Áustria | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Áustria

Áustria | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Áustria

Áustria | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Áustria

Geografia: Área: 83.859 km². Hora local: +4h. Clima: temperado continental (maior parte), de montanha (SO). Capital: Viena. Cidades: Viena (1.550.123), Graz (226.244), Linz (183.504), Salzburgo (142.662), Innsbruck (113.392).

População: 8 milhões; nacionalidade: austríaca; composição: austríacos 93,4%, iugoslavos 2,5%, turcos 1,5%, alemães 0,7%, outros 1,9%. Idiomas: alemão (oficial), esloveno. Religião: cristianismo 89,8% (católicos 75,5%, outros 14,2%), sem religião 6,8%, outras 2,5%, ateísmo 0,8%.

Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, OCDE, OMC, ONU, UE. Embaixada: Tel. (61) 443-3111, fax (61) 443-5233 – Brasília (DF); e-mail: emb.austria@zaz.com.br.

Governo: República parlamentarista. Div. administrativa: 9 províncias. Partidos: Popular Austríaco (ÖVP), Social-Democrata da Áustria (SPÖ), da Liberdade da Áustria (FPÖ), Verdes (GA). Legislativo: bicameral – Conselho Nacional, com 183 membros; Conselho Federal, com 62 membros. Constituição: 1920.

A Áustria situa-se no centro da Europa, sem saída para o mar. Com mais de dois terços do território tomados pela cordilheira dos Alpes, o país conta com numerosas estações de esqui em Vorarlberg e no Tirol. No norte está o vale do rio Danúbio, onde se desenvolve a agricultura. A importância estratégica dessa região, que funciona há milênios como corredor entre o leste e o oeste do continente, explica a existência ali de centenas de fortes, castelos e mosteiros. A capital, Viena, reúne museus e construções barrocas, testemunhas do poder do Império Austríaco, que, sob a liderança dos Habsburgo, floresceu na Europa até o início do século XX. A cidade foi o centro mundial da música erudita nos séculos XVIII e XIX, graças à presença de compositores como Mozart. Com o fim da II Guerra Mundial, a Áustria transforma-se em fronteira entre o bloco soviético e o mundo capitalista. Destacando-se pelo alto padrão de vida e desenvolvimento, o país adere, em 1995, à União Europeia (UE), rompendo 40 anos de não-alinhamento. A perspectiva de uma imigração em massa – principalmente do Leste Europeu – leva a extrema direita ao poder, em 1999, gerando conflitos com a comunidade judaica e com governos europeus.

Hallstatt

História da Áustria

Ocupada na Antiguidade por celtas, que chegam aos Alpes orientais por volta de 400 a.C., a região é conquistada pelos romanos em torno do ano 15 a.C. Com a desintegração do Império Romano, no século V, o território é invadido sucessivamente por povos germânicos: bávaros, godos, hunos, lombardos e ávaros. Depois de breve estabilidade sob o imperador franco Carlos Magno, a disputa entre nobres germânicos leva à criação do ducado da Áustria, em 1156. No século XVI, sob Carlos V, os Habsburgo atingem o auge como monarcas do Sacro Império Romano-Germânico, tendo a Áustria como centro. Viena barra o avanço do Império Turco-Otomano na Europa, no século XVII. Os domínios austríacos expandem-se até o século seguinte. As guerras com a França revolucionária, entre 1791 e 1814, provocam perda de territórios e selam o fim do Sacro Império.

BANDEIRA DA ÁUSTRIAImpério Austro-Húngaro – A restauração conservadora na França contribui para o fortalecimento do Império Austríaco. Ao lado da Prússia, o país torna-se a maior potência da Confederação Germânica. Com o chanceler Klemens Metternich (1809-1848), alcança o desenvolvimento industrial. Em 1848, a onda revolucionária liberal e nacionalista derruba Metternich. Sob domínio do imperador Francisco José I (1848-1916), a Áustria é expulsa da Confederação Germânica. A unificação da Itália e da Alemanha enfraquece a Áustria, que, em 1867, se une à Hungria para formar o Império Austro-Húngaro, com política interna autônoma, mas com soberano e políticas externa, financeira e militar comuns. O império reúne um mosaico de povos – alemães, húngaros, tchecos, italianos, eslovenos, poloneses, lituanos, sérvios e croatas, entre outros.

