Alcoolismo e Seus Efeitos à Saúde Humana

Alcoolismo e Seus Efeitos à Saúde Humana


Alcoolismo é uma intoxicação, aguda ou crônica, provocada pelo consumo abusivo de bebidas alcoólicas e constitui um problema médico quando altera ou põe em risco a saúde física ou mental do indivíduo.

A velocidade de assimilação do álcool e a constância com que é ingerido são as principais causas do alcoolismo, responsável por sérios problemas sociais no mundo inteiro.

Desde cedo, o homem descobriu que as bebidas alcoólicas, por seu efeito tônico e euforizante, permitiam um alívio da angústia e a liberação de repressões. Esses fatores, entretanto, não são suficientes para explicar a dependência alcoólica. Assim, devem ser considerados os motivos mórbidos que levam as pessoas a beber em demasia, bem como a tolerância e a personalidade de cada indivíduo.

A tolerância, definida como a relação entre a concentração de álcool no organismo e o grau de intoxicação, depende de fatores como idade, sexo, predisposição hereditária, hábitos alimentares, estado orgânico e psíquico, tempo de intoxicação etc.

As causas do alcoolismo podem ser esquematicamente divididas em (1) ocasionais (quando determinadas pelo próprio meio ambiente); (2) secundárias (quando a ocorrência do hábito se faz após um transtorno mental, como a epilepsia e a arteriosclerose cerebral); (3) alcoolismo de causa psicopática (quando disposições caracterológicas congênitas facilitam o vício); e (4) alcoolismo por conflituação neurótica (o desenvolvimento neurótico da personalidade é que vai condicionar o aparecimento do hábito).

A metabolização do álcool ocorre no fígado, onde é oxidado pela ação da enzima alcooldesidrogenase, transformando-se inicialmente em aldeído acético e, a seguir, em ácido acético. A energia liberada por essas reações é assimilada e utilizada posteriormente pelo organismo, desde que não exceda o nível máximo de 700 calorias. Para uma pessoa de compleição normal, um litro de álcool, ingerido no decorrer de 24 horas, fornece essa quantidade-limite de energia. Quando o volume de álcool ingerido supera esse limite, entram em funcionamento outros mecanismos fisiológicos que provocam uma lenta deterioração do organismo.

Efeitos do alcoolismoNo que diz respeito ao sistema nervoso, os sintomas que mais chamam a atenção são o tremor e a polineurite (sensibilidade à pressão dos troncos nervosos, dores nas extremidades e hipoalgesias). Com relação ao aparelho digestivo, além da falta de apetite, que constitui queixa constante, as complicações mais comuns são a gastrite com vômitos matinais e a cirrose hepática, que pode levar o indivíduo ao coma e à morte. No coração pode aparecer uma degeneração adiposa, que se cura com a abstinência, mas que ressurge com o abuso do álcool. Essa alteração responde pela insuficiência circulatória que se observa em certos alcoólatras, nos quais o pulso torna-se irregular e a área cardíaca aumenta.

Nos casos mais avançados de alcoolismo, é comum a diminuição da potência sexual. Os testículos se atrofiam e a excreção hormonal diminui. A atrofia testicular e a lesão hepática provocam, em geral, a queda dos pelos axilares e pubianos. Nas mulheres estabelece-se, em alguns casos, amenorreia. Os efeitos do alcoolismo na saúde mental são ainda mais graves. O indivíduo vive num estado de tensão que o leva progressivamente a manifestações regressivas no sentido da falta de domínio emocional.

Dentre as funções intelectuais, a memória, a percepção e a crítica são as mais comprometidas. No princípio, as alterações ocorrem em virtude da tensão emocional e da atitude egocêntrica do alcoólatra. Depois surgem transtornos ditos psico-orgânicos, que levam a um déficit irreversível dessas funções. O alcoólatra equivoca-se facilmente nas leituras, confunde-se e não capta as imagens. Com o tempo, passa a haver decadência do caráter em função de diminuição da crítica.

Os transtornos psíquicos provenientes do alcoolismo, conforme sua intensidade e ocorrência, configuram quadros psiquiátricos. Um deles é a chamada embriaguez patológica, ou dipsomania, que constitui forma especial de intoxicação alcoólica aguda, na qual o indivíduo é levado a estados de excitação psicomotora, alucinações ou fabulações. Ocorre sobretudo em personalidades psicopáticas e doentias.

O alcoolismo crônico representa o quadro mais frequente. O psiquismo se compromete progressivamente, no sentido de alteração da afetividade e das funções psíquicas superiores. Um fenômeno característico, que afeta o alcoólatra crônico após certo período de abstinência, é o delirium tremens. O quadro caracteriza-se por inquietude, desorientação, ansiedade, perturbações do equilíbrio e alucinações visuais, sobretudo zoopsias (visões de animais e insetos, geralmente repugnantes) tudo isso acompanhado por tremores, aumentos da temperatura e depleção hídrica. Se não tratado, o delirium tremens pode levar à morte.

As condições de vida impostas pela sociedade moderna têm provocado um aumento sensível do número de alcoólatras. Devido aos efeitos físicos e psíquicos do excesso de álcool, eles não conseguem levar uma vida normal, tanto no âmbito familiar quanto no profissional, comprometendo sua própria segurança e também a daqueles que os cercam.

