Civilizações Orientais e Ocidentais da Antiguidade


Civilizações Orientais e Ocidentais da Antiguidade

Civilizações Orientais e Ocidentais da AntiguidadeSão as mais antigas civilizações da história, que surgem entre 4.000 a.C. e 2.000 a.C., às margens dos rios Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Jordão (Palestina), Nilo (Egito), Amarelo (China), Indo e Ganges (nos atuais Paquistão e Índia). A maioria desenvolve-se no chamado Crescente Fértil, região propícia ao cultivo que vai do rio Nilo até o Golfo Pérsico. Algumas sociedades, porém, que aparecem posteriormente e não contam com o poder fertilizador de grandes rios, vivem de atividades pastoris (hebreus, hititas), do comércio (fenícios, cretenses) e de conquistas militares (assírios, hititas e persas). Possuem características comuns, como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão social em classes e a religião organizada.

De modo geral, a forma de governo da maioria das sociedades é a Monarquia teocrática e hereditária. As instituições monárquicas do Egito e da Mesopotâmia – representadas respectivamente pelo faraó e pelo patesi – influenciam os chefes de Estado das demais civilizações. Num primeiro momento, estabelecem-se politicamente em cidades-estados. Posteriormente, por meio de guerras, constroem impérios como o Babilônico, o Persa e o Assírio. A religião é politeísta e o deus Sol, um dos mais importantes. As exceções são os hebreus, único povo monoteísta da Antiguidade, e os persas, que acreditam na existência de duas forças divinas – o bem e o mal. A arte também recebe forte influência religiosa e tem como temas mais constantes as divindades, os reis, as batalhas e os aspectos da vida cotidiana. A arquitetura é monumental, com edifícios religiosos e governamentais de grande porte. Essas civilizações deixam importantes contribuições, como o alfabeto, a Bíblia, as pirâmides, as técnicas de irrigação, os conhecimentos de astronomia, de astrologia, os sistemas de pesos e medidas e os calendários lunares e solares. As principais civilizações são a suméria, a acadiana, a babilônica, a assíria, a egípcia, a hebraica, a fenícia, a hitita, a persa, a chinesa e a hindu. Apesar de estar no Ocidente, os cretenses possuem características comuns com outros povos da Antiguidade oriental.

Civilização EgípciaCivilização Egípcia

No Período Neolítico, tribos nômades indo-européias instalam-se na região do vale do rio Nilo, onde constroem cidades-estados, como Tebas, Memphis e Tânis. Estabelecem um Estado unificado por volta de 3200a.C. e introduzem uma monarquia centralizada no faraó, soberano hereditário, absoluto e considerado a encarnação divina. As cidades-estados são transformadas em nomos, divisões administrativas da monarquia governadas por nomarcas. Até 2700 a.C., o Egito mantém-se relativamente isolado. Por volta de 2000 a.C. dá os primeiros passos para romper esse isolamento. Realiza incursões contra os beduínos do Sinai e conquista suas minas de cobre e pedras preciosas. A invasão dos hicsos, de origem caucasiana, interrompe essa expansão. O Egito expulsa os hicsos em 1600 a.C. e, em seguida, conquista Síria, Palestina, Mesopotâmia, Chipre, Creta e ilhas do mar Egeu. Em 332 a.C. passa a integrar o Império Macedônico e, a partir de 30 a.C., o Império Romano.

A agricultura e o comércio de produtos naturais são a base da economia. Desenvolvem técnicas de irrigação e de construção de barcos. Com a unificação, a propriedade da terra passa dos clãs ao faraó, aos nobres e aos sacerdotes. Os membros dos clãs são transformados em servos, que trabalham nas minas, na construção de palácios, templos e monumentais pirâmides de pedra (túmulos dos faraós). Os egípcios empregam a técnica de mumificação de corpos, fazem o primeiro calendário lunar e destacam-se na astronomia, na engenharia e nas artes. Lançam os fundamentos da geometria e do cálculo e criam a escrita hieroglífica (com ideogramas). Politeístas, cultuam o deus Sol e representam as divindades com formas humanas.

