Rio Nilo na África
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Rio Nilo |
Há mais de cinco mil anos o Nilo vem proporcionando riquezas para as sucessivas civilizações e culturas que floresceram as suas margens. O limo transportado pelas águas e o controle de sua vazão, por meio de barragens, assegura a irrigação permanente das planícies por ele banhadas, que chegam a produzir três colheitas por ano: no inverno, trigo, cevada, cebola e linho; no outono, arroz e milho; no verão, algodão, arroz, cana-de-açúcar e oleaginosas.
A complexidade do sistema hídrico da região em que se encontram as cabeceiras do Nilo torna difícil a identificação do início de seu curso. Sua fonte mais distante é o rio Kagera, no Burundi. Atravessa ou forma os limites de Tanzânia, Ruanda e Uganda e deságua no lago Vitória. Toma então o nome de Nilo Vitória, atravessa os lagos Kyoga e Albert, e entra no Sudão, com o nome de al-Jabal, até sua confluência com os rios Al-Ghazal e Sobat.
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Mapa do Rio Nilo |
Após a confluência com o Sobat, a corrente principal toma a denominação de Nilo Branco até a confluência com o Nilo Azul e encontra o Nilo Branco próximo à cidade de Khartum. Aí recebe seu último grande tributário, o Atbara. Abaixo da confluência com o Atbara, o Nilo descreve uma ampla curva em forma de S na direção noroeste e forma três cataratas antes de penetrar no lago Nasser.
Do lago, onde se encontra a represa de Assuã, o rio corta o Egito até o delta do Nilo, próximo ao Cairo, onde se divide em dois braços, Damietta e Rosetta, intercalados por diversos canais naturais em uma zona de aluviões férteis e com numerosas lagunas. Em seu vale estão localizadas as mais importantes cidades do Egito e do Sudão. Suas águas banham as cidades de Assiut, Lúxor, Assuã e Khartum. Cairo e Alexandria se encontram a montante do delta.
O regime do Nilo é pluvial tropical, com grande irregularidade no volume de água. Suas enchentes são conseqüência das chuvas de verão que caem sobre o planalto etíope, com mais intensidade no mês de setembro, e elevam o nível de suas águas até sete metros acima da altura normal. O primeiro projeto de aproveitamento das águas do rio data da época de Amenemés II, que construiu um grande açude nos arredores da cidade de Gizé. O represamento das águas do Nilo pela barragem de Assuã criou um gigantesco reservatório na fronteira entre Egito e Sudão, com capacidade bruta de 168,9 bilhões de metros cúbicos, que assegurou a irrigação de mais 283.000 hectares de terra e é uma excepcional fonte de energia hidrelétrica. A parte do reservatório que pertence ao Egito recebeu o nome de lago Nasser em homenagem ao ex-presidente Gamal Abdel Nasser. O terço restante, no Sudão, chama-se lago Núbia.
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