Macedônia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Macedônia
Geografia: Área: 25.713 km². Hora local: +5h. Clima: mediterrâneo. Capital: Skopje. Cidades: Skopje (470.000), Bitola (79.000), Kumanovo (74.900), Prilep (71.600), Tetovo (53.800).
População: 2,5 milhões; nacionalidade: macedônia; composição: macedônios 67%, albaneses 21%, turcos 4%, sérvios 2%, outros 6%. Idiomas: macedônio, albanês (oficiais). Religião: cristianismo 63,7% (ortodoxos 59,3%, outros 4,5%), islamismo 28,3%, sem religião 6,6%, ateísmo 1,4%, judaísmo 0,1%. Moeda: dinar macedônio.
Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU. Embaixada: 3050, K Street NW, suite 210, Washington D.C. 20007, EUA; e-mail: rmacedonia@aol.com.
Governo: República parlamentarista. Div. administrativa: 123 municipalidades. Partidos: coalizão Juntos pela Macedônia (Aliança Social Democrática da Macedônia – SDSM, Liberal Democrático – LDP e União Democrática para a Integração – BDI), coalizão Organização Revolucionária Macedônia Interna – Democrático pela Unidade Nacional da Macedônia (VMRO-DPMNE), Alternativa Democrática (DA), Partido Democrático dos Albaneses (PDS). Legislativo: unicameral – Assembleia, com 120 membros. Constituição: 2001
A Macedônia é um país da Europa sem saída para o mar, o país situa-se no interior da montanhosa península Balcânica. Tradicionais seguidores do cristianismo ortodoxo, os macedônios convivem com expressiva minoria muçulmano-albanesa, concentrada nas imediações do lago Ohrid. A região é o centro espiritual da religião ortodoxa no país. Em 2001, a tensão entre as comunidades chega ao confronto, mas um acordo afasta o risco de um conflito em larga escala. A Macedônia é a única ex-república iugoslava que escapou da guerra de desintegração da federação. A independência, obtida de forma pacífica em 1991, sofreu inicialmente oposição da Grécia. Os dois países normalizam relações nos últimos anos, o que permite a retomada das exportações agrícolas (tabaco, frutas e vegetais) pelo porto de Salônica, no mar Egeu.
A República da Macedônia ocupa 39% da Macedônia geográfica, ou seja, a área ampliada com as anexações feitas por Alexandre, o Grande, no século IV a.C. Os gregos preferem usar o conceito Macedônia histórica para se referir ao território da época do rei Felipe II, pai de Alexandre, que atualmente corresponde à província grega de mesmo nome. Com a desagregação do império de Alexandre, a Macedônia torna-se província romana, no século II a.C. É incorporada pelo Império Bizantino no século VI e, no século seguinte, ocupada pelos eslavos. No século X fica sob domínio do Império Búlgaro por algumas décadas. Retomada por Bizâncio, tem sua porção norte incorporada pela Sérvia no século XIV. O sul, hoje pertencente à Grécia, permanece como parte do Império Bizantino.
Skopje, Capital da Macedônia |
Embargo da Grécia - Em 1993, a nação é admitida na Organização das Nações Unidas (ONU) e reconhecida pela União Europeia (UE), com exceção da Grécia, que em 1994 lhe impõe um bloqueio comercial. No mesmo ano eclodem conflitos com a minoria albanesa. Em dezembro é declarado estado de emergência, em razão do bloqueio comercial grego. Graças à mediação internacional, a Grécia suspende o embargo em outubro de 1995, mas não aceita o nome do país.
Guerra em Kosovo - A repressão aos albaneses na província sérvia de Kosovo gera protestos internos em 1998 contra a Iugoslávia (atual Sérvia) e fortalece o apoio dos macedônios de origem albanesa à guerrilha separatista kosovar. Por causa do aumento da tensão étnica, a ONU estende o mandato de sua força de paz na Macedônia até 1999, quando se retira. Nas eleições parlamentares, os partidos governistas são derrotados por uma coalizão de direita. Os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Iugoslávia, em 1999, provocam o êxodo de quase 300 mil albaneses kosovares para a Macedônia. As relações com a Grécia melhoram, e em novembro de 1999 é firmado acordo para construir um oleoduto entre o porto grego de Salônica e Skopje. Boris Trajkovski é eleito presidente no mesmo mês, com o apoio dos albaneses e um programa favorável à integração à UE.
No início de 2001, as forças do governo macedônio entram em conflito com rebeldes étnicos albaneses do Exército de Libertação Nacional (ELN). Os combates se prolongam até agosto, quando, graças à intermediação da UE, rebeldes e governo assinam acordo de paz. A Otan inicia então a operação Colheita Essencial: 3,5 mil soldados enviados ao país recolhem as armas da guerrilha. Em seguida, o Parlamento aprova reformas constitucionais ampliando os direitos da minoria étnica albanesa, e o governo anistia os ex-guerrilheiros do ELN. Em 2002, UE e Banco Mundial patrocinam um pacote de 515 milhões de dólares para a reconstrução da Macedônia.
Missões da UE - As eleições legislativas de 2002 marcam uma reviravolta política, o que leva à formação de um governo com os ex-comunistas da Aliança Social Democrática da Macedônia (SDSM), aliados à União Democrática para a Integração (BDI), constituída pelos ex-guerrilheiros albaneses do ELN. Branko Crvenkovski, da SDSM, é o primeiro-ministro. Em fevereiro de 2004, o presidente Trajkovski morre em um acidente de avião. No mês seguinte, a Macedônia formaliza seu pedido de adesão à UE. Em abril, o primeiro-ministro Crvenkovski é eleito presidente e convida Hari Kostov, de seu partido (SDSM), para ser primeiro-ministro. Os dois buscam aprofundar as reformas necessárias ao ingresso na UE. Em agosto, o Parlamento amplia a autonomia da minoria albanesa, e milhares de nacionalistas macedônios protestam na capital. Kostov pede demissão em novembro por divergências com os partidos da coalizão. É substituído por Vlado Buckovski (SDSM).
Minoria albanesa obtém novos direitos
O acordo de paz assinado em 2001 atende a uma das principais reivindicações da guerrilha: a ampliação dos direitos da minoria albanesa na Macedônia. Segundo a fórmula acertada, cerca de mil policiais de origem étnica albanesa passam a integrar as forças policiais macedônias. O albanês torna-se, ao lado do macedônio, idioma oficial no Parlamento nacional e nas localidades onde os albaneses étnicos forem, pelo menos, 20% da população. As áreas de maioria étnica albanesa também poderão usufruir determinado grau de autogestão.
Constituição - A guerrilha, no entanto, exige que a ampliação dos direitos dos albaneses faça parte da Constituição do país. O impasse termina em novembro de 2001: as emendas constitucionais são aprovadas, o que garante aos macedônios de etnia albanesa o mesmo status dos macedônios eslavos. Em 2002, o Parlamento ratifica a lei que torna o albanês língua oficial do país, além do macedônio. Parte do dinheiro enviado ao país pela comunidade internacional é destinada ao ensino da língua albanesa.