Vietnã | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Vietnã

Vietnã | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Vietnã

VIETNÃ - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DO VIETNÃ
Geografia – Área: 329.566 km². Hora local: +10h. Clima: tropical. Capital: Hanói. Cidades: Ho Chi Minh City (ex-Saigon) (5.060.000), Hanói (4.100.000), Haiphong (1.860.000) (aglomerações urbanas) (2018).

População – 90 milhões (2018); nacionalidade: vietnamita; composição: quines 87%, hans 2%, tais 2%, outros 9%. Idioma: vietnamita (oficial). Religião: budismo 49,5%, sem religião 13,5%, novas religiões 11,3%, crenças tradicionais 8,5%, cristianismo 8,3% (católicos 6,7%, outros 1,5%), ateísmo 7%, outras 2,2% - dupla filiação 0,3%. Moeda: dongue.

Relações Exteriores – Organizações: Apec, Asean, Banco Mundial, FMI, ONU. Embaixada: Tel. (61) 364-5876, fax (61) 364-5836 – Brasília (DF); e-mail: embavina@uol.com.br.

Governo – Regime de partido único (PC) e um órgão supremo (Assembleia Nacional). Div. administrativa: 7 regiões subdivididas em províncias. Presidente: Tran Duc Luong (PC) (desde 1997). Primeiro-ministro: Phan Van Khai (desde 1997). Partido: Comunista do Vietnã (PC) (único legal). Legislativo: unicameral – Assembleia Nacional, com 498 membros. Constituição: 1992.

O Vietnã situa-se na península da Indochina, no sudeste da Ásia. Seu território é coberto por florestas tropicais e planícies alagadas nos deltas do rio Vermelho e do Mekong, onde há plantações de arroz, o principal produto agrícola nacional. O país sofre as consequências dos mais de 15 anos da Guerra do Vietnã (1959/1975) e da ação dos Estados Unidos (EUA) no conflito. Os bombardeios norte-americanos com o desfolhante químico "agente laranja" destruíram grandes áreas agrícolas e de floresta, ainda não recuperadas. O isolamento internacional após a implantação do comunismo contribui para a estagnação econômica. Na década de 1990, o governo adota modelo semelhante ao da China, combinando liberalização econômica e regime de partido único.

História do Vietnã

Os primeiros habitantes do atual território vietnamita instalam-se na península da Indochina no século III a.C. A região fica sob domínio chinês de 111 a.C. até 939. A partir de então, alternam-se períodos de independência e de vassalagem à China. Entre os vários reinos instalados na Indochina, os principais são Anã, Champa e Khmer (atual Camboja). Em 1516 os portugueses chegam à região. O Reino de Anã divide-se e, em 1558, cortes independentes se estabelecem nas cidades de Hanói e Hue (região central), enquanto Champa controla o delta do rio Mekong (sul). Anã unifica-se em 1802 e, de sua capital (Hue), passa a dominar todo o Vietnã.

VIETNÃ - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DO VIETNÃDomínio francês – Em 1859, a França invade Saigon e enfrenta, durante três anos, a população local. Um tratado de paz é assinado em 1862. Novos territórios passam para o domínio francês, que funda uma colônia no sul da península em 1867, a Cochinchina. Em 1883 instala dois protetorados no norte, Anã e Tonkin. Em 1887, forma-se a União da Indochina, que reúne sob o jugo colonial francês Cochinchina, Anã, Tonkin e Camboja. Mais tarde, o Laos também passa a fazer parte da união. O Partido Comunista da Indochina é fundado em 1930, por Ho Chi Min. Cerca de uma década mais tarde, cria-se a Liga pela Independência (Vietminh), liderada pelos comunistas. Durante a II Guerra Mundial, a Indochina é invadida pelos japoneses, contra os quais o Vietminh organiza guerrilhas. Ao fim da guerra, a França reocupa a Indochina. Em 1945, o Vietminh proclama a independência e forma a República Democrática do Vietnã. Segue-se a abdicação do imperador. No ano seguinte, diante da solidez do Vietminh no norte e de sua fraca implantação no sul, forma-se um Estado no norte. Começa a luta armada entre o Vietminh e os franceses. Em 1949, a França impõe Bao Daï como imperador do Vietnã. No ano seguinte, porém, se vê obrigada a reconhecer a independência do país, que se mantém na Comunidade Francesa de Nações.

