Cultura Olmeca | México

Cultura Olmeca | México

Cultura Olmeca

Com o termo olmeca designa-se a cultura de vários povos que ocuparam sucessivamente a úmida zona costeira entre o rio Papaloapan e a lagoa de Términos, onde se situariam posteriormente os estados mexicanos de Veracruz e Tabasco. Nessa região, plana e de chuvas abundantes, teve origem a primeira grande cultura conhecida da área, que permaneceu quase ignorada pelos arqueólogos até as primeiras décadas do século XX, quando começaram a ser estudados sítios arqueológicos como La Venta, Tres Zapotes, San Lorenzo e Cerro de las Mesas, entre outros.

Enquanto outros povos do México ainda permaneciam em uma fase primitiva, os olmecas construíram templos e pirâmides, esculpiram estátuas e altos-relevos em pedra e deram forma a uma religião e uma organização social que marcariam as grandes culturas clássicas da Meso-América.

A cultura olmeca teve seu maior desenvolvimento no período chamado pré-clássico ou formativo médio, quando os habitantes da região, já sedentários, dominavam as técnicas de cultivo, tinham no milho a base de sua dieta e haviam desenvolvido a tecelagem e a cerâmica. Doze séculos antes da era cristã, surgiram os primeiros grandes centros cerimoniais conhecidos da Meso-América, que revelam a existência de um sistema religioso complexo, uma numerosa população e uma sociedade hierarquizada.

San Lorenzo talvez seja o mais antigo centro urbano olmeca conhecido. Em pleno esplendor no século XII a.C., foi provavelmente destruído por volta de 900 a.C. O centro cerimonial de La Venta, que parece ter tido grande importância desde o início do século VIII até sua violenta destruição, perto do ano 400, compõe-se de várias pirâmides, a maior das quais mede cerca de trinta metros de altura. Essas pirâmides rodeiam uma praça quadrada na qual se encontram altares, estelas monolíticas e colunas com altos-relevos. Os centros de Tres Zapotes e Cerro de las Mesas possuem estrutura semelhante. Em volta de Tres Zapotes acham-se vestígios do que pode ter sido um importante centro urbano.

A arte dos olmecas alcançou seu esplendor na escultura. São muito conhecidas as enormes cabeças, de mais de dois metros de altura, esculpidas em blocos de basalto trazidas de pedreiras distantes. A maior dessas cabeças pesa mais de trinta toneladas. São arredondadas, com nariz achatado e boca característica, de amplo lábio superior curvado para baixo. Um motivo constantemente repetido nas esculturas e altos-relevos é o de um deus de traços ao mesmo tempo humanos e felinos. A figura da onça, onipresente na arte olmeca, seria transmitida à mitologia das civilizações meso-americanas posteriores como deus da chuva. Típicas da escultura olmeca são também as pequenas figuras humanas cinzeladas em jade ou modeladas em argila. Em geral assexuadas, algumas têm o rosto semelhante ao das grandes cabeças já mencionadas. Em outras, a cabeça está deformada com um característico alargamento do crânio. Foram encontradas em lugares muito distantes e supõe-se por isso que tais obras de arte eram objeto de ativo comércio com outros povos.

A cultura olmeca experimentou grande expansão, graças ao comércio e à emigração de colonos olmecas, que se estabeleceram em pontos bastante afastados de seu país de origem. São vestígios da cultura olmeca os petróglifos de Chacaltzingo, no estado mexicano de Morelos, os célebres "dançantes" de Monte Albán (Oaxaca), as pinturas rupestres de Juxtlahuaca (Guerrero) e uma variedade de achados efetuados na costa do Pacífico, até Costa Rica.

Embora a civilização olmeca não tenha desaparecido repentinamente, parece que a capacidade inovadora de sua arte se perdeu de forma gradual. Outras culturas meso-americanas, como a maia e a de Monte Albán, adquiriram relevância, pois desenvolveram características próprias e alcançaram um poder de irradiação superior. Apesar disso, a tradição olmeca ainda se manteve em seu país de origem durante vários séculos.

Em uma estela tipicamente olmeca encontrada em Tres Zapotes, conseguiu-se decifrar uma data, escrita em caracteres semelhantes aos dos maias, equivalente ao ano 31 a.C. -- anterior, por conseguinte, em três séculos aos primeiros registros de datas conhecidos da cultura maia. É provável, portanto, que o famoso calendário maia seja originário da cultura olmeca. Por outro lado, as estelas mais tardias do sítio arqueológico de Cerro de las Mesas, dos primeiros séculos da era cristã, já refletem a influência das florescentes culturas de Teotihuacan, maia e zapoteca, então em plena expansão.

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