Arraia ou Raia, Peixe Cartilaginoso da Classe dos Condrictes

Arraia ou Raia, Peixe Cartilaginoso da Classe dos Condrictes

Arraia ou Raia, Peixe Cartilaginoso da Classe dos Condrictes

A arraia ou raia, predominantemente marinha, é encontrada em todos os oceanos e é muito comum ao longo do litoral brasileiro, onde ocorrem cerca de trinta espécies. Algumas se adaptaram à água doce, sendo vistas sobretudo no curso dos grandes rios.

Peixe cartilaginoso aparentado ao tubarão, a arraia pertence, como esse, à classe dos condrictes, seláquios ou elasmobrânquios. É um animal hipotremado, ou seja, de corpo achatado, sem nadadeira anal e com fendas branquiais na face ventral das grandes nadadeiras peitorais, através das quais se locomove. A maioria das arraias tem o formato de disco, às vezes com extremidades laterais muito pronunciadas, assemelhando-se às pipas ou papagaios de papel. A cauda, fina e comprida como um chicote, é provida não raro de um ou mais ferrões venenosos, que causam ferimentos dolorosos.

As nadadeiras peitorais situam-se no mesmo plano do corpo e parecem prolongamentos deste, projetando-se pelos lados da cabeça, em cuja parte inferior fica a boca, pequena e transversa. Os dentes, transformados em placas serrilhadas, só permitem que as arraias se alimentem de plâncton, moluscos, crustáceos e outros pequenos animais. Há espécies ovíparas (reproduzem-se por ovos que as fêmeas expelem) e espécies ovovivíparas (os ovos são incubados no interior do organismo materno). Os filhotes destas últimas já nascem perfeitamente desenvolvidos.

As arraias estão classificadas em diferentes famílias. Na dos dasiatídeos distingue-se a arraia-amarela (Dasyatis say), comum no litoral atlântico, de Nova York à Argentina, que é olivácea em cima e esbranquiçada embaixo. O macho atinge um metro de largura. A fêmea produz de dois a quatro embriões, que nascem com 16cm. De porte semelhante é a arraia-beiço-de-boi (Myliobatis goodei), da família dos miliobatídeos, que ocorre da Carolina do Sul ao Rio de Janeiro.

A arraia-pintada ou arraia-chita (Raja castelnaui), também marinha, é da família dos rajídeos e possui no meio do corpo, que apresenta pontuações pretas, uma fileira de espinhos. Muito característica é a arraia-elétrica ou treme-treme (Narcine brasiliensis), da família dos narcinídeos, com cerca de cinqüenta centímetros de comprimento, que ocorre dos Estados Unidos à Argentina: tem o dorso cinzento, é ovalada na frente, triangular na parte posterior do corpo, e possui órgãos elétricos com os quais dá choques de 14 a 37 volts para atordoar as presas.

A mais conhecida das espécies fluviais brasileiras é a arraia-cocal (Paratrygon orbignyi), pardo-escura por cima e esbranquiçada por baixo, dos rios Tocantins e Araguaia. Pertence à família dos paratrigonídeos, a mesma da arraia-de-fogo (Paratrygon motoro), uma das espécies mais temidas, comum em Mato Grosso e Goiás: sua cauda equivale ao comprimento do corpo, cerca de cinqüenta centímetros, e é provida de dois ferrões superpostos que medem de cinco a dez centímetros.

A jamanta é uma grande raia da família dos mantídeos, gênero Manta. Atinge até cinco metros de largura e três de comprimento. Nada geralmente próximo à superfície, onde persegue suas presas freqüentemente saindo da água, dando pulos de longa distância e caindo pesadamente sobre a superfície do mar. Costuma, às vezes, seguir navios durante horas. De cor negra, é facilmente vista quando nada próximo à tona d'água. Sua biologia é mal conhecida, e seus ovos, de grandes dimensões, possuem quatro filamentos, um em cada canto, com os quais permanecem aderidos à vegetação marinha.

Arraia ou Raia

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