Divisão – O Vietminh continua a luta pelo controle do território. Em 1954, os franceses retiram-se, derrotados na batalha de Diem Bien Phu. Um armistício consolida a divisão do Vietnã em dois Estados: Vietnã do Norte, sob o regime comunista de Ho Chi Minh, e Vietnã do Sul, monarquia encabeçada por Bao Daï. O monarca é deposto no ano seguinte por Ngo Dinh Diem, que proclama a
República no sul e assume a Presidência.

VIETNÃ - ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIAIS DO VIETNÃReunificação – Com a retirada dos EUA, os comunistas ocupam Saigon, em abril de 1975, pondo fim à guerra. A cidade passa posteriormente a se chamar Ho Chi Minh. Em 2 de julho de 1976, o Vietnã é oficialmente reunificado sob o regime comunista, aliado da União Soviética (URSS). O governo nacionaliza empresas, coletiviza a agricultura e reprime opositores. Milhares de pessoas são enviadas a campos de trabalho forçado. Tensões com a China aumentam em 1978, quando o Vietnã invade o Camboja e derruba o regime do Khmer Vermelho, aliado dos chineses, instalando um governo pró-vietnamita. Em 1979, em represália, a China realiza ataques contra o Vietnã. Na década de 1980, o Vietnã mergulha numa crise econômica, agravada pelo embargo comercial imposto pelos EUA e pelo alto custo da presença militar no Camboja.

Abertura econômica – O congresso do Partido Comunista do Vietnã (PC) de 1986 introduz reformas liberalizantes, inspiradas na abertura política da URSS. Em 1989, o Vietnã retira-se do Camboja. Em 1994, os EUA suspendem o embargo comercial de 30 anos. Na eleição parlamentar de 1997, pela primeira vez permite-se que concorram candidatos não filiados ao PC. O comunista Tran Duc Luong, favorável à limitação das reformas, assume a Presidência, enquanto o reformista Phan Van Khai assume o cargo de primeiro-ministro.

Crise asiática – A crise financeira no Sudeste Asiático atinge o Vietnã em 1998, com queda acentuada na cotação da moeda. O volume de recursos estrangeiros dirigidos ao país em 1999 cai de forma drástica em relação ao ano anterior. Em julho de 2000 começa a funcionar a primeira bolsa de valores no país desde a II Guerra Mundial. No mesmo mês, o governo do Vietnã e o dos EUA assinam acordo que elimina todas as restrições ao comércio bilateral. A aproximação chega ao auge com a visita, em novembro, do presidente norte-americano Bill Clinton.

Em 2001 a minoria étnica dos montagnards, da região central do país, protesta contra a perda de terras para migrantes do norte. Os protestos são reprimidos. O PC elege como secretário-geral o reformista Nong Doc Manh. Nas eleições para o Parlamento em 2002, 445 cadeiras ficam com o PC, e as outras 53, com candidatos independentes. Em 2003, um tribunal condena 15 montagnards à prisão, acusados de subversão; no ano seguinte, mais nove são condenados. Em junho de 2003, o chefe mafioso Nam Cam e mais cinco são condenados à morte, entre 154 envolvidos com o crime organizado, no maior julgamento da história do país.

Gripe do frango – Em janeiro de 2004, o governo vietnamita confirma as primeiras mortes de seres humanos causadas pela gripe do frango. Casos da doença continuarão surgindo nos meses seguintes. Também em janeiro, a Associação Vietnamita das Vítimas do Agente Laranja solicita à Suprema Corte dos EUA reparação a três vietnamitas afetados pelo desfolhante. Em junho, o mafioso Nam Cam é executado. No mês seguinte, o ativista pró-democracia Nguyen Dan Que, que já ficou 18 anos preso, é condenado a 30 meses de prisão por criticar o governo em um artigo pela internet. Mais dois dissidentes recebem detenção de 19 meses.

