Plantas Venenosas

Plantas Venenosas

#Plantas Venenosas
Em todo o mundo há plantas capazes de perturbar, ou mesmo de lesar para sempre, funções essenciais à vida dos animais e do homem. Venenos vegetais como a cicuta e o curare tornaram-se conhecidos como capazes de causar morte instantânea.

As plantas venenosas constituem um grande grupo de espécies botânicas de diferentes famílias, cujas propriedades tóxicas, embora às vezes letais, são também aproveitadas por sua ação terapêutica. O modo de absorção dos venenos vegetais varia muito. Os contidos em certas algas, por exemplo, podem se espalhar pela água e intoxicar o gado que a bebe. Às vezes o efeito tóxico resulta da ingestão da planta ou do simples contato com suas folhas, como ocorre com as chamadas plantas urticantes. Também o látex ou suco leitoso de algumas espécies pode ulcerar a pele, como é o caso da mancenilha (Hippomane mancinella), euforbiácea das praias do Caribe.

A propriedade de elaborar substâncias tóxicas, de composição química extremamente variável (alcalóides, glicosídeos, toxalbuminas, saponinas, compostos cianogenéticos, enzimas etc.), é vista nas plantas mais diversas. Há mesmo casos em que uma dada espécie tem variedades venenosas e inócuas. A incorporação do conhecimento da flora pela ciência culminou no cultivo racional das espécies venenosas atualmente empregadas no tratamento das mais diversas doenças. De plantas tóxicas para animais poiquilotermos fizeram-se inseticidas que ajudam o homem a combater os insetos daninhos e vetores de doenças.

Embora várias plantas venenosas, como a beladona (Atropa belladona) e a digital ou dedaleira (Digitalis lanata), forneçam substâncias usadas, nas dosagens corretas, com fins medicinais, outras causam tais malefícios que o homem gasta largos recursos para combatê-las. Nos Estados Unidos, por exemplo, dispendem-se muitos recursos no combate ao sumagre venenoso -- espécies do gênero Rhus, da família das anacardiáceas -- que causa em quem o toca edemas, ulcerações e mal-estar generalizado. No Brasil, de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, outras anacardiáceas, conhecidas como aroeiras-bravas (Lithraea brasiliensis e L. molleoides), são apontadas como causadoras da doença-da-aroeira. Os caboclos brasileiros usam as espécies do grupo dos timbós, sapindáceas e leguminosas para envenenar a água dos rios e assim matar peixes. Esse tipo de pesca, apesar de predatório, permite, com pouco esforço, resultados imediatos dos mais compensadores.

O conhecimento das propriedades tóxicas dos timbós é creditado aos índios, que, por sua vez, envenenavam suas flechas com o curare. Esse extrato, obtido de certas plantas longaniáceas do gênero Strychnos e de uma menispermácea, Chondrodendron tomentosum, tem ação paralisante e é mortífero, por atacar os músculos inspiratórios. O saber dos índios e de outros grupos primitivos sobre as plantas venenosas acabou por se transmitir à ciência dos civilizados. Assim é que o curare, outrora um recurso para a caça e a guerra, tornou-se um auxiliar da medicina e adquiriu importância, pela atonia muscular que provoca, em intervenções cirúrgicas de longa duração.

Numerosas plantas cultivadas com fins ornamentais são também venenosas. O fato pode ser ilustrado pela espirradeira ou loendro (Nerium oleander), arbusto apocináceo muito comum em jardins, que exsuda um látex, e pelo jequiriti ou olho-de-pombo (Abrus precatorius), trepadeira da família das leguminosas, cujas belas sementes, vermelhas e negras, embora extremamente venenosas, já foram muito usadas na fabricação de adornos.

Entre as espécies venenosas não figuram somente plantas superiores, mas também fungos e bactérias. A exotoxina, veneno de grande atividade por unidade de peso, é produzida pela bactéria Clostridium botulinum e difundida nos alimentos sobre os quais o germe prolifera. Já a ação dos cogumelos venenosos ora se faz sentir sobre o sistema nervoso, ora sobre o aparelho digestivo, e pode ainda levar à destruição dos glóbulos vermelhos do sangue (efeito hemolítico).

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