Congresso de Viena

Congresso de Viena

Ao longo da Era Napoleônica, a Europa passou por significativas mudanças políticas, uma vez que o império de Napoleão Bonaparte compreendia a maior parte do continente europeu. Após sua prisão e o restabelecimento da monarquia na França, as grandes potências europeias se reuniram no chamado Congresso de Viena, ocorrido entre setembro de 1814 e junho de 1815, para discutir como iria ficar o novo mapa político da Europa.

Tal convenção foi encabeçada por Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria. A primeira e mais óbvia alternativa era a de cada país anexar uma parte da França. Entretanto, o ministro francês Talleyrand propôs o Princípio de Legitimidade, o qual sugeria que as nações retomassem apenas os territórios perdidos para o império napoleônico, de forma que a França não fosse prejudicada, o que foi aceito.

Mesmo assim, a nova divisão favoreceu as nações mais fortes. A Inglaterra, por exemplo, ganhou pontos de acesso à Índia e às Antilhas. Já a Rússia incorporou a Finlândia e a Polônia. Outro importante fator relacionado ao Congresso de Viena foi a formação da Santa Aliança. Tal organização, proposta pelo czar russo Alexandre I, era formada por Prússia, Áustria e França. Seu objetivo principal era a manutenção das monarquias e a luta em conjunto contra toda espécie de movimento de caráter liberal e nacionalista que surgisse.

No entanto, a Santa Aliança não pôde frear o avanço das ideias iluministas, que nesse momento já haviam sido disseminadas por toda a Europa e até mesmo pela América. Além disso, a Inglaterra não via a organização com bons olhos, uma vez que quanto mais países independentes, maior seria seu número de clientes.

República – Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, é assassinado por um estudante sérvio, fato que dá início à I Guerra Mundial. Com as alianças militares que se formam, Áustria, Alemanha e Turquia (Potências Centrais) enfrentam Rússia, França e Inglaterra (Aliados) e, depois, Estados Unidos (EUA). A derrota das Potências Centrais, em 1918, leva à dissolução do império dos Habsburgo e à proclamação da República. Tratados de paz impõem cessão de territórios à Itália, reconhecimento da independência da Hungria, Tchecoslováquia, Polônia e do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (futura Iugoslávia), além da proibição da união da Áustria com a Alemanha. Em 1934, o chanceler conservador Engelbert Dollfuss é assassinado numa tentativa de golpe de Estado dos nazistas austríacos. Em 1938, Adolf Hitler (nascido na Áustria) anexa o país à Alemanha, decisão aprovada pelos austríacos em plebiscito.

VIENA, CAPITAL DA ÁUSTRIA
Viena
Pós-guerra – Com a derrota nazista na II Guerra Mundial, a nação é dividida em quatro zonas: norte-americana, britânica, francesa e soviética. As forças de ocupação retiram-se dez anos depois, e a Áustria se torna um Estado neutro. Nos anos seguintes, o país vive grande crescimento econômico. Em 1966, a vitória do Partido Popular Austríaco (ÖVP), conservador, põe fim a 20 anos de governo social-democrata. As feridas da II Guerra Mundial são reabertas em 1986, com a revelação de que o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e candidato presidencial Kurt Waldheim havia participado de atrocidades nos Bálcãs como oficial nazista. Mesmo assim, Waldheim é eleito. Um plebiscito realizado em 1994 aprova a adesão da Áustria à União Europeia, que ocorre em 1995. Nesse ano, após vencerem as eleições legislativas, o ÖVP e o Partido Social-Democrata da Áustria (SPÖ) formam um governo de coalizão.

