Redemocratização e a República Populista no Brasil (1945-1964)
Processo de restabelecimento do sistema democrático no Brasil que começa no final do Estado Novo e se consolida no governo Eurico Gaspar Dutra. A partir de 1943, cresce a pressão interna contra a ditadura de Getúlio Vargas. No final do ano, um grupo de intelectuais lança o Manifesto dos Mineiros, exigindo liberdade de pensamento e de expressão. O documento repercute. Nos dois anos seguintes, a luta pela redemocratização intensifica-se no meio estudantil e no meio operário, apesar da repressão. Diante das pressões internas e da perspectiva de vitória dos Aliados na II Guerra Mundial, no início de 1945, Vargas concede anistia aos presos políticos, reforma a legislação partidária e eleitoral, anuncia eleições gerais e convoca uma Assembleia Constituinte. Também patrocina a criação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e do Partido Social Democrático (PSD), por meio dos quais pretende entrar na campanha eleitoral. O PTB ensaia lançar o ditador como candidato à própria sucessão, manobra que provoca reação dos adversários do governo. Setores civis e militares articulam um golpe, e, em 2 de outubro de 1945, Vargas vê-se obrigado a renunciar.
Democracia limitada – Ministro da Guerra no Estado Novo, o general Eurico Gaspar Dutra elege-se presidente pelo PSD, com o apoio do PTB. Toma posse em janeiro de 1946 e em setembro promulga a nova Constituição. De inspiração democrática e liberal, a Carta de 1946 restabelece o estado de direito e a autonomia federativa no país. Porém, em 1947, já com a guerra fria dominando o cenário mundial, Dutra fecha a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e intervém em mais de cem sindicatos, acusando-os de foco de agitação operária. Atendendo às reivindicações conservadoras, proíbe os jogos de azar e fecha os cassinos. No mesmo ano rende-se às pressões norte-americanas, rompe relações com a União Soviética (URSS), decreta a ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e cassa o mandato de seus parlamentares.
Os últimos anos da Era Vargas foram marcados pela aliança de Getúlio com diversos grupos políticos da época. Além de ter patrocinado o Partido Social Democrático (PSD), representante dos interesses das oligarquias, e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), formado por sindicalistas, Vargas também eliminou a ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ganhando a simpatia dos socialistas. Essa política de alianças gerou preocupações nos militares, que, com medo de que o presidente boicotasse as eleições de 1945, aplicaram um golpe. Era o início da República Populista (1945-1964).
Um dos líderes do movimento que depôs Vargas, general Gaspar Dutra, foi eleito e assumiu o governo em 1946. Uma nova Constituição foi elaborada, restabelecendo novamente os direitos individuais, o voto secreto e a divisão dos três poderes. O governo Dutra foi marcado pelo fim da 2ª Guerra Mundial e o início da Guerra Fria. Sendo assim, o Brasil acabou se posicionando a favor dos Estados Unidos, cortando relações com a União Soviética e tornando novamente ilegal o PCB (Partido Comunista Brasileiro).
Além de reduzir os salários, Gaspar Dutra criou o plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), o qual direcionava os investimentos para estas quatro áreas. Contudo, o projeto logo foi abandonado. O governo de Dutra terminou ao final de seu mandato, em 1951.
Com uma campanha de forte apelo popular, Getúlio Vargas conseguiu novamente assumir a presidência, desta vez por meio do voto direto. O mesmo teve que administrar duas forças políticas: os nacionalistas e os liberalistas. Vargas acabou seguindo os ideais nacionalistas, entrando em conflito com as elites da época, que o acusavam de levar o Brasil para o lado da esquerda. Em seu mandato, Getúlio criou a Petrobras, empresa responsável por administrar o petróleo brasileiro. Após ser visto como responsável pela morte de um de seus principais adversários, Carlos Lacerda, Getúlio Vargas cometeu suicídio em 1954.
Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente. Seu mandato foi marcado pelo intenso investimento em infraestrutura e na modernização da indústria. Kubitschek fundou Brasília, a nova capital do Brasil, baseado na localização estratégica que a cidade estaria e na ideia de gerar desenvolvimento no interior do país.
Jânio Quadros assumiu a presidência em 1961, apresentando um governo marcado por contradições. Embora tenha adotado medidas curiosas, como a proibição da briga de galo e do uso de biquínis em concursos de beleza, por exemplo, Jânio se aproximou dos comunistas, fato que gerou uma grande preocupação na sociedade. No mesmo ano, o mesmo acabou renunciando.
O último presidente da República Populista foi João Goulart, o qual governou até 1964. Como Goulart era vice-presidente de Jânio Quadros, os militares o viam com olhares desconfiados, temendo sua inclinação para o comunismo. Durante seu mandato foi realizado um plebiscito para a escolha da forma de governo. A população optou pela manutenção do presidencialismo. Em razão de suas propostas de distribuição de renda, que desagradavam às elites, os militares, com o apoio estratégico dos Estados Unidos, realizaram um golpe que depôs o presidente. João Goulart foi exilado no Uruguai. Tal golpe marcou o início da Ditadura Militar no Brasil.
http://www-storia.blogspot.com.br/
Um dos líderes do movimento que depôs Vargas, general Gaspar Dutra, foi eleito e assumiu o governo em 1946. Uma nova Constituição foi elaborada, restabelecendo novamente os direitos individuais, o voto secreto e a divisão dos três poderes. O governo Dutra foi marcado pelo fim da 2ª Guerra Mundial e o início da Guerra Fria. Sendo assim, o Brasil acabou se posicionando a favor dos Estados Unidos, cortando relações com a União Soviética e tornando novamente ilegal o PCB (Partido Comunista Brasileiro).
Além de reduzir os salários, Gaspar Dutra criou o plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), o qual direcionava os investimentos para estas quatro áreas. Contudo, o projeto logo foi abandonado. O governo de Dutra terminou ao final de seu mandato, em 1951.
Com uma campanha de forte apelo popular, Getúlio Vargas conseguiu novamente assumir a presidência, desta vez por meio do voto direto. O mesmo teve que administrar duas forças políticas: os nacionalistas e os liberalistas. Vargas acabou seguindo os ideais nacionalistas, entrando em conflito com as elites da época, que o acusavam de levar o Brasil para o lado da esquerda. Em seu mandato, Getúlio criou a Petrobras, empresa responsável por administrar o petróleo brasileiro. Após ser visto como responsável pela morte de um de seus principais adversários, Carlos Lacerda, Getúlio Vargas cometeu suicídio em 1954.
Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente. Seu mandato foi marcado pelo intenso investimento em infraestrutura e na modernização da indústria. Kubitschek fundou Brasília, a nova capital do Brasil, baseado na localização estratégica que a cidade estaria e na ideia de gerar desenvolvimento no interior do país.
Jânio Quadros assumiu a presidência em 1961, apresentando um governo marcado por contradições. Embora tenha adotado medidas curiosas, como a proibição da briga de galo e do uso de biquínis em concursos de beleza, por exemplo, Jânio se aproximou dos comunistas, fato que gerou uma grande preocupação na sociedade. No mesmo ano, o mesmo acabou renunciando.
O último presidente da República Populista foi João Goulart, o qual governou até 1964. Como Goulart era vice-presidente de Jânio Quadros, os militares o viam com olhares desconfiados, temendo sua inclinação para o comunismo. Durante seu mandato foi realizado um plebiscito para a escolha da forma de governo. A população optou pela manutenção do presidencialismo. Em razão de suas propostas de distribuição de renda, que desagradavam às elites, os militares, com o apoio estratégico dos Estados Unidos, realizaram um golpe que depôs o presidente. João Goulart foi exilado no Uruguai. Tal golpe marcou o início da Ditadura Militar no Brasil.
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