Guerra do VietnãGuerra do Vietnã

Guerra do Vietnã é o nome dado à série de conflitos ocorridos de 1961 a 1975 entre as forças armadas dos Estados Unidos e do Vietnã do Sul, de um lado, e o Exército do Vietnã do Norte e a Frente de Libertação Nacional sul-vietnamita do outro. Nasceu da luta do povo vietnamita pela libertação do jugo colonial francês e se tornou, no período de maior intensidade da participação americana, elemento essencial da guerra fria, confronto ideológico entre os blocos capitalista e comunista.

Guerra do Vietnã – A guerrilha comunista intensifica os combates no sul com a formação da Frente de Libertação Nacional, conhecida como Vietcong, que luta para derrubar o regime de Diem e reunificar o país. A Guerra do Vietnã começa em 1959 e opõe militares do Vietnã do Sul à guerrilha apoiada pelo Vietnã do Norte. Os EUA se envolvem no conflito em 1961 e ampliam seu apoio ao sul até a intervenção militar aberta, quatro anos depois. Os vietcongues resistem aos ataques com táticas de guerrilha. A violência e a continuidade da guerra levam a opinião pública dos EUA a opor-se à participação do país no conflito. Ho Chi Minh morre em 1969. Os bombardeios norte-americanos sobre Hanói, em 1972, e o bloqueio de portos norte-vietnamitas não dão resultado. No auge da guerra, os EUA têm cerca de meio milhão de militares envolvidos. Em 1973 aceitam o cessar-fogo e retiram-se da região dois anos depois. Morrem no conflito mais de 180 mil vietnamitas e 46 mil norte-americanos.

De natureza ideológica, a guerra do Vietnã foi o mais polêmico e violento conflito armado da segunda metade do século XX e o primeiro a ter imagens transmitidas pela televisão diretamente das frentes de batalha, fator que produziu profundo impacto na sociedade americana e despertou movimentos maciços de repúdio às decisões da liderança política nas questões internacionais relacionadas à guerra fria.

Antecedentes
A luta vietnamita contra o domínio colonial francês organizou-se em diversos movimentos dentre os quais se destacou a Liga de Independência do Vietnã, ou Viet Minh, partido nacionalista criado em 1941 e que tinha forte base de apoio popular na região norte. Em 2 de setembro de 1945, menos de um mês depois da rendição japonesa na segunda guerra mundial, Ho Chi Minh, líder do Viet Minh, proclamou a independência da República Democrática do Vietnam, mas a França, que pretendia reafirmar o controle sobre a Indochina, reconheceu o norte apenas como um estado livre dentro da União Francesa. As profundas discordâncias entre o Viet Minh e os franceses resultaram em luta a partir de 1946, que terminou com a derrota francesa em 1954, em Dien Bien Phu.

Em maio de 1954, acordos firmados em Genebra estabeleceram a separação do Vietnã em duas partes, ao norte e ao sul do paralelo 17°N, e a futura reunificação do país por eleições gerais em 1956. Ho Chi Minh ficou com o controle do norte, à frente de uma república comunista com capital em Hanói. No sul, manteve-se a monarquia, com a capital em Saigon e Ngo Dinh Diem como primeiro-ministro. Em 1955, porém, Diem derrubou a monarquia, assumiu poderes ditatoriais e recusou-se a realizar as eleições. Os norte-vietnamitas decidiram então abandonar os meios políticos e reunificar o Vietnã pela força.

Envolvimento americano

A intensificação da guerra fria levou os Estados Unidos, que tinham apoiado a França na Indochina, a acreditar que a queda do Vietnã do Sul acarretaria a de outros países do Sudeste Asiático -- a "teoria dos dominós". Aos poucos, firmou-se no país a influência americana, contestada por diferentes setores sociais que se unificaram na Frente de Libertação Nacional, fundada em 1960. Apoiada por camponeses, partidos políticos e intelectuais sul-vietnamitas e pelo governo do Vietnã do Norte, a Frente formou um exército de libertação visando à reunificação.

Guerra aberta
A infiltração comunista através do paralelo 17 fortalecia os guerrilheiros e o Viet Cong. Crescia também a oposição em outros setores sociais, como o budista, e se repetiram suicídios de monges pelo fogo. O presidente americano John Kennedy aumentou o envio de material bélico, ajuda financeira e conselheiros militares para treinar as tropas sul-vietnamitas.