Extrema direita – Em outubro de 1999, o SPÖ vence as eleições parlamentares, com 33,2% dos votos. O temor de uma onda de imigrantes, atraídos pela prosperidade do país, dá eco ao discurso xenófobo do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), do líder de extrema direita Jörg Haider. Conhecido por ter defendido a política trabalhista de Hitler e elogiado veteranos da SS, a tropa de elite nazista, Haider obtém 26,9% dos votos, e seu partido se torna a segunda força política nacional. O ÖVP, que também conquista votação de 26,9%, alia-se ao partido de Haider, em fevereiro de 2000, para formar o novo governo. O líder do ÖVP, Wolfgang Schüssel, assume o posto de chanceler (chefe de governo) e o FPÖ obtém metade dos ministérios, mas Haider fica de fora. É a primeira vez que a extrema direita chega ao poder na Europa desde o fim da II Guerra. O novo governo é motivo de protestos no país e no exterior. Na tentativa de conter a pressão externa, Haider renuncia, ainda em fevereiro, à chefia do FPÖ. A UE adota sanções diplomáticas contra a Áustria, mas conclui que as medidas são contraproducentes e as suspende em setembro, mantendo o país sob "vigilância".

Comunidade judaica – O governo cede às pressões das lideranças judaicas e dos EUA e anuncia, em julho de 2000, a criação de fundo de 438 milhões de euros destinado a indenizar cerca de 150 mil sobreviventes do Holocausto que trabalharam como escravos do regime nazista. Outro acordo prevê o pagamento de 500 milhões de dólares em indenizações por propriedades confiscadas de judeus.

As divergências entre Haider e outros membros do FPÖ levam à renúncia de quatro ministros do partido, em setembro de 2002. A situação obriga Schüssel a dissolver a coalizão governamental. Nas eleições gerais, antecipadas para novembro, o FPÖ é o principal derrotado, recebendo somente 10% dos votos. O ÖVP, apesar da votação de 42,3%, tem necessidade de alianças para montar o governo. O SPÖ obtém 36,5%. Em fevereiro de 2003, Schüssel alia-se novamente ao FPÖ na formação do gabinete, concedendo três ministérios ao partido.

Novo presidente – Em maio ocorre a primeira greve geral no país em mais de cinco décadas, contra o projeto do governo de reforma da Previdência, que eleva a idade mínima de aposentadoria e reduz o valor de pensões. Uma nova legislação sobre direito de asilo, aprovada em outubro, é considerada das mais restritivas da Europa. Em abril de 2004, o social-democrata Heinz Fischer vence as eleições presidenciais, com 52,4% dos votos, derrotando a candidata governista Benita Ferrero-Waldner (ÖVP). Em 6 de julho, dois dias antes da posse de Fischer, morre o então presidente Thomas Klestil (ÖVP).
Anton von Webern

Anton von Webern

Anton Friedrich Ernst von Webern nasceu em 3 de dezembro de 1883 em Viena, Áustria. De família nobre, recebeu da mãe as primeiras lições de música. Prosseguiu os estudos em Klagenfurt e, em 1902, entrou para a Universidade de Viena, onde estudou musicologia e composição. De 1904 a 1908, foi aluno particular de Schoenberg. Trabalhou como ensaiador e regente e, até 1913, esteve em Viena, Ischl, Innsbruck, Teplitz, Dantzig (posterior Gdansk) e Stettin. Ansioso por dedicar-se livremente à criação, não permanecia muito tempo em cada teatro. Após servir na primeira guerra mundial, estabeleceu-se em Mödling como professor particular e supervisor da fundação musical criada por Schoenberg.

Com Alban Berg e Schoenberg, Webern dedicou-se ao atonalismo e tornou-se um dos mais destacados nomes da escola dodecafônica. No início da década de 1950, sua música foi aclamada por compositores da nova geração, como Boulez, Stockhausen e Stravinski.

