Paraguai | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Paraguai
Geografia – Área: 406.752 km². Hora local: -1h. Clima: tropical seco (NO e NE), tropical (centro), subtropical (S). Capital: Assunção. Cidades: Assunção (560.000), Ciudad del Este (250.300), San Lorenzo (220.000), Luque (196.000), Capiatá (170.400) (2016).
População – 6,8 milhões (2016); nacionalidade: paraguaia; composição: eurameríndios 95%, guaranis 3%, europeus ibéricos 2%. Idiomas: espanhol, guarani (oficiais). Religião: cristianismo 97,7% (católicos 90,1%, outros 9,3% - dupla filiação 0,7%, desfiliados 1%), sem religião e ateísmo 1,3%, outras 1,1%. Moeda: guarani.
Relações Exteriores – Organizações: Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, Mercosul, OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 242-3732, fax (61) 242-4605 – Brasília (DF); e-mail: embapar@yawl.com.br.
Governo – República presidencialista. Div. administrativa: 17 departamentos. Partidos: Colorado, Liberal Radical Autêntico (PLRA), Movimento Pátria Querida (MPQ), União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace). Legislativo: bicameral – Senado, com 45 membros; Câmara dos Deputados, com 80 membros. Constituição: 1992.
Situado no centro-sul da América do Sul, o Paraguai possui extensa área plana e alagada no leste, onde se cultiva soja, o principal produto de exportação. O Gran Chaco, a oeste, é uma região de savana usada para a pecuária. O rio Paraguai, que liga o norte ao sul, é a mais importante via comercial num país sem acesso ao mar. Vive no Paraguai grande número de brasileiros, os brasiguaios, que ocupam uma área cada vez maior próxima à fronteira com o Brasil, fonte de tensão com os habitantes locais. Conhecido centro de comércio de contrabando, a nação é rota do tráfico internacional de drogas. Após décadas de ditadura, o regime político é instável e convive com alto grau de corrupção. As hidrelétricas feitas em associação com o Brasil (Itaipu) e a Argentina (Yaciretá) fornecem energia abundante e barata ao país.
Os índios guaranis habitam a região quando, na década de 1530, tem início a colonização espanhola. Assunção, atual capital, é a base da colônia no século XVI. No início do século XVII, para proteger os guaranis da escravidão, os jesuítas implantam cerca de 30 missões, que se tornam alvo de ataques de espanhóis e portugueses caçadores de escravos. Os índios são massacrados após a expulsão dos jesuítas de Portugal (1759) e da América (1767). Os colonizadores pilham as missões e instituem na região uma estrutura social mais igualitária que a das demais colônias espanholas. O Paraguai torna-se independente da Espanha em 1811 e se isola até 1840, quando morre o ditador José Gaspar Rodríguez Francia, no poder desde 1814. Seu sucessor, Carlos Antonio López, dá início à industrialização e constrói a primeira ferrovia sul-americana.
Guerras – Em 1862, Francisco Solano López, filho de Carlos, assume o poder. Na tentativa de obter uma saída para o mar, o Paraguai entra em guerra em 1865 contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai. É derrotado em 1870, com o terrível saldo de metade da população morta. Na Guerra do Chaco (1932-1935), contra a Bolívia, o país conquista três quartos da região em disputa, rica em petróleo. Em 1936, oficiais liderados por Rafael Franco iniciam a Revolução Febrerista, que faz a reforma agrária e nacionaliza parte da economia. Franco é deposto pelos liberais em 1937.
Assunção, Capital do Paraguai |
Tentativa de golpe – Juan Carlos Wasmosy, do Partido Colorado, é eleito presidente em 1993. Investigações sobre o envolvimento de paraguaios com o narcotráfico internacional e a proibição de protestos de militares, em 1994, geram conflitos entre Wasmosy e o comandante do Exército, o general Lino Oviedo, também colorado. Em 1996, Wasmosy destitui Oviedo, que tenta um golpe, frustrado por manifestações no país e pressão dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos (EUA). Oviedo é indicado para concorrer à Presidência, mas um tribunal militar o condena a dez anos de prisão, em março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto, Raúl Cubas, vence as eleições em maio e liberta Oviedo por decreto. A Corte Suprema declara ilegal o indulto, mas Cubas ignora essa posição. O atual presidente do Paraguai eleito em 2008 é Fernando Lugo.
Assassinato – Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis Maria Argaña, rival de Oviedo no Partido Colorado, é morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigem a destituição de Cubas, apontado com Oviedo como mandante do crime. No dia 26, seis manifestantes são assassinados enquanto pediam a saída de Cubas. Ele renuncia dois dias depois e se refugia no Brasil. Luis González Macchi, presidente do Congresso, assume. Em outubro, um pistoleiro confessa ter matado Argaña e implica Oviedo e Cubas no crime. No leste do país, cresce a tensão entre paraguaios e brasileiros. Militares se rebelam em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassa, outra vez por causa da pressão externa. O governo declara estado de sítio e atribui a tentativa a oviedo, que é preso por policiais brasileiros em foz do iguaçu (pr) e levado para brasília, onde aguarda extradição.
