Paraíba | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Paraíba

Paraíba | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Paraíba

Geografia – Área: 56.439,8 km². Relevo: planície litorânea, planalto no centro e depressão a oeste. Ponto mais elevado: pico do Jabre, na serra do Teixeira (1.197 m). Rios principais: Curimataú, do Peixe, Gramame, Paraíba, Piancó, Piranhas ou Açu, Mamanguape, Taperoá. Vegetação: mangues no litoral, pequena faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território. Clima: tropical no litoral e semi-árido no interior. Municípios mais populosos: João Pessoa (720.400 ), Campina Grande (410.300), Santa Rita (137.800), Patos (110.120), Bayeux (99.720), Sousa (69.090), Cajazeiras (62.480), Guarabira (55.450), Cabedelo (43.100), Sapé (41.260) (2016). Hora local: a mesma. Habitante: paraibano.

População – 4.050.300.

Capital – João Pessoa. Habitante: pessoense. População: 820.400

PARAÍBA, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DA PARAÍBA

A Ponta do Seixas, na Paraíba (PB), é o local mais a leste da América do Sul. Em quase todo o litoral paraibano há praias de águas tranquilas, areia fina e coqueirais. Recortada por pequenas enseadas, Tambaba, no município de Conde, ao sul da capital, foi a primeira praia de nudismo oficial do Nordeste e atrai naturistas de todo o Brasil. No interior, Campina Grande disputa com Caruaru, em Pernambuco, o título de capital brasileira do forró. Em junho, a cidade se transforma para celebrar a Festa de São João. O município de Sousa atrai visitantes que vão conferir as enormes pegadas de animais pré-históricos no Sítio Paleontológico do Vale dos Dinossauros.

Bandeira do Estado da ParaíbaEconomia – A renda per capita do estado é uma das mais baixas do país: 9.180 reais em 2016. Como a caatinga cobre a maior parte do território, a agricultura restringe-se ao litoral e à Zona da Mata. O principal produto é a cana-de-açúcar. Destacam-se também a mandioca, o feijão, o milho e o sisal. Entre as frutas, há produção importante de laranja, abacaxi e coco-da-baía. O setor industrial responde por um terço da economia do estado e produz principalmente alimentos, pescados, vestuário e metal-mecânicos. Campina Grande começa a se destacar como centro de tecnologia, exportando programas de computador para Estados Unidos e China.

Rompimento de barragem – Em junho de 2004, um rompimento na Barragem de Camará, na Serra de Borborema, inunda os municípios de Alagoa Grande e Mulungu. O acidente causa cinco mortes e obriga mais de 4 mil pessoas a deixar sua casa.

Índices sociais – O estado detém o quarto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, 0,715, e o terceiro mais baixo índice de analfabetismo, atrás apenas de Alagoas e Piauí. A taxa de mortalidade infantil é a terceira maior do Brasil. A cada mil crianças nascidas vivas, 31,8 morrem antes de completar 1 ano. Seis em cada dez domicílios não têm coleta de esgoto.

Capital – Situada à beira-mar, João Pessoa é considerada a capital mais arborizada do país e vive basicamente do turismo. Na Quarta-Feira de Fogo, que antecede o Carnaval, desfila nas ruas o bloco Muriçocas do Miramar, que reúne na avenida da praia até 500 mil pessoas.

João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba
João Pessoa

História do Piauí 

A ocupação e a colonização da Paraíba começam no fim do século XVI. A Vila de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, é fundada em 1585. Logo se inicia o cultivo da cana-de-açúcar. Os canaviais, que se espalham pela Zona da Mata e dependem de mão-de-obra de escravos africanos, atraem o interesse dos holandeses no século XVII. O interior é ocupado por fazendas de gado. No século XVIII, a mineração de ouro e diamante no centro-sul acelera o declínio da economia canavieira. O fracasso da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, criada pelo Marquês de Pombal, em 1759, acentua essas dificuldades.Depois de se envolver nas lutas de independência, na Revolta Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador, em 1824, a Paraíba atravessa uma etapa de relativa estabilidade política. Mas o empobrecimento de toda a região nordestina afeta a província. Em 1874 estoura o Quebra-Quilos, insurreição popular contra a fome, a pobreza e o aumento dos impostos. A revolta recebe esse nome por protestar também contra a adoção do novo sistema de pesos e medidas implantado no país: o métrico decimal.

Estagnação econômica – Durante a República Velha (1889/1930), a agricultura permanece estagnada e as oligarquias rurais mantêm amplo poder político. A Paraíba tem participação especial na Revolução de 1930. O assassinato de João Pessoa, presidente do estado e candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, precipita o movimento que põe fim ao primeiro período republicano brasileiro. Os incentivos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a partir da década de 1960 pouco ajudam na industrialização do estado, que permanece entre os mais pobres do país e um dos que mais alimentam o movimento migratório regional.

ZabelêZabelê

Zabelê é um município no Estado da Paraíba (Brasil), localizado na microrregião do Cariri Ocidental. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2012 sua população era estimada em 1.980 habitantes. Área territorial de 109 km².

Augusto dos Anjos

Considerado o mais original dos poetas brasileiros entre Cruz e Sousa e os modernistas, Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco (PB) em 20 de abril de 1884. Aprendeu com o pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. Formado em direito em Recife (1906), casou-se logo depois. Contudo, não advogou; vivia de ensinar português, primeiro em seu estado e a seguir no Rio de Janeiro RJ, para onde se mudou em 1910. Lecionou também geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor.