Em 1924, com Drei geistlivhr Volkslieder (Três canções populares), Webern adotou o método dodecafônico ou serial de composição, de Schoenberg. Conservou-o nas obras posteriores e desenvolveu uma linguagem musical austera e concisa. Seu trabalho foi prejudicado, na década de 1930, pela ascensão do nazismo que declarou a música dodecafônica "bolchevismo musical" e "arte degenerada". Isolado após a ida de Schoenberg para os Estados Unidos em 1933 e da morte de Berg, dois anos depois, Webern caiu na penúria após a anexação da Áustria, em 1938. Quando as tropas russas se aproximaram de Viena, Webern e a mulher reuniram-se às três filhas em Mittersill, perto de Salzburgo. Datam dessa época obras importantes, entre as quais as cantatas para soprano, coro e orquestra, op. 29 e 31 (1940-1943), com textos de Hildegard Jones. Webern morreu em Mittersill, em 15 de setembro de 1945, vítima de um tiro acidental disparado por um soldado americano das forças de ocupação.
Anton Bruckner

Anton Bruckner

Josef Anton Bruckner nasceu em Ansfelden, Áustria, em 4 de setembro de 1824. A instância do pai, organista e mestre-escola, estudou música e orientou-se para o magistério, profissão que abandonou quando obteve em 1856, o posto de organista da catedral de Linz. Ali estudou contraponto e começou a compor. Merecem destaque três missas (1864-1868) e a sinfonia em ré menor (1864-1869), que refletem sua admiração pela estética e pelos processos criativos de Wagner.

A popularidade de Anton Bruckner só ocasionalmente transcendeu as fronteiras austríacas e alemãs, pois suas obras, de proporções monumentais e profunda espiritualidade, são bem próprias da cultura germânica.

Em 1867 Bruckner pleiteou a cátedra de música da Universidade de Viena e o posto de organista da Hofkapelle, cargos que só viria a ocupar em 1875 e 1877, respectivamente. Essa demora decorreu em parte de sua devoção a Wagner, o que lhe valeu a hostilidade do crítico vienense Eduard Hanslick, decano do conservatório e fervoroso adepto de Brahms.

Bruckner, por tradição, é considerado discípulo de Wagner, mas essa relação é mais aparente que profunda. Se o mestre alemão, romântico pela sua geração e modo de sentir, criou as formas novas de que necessitava para expressar-se, Bruckner nunca deixou de observar respeitosamente as regras sinfônicas européias tradicionais, embora as tenha empregado com certa liberdade, adaptando-as a suas convicções pessoais. Essa concepção e o misticismo e espiritualidade de sua obra fizeram com que Bruckner só viesse a lograr maior reconhecimento por parte do público pouco antes de sua morte.

Em seus últimos anos de vida, em Viena, com breves visitas à França e à Inglaterra, dedicou-se a compor suas obras mais importantes, as sinfonias. A primeira decerto remontava a seus anos de Linz. As oito restantes, compostas entre 1871 e 1896, são obras monumentais e sólidas em sua estrutura e ricas em seus recursos harmônicos. Bruckner morreu em Viena a 11 de outubro de 1896.

Alfred AdlerAlfred Adler

Alfred Adler nasceu em Penzing, na Áustria, em 7 de fevereiro de 1870. Formou-se em medicina na Universidade de Viena, dedicando-se à neuropsiquiatria. Em 1901 conheceu Freud e, impressionado com sua nova teoria e seus trabalhos à frente da Sociedade Psicanalítica de Viena, passou a integrar o grupo. Já em sua primeira obra, Studie über Minderwertigkeit von Organe und die seelische Kompensation (1970; Estudo sobre a inferioridade dos órgãos e sua compensação psíquica) afirmou sua concepção original: muitos comportamentos normais e patológicos seriam tentativas, com êxito ou inadequadas, de resolver as frustrações desencadeadas por inferioridades físicas, que impedem a pessoa de alcançar suas finalidades.

Adler foi um dos primeiros soldados do "bravo exército", na expressão do próprio Freud, de integrantes da Sociedade Psicanalítica de Viena, mas também o primeiro a provocar sua divisão, por desejar conferir à psicanálise uma maior preocupação com temas sociais.

