Percepção e Percepção Visual

Percepção e Percepção Visual

Percepção e Percepção VisualPercepção é o termo utilizado em psicologia para designar o processo pelo qual se conhecem situações e objetos próximos no tempo e no espaço. Objetos distantes no tempo não podem ser percebidos, mas apenas evocados, imaginados ou pensados. Também não podem ser percebidos objetos distantes no espaço, quando ultrapassados os limites operacionais dos órgãos receptores ou quando obstruídos por obstáculos.

Diferentemente dos demais animais superiores, que captam e retêm as imagens da realidade a partir de sensações, o homem tem também a faculdade da percepção, ou seja, é capaz de interpretar esses dados sensoriais e integrá-los à consciência.

Para a maioria dos psicólogos, percepção é o processo cognoscitivo que permite ao observador tornar-se consciente de objetos, situações ou acontecimentos concretos e presentes. Os termos "objetos, situações ou acontecimentos" indicam que pela percepção se conhece não apenas uma qualidade do mundo circundante, como ocorre na sensação, mas uma totalidade mais complexa. O termo "presente"  distingue percepção de memória e o adjetivo "concreto" a diferencia da inteligência, que se processa no nível da abstração. Os psicólogos associacionistas consideram a percepção um simples produto de diversos elementos sensitivos vinculados a experiências anteriores. Os da escola da Gestalt (psicologia da forma) acentuam seu caráter global.

Atenção

O processo perceptivo mediante o qual o ser seleciona determinados elementos do fluxo sensorial e filtra os dados proporcionados pela sensação é um mecanismo de alerta do sistema nervoso que tem o nome de atenção. A atenção é necessária para fazer frente à limitada capacidade de absorção de informação externa. A informação de entrada de um determinado objeto ou aspecto da realidade pode organizar-se em "figuras" (Gestalten), que permitem manter numa situação de pré-consciência a parte da informação que se considera marginal. Entre os fatores objetivos que determinam a atenção figuram a posição do estímulo, sua intensidade física, seu tamanho, o fundo sobre o qual se destaca, seus movimentos, cores, luminosidade etc. Os fatores subjetivos são a novidade do estímulo, o caráter que poderá ter (desejável ou de potencial ameaça), sua incongruência etc.

Para que se tenha percepção de algum objeto, este precisa destacar-se do resto do mundo fenomênico, de forma a que sua estrutura se diferencie nitidamente dos demais objetos que o rodeiam. Estes, mais difusos, passarão a ser o "fundo" sobre o qual o objeto ("figura") se destaca. A relação figura-fundo varia segundo diferentes fatores e está sujeita a modificações que em determinadas circunstâncias podem transformar a figura em fundo e vice-versa. Às vezes será a proximidade de vários estímulos o fator decisivo para que estes se constituam em figura; em outras, será sua semelhança, intensidade, continuação etc.

Assim se explica, por exemplo, porque determinados sons de uma melodia se destacam de outros, pertencentes ao acompanhamento, embora estes, eventualmente, possam ser mais fortes ou estar mais próximos entre si. Há casos em que a passagem de figura a fundo e vice-versa ocorre pela saturação produzida no sistema nervoso por uma mesma classe de estímulos; é o que acontece quando alguém, ao fixar o olhar em determinados tipos de azulejos com desenhos simétricos, percebe maior ou menor nitidez de alguns deles, sem que tenha ocorrido qualquer modificação real no estímulo externo. Também a expectativa interna do indivíduo contribui para que ele perceba certos objetos em detrimento de outros, que se diluem no fundo.

Percepção visual
Além dos fatores gerais que determinam o que seja fundo, existem outros, específicos, para diferentes categorias de objetos e situações. Assim, para a percepção visual de profundidade, ou seja, a visão dos objetos em três dimensões no espaço, intervêm o contexto visível, a fisiologia ocular e a movimentação da cabeça. Sobre o contexto visível influem: (1) a interposição dos objetos, pela qual o que cobre parcialmente o outro surge aparentemente mais perto do observador; (2) o tamanho relativo, que faz a figura maior ser vista como mais próxima; (3) a perspectiva linear, pela qual quanto maior for a convergência linear, tanto mais distante parecerá o objeto; e (4) o jogo de luz e sombra, que também interfere na percepção da distância relativa dos objetos. Todos esses fatores são amplamente utilizados em pintura, para criar a percepção de três dimensões em figuras representadas sobre o plano, que só tem duas dimensões.

A percepção do movimento pode ser produzida não apenas pelo deslocamento real do objeto, mas também pela adição rápida e sucessiva de estímulos visuais procedentes de objetos fixos, como ocorre no cinema. Mesmo a percepção da causalidade, ou seja, a percepção do movimento de um objeto como se fosse causado por outro, depende da presença de uma série de fatores precisos. Isso pode fazer com que uma ação seja considerada efeito de uma causa, quando na realidade houve apenas uma simples sucessão de movimentos.

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