Aliança Liberal, Fim da República Velha no Brasil
Movimento basicamente político, a Aliança Liberal foi um pacto entre os
estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba contra a
candidatura do paulista Júlio Prestes (e de Vital Soares) à sucessão de
Washington Luís. Considerando essa escolha um rompimento da alternância
de poder (desde 1894) entre São Paulo e Minas Gerais -- a chamada
política do "café-com-leite" --, a Aliança lançou como seus candidatos o
gaúcho Getúlio Vargas e o paraibano João Pessoa.
Um dos fatos mais marcantes do cenário político brasileiro no começo do século XX, a Aliança Liberal assinalou o fim da República Velha e preparou as condições para a revolução de 1930, que, embora de caráter democratizante, acabou desaguando no Estado Novo.
Criada sob a influência de ideologias e princípios peculiares à década de 1920, expressos especialmente pelo movimento tenentista e por manifestações do modernismo de 1922, a Aliança Liberal formalizou-se em 17 de junho de 1929, no Hotel Glória, no Rio de Janeiro, com as assinaturas dos governadores de Minas Gerais, deputado José Bonifácio, e do Rio Grande do Sul, deputado João Neves da Fontoura.
Sua plataforma política, no entanto, só apareceria no documento aprovado pela convenção nacional realizada em 20 de setembro do mesmo ano, no palácio Tiradentes. Incluía reformas significativas, como a adoção do voto secreto e o atendimento às principais reivindicações operárias, além de medidas como a da ampla anistia de crimes políticos punidos a partir de 5 de julho de 1922, quando se deu a revolta conhecida como dos "dezoito do forte".
Apesar de derrotada nas eleições de março de 1930, a Aliança Liberal constituiu um dos fatores decisivos da revolução que se seguiu e que levou tanto à deposição de Washington Luís quanto ao impedimento da posse do presidente eleito Júlio Prestes. O poder foi temporariamente assumido por uma junta militar, que o entregou ao líder civil do movimento, o candidato oposicionista derrotado Getúlio Vargas.