado, mas a todos os demais do mesmo tipo.

Os psicólogos da escola gestaltista concederam muita atenção às questões relacionadas com o pensamento em geral, e com o processo de solução de problemas em particular. Para esses teóricos era mais importante compreender do que acumular dados experimentais em torno do processo, como fazem os behavioristas. Isso não os impediu de realizar um grande número de experiências, orientadas especificamente para a comprovação de determinados princípios gerais, como o da reorganização dos diferentes elementos que constituem o problema. Segundo os psicólogos dessa escola, todo problema tem uma "estrutura" que deve ser descoberta, equilibrada ou reorganizada. Esses processos se produzem em virtude de uma iluminação repentina (insight), que permite vislumbrar a solução desejada ou a forma do processo que a ela conduz. As contribuições dessa corrente foram de grande valia para a constituição da perspectiva cognitiva.

Na psicologia cognitiva, que considera os sujeitos humanos como sistemas de processamento de informação, o processo de solução de problemas é estudado no contexto da realização de uma tarefa que constitui o problema, cuja resolução tem lugar num "espaço de busca de soluções" situado dentro do sistema. As estratégias de busca da solução podem ser, nessa perspectiva, de tipo algoritmo (mecânico) ou de tipo heurístico. Em geral, a estratégia será algorítmica se o espaço de busca for pequeno (se o número de soluções possíveis for manejável), enquanto serão adotadas táticas de caráter heurístico (isto é, recursos que permitem limitar de forma aproximada o espaço de busca) se as soluções possíveis são muitas ou infinitas. Em qualquer um dos casos, o hábito prévio adquirido pelo sujeito com respeito à tarefa em questão ou outras parecidas influi sobre a realização. Também têm influência muitos outros fatores, entre eles a forma das instruções que definem o problema e o tempo dado para a busca da solução. Uma das estratégias possíveis para a busca de soluções consiste na aplicação de um raciocínio de tipo lógico, de caráter dedutivo ou indutivo, que pode ajustar-se de forma mais ou menos estrita às regras da lógica, o que pode tomar a forma de raciocínio específico de um contexto determinado (matemático, físico etc.)
Psicologia intercultural do pensamento
Na medida em que o pensamento ocupa posição central na determinação da conduta, submetida a influências culturais, e aparentemente se veja afetado por fatores como a memória e a percepção, que apresentam indícios de variação intercultural, autores de diversas tradições teóricas tentaram descobrir as relações entre cultura e pensamento mediante a realização de estudos interculturais. Os estudos confirmaram que a influência cultural está presente em todos os níveis de pensamento, desde a percepção até a resolução de problemas, mediante mecanismos como o estabelecimento da pertinência do problema proposto ou a familiaridade com o mesmo. Tais fatores podem modificar-se de um contexto cultural para outro, o que significa que nem todas as culturas estão igualmente preparadas para responder de forma flexível e adequada a certos tipos de problema.

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