Lituânia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Lituânia
Geografia: Área: 65.200 km². Hora local: +5h. Clima: temperado continental. Capital: Vilnius. Cidades: Vilnius (555.000), Kaunas (380.000), Klaipeda (194.000).
População: 3,4 milhões; nacionalidade: lituana; composição: lituanos 80%, russos 9%, poloneses 8%, bielo-russos 2%, outros 1%. Idiomas: lituano (oficial), russo. Religião: cristianismo 87,6% (católicos 84,6%, outros 5,3% - dupla filiação 2,3%), sem religião 10,9, ateísmo 1,1%, outras 0,4%. Moeda: litas.
Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, Otan, UE. Consulado Geral Honorário: Tel. (11) 5681-9658, fax (11) 5521-4182 – São Paulo (SP); e-mail: litucons@uol.com.br.
Governo: República parlamentarista. Div. administrativa: 10 distritos subdivididos em municipalidades. Partidos: Trabalhista (DP), Social Democrata Lituano (LSDP), Nova União (NS), União da Pátria (TS), União de Centro e Liberal (LCS), União dos Camponeses e Nova Democracia. Legislativo: unicameral – Parlamento, com 141 membros. Constituição: 1992.
Localizada no centro-norte da Europa, a Lituânia é a maior das três repúblicas bálticas, que compreendem também Letônia e Estônia. Sua costa é famosa pela extração de âmbar, resina fóssil amarelada usada na confecção de joias. O país já esteve unido à Polônia num vasto império, e a população partilha com os poloneses vários traços culturais. Na década de 1980, os lituanos desenvolvem uma campanha pela emancipação que dá início à dissolução da União Soviética (URSS). O país aproxima-se da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), nas quais ingressa em 2004.
O país tem origem na união das tribos lituanas, em 1253, quando Mindaugas é coroado rei, sob o consentimento do papa Inocêncio IV. Entre os séculos XIV e XVI, a Lituânia torna-se uma das nações mais poderosas do Leste Europeu. Seu território se estendia do mar Báltico, ao norte, até o mar Negro, ao sul. No fim do século XVI, o Estado aceita a dominação polonesa para se defender das ambições russas. Com a partilha da Polônia nas últimas décadas do século XVIII, a Lituânia é dividida entre a Rússia – que fica com a maior parte – e a Prússia. Durante a I Guerra Mundial, a região é invadida pela Alemanha, que estimula o país a proclamar sua independência da Rússia, o que ocorre em fevereiro de 1918. O plano de anexação, porém, é abortado em novembro do mesmo ano, com a derrota da Alemanha.
Domínio soviético - Em 1939, no início da II Guerra Mundial, tropas soviéticas invadem o país em consequência do pacto de não-agressão entre a URSS e a Alemanha nazista, que prevê a divisão de territórios do Leste Europeu. Em 1940, a Lituânia é anexada à URSS. No ano seguinte, a Alemanha ocupa a região com o apoio de forças locais de extrema direita e massacra cerca de 210 mil pessoas, entre as quais 165 mil judeus. Em 1944, durante a contra-ofensiva soviética, o território é retomado pelo Exército Vermelho. Terminada a guerra, em 1945, o país passa por acelerado processo de mudanças, com a industrialização e a coletivização forçada da agricultura. Cerca de 350 mil pessoas são deportadas. Em meados da década de 1980, as reformas do dirigente soviético Mikhail Gorbatchov permitem o surgimento de dissidências. Em 1988 forma-se o Movimento Lituano pela Reconstrução (Sajudis), que lidera grandes manifestações contra a poluição ambiental e a russificação do país.
Independência - Em 1990, o Sajudis obtém expressiva maioria nas eleições para o Soviete Supremo (Parlamento) local, que indica o líder do movimento, Vytautas Landsbergis, para presidente. Em 1991 é proclamada a independência. No ano seguinte, Landsbergis convoca plebiscito para ampliar seus poderes, mas é derrotado. O impasse leva à antecipação das eleições, com a vitória de Algirdas Brazauskas, do Partido Trabalhista Democrático Lituano (LDDP), ex-Partido Comunista. Adepto da economia de mercado, Brazauskas inicia programa de privatizações.
Recessão - Nas eleições gerais de 1996, os ex-comunistas só obtêm 12 cadeiras, enquanto os conservadores da União da Pátria (TS) conquistam 70, de um total de 137. Em 1998, o candidato independente e ambientalista Valdas Adamkus – que em 1944 emigrara para os Estados Unidos (EUA) e em 1997 retornara ao país – vence as eleições presidenciais. A crise econômica da Federação Russa atinge com força a Lituânia. Em maio de 1999, Rolandas Paksas (TS) assume o cargo de primeiro-ministro, mas se demite em outubro. Andrius Kubilius (TS), vice-presidente do Parlamento, passa a chefiar o governo.
Vitória da oposição - A recessão econômica e a forte oposição popular às privatizações enfraquecem o TS. Nas eleições parlamentares de 2000, a oposição obtém a maioria, explorando o descontentamento com a recessão e o elevado desemprego. A Coalizão Social Democrata Brazauskas, integrada pelo LDDP, vence as eleições e ocupa 51 das 141 cadeiras. A representação do TS cai para nove cadeiras. Na formação do novo governo, porém, a coligação vitoriosa é deixada de lado. Rolandas Paksas, que havia trocado o TS pela União Liberal Lituana (LLS), torna-se primeiro-ministro ao compor gabinete de coalizão entre liberais, sociais liberais e parlamentares independentes.
Algirdas Brazauskas assume o posto de primeiro-ministro em 2001. Brazauskas lidera o Partido Social Democrata Lituano (LSDP), resultante da fusão entre o LDDP e o antigo LSDP. A Nova União (NS) integra o governo.
Impeachment - No segundo turno das eleições presidenciais, em janeiro de 2003, Rolandas Paksas, agora no Partido Liberal Democrático (LDP), surpreende ao obter 54,7% dos votos, derrotando o presidente Adamkus, que tem 45,3%. Em novembro surgem denúncias que ligam Paksas à máfia russa, o que ele nega. Em abril de 2004, o Parlamento aprova o impeachment de Paksas, o primeiro de um governante europeu. O país ingressa na UE em maio. As eleições presidenciais de junho são vencidas pelo ex-presidente Valdas Adamkus. Nas eleições parlamentares de outubro, o recém-criado Partido Trabalhista (DP) conquista 39 das 141 cadeiras, enquanto a coalizão governista obtém 31 (20 do LSDP e 11 da NS). Um novo governo é formado, com a participação do DP, e Algirdas Brazauskas mantém-se como premiê.
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