A Revolução Industrial e o Pioneirismo da Inglaterra
A primeira nação a se industrializar foi a Inglaterra. Reunindo con- dições favoráveis, utilizou os capitais acumulados durante a Revolução Comercial como investimentos no setor de transformação.
Os grandes proprietários também colaboraram, pois ao cerca- rem suas terras (enclosure), inclusive as comunais (de uso comum), arruinaram os pequenos proprietários; ao substituírem a lavoura pela pecuária (criação de ovelhas) liberaram mão-de-obra, cujo excedente deslocou-se para as cidades, e iriam se constituir nos futuros trabalhadores fabris.
Por outro lado, devido ao crescimento populacional em escala mundial, houve um aumento da procura de mercadorias para atender às necessidades de consumo, estimulando assim a produção e a produtividade. A solução foi a invenção e o uso de máquinas, tanto na lavoura como nas manufaturas. Certamente as invenções industriais não surgiram por acaso, mas da necessidade de se aumentar a produção e diminuir os custos, proporcionando maiores lucros ao empresário.
Os principais inventores, que contribuíram para a industrialização têxtil, foram:
a) John Kay: inventou a lançadeira volante em 1735, instrumento que, adaptado aos antigos teares manuais, aumentou a capacidade de produção das tecelagens.
b) JamesHargreaves:inventou a “spinning jenny”, em 1767, que revolucionou a fiação, pois produzia até 80 fios simultaneamente, operada por um só trabalhador.
c) Richard Arkwright: in- ventou a “water frame” em 1769, máquina movida a água e que pro- duzia fios grossos.
d) Samuel Crompton: inventou a “mule jenny”, em 1779, que produzia fios finos mas resistentes.
e) Edmond Cartwright: inventou o tear mecânico, em 1785.
O desenvolvimento da máquina a vapor por James Watt, em 1768, possibilitou superar o obstáculo da força motriz. Tradicionalmente eram utilizadas a energia humana, a animal, a eólica e a hidráulica. Nenhuma delas porém era tão adaptável e eficiente como a energia a vapor, que podia ser utilizada nas fábricas, e estas podiam ser construídas próximas às fontes fornecedoras de matérias-primas.
As máquinas primitivas de madeira foram substituídas pelas de ferro. A fabricação de ferro fundido ganhou grande impulso a partir da substituição do carvão vegetal pelo mineral, transformado em coque e com maior poder calorífico. Todas essas transformações arruinaram as pequenas oficinas artesanais e os artesãos foram transformados em operários.
Porém, apesar de todo o progresso econômico, as condições de trabalho, na primeira fase da Revolução Industrial (1760 a 1860) eram desumanas. Não havia legislação trabalhista nem proteção do Estado à classe trabalhadora. Assim, o trabalho nas fábricas era realizado em ambientes úmidos e insalubres, e as jornadas atingiam dezesseis horas por dia, seis dias por semana. O salário meramente mantinha o trabalhador vivo. Nos bairros operários, as moradias eram péssimas, sem rede de água e esgoto, e muitos se entregavam ao alcoolismo. Não havia contrato de trabalho, aposentadoria, férias, nem pensão para as viúvas. As crianças órfãs eram encaminhadas aos orfanatos e a prostituição era a opção para muitas mulheres.
Em muitas fábricas era comum o emprego de mulheres e crianças, por ser uma mão-de-obra mais barata. Muitas crianças, retiradas dos orfanatos, moravam na própria fábrica, sujeitas à fome, frio, excesso de trabalho e acidentes com máquinas. Havia crianças, com menos de seis anos, trabalhando em fábricas de fiação e tecelagem.
Essas condições geraram protestos dos trabalhadores, mas como a lei inglesa proibia greves e associações operárias, a polícia reprimia-os com violência.
Fábricas foram destruídas pelos artesãos que temiam as concorrências, porém inutilmente.
A máquina a vapor também revolucionou o setor de transportes. A invenção do navio a vapor por Robert Fulton, em 1808, e a locomotiva, desenvolvida por Stephenson, em 1825, foram os principais avanços. A estrada de ferro revolucionou os transportes terrestres a tal ponto que o século XIX é chamado de “o século das ferrovias”. Em 1830 foi construída a primeira estrada de ferro comercialmente rentável na Inglaterra, ligando Manchester (centro têxtil) a Liverpool (porto marítimo).
Na verdade, a industrialização, sinônimo de desenvolvimento, foi o que a Inglaterra mais exportou. Nas primeiras décadas do século XIX, ela se difundiu pela Bélgica, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos.
