Nicarágua | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Nicarágua

Nicarágua | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Nicarágua

NICARÁGUA, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DA NICARÁGUA

Geografia – Área: 130.682 km². Hora local: -3h. Clima: tropical. Capital: Manágua. Cidades: Manágua (1.200.000) (aglomeração urbana), León (138.000), Chinandega (115.000), Masaya (96.000), Granada (76.000) (2017).

População – 6,3 milhões (2017); nacionalidade: nicaraguense; composição: eurameríndios 69%, europeus ibéricos 17%, afro-americanos 9%, ameríndios 5%. Idiomas: espanhol (oficial), inglês. Religião: cristianismo 96,3% (católicos 85,1%, protestantes 11,6%, outros 4,9% - dupla filiação 5,3%), outras 2,2%, sem religião e ateísmo 1,4%. Moeda: córdoba ouro.

Relações Exteriores – Organizações: Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 248-1115, fax (61) 364-0825 – Brasília (DF); e-mail: embanibra@zaz.com.br.

Governo – República presidencialista. Div. administrativa: 15 departamentos e 2 regiões autônomas. Partidos: Liberal Constitucionalista (PLC), Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Legislativo: unicameral – Assembleia Nacional, com 90 membros. Constituição: 1987.

Maior país da América Central em extensão territorial, a Nicarágua enfrenta grandes dificuldades econômicas, depois da guerra civil que se prolongou por praticamente toda a década de 1980. A renda per capita, de aproximadamente 700 dólares em 2002, é uma das menores da América. Grande parte da população, formada principalmente por mestiços de índios e europeus, vive no lado ocidental, voltado para o oceano Pacífico, onde se localizam as maiores cidades. Uma cadeia montanhosa com vulcões ativos e dois grandes lagos separam o lado oriental, voltado para o mar do Caribe e dominado pela planície dos Miskitos. Com solo vulcânico e fértil, a região leste concentra a produção agrícola. O clima tropical e a altitude favorecem o cultivo de café, principal produto de exportação.

Bandeira da NicaráguaHistória da Nicarágua

A região é habitada por tribos vindas da América do Sul até o século X, quando começa a receber nativos do norte. Cristóvão Colombo chega em 1502, mas só por volta de 1520 os espanhóis ali se estabelecem, sendo recebidos pelo chefe indígena Nicarao, do qual o país herda o nome. Os dois primeiros povoados do lado ocidental da colônia tornam-se rivais: León, a capital, é o núcleo urbano e intelectual; Granada reúne a aristocracia latifundiária. A costa caribenha atrai corsários britânicos entre os séculos XVII e XIX. Em 1826, a Nicarágua passa a ser membro das Províncias Unidas da América Central. Proclama sua independência em 1838, quando se desfaz a federação. Manágua é escolhida para capital em 1857, por situar-se a meio caminho de León e Granada. Os conservadores granadinos dominam o país na segunda metade do século XIX. Os liberais ganham as eleições de 1893 e governam até 1909. Os conservadores são reinstalados no poder em 1911 pelos Estados Unidos (EUA) – cujas tropas ocupam a região em 1912, reocupam dois anos depois e só se retiram em 1933, após criar a Guarda Nacional.

Somozismo – Em 1934, o guerrilheiro Augusto César Sandino é assassinado a mando do comandante da Guarda Nacional, Anastasio Somoza García, que ganha as eleições presidenciais em 1936 e governa com mão de ferro durante 20 anos. É assassinado em 1956 e substituído pelo filho Luis. Para combater a ditadura somozista, o intelectual marxista Carlos Fonseca funda, em 1961, uma guerrilha inspirada em Sandino, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Em 1967, Anastasio (Tachito) Somoza, irmão de Luis, assume a Presidência. Em 1972, um terremoto destrói Manágua. Parte da ajuda internacional é desviada para os cofres dos Somoza. Liberais, intelectuais e setores progressistas da classe média unem-se aos sandinistas contra a ditadura.

Revolução sandinista – Em 1978, o assassinato do jornalista liberal Pedro Joaquín Chamorro é o estopim de uma insurreição nacional contra o somozismo, liderada pelos sandinistas. Os guerrilheiros derrotam a Guarda Nacional e tomam o poder em 1979. Uma junta formada por sandinistas e liberais assume o governo: expropria os bens da família Somoza, nacionaliza bancos e estatiza cerca de 40% da economia. Em 1980, os liberais Violeta Chamorro (viúva de Pedro) e Alfonso Robelo deixam a junta e passam para a oposição. A mando dos sandinistas, Somoza é assassinado no Paraguai. Em 1981, os EUA acusam os sandinistas de apoiar a guerrilha esquerdista de El Salvador, suspendem a ajuda econômica à Nicarágua e passam a financiar os contras – paramilitares anti-sandinistas, que têm em Honduras sua principal base.