Em 1911, no Congresso de Weimar, Adler rompeu definitivamente com Freud e seus seguidores, fundando a Sociedade de Psicanálise Livre. Sobrevindo a primeira guerra mundial, entrou para o exército austríaco como médico e, terminada a guerra, voltou-se principalmente para os problemas da criança, organizando em Viena as primeiras clínicas dessa especialidade. A partir de Über den nervösen Character: Grundzüge einer vergleichenden Individualpsychologie und Psychotherapie (1912; O temperamento nervoso: estudo comparado da psicologia individual e da psicoterapia), definiu claramente sua própria teoria psicológica, que desenvolveu e completou em sua obra mais conhecida, Menschenkenntnis (1927; Conhecimento do caráter humano).

Na concepção de Adler, a questão da neurose deve ser tratada no âmbito estrito da "psicologia individual", isto é, das reações de cada pessoa, especialmente na infância, às circunstâncias familiares e sociais que ela tenta dominar. Como o conflito com as pressões externas, em grande parte dos casos, não permite à criança o domínio ou controle da situação, ela é tomada pelo "sentimento de inferioridade", que representaria o lado feminino da pessoa humana. Ao esforço em sentido contrário chamou de "protesto masculino" ou, em termos nietzschianos, a "vontade de poder", sendo seu principal resultado a "supercompensação". A incapacidade de chegar a esse ponto transformou o "sentimento de inferioridade" em "complexo de inferioridade", estado psíquico de desequilíbrio, neurose, tendendo a se expressar, cada vez mais, pela agressividade.

Deixando de lado o inconsciente, as funções da libido e outros componentes fundamentais da visão freudiana, Adler concebia a saúde emocional como um ajustamento da personalidade ao "interesse social". Morreu em Aberdeen, na Escócia, em 28 de maio de 1937.
Alban Berg

Alban Berg

Alban Berg nasceu em 9 de fevereiro de 1885, em Viena, de família próspera e voltada para a música. Aos 18 anos, devido a uma decepção amorosa, tentou o suicídio. No ano seguinte, conheceu Schoenberg, com quem estudou até 1910. Em 1914 viveu outra experiência decisiva: assistiu a uma representação do drama de Georg Büchner, Wozzeck, em que um soldado meio louco e humilhado por todos é traído pela mulher e acaba por matá-la. Impressionado, Berg dedicou-se durante anos à ópera Wozzeck, sobre o texto de Büchner. Com somente algumas passagens dodecafônicas, e as outras atonais, a música vale-se de antigas formas da polifonia barroca e envolve em atmosfera expressionista o texto de componentes folclóricos e sentido revolucionário. Encenada em Berlim em 1925, a obra foi mal aceita pelo público, embora se impusesse, mais tarde, como a única ópera moderna cada vez mais presente no repertório.

Para Stravinski, Alban Berg "superou até seu modelo",  Arnold Schoenberg. Com sua ópera Wozzeck, de pungente realismo social, Berg tornou-se o integrante mais conhecido da demolidora escola de Viena e criou música dramática de rigorosa modernidade.

A música de câmara mereceu atenção ainda mais constante do compositor, sobretudo a partir de 1910, ano do quarteto de cordas opus 3. Consagradas como obras-primas de pureza instrumental são as quatro peças para clarinete e piano opus 5, de 1913. O concerto de câmara para violino, piano e 13 instrumentos de sopro, e sobretudo a Suíte lírica para quarteto de cordas, de 1926, já inteiramente dodecafônicos, figuram entre as obras mais importantes de Berg.

Em 1929 Berg compôs Der Wein (O vinho), ária de concerto para soprano e orquestra sobre três poemas de Baudelaire traduzidos por Stefan George, quando já trabalhava em sua segunda ópera, Lulu, de um realismo erótico chocante para seu tempo, mas que não chegou a concluir. O último trabalho de Berg foi o concerto para violino ("À memória de um anjo"), dedicado à filha de Alma Mahler: dodecafônico-serial, transfigura em variações de inspiração visionária o coral da cantata nº 60 de Bach, Ó eternidade, terrível palavra.

