Questão Christie (Século XIX)

Questão Christie (Século XIX)

Questão Christie (Século XIX)
Questão Christie foi um dos principais episódios da história da política internacional do Brasil durante o século XIX.

Em 1861, o navio britânico Prince of Walles, que tinha como destino a cidade de Buenos Aires, naufragou no litoral do Rio de Janeiro. Após os sobreviventes terem ido procurar as autoridades brasileiras para comunicar o ocorrido, a população local acabou saqueando o navio, roubando roupas, vinhos, azeites, entre outros produtos.

Os ingleses imediatamente procuraram William Christie, embaixador britânico no Brasil, para que o mesmo tomasse as providências cabíveis. Christie exigiu que D. Pedro II fizesse um pedido formal de desculpas e pagasse o valor de 3,2 mil libras esterlinas como forma de indenização. Entretanto, o imperador não atendeu às reclamações.

Em 1862, um ano após tais acontecimentos, ocorreu outro incidente: três oficiais da marinha britânica, completamente bêbados, saíram fazendo arruaças pelas ruas do Rio de Janeiro, o que acarretou na prisão dos mesmos.

William Christie transformou tal incidente em uma grande questão diplomática. Para o embaixador inglês, a marinha britânica havia sido ofendida com a prisão de seus oficiais e exigiu a punição dos brasileiros responsáveis por tal detenção, o que foi novamente rejeitado por D. Pedro II.

Christie adotou posturas mais enérgicas e ordenou ao vice-almirante Warren o bloqueio do porto do Rio de Janeiro e a prisão de cinco navios brasileiros. Tal fato gerou a indignação da população brasileira, o que fez com que os ingleses recuassem e aceitassem levar o caso para o arbitramento internacional.

O rei da Bélgica, Leopoldo I, escolhido para julgar a questão, acabou dando parecer favorável ao Brasil, tendo ordenado que os britânicos devolvessem os navios brasileiros. Contudo, mesmo assim os ingleses não acataram tal decisão, o que levou o Brasil a cortar relações diplomáticas com a Inglaterra.

Esta drástica medida do governo brasileiro serviu para por fim ao imbróglio, uma vez que os ingleses não queriam abrir mão de todo o lucro gerado pela venda de seus produtos para o mercado brasileiro, aspecto que levou a Inglaterra a realizar um formal pedido de desculpas e a reatar suas relações com o Brasil.

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