Os meios financeiros ganharam extraordinária importância. O comércio e a indústria necessitavam de créditos para transformá- los em capital de giro. Os bancos financiavam os empreendimentos, criando uma dependência das indústrias, do comércio e até mesmo dos governos. Os financistas se transformavam na aristocracia burguesa. Iniciava-se a era do “capitalismo financeiro”, ainda hoje dominante.
As pesquisas, o desenvolvimento tecnológico e as transformações sociais continuavam aceleradamente, apesar das crises cíclicas, típicas do capitalismo. A segunda fase da revolução, a partir de 1860, caracteriza-se pela produção do aço, pela invenção do motor à explosão interna, energia elétrica e exploração do petróleo. Bessemer conseguiu, em 1856, produzir aço a partir da injeção de ar comprimido. A invenção do dínamo por Faraday possibilitou a utilização da energia elétrica em larga escala. Multiplicaram-se os métodos produtivos, objetivando baixar o custo de produção. Uma maior quantidade de pessoas podia adquirir esses produtos, transformando os hábitos sociais.
A urbanização era crescente. As cidades da Europa e dos Estados Unidos ganhavam iluminação a gás, rede de água e esgoto, jornais, comunicação telegráfica, áreas de lazer etc. Mas havia muito contraste entre os bairros ricos e os bairros pobres.
Algumas grandes empresas passaram a absorver as pequenas, dominando desde a produção de matéria-prima até a venda final dos produtos, formando os trustes. A associação de várias empresas do mesmo ramo, controlando e garantindo os preços de mercado, mas mantendo sua independência jurídica, constituíam os cartéis. Grupos financeiros poderosos passaram a controlar as bolsas de valores e o mercado acionário, comprando ações de empresas de capital aberto, detendo seu controle empresarial. Constituíam-se nos holdings.
O papel-moeda, com lastro no ouro, substituiu a circulação de moedas metálicas. Iniciava-se a época do “padrão ouro” e que durou até a década de 1930.
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Em muitas fábricas era comum o emprego de mulheres e crianças, por ser uma mão-de-obra mais barata. Muitas crianças, retiradas dos orfanatos, moravam na própria fábrica, sujeitas à fome, frio, excesso de trabalho e acidentes com máquinas. Havia crianças, com menos de seis anos, trabalhando em fábricas de fiação e tecelagem.
Essas condições geraram protestos dos trabalhadores, mas como a lei inglesa proibia greves e associações operárias, a polícia reprimia-os com violência.
Fábricas foram destruídas pelos artesãos que temiam as concorrências, porém inutilmente.
A máquina a vapor também revolucionou o setor de transportes. A invenção do navio a vapor por Robert Fulton, em 1808, e a locomotiva, desenvolvida por Stephenson, em 1825, foram os principais avanços. A estrada de ferro revolucionou os transportes terrestres a tal ponto que o século XIX é chamado de “o século das ferrovias”. Em 1830 foi construída a primeira estrada de ferro comercialmente rentável na Inglaterra, ligando Manchester (centro têxtil) a Liverpool (porto marítimo).
Na verdade, a industrialização, sinônimo de desenvolvimento, foi o que a Inglaterra mais exportou. Nas primeiras décadas do século XIX, ela se difundiu pela Bélgica, França, Alemanha, Itália e Estados Unidos.
Os meios financeiros ganharam extraordinária importância. O comércio e a indústria necessitavam de créditos para transformá- los em capital de giro. Os bancos financiavam os empreendimentos, criando uma dependência das indústrias, do comércio e até mesmo dos governos. Os financistas se transformavam na aristocracia burguesa. Iniciava-se a era do “capitalismo financeiro”, ainda hoje dominante.
As pesquisas, o desenvolvimento tecnológico e as transformações sociais continuavam aceleradamente, apesar das crises cíclicas, típicas do capitalismo. A segunda fase da revolução, a partir de 1860, caracteriza-se pela produção do aço, pela invenção do motor à explosão interna, energia elétrica e exploração do petróleo. Bessemer conseguiu, em 1856, produzir aço a partir da injeção de ar comprimido. A invenção do dínamo por Faraday possibilitou a utilização da energia elétrica em larga escala. Multiplicaram-se os métodos produtivos, objetivando baixar o custo de produção. Uma maior quantidade de pessoas podia adquirir esses produtos, transformando os hábitos sociais.
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