Assim, os efeitos sociais do alcoolismo deram lugar, em inúmeros países, a programas de prevenção. Educação do público, principalmente o adolescente, por meio de campanhas esclarecedoras, e reeducação dos alcoólatras, por meio de técnicas socioterápicas e sociedades de "alcoólatras anônimos", são medidas importantes em qualquer campanha antialcoólica.

Tratamento A primeira fase do tratamento consiste na desintoxicação, que deve ser sempre precedida por um exame completo no sentido de investigar os fatores causais, sejam eles biológicos, sociais ou psicológicos. De maneira geral, o tratamento é longo e exige muita tenacidade por parte do paciente e do médico. A recaída é previsa na evolução terapêutica normal. A desintoxicação se faz por meio de complexos vitamínicos e energéticos. A hospitalização é obrigatória, uma vez que a abstinência, essencial para o início do tratamento, pode provocar reações inesperadas.

Após a desintoxicação há sempre necessidade de tratamento psicoterápico. Em certos casos, a chamada "cura pela intolerância", que consiste em condicionar por meio de medicamentos específicos uma repugnância pelo álcool, pode surtir resultados satisfatórios. Para a realização desse tipo de tratamento, é preciso que o paciente tenha sido previamente alertado.

Nos quadros de delirium tremens, psicoses, encefalopatias e outras formas especiais de alcoolismo, os tratamentos são diversos e devem ser sempre realizados por especialistas, em ambiente hospitalar adequado.

 Consequências à saúde causadas pelo alcoolismo
 Consequências à saúde causadas pelo alcoolismo



Alcoolismo no Mundo

Alcoolismo no Mundo

O alcoolismo, ou a dependência do álcool, é uma doença crônica (de longa duração) reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É um estado de intoxicação causado pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que se desenvolve de acordo com o tipo de bebida ingerida, as características físicas, emocionais e psicológicas de cada indivíduo e seu grau de tolerância ao álcool.

O álcool etílico usado nas bebidas, o etanol, é uma droga psicotrópica que afeta o sistema nervoso central. Absorvido pelo organismo, age como calmante ou estimulante, ocasionando alterações de comportamento e dependência física e psicológica.

Não existe uma causa direta para o alcoolismo. Fatores econômicos, emocionais, culturais, sociais e ambientais podem levar o indivíduo a ingerir bebidas. Calcula-se que 44% dos casos de alcoolismo são causados pela depressão. Estudos recentes indicam, ainda, que a dependência pode ser transmitida geneticamente. Segundo estatísticas do governo americano, 8% da população dos Estados Unidos é dependente do álcool. Entre os filhos de alcoólatras, esse número sobe para 40%. No Brasil, as estimativas mais recentes indicam que de 7% a 15% da população são dependentes do álcool, proporção que vem se mantendo nos últimos anos.

Danos à saúde – O alcoólatra sofre os mesmos problemas de saúde física e psicológica que um dependente de drogas. O vício leva o organismo a eliminar vitaminas, cálcio, ferro, fibra e proteína. Acarreta problemas digestivos (gastrite, úlcera e hemorragia gástrica ou intestinal), hepáticos (hepatite alcoólica, cirrose hepática), neurológicos (falta de memória e demência) e circulatórios (derrame cerebral e doenças cardíacas). Pode causar câncer de boca, faringe, esôfago e laringe. Além disso, grande número de pessoas morre em acidentes provocados por motoristas e pedestres bêbados. O alcoólatra pode, ainda, desenvolver comportamento violento e negligenciar responsabilidades sociais, profissionais e familiares.

O problema de alcoolismo cresce entre os jovens. No Brasil, apesar de ser proibida por lei a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, o álcool é a principal droga consumida entre os adolescentes. As consequências são graves, pois o sistema nervoso ainda em formação aumenta a possibilidade de criar a dependência.

Sintomas – Os cientistas calculam que a dependência se desenvolve num período entre cinco e 25 anos. No geral, o primeiro sintoma de que a pessoa está se tornando alcoólatra é o aumento da tolerância ao álcool. Mais resistente, o indivíduo passa a beber cada vez mais até sentir a necessidade de ingerir álcool diariamente para manter suas atividades normais. Outro sintoma de crescimento da dependência é a perda temporária da memória e a falta de controle sobre a quantidade ingerida.

Tratamento – Calcula-se que apenas 15% dos viciados em álcool procuram tratar-se. Segundo os especialistas, a maneira mais eficiente de largar o vício deve combinar acompanhamento clínico, psicoterapia e a ajuda de familiares e de amigos. A primeira etapa do tratamento é a desintoxicação, com orientação médica, e a prescrição de tranquilizantes e sedativos, que controlam os sintomas da abstinência alcoólica, como depressão e insônia. Existem medicamentos que interferem no metabolismo do álcool, causando mal-estar no indivíduo mesmo com pequenas doses de bebida. Mas, essas drogas têm efeitos colaterais e não podem ser tomadas por portadores de certas doenças, como cirrose. Há também drogas que bloqueiam a sensação de prazer provocada pelo álcool, como o naltrexone, e outras que eliminam a vontade de beber, como o acamprosato. Programas como o dos Alcoólicos Anônimos informam seus associados sobre os males do alcoolismo e dão suporte psicológico durante o período de reabilitação.

www.klimanaturali.org
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