Arqueologia, Origens da Arqueologia

Arqueologia, Origens da Arqueologia

Arqueologia, Origens da ArqueologiaA Arqueologia é a ciência social que procura compreender a estrutura, o funcionamento e as mudanças das sociedades humanas do passado, com base em estudo de sinais materiais encontrados no presente.

Esses vestígios, resultado da intervenção do homem em determinado espaço, como restos de habitação, locais de culto ou textos escritos, são chamados de sítios arqueológicos. Um dos processos mais utilizados para calcular a idade de um sítio arqueológico é o que emprega o carbono-14, um elemento radioativo presente em ossos, madeiras ou demais compostos orgânicos. Como a velocidade de decomposição do carbono-14 nos seres vivos é conhecida (a cada 5.730 anos ele perde metade da radiação), é possível, pela comparação, determinar a idade de um sítio.

Origens – Os primeiros sinais da pesquisa arqueológica surgem na península Ibérica, entre os séculos XV e XVI. Os papas, cardeais e a nobreza, interessados em colecionar objetos da arte antiga, patrocinam as primeiras escavações. A arqueologia propriamente dita começa a partir de 1748, com as investigações de Pompeia e Herculano, na Itália. Essas cidades guardam um registro do cotidiano de seus habitantes, que foram mortos e conservados pela lava do vulcão Vesúvio, em 79 a.C. Desse período em diante, várias pesquisas se desenvolvem em outras partes do mundo.

Europa – Em 1856, o alemão Johann Fuhlrott encontra partes do esqueleto do homem de Neanderthal nas proximidades de Düsseldorf, na Alemanha. Considerado um ancestral do homem atual, ele teria vivido entre 130 mil e 30 mil anos atrás.

Na virada do século, em 1902, especialistas admitem pela primeira vez a existência de pinturas rupestres (gravadas em rochas) feitas por homens pré-históricos. Reveladas pelo espanhol Marcelino de Sautuola nas cavernas de Altamira, na Espanha, têm aproximadamente 15 mil anos. Outra importante coleção de inscrições rupestres é encontrada, em 1940, na caverna de Lascaux, na França. Elas indicam a existência humana na região há cerca de 100 mil anos.

América – Entre 1839 e 1842, o norte-americano John Stephens e o inglês Frederick Catherwood descobrem as cidades maias de Copán, Quiriguá, Palenque, Uxmal e Chichén Itzá, que se situavam na península de Yucatán, no México. Elas pertencem à primeira civilização nativa da América a ser encontrada. Na América do Sul, em 1911, é descoberta a cidade inca de Machu Picchu, no Peru, pelo norte-americano Hiram Bingham. Suas construções de pedra resistiram à destruição resultante do domínio espanhol no século XV.

África – Quando Napoleão Bonaparte invade o Egito, em 1798, tem início o estudo das antiguidades do país. O resultado dessas pesquisas permite que o francês Jean-François Champollion decifre os hieróglifos (a antiga escrita egípcia) da pedra Rosetta, em 1822, possibilitando a leitura de milhares de outros documentos egípcios. Ainda no Egito, em 1922, é localizada a tumba do faraó Tutancâmon, que governou o país por nove anos até a morte, em 1.352 a.C.

As pesquisas sobre a existência do homem na Terra ganham novo estímulo em 1974. O francês Don Johanson e o norte-americano Tom Gray descobrem, em Hadar, na Etiópia, o mais antigo antepassado humano. Com mais de 3 milhões de anos, foi apelidado de Lucy e tinha a maior parte do esqueleto intata.

Ásia – As escavações das ruínas indianas de Mohenjo Daro e Harappa (hoje situadas no Paquistão), que se iniciam em 1922, mostram que a civilização hindu existe na região desde 2.350 a.C.

Em 1947 são recuperados os pergaminhos do mar Morto. Encontrados em 11 cavernas das ruínas de Qumrân, na Jordânia, contêm textos bíblicos e não bíblicos.

Na China, em 1974, é encontrado o túmulo de Qin Shi Huangdi, primeiro imperador chinês. Tombado como patrimônio da humanidade, revela, com base em estátuas de milhares de guerreiros e trabalhadores, as estruturas e relações sociais da dinastia há cerca de 2,2 mil anos.

Descobertas recentes – Um marco da exploração de sítios submarinos ocorre em 1982, com a retirada do navio Mary Rose das águas de Solent, na Inglaterra. Com cerca de 450 anos, ele pertenceu à frota de Henrique VIII. Outro momento importante para a arqueologia submarina é a descoberta dos palácios de Cleópatra e Marco Antônio, em 1996. Eles são localizados por uma equipe de 16 mergulhadores franceses, na região onde fica o porto de Alexandria, no Egito.

Arqueologia no Brasil

Arqueologia no BrasilA arqueologia, ciência que estuda a vida e a cultura dos povos antigos a partir de seus vestígios materiais, tem início no país em 1834, quando o dinamarquês Peter Lund escava as grutas de Lagoa Santa (MG). Ele encontra ossos humanos misturados a vestígios de animais, hoje datados de 20 mil anos.

Durante o Segundo Reinado (1840-1889), dom Pedro II implanta as primeiras entidades de pesquisa, como o Museu Nacional do Rio de Janeiro. A partir de 1922 surgem outras organizações, como o Museu Paulista e o Museu Paraense, que atraem pesquisadores estrangeiros. Eles chegam ao país a partir de 1950 e passam a explorar sítios arqueológicos na Amazônia, no Pará, no Piauí, em Mato Grosso e na faixa litorânea. Em 1961, todos os sítios arqueológicos são transformados por lei em patrimônio da União, a fim de evitar sua destruição pela exploração econômica.

Atualmente, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registra 8.562 sítios arqueológicos. Entre eles destaca-se o da Pedra Furada (PI), onde a brasileira Niède Guidón localizou, em 1971, restos de alimento e carvão datados de 48 mil anos. Esses vestígios, que indicam a existência humana na América durante esse período, contrariam a tese tradicionalmente aceita de que o homem teria chegado ao continente americano há cerca de 12 mil anos, pelo estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca.

Na década de 90 destaca-se o trabalho desenvolvido pela arqueóloga norte-americana Anna Roosevelt. Ela descobre, em 1991, pinturas rupestres na caverna da Pedra Pintada (PA) com mais de 11 mil anos. Em 1995 revela sítios cerâmicos na Amazônia datados de 9 mil anos.


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