Civilização Hebraica Civilização Hebraica 

Os hebreus são um povo nômade de origem semita que recebe posteriormente a denominação de judeu. Em 2000 a.C., sob a liderança do patriarca Abraão, os pastores hebreus migram da Mesopotâmia para a terra de Canaã, na Palestina. Em 1800 a.C., chefiados por Jacó, apelidado Israel (neto de Abraão), saem de Canaã e vão para o Egito, em 1700 a.C., onde são escravizados. Entre 1220 a.C. e 1180 a.C., voltam a Canaã em busca de um território guiados pelo patriarca Moisés, no episódio bíblico conhecido como Êxodo. De 1200 a.C. a 1010 a.C., as 12 tribos organizam-se numa confederação político-religiosa para defender seus santuários. A partir de 1010 a.C., o reino unificado expande-se, dominando todas as cidades-estados de Canaã. Em 926 a.C., divide-se nos reinos de Judá, ao sul (cuja capital é Jerusalém), e de Israel, ao norte, que voltam a se unir em 852 a.C. Em 586 a.C. são incorporados ao Império Babilônico e deportados para a Babilônia: inicia-se a diáspora judaica, a dispersão dos judeus pelo mundo. Em 538 a.C. são incorporados ao Império Persa e, em 63 a.C., ao Império Romano. Os judeus recusam-se a cultuar o imperador romano, Jerusalém é destruída e, no ano 70, inicia-se a segunda diáspora.

Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio. Têm por base social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta pelos chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o cumprimento do culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma literatura dispersa, mas importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude. Criam a primeira religião monoteísta da história, o judaísmo, baseada nos Dez Mandamentos revelados a Moisés no monte Sinai.

Civilização FeníciaCivilização Fenícia

Os fenícios são um povo de origem semita da costa setentrional do mar Vermelho (atual Líbano). Por volta do ano 1000 a.C., cidades-estados instauram a Fenícia como federação, sob a hegemonia de Tiro. Colonizam o sul da península Itálica, parte da Sicília, litoral sul da península Ibérica e norte da África, onde fundam Cartago em 814 a.C. A partir de 800 a.C., a Fenícia faz parte, sucessivamente, do Império Babilônico, do Persa e do Macedônico. Com a queda de Tiro, em 332 a.C., a hegemonia passa para Cartago, que enfrenta os romanos nas Guerras Púnicas. Cartago é derrotada em 146 a.C.

A principal atividade econômica dos fenícios é o comércio marítimo. Realizam grande intercâmbio com as cidades gregas e egípcias e as tribos litorâneas da África e da península Ibérica, no Mediterrâneo. Possuem uma poderosa classe de comerciantes ricos e utilizam o trabalho escravo. A base da organização política são os clãs familiares, detentores da riqueza e do poder militar. Cada cidade-estado é governada por um rei, indicado pelas famílias mais poderosas. Desenvolvem técnicas de navegação e de fabricação de barco, vidro, tecido e artesanato metalúrgico. Criam também um alfabeto, posteriormente adotado com modificações pelos gregos e a partir do qual é instituído o alfabeto latino. Sua religião é politeísta, com cultos e sacrifícios humanos.

Civilização CretenseCivilização Cretense

Por volta de 3000 a.C., a ilha de Creta, no Mediterrâneo, é habitada por povos heterogêneos (principalmente arianos procedentes da Ásia Menor). A partir de 2600 a.C., instalam povoados portuários, como Cnossos e Maliá, que funcionam como entrepostos comerciais. São dominados pelos aqueus em 1450 a.C.

Praticam a agricultura, a metalurgia do bronze e do ouro, mas a base da economia é um ativo comércio marítimo de bens e produtos manufaturados com os Estados vizinhos do Egito e do Oriente Médio. O trabalho é exercido por escravos. O poder é centralizado no rei. Constroem grandes palácios (como o de Cnossos), dedicam-se a afrescos e à cerâmica e desenvolvem, em placas de argila, a escrita pictográfica Linear A (com alguns hieróglifos emprestados e copiados dos egípcios) e a Linear B (uma forma primitiva do grego). As tabuletas relatam fatos sobre as administrações dos palácios. São politeístas e cultuam deuses humanos e animais.

Civilização BabilônicaCivilização Babilônica

Por volta de 2000 a.C., amoritas do deserto invadem as cidades-estados sumerianas e acadianas e fundam a cidade da Babilônia. Sob o reinado de Hamurabi (? –1750 a.C.), entre 1792 a.C. e 1750 a.C., a Mesopotâmia é mais uma vez unificada e inicia-se o I Império Babilônico, que vai da Suméria até o Golfo Pérsico. Em 1513 a.C., os hititas destroem a capital e põem fim ao Império. De 614 a.C. a 539 a.C., sob a liderança do rei Nabucodonosor II (630 a.C.-561 a.C.), floresce o II Império Babilônico. No final desse período, a Babilônia é incorporada ao Império Persa pelo rei Ciro II (590/580 a.C.-529 a.C.).