A arte de Berg é menos intransigente que a de Schoenberg e menos absoluta que a de Webern; dos três, ele é o mais expressionista, ainda com vestígios de romantismo. De saúde frágil, Alban Berg morreu em Viena, em 24 de dezembro de 1935, devido a um tumor provocado, aparentemente, pela picada de um inseto.

Sigmund Freud, Neuropsiquiatria Austríaco Nascido em Freiburg

Sigmund Freud, Neuropsiquiatria Austríaco Nascido em Freiburg

Neuropsiquiatra austríaco nascido em Freiberg, na Morávia, hoje Príbor, na República Tcheca, fundador da psicanálise, desenvolvedor dos estudos da mente inconsciente e criador da teoria da importância da experiência sexual infantil. Levado para Viena, onde ele passou a maior parte da vida., ingressou na Universidade de Viena (1873) para estudar medicina e sofreu restrições devido a sua condição de judeu. Trabalhou no laboratório de fisiologia com Ernst Wilhelm von Brücke (1876-1882) e concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso.

Dedicou-se à clínica psiquiátrica a partir de então (1882), em intensa colaboração com Josef Breuer, que criara o método catártico e descobrira a íntima relação existente entre os sintomas histéricos e certos traumas de infância (1882-1896). Sentindo as limitações de Viena no tocante às possibilidades de aperfeiçoamento, planejou uma viagem a Paris a fim de assistir aos cursos proferidos por Jean-Martin Charcot. Para tanto, dispôs-se a obter o mestrado em neuropatologia e ganhou bolsa para um período de especialização em Paris (1885).

Ainda em Paris, concebeu o plano de um trabalho destinado a estabelecer uma distinção entre as paralisias orgânicas e as paralisias histéricas. Desenvolveu também profundos estudos sobre sintomas de histeria e, publicou no período, em colaboração, dois trabalhos, dos quais o mais célebre é Studien über Hysterie (1895), que marca o início de suas investigações psicanalíticas. Após romper com Breuer, substituiu a hipnose pelo processo da livre associação de ideias, o que lhe permitiu isolar e estudar os fenômenos de resistência e de transferência. A tese de Charcot, de que a histeria não era uma doença mental exclusiva da mulher, foi inteiramente absorvida por ele, o que lhe valeu violentas críticas dos meios acadêmicos de Viena, tão logo a expôs por ocasião de seu regresso.

Suas teorias inicialmente não foram bem recebidas, porém se tornaram profundamente influentes a partir do século vinte. Passou a observar a natureza sexual dos traumas infantis causadores das neuroses (1897) e começou a delinear a teoria do chamado complexo de Édipo, segundo o qual seria parte da estrutura mental dos homens o amor físico pela mãe e o ímpeto de assassinar o pai. O médico vienense tornou o ano inicial do século o ano oficial do lançamento de sua primeira obra psicanalítica propriamente dita, Die traumdeutung (1900), de fato lançada um ano antes.

Fundou a Sociedade Psicanalítica de Viena (1908), realizou o primeiro congresso de psicanálise em Salzburg, onde se decidiu a publicação de um anuário dirigido por ele e Bleuler, cujo redator-chefe era Jung. Pronunciou um ciclo de conferências nos Estados Unidos (1909), a convite da Clark University, em Worcester, fato que representou a primeira aceitação oficial da psicanálise, participou por ocasião do segundo congresso internacional de psicanálise, realizado em Nuremberg (1910), da fundação da Associação Psicanalítica Internacional, que congregou os psicanalistas de todo o mundo.

Com o agravamento da pressão nazista e com à ajuda financeira de Marie Bonaparte, mudou-se para Londres, onde ficou até sua morte. Trabalhava a esse tempo, em colaboração com sua filha Anna, na redação de uma obra dedicada à análise da personalidade de Hitler. Outras de suas obras destaque são Die Traumdeutung (1900), Zur Psychopathologie des Alltagslebens (1904) e Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie (1905), Totem und Tabu (1913), Das Unbehagen in der Kultur (1930), e Der Mann Moses und die monotheistiche Religion (1939).

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