Manágua, Capital da Nicarágua
Manágua, Capital da Nicarágua
A vitória do sandinista – Daniel Ortega nas primeiras eleições pós-revolução, em 1984, não é reconhecida pelos EUA, que decretam embargo total à nação em 1985. Um plano de paz para a Nicarágua, apoiado por Guatemala, El Salvador, Honduras e Costa Rica, é assinado em 1987 pelos presidentes dos cinco países, e, em 1988, uma trégua se estabelece. Em 1990, Violeta Chamorro, da União Nacional Opositora (UNO), derrota a FSLN na eleição presidencial.

Governo Chamorro - Violeta Chamorro é acusada de não investigar casos de corrupção nem indenizar os 6 mil proprietários de terras expropriadas pelos sandinistas e rompe com a UNO em 1993. Violeta legaliza os títulos de terra que beneficiaram 200 mil famílias durante a era sandinista. Arnoldo Alemán, da coalizão conservadora Aliança Liberal (AL), vence Daniel Ortega, da FSLN, na disputa pela Presidência em 1996.

Furacão Mitch – Empossado em 1997, Alemán devolve aos antigos donos parte das terras confiscadas entre 1979 e 1989. Em resposta, a FSLN promove greves que param o país. A passagem do furacão Mitch, no fim de 1998, deixa cerca de 3 mil mortos e 600 mil desabrigados. Para auxiliar na reconstrução, o Banco Mundial autoriza, em 2000, a redução da dívida externa nicaragüense em 4,5 bilhões de dólares como parte do programa de Países Pobres Altamente Endividados. O valor equivale a 72% da dívida do país. Nas eleições municipais de 2000, a FSLN elege seus candidatos para a prefeitura de 11 das 15 capitais departamentais, incluindo Manágua, no maior triunfo eleitoral dos sandinistas desde que deixaram o poder, em 1990. O Partido Liberal Constitucionalista (PLC) cresce no interior, onde elege 97 prefeitos.

Conflito com Honduras – Um incidente entre um barco pesqueiro hondurenho e uma patrulha naval nicaraguense, em maio de 1995, intensifica a disputa entre Nicarágua e Honduras pelo direito de pesca no golfo de Fonseca, no litoral do Pacífico. Um acordo destinado a estabelecer os limites das águas territoriais dos dois países é firmado em junho, mas Honduras acusa, em dezembro, a guarda costeira nicaraguense de invadir seu espaço marítimo. Em dezembro de 1999, Nicarágua e Honduras mobilizam tropas na fronteira após a ratificação, pelo Congresso hondurenho, de um acordo de limites marítimos firmado com a Colômbia em 1986, ao qual a Nicarágua se opõe. Em fevereiro de 2000, guardas de fronteira de Nicarágua e Honduras trocam tiros durante uma semana no golfo de Fonseca. A tensão só diminui com a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA), em março.

Nas eleições presidenciais de 2001, Enrique Bolaños, do PLC, obtém 56% dos votos, contra 42% de Daniel Ortega, da FSLN. Bolaños toma posse em janeiro de 2002. No mês seguinte, o ex-presidente Alemán é eleito presidente da Assembleia Nacional. Em agosto, Alemán é acusado de haver desviado 100 milhões de dólares em dinheiro público durante seu mandato presidencial. O caso alcança grande repercussão. Em setembro, Alemán é destituído da presidência da Assembleia Nacional. Em dezembro, sua imunidade parlamentar é retirada, com o apoio de alguns deputados governistas. O ex-presidente é colocado sob prisão domiciliar, sendo depois transferido para uma prisão comum. Em dezembro de 2003, é condenado, por corrupção, a 20 anos de prisão.

Dívida externa – Em janeiro de 2004, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial cancelam 4,5 bilhões de dólares da dívida externa do país. A medida, segundo as instituições, deve-se à disposição do governo nicaraguense em prosseguir nas reformas estruturais e no combate à corrupção. Em março, o presidente Bolaños e outros 32 dirigentes do PLC são acusados de irregularidades no financiamento da campanha eleitoral de 2001.

Fonte: http://www-geografia.blogspot.com.br/
www.klimanaturali.org
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