A oposição interna ao governo chegou até as tropas sul-vietnamitas, e em novembro de 1963 Diem foi assassinado num golpe de estado. Em 1964, comandantes de dois destróieres declararam-se atacados por lanchas norte-vietnamitas em águas internacionais do golfo de Tonquim. Em represália, Lyndon Johnson, sucessor de Kennedy, ordenou o bombardeio de bases navais do Vietnam do Norte e começou a preparar a intervenção. Em março de 1965 o primeiro contingente de fuzileiros navais desembarcou no Vietnã do Sul e tiveram início os bombardeios sistemáticos acima do paralelo 17.

Sob o comando do sul-vietnamita Nguyen Van Thieu, no poder desde 1965 e eleito presidente da república em 1967, e do general americano William Westmoreland, sucederam-se as ações militares nos anos seguintes: combates diretos com os guerrilheiros, bombardeio de Hanói e de outras cidades do norte e ataques aéreos a aldeias e áreas florestais, sobre as quais foram lançados desfolhantes e napalm, para queimar as árvores usadas como proteção pelos guerrilheiros. Tiveram importância fundamental nessas operações os helicópteros, o mais eficaz meio de transporte durante a guerra, e os bombardeiros B-52.

Do ponto de vista militar, o conflito chegara a um impasse no começo de 1968. Os comunistas, liderados por Vo Nguyen Giap, não eram capazes de forçar a retirada americana; os Estados Unidos não conseguiam vencer a guerra, embora chefes militares anunciassem com frequência a iminência da vitória. Em 30 de janeiro de 1968, os comunistas lançaram ataques coordenados contra as cidades importantes do Vietnãdo Sul, na chamada ofensiva do Tet, que coincidiu com o primeiro dia do ano lunar: tomaram a cidade de Hue e ocuparam bairros periféricos de Saigon. Após um mês de combates, as forças do norte foram vencidas, mas o episódio teve forte impacto psicológico nos Estados Unidos. Ganharam as ruas protestos de estudantes, intelectuais e artistas, e aumentou o número de jovens que fugiam à convocação militar.

Pressionado pelos movimentos populares e pelo Congresso, cada vez mais hostil à participação americana na guerra, o presidente Richard Nixon deu início ao processo de "vietnamização" do conflito, pelo qual os sul-vietnamitas assumiram gradualmente todas as responsabilidades militares por sua defesa, embora apoiados pelos Estados Unidos com armas, equipamentos, suporte aéreo e ajuda econômica.

Começou a retirada lenta das tropas americanas da região. Westmoreland foi substituído pelo general Creighton Williams Abrams, que trocou os métodos de destruição maciça do antecessor por pequenas incursões seguidas de ataques aéreos. Em 1969, as forças americanas no Vietnã somavam 540.000 homens; no final de 1971, esse número caíra para 160.000. As tropas saíam desmoralizadas por ações que receberam condenação mundial, como a matança indiscriminada de civis na aldeia de My Lai, e por avanços do inimigo, apoiado por forças de países vizinhos. Em março de 1972, os norte-vietnamitas lançaram uma grande ofensiva em diversas frentes e ocuparam a província de Quang Tri. Os Estados Unidos responderam com o lançamento de minas em todas as baías e portos do Vietnã do Norte e intenso bombardeio do país.

Conversações de paz
Em outubro de 1968 começaram em Paris as negociações formais para um armistício. Com patrocínio do governo francês, reuniram-se nos meses seguintes os representantes dos Estados Unidos, Vietnã do Sul, Vietnã do Norte e Frente de Libertação Nacional. Em pouco tempo ficou clara a impossibilidade de um acordo. Em janeiro de 1972 as conversações de Paris foram retomadas pelo secretário de Estado americano Henry Kissinger e pelo enviado norte-vietnamita Le Duc Tho. Diversas tentativas fracassaram, mas visitas do presidente Nixon a Pequim e Moscou no primeiro semestre de 1972 tiveram resultado positivo e um acordo foi assinado em 27 de janeiro de 1973. Terminava a participação americana na guerra. O fim do conflito, porém, só aconteceu em 30 de abril de 1975, quando as forças revolucionárias ocuparam Saigon sem combate.

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