Os babilônios organizam um Estado centralizado e despótico. Seguem o Código de Hamurabi, o mais antigo código penal da história. O progresso econômico leva ao embelezamento das cidades, com a construção de palácios, templos, da Torre de Babel e dos Jardins Suspensos da Babilônia – considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Transcrevem obras literárias mesopotâmicas para o acadiano e instituem impostos em benefício de construções públicas. Criam a astrologia e a astronomia e aperfeiçoam a matemática com a invenção do círculo de 360 graus e a hora de 60 minutos. São politeístas e divinizam o rei.
Civilização Suméria

Civilização Suméria

Os sumérios instalam-se ao sul da Mesopotâmia entre 3250 a.C. e 2800 a.C. Colonizam o vale do rio Eufrates e dão origem às primeiras cidades organizadas como Estados independentes: Ur, Uruk, Eridu, Nippur, Kish e Lagash. Dominam os semitas (conjunto de povos nômades habitantes da região, ligados por um mesmo parentesco lingüístico) até 2300 a.C., quando, enfraquecidos por guerras internas, são dominados pelos acadianos. Recuperam o poder em 2050 a.C., mas não resistem aos amoritas, povo semita do norte, nem aos elamitas, da Pérsia, em 1950 a.C.

Desenvolvem a agricultura com técnicas de irrigação e drenagem de solo, construção de canais, diques e reservatórios, utilizando instrumentos de tração animal. Constroem templos de elaborada arquitetura, que servem como centro político, religioso e econômico. São politeístas e veneram divindades da natureza e deuses ligados aos sentimentos. O rei é o chefe supremo. Criam a escrita cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila) e fazem cerâmica e escultura de pedra e metal. Na matemática instituem o método de dividir o círculo em seis partes iguais.

Civilização AssíriaCivilização Assíria

Os assírios resultam da mestiçagem entre as tribos de semitas da Samaria (região da Palestina) e os povos do norte do rio Tigre. O Império Assírio novo (883 a.C.-612 a.C.), que se estende da Pérsia (atual Irã) à cidade egípcia de Tebas, atinge o apogeu sob o reinado de Sargão II. As principais cidades-estados são Assur e Nínive.

Formam o primeiro Exército organizado e o mais poderoso até então. Desenvolvem armas de ferro e carros de combate puxados a cavalo. Impõem práticas cruéis aos vencidos, como a mutilação. Os guerreiros e sacerdotes desfrutam muitos privilégios: não pagam tributos e são grandes proprietários de terra. A população, formada por camponeses e artesãos, é sujeita ao serviço forçado na construção de imensos palácios e estradas e ainda paga altos tributos. Os assírios implantam a horticultura e aperfeiçoam o arado. São politeístas e possuem um deus supremo, Assur.
Civilização Acadiana

Civilização Acadiana

Os acadianos originam-se de tribos semitas que habitam o norte da Mesopotâmia a partir de 2400 a.C. Sob o reinado de Sargão, conquistam e unificam as cidades-estados sumérias, inaugurando o I Império Mesopotâmico. Formam os Estados de Isin e Larsa. O império desmorona-se em 2180 a.C., após as invasões dos gutis, povos asiáticos das montanhas da Armênia.

O Estado é centralizado e tem no rei o chefe supremo. De religião politeísta, constroem monumentais palácios ao lado dos templos sumérios. Avançam na arte militar, com tropas de grande mobilidade no deserto e armamentos leves, como o venábulo (lança). Dão forma silábica à escrita cuneiforme e transcrevem obras literárias sumérias.

Civilização HititaCivilização Hitita

Os hititas são um povo nômade procedente do Cáucaso, estabelecem um reino na Capadócia em 1640 a.C., tendo Kussar como capital. Empreendem uma política expansionista em direção à Síria, à Babilônia e ao Egito, mas são dominados pelos gregos (aqueus) em 1200 a.C. Desenvolvem a mineração de ferro, a agricultura, o artesanato e o comércio nos mercados e caravanas. Servos e escravos (prisioneiros de guerra ou por dívidas) encarregam-se do trabalho. Ricos comerciantes e a nobreza administram os negócios do Estado por meio de uma monarquia hereditária. O rei centraliza o poder: é juiz supremo, sumo-sacerdote e chefe do Exército. Possuem normas de direito nas quais são previstas penas pecuniárias (pagas com dinheiro), privação de liberdade e escravidão. Criam as escritas hieroglífica e cuneiforme. Politeístas, cultuam divindades da natureza.

