Filatelia (Coleção de Selos)

Filatelia (Coleção de Selos)

#Filatelia (Coleção de Selos)

Hábito e passatempo de colecionar metodicamente selos postais, a filatelia pressupõe também o estudo e o conhecimento dos diversos tipos de selos, carimbos comemorativos e coleções postais. Seu fim imediato é obter e classificar a maior quantidade de espécies, da melhor forma possível, quanto a conservação, cor, margens, picote, filigrana e demais aspectos constituintes do selo postal. Tendo principiado de modo ingênuo e primitivo, como mera acumulação, depois como passatempo, tornou-se logo investimento e valorização de capitais, mais tarde uma arte e atualmente também uma ciência. De grande interesse recreativo, educativo, cultural e comercial, distingue-se de outras coleções pela valorização constante e progressiva das espécies colecionáveis e por sua imensa popularidade.

Iniciada praticamente com a invenção da franquia postal no Reino Unido, em 1825, a filatelia tornou-se um passatempo internacional, com milhares de adeptos em todo o mundo.

O primeiro selo separável entrou em circulação em 6 de maio de 1840, no Reino Unido, e foi chamado de one penny black (selo negro de um penny). O Brasil foi o terceiro país do mundo, e o primeiro da América, a adotar o selo postal, por decreto de D. Pedro II, em 29 de novembro de 1842. O primeiro selo, cuja série ficou conhecida como "olho-de-boi", por seu formato e desenho, foi emitido em 1º de agosto de 1843.

Um funcionário do Museu Britânico foi a primeira pessoa que se interessou pela filatelia desde o aparecimento do selo. Em 1841, foi publicado no Times de Londres um anúncio de uma jovem que pedia a oferta de selos do correio para juntar aos 16.000 de sua coleção, com os quais desejava decorar seu quarto. Entre insólitos episódios como o mencionado, a atividade de colecionar selos foi pouco a pouco se tornando habitual nos diversos países.

Na década de 1850 o número de selos em circulação havia aumentado enormemente. Por isso, começaram a aparecer muitos exemplares com defeitos e variedades de cores que, por tornarem tais exemplares únicos, incrementaram de modo considerável seu valor econômico. Esses fatores fizeram com que muitas pessoas descobrissem no comércio de selos uma fonte de atividade comercial bastante rentável.

Com o crescente prestígio da filatelia, surgiram publicações especializadas - catálogos, manuais, revistas - e começaram a ser fabricados instrumentos e materiais específicos para o filatelista: álbuns, pinças, lupas e charneiras (pequenas tiras de papel com que se prendem os selos aos álbuns). Presume-se que o primeiro catálogo de selos, publicado em dezembro de 1861, na França, foi o de Alfred Potiquet. A essa primeira publicação seguiram-se muitas outras, algumas de periodicidade anual, que registram as mínimas variações e os novos selos emitidos. Em 1862 apareceu em Liverpool a primeira revista periódica de selos, The Stamp Review and Monthly Advertiser.

A filatelia como atividade econômica extrapolou a mera venda de selos, equipamentos e materiais e passou a ter seus meios próprios de difusão, como feiras e leilões, onde se pode adquirir alguns dos exemplares mais raros, geralmente a preços elevados. O selo de mais alta cotação no mercado filatélico mundial é o carmesim escuro, da Guiana Inglesa, de um cent, emitido em 1856. Vendido a um colecionador de Nova York por mais de cinquenta mil dólares, alcançou 280.000 dólares em 1970. Em 1993 a coleção Indhusofon, de selos tailandeses, foi vendida em Cingapura por 3.410.000 dólares.

A proliferação de temas, formatos e qualidades dos selos dos correios determinaram uma grande diversificação de modalidades. Existem numerosos tipos de coleções que agrupam os selos segundo a entidade geográfica a que pertencem (países, continentes etc.) ou em função da temática (ou coleções por tema), como esportes, política, ciências naturais e outros.

Também condicionam as características de uma coleção filatélica a diversidade dos tipos de selos: a classificação inclui selos comuns ou ordinários, comemorativos, oficiais, beneficentes, propagandísticos etc. As sobrecargas ou sobretaxas alteram o valor facial do selo e, consequentemente, sua finalidade e sua importância como peça de coleção. A carimbologia, coleção de carimbos, pode ser entendida como complemento da filatelia. Têm interesse os carimbos comemorativos, usados no Brasil a partir de 1906, e os carimbos brasileiros da época do império, alguns deles mudos, isto é, sem dizeres.

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