Augusto dos AnjosAugusto dos Anjos recorreu a uma infinidade de termos científicos, biológicos e médicos ao escrever seus versos de excelente fatura, nos quais expressa por princípio um pessimismo atroz.

Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, Eu, foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.

Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte").

A vida e suas facetas, para o poeta que aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzem-se a combinações de elementos químicos, forças obscuras, fatalidades de leis físicas e biológicas, decomposições de moléculas. Tal materialismo, longe de aplacar sua angústia, sedimentou-lhe o amargo pessimismo ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras plagas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").

A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu -- desde 1919 constantemente reeditado como Eu e outras poesias -- um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma.

Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.

José Américo de Almeida

José Américo de Almeida nasceu em Areia (PB), em 10 de janeiro de 1887. Antes de estrear na literatura, com a novela Reflexões de uma cabra (1914), já havia sido promotor em Sousa e procurador-geral do estado. Em 1929, eleito deputado federal, foi depurado ou submetido à "degola" de votos (não reconhecido).

Autor de um célebre romance, A bagaceira (1928), considerado o marco inaugural do ciclo do Nordeste no movimento regionalista da ficção brasileira, José Américo chegou a ter na política projeção superior à que a literatura lhe deu.

Dedicou-se então à advocacia. Foi secretário-geral, secretário do Interior e Justiça e secretário da Segurança Pública da Paraíba no governo de João Pessoa. Vitoriosa a revolução de 1930, foi nomeado interventor na Paraíba e, logo depois, ministro da Viação (1930-1934). Senador e a seguir ministro do Tribunal de Contas da União (1935), rompeu com Getúlio Vargas, quando o Estado Novo frustrou sua candidatura à presidência da república.

José Américo de AlmeidaEm 1945, com uma histórica entrevista ao Correio da Manhã, contribuiu para derrubar a censura e o regime. Voltou ao Senado em 1946 e reaproximou-se de Vargas (1949). Governador da Paraíba (1951-1953), ocupou de novo a pasta da Viação (1953-1954), mas com a morte de Vargas abandonou a política, recolhendo-se à sua propriedade de Tambaú, em João Pessoa (PB).

Além de A bagaceira, publicou outros dois romances baseados em temática idêntica: O Boqueirão e Coiteiros, ambos de 1935. Deixou ainda alguns volumes de discursos e crônicas e o livro de memórias Antes que me esqueça (1976). Uma grande preocupação social com os problemas da seca e do cangaço, a unir os dois pólos de sua atividade, figurou sempre com destaque na sua prosa criadora e em textos de circunstância. Membro da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou  cadeira no 38, José Américo morreu em João Pessoa em 10 de março de 1980.

Pedro Américo

Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu em Areia (PB) em 1843. Antes dos dez anos de idade acompanhou, como desenhista, o naturalista francês Louis Jacques Brunet em missão científica pelo Norte do Brasil. No Rio de Janeiro, estudou no Colégio Pedro II (1854) e na Academia Imperial de Belas-Artes. Como bolsista na França (1859), foi aluno de Ingres, Leon Cogniet e Horace Vernet na Escola de Belas-Artes em Paris. Frequentou o Instituto de Física de M. Ganot e seguiu cursos de filosofia e literatura na Sorbonne. Em sua segunda viagem à Europa, doutorou-se em ciências físicas em Bruxelas (1869), com a tese da qual originou seu livro La Science et les systèmes (A ciência e os sistemas).

Pedro Américo
Os temas bíblicos e históricos, geralmente tratados em cores suntuosas e com a grandiloquência do academismo, foram sempre os mais constantes na obra de Pedro Américo. "Não creio dobrar-me com facilidade às exigências passageiras dos costumes da época", disse o pintor em carta de 1864 a seu colega Vítor Meireles, justificando a opção pelo passado.

Ligado, como pensador, à corrente eclética, também escreveu poemas, ensaios e romances como Amor de esposo. Em 1864, retornou ao Brasil, e no ano seguinte assumiu a cátedra de desenho da Academia Imperial de Belas-Artes, vencendo concurso com a tela "Sócrates afastando Alcebíades dos braços do vício". Em 1870, tornou-se catedrático de história da arte, estética e arqueologia. Lecionou até 1890, quando foi jubilado.

Um dos quadros mais famosos de Pedro Américo é a "Batalha do Avaí", encomendado pelo governo brasileiro. A obra, iniciada no Brasil, foi completada e exposta com êxito em Florença (1877). Foi também em Florença que o artista apresentou em 1888 o "Grito do Ipiranga", encomenda do governo de São Paulo, hoje no Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Do acervo do Museu Nacional de Belas-Artes (Rio de Janeiro), junto com a "Batalha do Avaí", fazem parte várias de suas obras, como "Joana d'Arc", "Voltaire abençoando o neto de Franklin" e "Rabequista árabe". As telas "Batalha de Campo Grande", "Casamento da princesa Isabel" e "Dom Pedro II na abertura da Assembléia Geral" encontram-se no Museu Imperial, em Petrópolis.

Após a proclamação da república, Pedro Américo foi eleito deputado à Assembleia Constituinte (1890), destacando-se pelos projetos de interesse cultural que apresentou. Faleceu em Florença, na Itália, em 1905.

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