Golfo e Baía, Definições e Diferenças Entre Golfos e Baías

Golfo e Baía, Definições e Diferenças Entre Golfos e Baías

Golfo e Baía, Definições e Diferenças Entre Golfos e Baías

Para o desenvolvimento das comunidades litorâneas e das atividades humanas ligadas ao mar, os golfos e baías são de grande valia, pois atuam como zonas de transição e comunicação entre o meio terrestre e o marinho.

Golfo é o acidente geográfico que consiste numa grande entrada de mar terra adentro. Baía é uma entrada menor. Também se costuma definir baía como um pequeno golfo de boca estreita, que se alarga para o interior. Essa nomenclatura, contudo, nem sempre se emprega de modo rígido. Assim, por exemplo, a baía de Hudson, no Canadá, é maior que muitos golfos pequenos. Da mesma forma, os mares de Mármara e de Azov poderiam, com mais propriedade, classificar-se como golfos.

A forma e a topografia de um golfo dependem diretamente da estrutura geológica da região em que se situa. Assim, suas margens serão muito escarpadas se os materiais sobre os quais se formou forem muito resistentes à erosão; e suaves, se o material for inconsistente. Outras vezes, os golfos e baías se constituem a partir de uma enorme falha (fratura) da crosta terrestre, como é o caso do golfo da Califórnia, em que o braço de mar acompanha o traçado da falha e cria um golfo muito alongado de margens paralelas. Essa forma é comum em outros golfos de mesma origem.

O modo como os golfos e baías se ligam ao mar varia muito, mas é possível estabelecer alguns tipos principais de ligação: (1) por meio de um ou mais estreitos, como na baía de Hudson; (2) com formação de um arquipélago, como no golfo da Bótnia, no mar Báltico; e (3) através de uma ampla abertura para o mar, como no golfo de Omã, no mar de mesmo nome.

O tamanho da abertura do golfo para o oceano determina a magnitude da troca de águas entre eles. Quando os golfos e baías são muito estreitos, ou apresentam algum obstáculo na abertura, a entrada de água do mar é muito reduzida, o que determina uma oxigenação pobre das águas interiores, com prejuízo para a fauna. Como as águas do interior da baía estão praticamente separadas das águas do oceano, pode surgir uma circulação independente, resultante de ventos locais e do desaguamento de rios. As marés e outros movimentos das águas oceânicas afetam em maior ou menor medida as águas interiores dos golfos e baías também em função do tamanho e forma de sua abertura para o mar. Esses fatores determinam ainda a capacidade do golfo de desalojar sedimentos trazidos pelos rios que nele desembocam.

As características climáticas e a topografia da região onde se encontram os golfos e as baías também interferem nas relações entre esses acidentes geográficos e o mar. A salinidade é uma das características determinadas pelo clima. Nas zonas de umidade elevada, os rios trazem continuamente grandes quantidades de água doce, o que diminui a salinidade da água, como ocorre no golfo da Bótnia. Já nas zonas áridas, a escassez de cargas fluviais e a forte evaporação elevam muito o índice de salinidade, como é o caso do golfo Pérsico.

Os golfos e as baías, de modo geral, são lugares privilegiados para a ocupação humana, uma vez que costumam oferecer portos naturais. Constituem, além disso, importantes vias de transporte e neles a navegação e a pesca são habitualmente intensas. Por constituírem zonas protegidas das correntes marinhas, são também adequados para a construção de portos. Sua forma, no entanto, pode ter consequências desastrosas para as povoações próximas. Assim, por exemplo, os golfos em forma de funil, cuja abertura se vai estreitando em direção à terra, sofrem marés várias vezes mais altas que as do mar aberto, como acontece na baía de Fundy, na costa oeste do Canadá, onde já se registraram marcas de 18m. Nos golfos de forma alongada e estreita, o nível da água pode aumentar brusca e exageradamente, em consequência de ventos prolongados procedentes do mar, o que às vezes provoca inundações.

A Terra apresenta grande quantidade e variedade de golfos e baías, que ocupam superfícies exíguas ou se estendem por milhares de quilômetros quadrados. Por suas enormes dimensões destacam-se o golfo de Bengala, o maior do planeta, com superfície de 2.172.000km2 e comprimento de 1.850km; a Grande Baía Australiana, que tem a maior abertura (2.800km); e o golfo da Guiné, que é o mais profundo, com 6.363m.

No Brasil, a maior baía é a de Todos os Santos, no litoral da Bahia, de forma aproximadamente quadrangular, com cerca de 35km no eixo norte-sul e trinta no eixo este-oeste. Divide-se em três baías menores, numa das quais, localizada entre a ilha de Itaparica e a margem oriental, encontra-se a cidade de Salvador. Possui barra larga, que se abre amplamente para o oceano. A segunda baía brasileira é a de Guanabara, com abertura de barra de apenas 1,5km que se alarga muito para o interior e chega a medir cerca de trinta quilômetros no eixo norte-sul. Tem perímetro de 143km e área aproximada de 412km2. A entrada da barra abre-se entre dois maciços litorâneos, o da Tijuca, a oeste, e o de Niterói, a leste.

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