Civilização ChinesaCivilização Chinesa

Desde a Pré-História, muitos povos ocupam a China. O primeiro reino dinástico surge por volta de 2000 a.C. Durante quase 2 mil anos, sucedem-se disputas internas pelo poder. A primeira unificação ocorre em 221 a.C., com a dinastia Chin, substituída pela dinastia Han em 206 a.C. Expandem-se pela Ásia Central e Sudeste Asiático e, no século I, ampliam o domínio até o Golfo Pérsico.

Desenvolvem a agricultura, a metalurgia de cobre e bronze e, a partir de 700 a.C., o comércio e a fabricação de seda, tecidos e artesanato de cerâmica. Entre os séculos I a.C. e III, introduzem novas técnicas agrícolas, como a rotação de culturas e a adubação. Inventam o papel, a bússola e sistemas monetário e de pesos e medidas. A sociedade evolui da forma comunal de propriedade para a posse territorial pela nobreza. Os camponeses tornam-se servos, pagando obrigações aos senhores territoriais. As dinastias são monárquicas. As funções administrativas e sacerdotais cabem ao imperador. Possuem uma escrita com ideogramas e literatura rica, na qual se destacam Kung Fu-tseo (Confúcio), Lao-tsé e Mo-ti. São politeístas, cultuam a natureza e os antepassados. No século VI a.C., os ensinamentos de Lao-tsé transformam-se em religião, o taoísmo. O budismo é difundido a partir do século I a.C.

Civilização PersaCivilização Persa

Os persas, tribos nômades aparentadas dos escitas, do Cáucaso, deslocam-se para o planalto do Irã, mesclando-se aos povos locais (medas). Por volta de 700 a.C., cidades-estados como Pasárgada e Persépolis vivem sob hegemonia meda. Em 539 a.C., os persas derrotam os medas e, sob a liderança de Ciro II, iniciam o Império Persa. Ciro submete as sociedades da Mesopotâmia, consolida a hegemonia na Pérsia, conquista a Babilônia, o reino da Lídia e as colônias gregas da Ásia Menor. A partir de 522 a.C., durante o reinado de Dario, o Grande (558 a.C.?-486 a.C.), o Império estende-se para Trácia, Macedônia e parte da Índia. Sem conseguir administrar rebeliões no vasto território, Xerxes (519 a.C.-465 a.C.), que sucede Dario em 486 a.C., entra em conflito com as cidades gregas. As Guerras Médicas (492 a.C.-448 a.C.) acabam com a vitória dos gregos. Em 331 a.C., os persas são submetidos ao Império Macedônico.

Praticam a agricultura, a pecuária, o artesanato, a metalurgia e a mineração de metais e pedras preciosas. Realizam intensos intercâmbios comerciais, constroem estradas de pedra e canais para facilitar o transporte, as trocas e o correio a cavalo. Implantam uma economia monetária e um sistema de pesos e medidas e instituem impostos fixos. No topo da estrutura social está a nobreza territorial, militar e burocrática e, na base, servos e escravos. Em 539 a.C., com Ciro II, passam a viver sob Monarquia absoluta. Criam uma literatura diversificada, particularmente a religiosa. Seguem os ensinamentos do profeta Zaratustra (ou Zoroastro), que realiza importante reforma religiosa no século VI a.C. A religião persa é dualista: os deuses são Ahura-Mazda, o bem, e Arimã, o mal.

Civilização HinduCivilização Hindu

Os dravidianos habitam o vale do rio Indo e Ganges desde 2500 a.C. Em 1750 a.C, a Região Norte é invadida pelos arianos, que dominam a península. Do confronto entre os dois povos nasce a civilização hindu. Dissolve-se em diversos reinos independentes de 185 a.C. até o ano 320, quando a dinastia Gupta conquista a hegemonia. Escitas e hunos destroem a dinastia em 535, dividindo o reino em dois Estados.

Possuem agricultura avançada, com plantações irrigadas por canais. Desenvolvem a metalurgia (exceto a do ferro) e o comércio fluvial. A sociedade é dividida em castas: a dos sacerdotes (brâmanes), dos guerreiros (chátrias), dos camponeses (vaisia) e dos servos (sudras). Os párias, marginalizados, não têm casta e podem ser escravizados. As regras sociais são ditadas pelo Código de Manu, elaborado pelos sacerdotes. Utilizam formas geométricas, animais e motivos religiosos nas gravuras, na cerâmica e nas edificações. A religião é politeísta e o deus principal, Shiva. A partir de 1500 a.C., seguem os vedas (saber sagrado), os mais antigos documentos da literatura sacra. Admitem inúmeras divindades subjetivas (verdade, juramento) e naturais (aurora, fogo, Sol). Por volta de 525 a.C., o príncipe Sidarta Gautama torna-se Buda e passa a difundir o budismo.

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