No início de 2001, Macchi é acusado num escândalo que envolve o uso de um carro roubado como veículo oficial da Presidência. A situação se agrava com protestos de camponeses, em Assunção, contra a política econômica do governo. Em setembro, centenas de milhares de pessoas fazem manifestação em Assunção pedindo a saída do presidente, mas a oposição não obtém os dois terços necessários para abrir um processo de impeachment. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal do Brasil rejeita pedido paraguaio para extraditar Oviedo.
Pedido de impeachment – Em 2002, Cubas retorna ao país e se entrega às autoridades para ser julgado pela morte dos seis manifestantes em 1999. É colocado em prisão domiciliar. A ala oviedista deixa o Partido Colorado e funda a União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), com o objetivo de viabilizar a eleição de Oviedo como presidente. A Câmara paraguaia aprova, em dezembro, início de processo de impeachment contra Macchi, acusado de desvio de 16 milhões de dólares de fundos estatais e do uso de um automóvel roubado. Em fevereiro de 2003, o pedido de impeachment obtém o voto de 25 dos 45 senadores, mas é rejeitado. Sua aprovação exigiria maioria de dois terços (30 senadores).
Novo presidente – Nicanor Duarte, do Partido Colorado, é eleito presidente em abril de 2003, com 37% dos votos. Em segundo lugar fica Júlio César Franco (PLRA), com 24%. Os colorados mantêm a maioria no Congresso, mas com muito menos força: o número de deputados do partido cai de 45 para 37, e o de senadores, de 24 para 16. O PLRA elege 21 deputados e 12 senadores. Em agosto, Duarte toma posse, em meio a uma grave crise econômica. Ao deixar a Presidência, Macchi é proibido pela Justiça de sair do país, em virtude das acusações de corrupção a que terá de responder. Em junho de 2004, Oviedo regressa ao país e é preso ao desembarcar em Assunção. Seus advogados alegam que a condenação foi ilegal e deve ser anulada pela nova Corte Suprema, que havia trocado seis dos nove juízes no início do ano, após um acordo entre governo e oposição.
Incêndio em supermercado – Em agosto de 2004, um incêndio no supermercado Ycuá Bolaños, de Assunção, provoca a morte de 369 pessoas e ferimentos em mais de 200, num dos mais graves desastres da história paraguaia. O grande número de vítimas, muitas delas crianças, é atribuído à atitude aviltante dos donos do estabelecimento comercial, que teriam mandado fechar as portas para impedir que os consumidores saíssem do local carregando produtos sem pagar. Os dois proprietários são presos, acusados de homicídio doloso. Também é preso o gerente do supermercado, que fugiu sem prestar socorro às vítimas.
Alfredo Stroessner
Alfredo Stroessner nasceu em Encarnación, Paraguai, em 3 de novembro de
1912. Filho de um imigrante alemão, frequentou a Escola Militar de
Assunção e ingressou no Exército paraguaio em 1932. Como subtenente,
enfrentou a Bolívia na guerra do Chaco, de 1932 a 1935. Ascendeu na
hierarquia militar até ser nomeado general e, em 1951, tornou-se
comandante-em-chefe do Exército paraguaio. Três anos depois, Stroessner
liderou o golpe militar que depôs o presidente Federico Chávez e assumiu
a presidência depois de uma eleição em que concorreu como candidato
único. Consolidou então um regime que não deixou espaço político aos
adversários. Com os tribunais e o Congresso controlados por seus
aliados, pôde modificar a constituição de 1940 duas vezes, em 1967 e
1977, para legitimar suas oito eleições consecutivas à presidência.
Dois golpes militares marcam o início e o fim da mais longa ditadura da América Latina no século XX, instituída pelo general Alfredo Stroessner, que conseguiu manter-se na presidência do Paraguai por 35 anos.
Ao mesmo tempo em que tentava apaziguar os trabalhadores do campo e da cidade, Stroessner defendia os interesses dos latifundiários e empresários, como forma de conservar o poder. Sua administração estabilizou o câmbio, reduziu a inflação, criou escolas e hospitais e abriu estradas. Metade da renda nacional foi consumida, contudo, em gastos militares, necessários para preservar sua autoridade.
Nas relações internacionais, Stroessner conseguiu estabelecer um acordo com a Argentina em 1967, para permitir a livre navegação nos rios Paraguai e Paraná e no estuário do rio da Prata, o que marcou a inauguração de uma importante via comercial e a formação de uma frota mercante própria do Paraguai. De 1975 a 1982, o Paraguai associou-se ao Brasil para construir a hidrelétrica Itaipu. Reeleito em 1988, Stroessner foi deposto em fevereiro de 1989 por Andrés Rodríguez Pedotti, seu principal colaborador, e seguiu para o exílio no Brasil três meses depois.
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