Segundo Reinado no Brasil (1840-1889)

O primeiro Ministério nomeado por D. Pedro II foi dominado pelo Partido Liberal, uma vez que fora este o responsável pela maioridade antecipada do imperador. Devido a grandes escândalos, tal ministério foi logo substituído por outro dominado pelo Partido Conservador que conseguiu a dissolução da Câmara dos Deputados, em sua maioria liberal. De fato, estes partidos acabaram por se revezar no poder.
Predominou no Segundo Reinado o regime parlamentarista, baseado no modelo britânico, porém, no caso brasileiro, o imperador não era obrigado a submeter a escolha dos ministros à Assembleia.
O café manteve-se como grande atividade comercial de exportação brasileira, atraindo capitais ingleses responsáveis pela construção de ferrovias e indústrias, aparelhamento dos portos e equilíbrio das finanças.
Dois grandes acontecimentos marcaram o Segundo Reinado: A Guerra do Paraguai (1864-1870), que garantiu terras ao Brasil após o quase extermínio do povo paraguaio, e a Abolição da Escravatura (1888), que canalizou o dinheiro envolvido no tráfico negreiro para outras atividades, abrindo as portas para os imigrantes assalariados europeus.
O aparecimento de uma classe média com o avanço industrial e a chegada dos imigrantes foi fundamental para as lutas por um novo regime político. Na fase final do Império, a ideia de um governo republicano passou a ser defendida sistematicamente, sobretudo com a criação do Partido Republicano, em 1870.
O contato com as repúblicas do Prata, os constantes conflitos do Governo com a Igreja e os Militares, o fim da escravidão e a expansão cafeeira foram essenciais para o fortalecimento do Partido Republicano, o qual organizou uma conspiração para proclamar a República, que se deu de forma antecipada e sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca no dia 15 de novembro de 1889.

Questão Religiosa no Brasil Durante o Segundo Reinado - Conflito que opõe a Igreja Católica e o governo brasileiro entre 1870 e 1875. É causado pelo choque entre a hierarquia católica e a maçonaria, muito influente no Império. Esta sociedade secreta, ligada a ideias e movimentos políticos liberais da Inglaterra e da França, chega ao Brasil no final do século XVIII. Durante o processo da independência e no decorrer do Império aumenta seu prestígio social e sua presença na estrutura de poder. As maiores figuras do regime, com raras exceções, pertencem aos seus quadros. No dia-a-dia do governo e nas decisões administrativas – como nomeação de funcionários ou destinação de recursos orçamentários –, a maçonaria é um canal de influência e de mediação, paralelo e por vezes superior aos partidos políticos. Essa atuação da maçonaria colide com a atuação da Igreja Católica, também muito influente no período imperial. Em 1871, o Vaticano impõe regras rígidas de doutrina e de culto e condena as sociedades secretas. Os bispos brasileiros, acatando as novas diretrizes, passam a exigir mais disciplina moral e canônica do clero e determinam a expulsão dos maçons das irmandades católicas.
O conflito – Se a maçonaria tem poder político, a Igreja tem autoridade e presença religiosa, fortalecidas pela condição privilegiada do catolicismo como religião oficial do império. O conflito começa em 1872, quando o padre Almeida Martins é suspenso de suas funções no Rio de Janeiro por causa de um discurso em uma loja maçônica. A reação da maçonaria, condenando a decisão, espalha-se pelo país. Mas, logo em seguida, os bispos de Olinda e de Belém do Pará, dom Vital e dom Macedo Costa, tomam atitudes semelhantes, mandando fechar as irmandades que ainda aceitavam membros maçons. Os dois bispos são então convocados ao Rio de Janeiro, processados pela justiça e condenados a quatro anos de prisão. Depois da suspensão das punições eclesiásticas aplicadas aos maçons, a pena dos bispos é reduzida e eles são anistiados. Esse conflito abala as relações entre o império e a Igreja, e contribui para enfraquecer ainda mais a monarquia. A partir da proclamação da República, em 1889, passa a vigorar a separação entre Igreja e Estado, que deixa de ter uma religião oficial.
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