Associação em Psicologia

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A associação é um princípio geral da psicologia, estreitamente ligado à memória, segundo o qual a lembrança de um acontecimento pode evocar outros fatos, experiências ou situações a ele relacionados. O associacionismo, aplicado a diferentes fenômenos mentais, tornou-se uma concepção teórica presente em todas as escolas psicológicas.

Um dos mais conhecidos experimentos realizados em psicologia foi descrito por Pavlov, que testou em cobaias a teoria dos reflexos condicionados. Dando alimento a um cachorro, repetidas vezes, logo após fazer soar uma sineta, em pouco tempo pôde verificar que o animal salivava ao ouvir o ruído familiar, ainda que não recebesse comida. O reflexo foi criado pela associação da ideia de ruído com a de alimento.


Embora o filósofo grego Aristóteles já tivesse enumerado as três condições da associação (similitude, contraste e proximidade), considera-se o associacionismo uma doutrina originada na Inglaterra. O termo "associação de ideias" foi utilizado pela primeira vez por John Locke na obra An Essay Concerning Human Understanding (1609; Ensaio sobre o conhecimento humano). David Hume, em A Treatise of Human Nature (1739; Tratado da natureza humana), afirma que as formas básicas de associação ocorrem por semelhança, proximidade no tempo ou no espaço e por uma relação de causa e efeito.

Depois de Hume, os principais associacionistas foram David Hartley, no século XVIII, James e John Stuart Mill, Alexander Bain e Herbert Spencer, no século XIX. Houve muitas divergências quanto à classificação das formas de associação e ao estabelecimento de uma nomenclatura para designá-las, mas em geral pode-se afirmar que os associacionistas partem de concepções sensualistas, mecanicistas e atomistas. Segundo esses pensadores, o conhecimento procede de um ou mais sentidos. Pelas repetições próprias do funcionamento mental, os dados sensoriais se combinam e podem restabelecer-se com ideias ou representações mentais.

Na década de 1880, o filósofo Francis H. Bradley e os psicólogos James Ward e George F. Stout lideraram na Inglaterra uma forte reação contra o associacionismo. Negavam que o conhecimento se baseasse apenas em sensações e davam ênfase ao elemento intencional.

O filósofo americano William James, em The Principles of Psychology (1890; Princípios de psicologia), substituiu o conceito de associação de idéias pelo de associação de processos nervosos determinados por uma superposição ou uma imediata sucessão de estímulos. Em 1903, o russo Ivan Pavlov usou métodos experimentais para estudar a associação e concluiu que todo comportamento deriva da atividade reflexa do cérebro. As teorias do reflexo condicionado e muitas escolas behavioristas sustentavam as teses básicas do associacionismo e estavam, portanto, sujeitas às mesmas críticas. Isso se aplica também às teorias psicológicas baseadas na noção de estímulo e resposta, que tiveram grande difusão nos Estados Unidos e subsistem ainda sob outras formas.

A multiplicação dos experimentos associacionistas tornou evidente a fragilidade conceitual da doutrina. O americano Edward L. Thorndike demonstrou que a simples repetição influi pouco ou nada no estabelecimento da relação entre estímulo e resposta. Considerando mais importante o efeito decorrente de uma ação, relacionou esse efeito com as noções de prazer e dor em The Fundamentals of Learning (1932; Os fundamentos da aprendizagem). O psicólogo americano Clark Hull em Principles of Behavior (1943; Princípios do behaviorismo) relaciona a aprendizagem à intensidade do impulso destinado a atender a uma necessidade. Esses autores não rejeitaram os princípios do associacionismo, mas reivindicaram uma reformulação dos mesmos. Outros, como os gestaltistas, negaram radicalmente o associacionismo no que se refere aos processos mentais superiores.

Na atualidade, poucos estudiosos atribuem às teorias associacionistas a importância que lhes davam seus criadores, mas o princípio da associação é universalmente aceito como atuante em todas as instâncias da aprendizagem pela experiência.


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