Pré-Romantismo

Pré-Romantismo


Pré-Romantismo é um movimento artístico surgido no século XVIII, na Europa, cujas principais características se apoiam no conceito de criação instintiva e original (em oposição ao princípio de imitação, básico no classicismo), bem como na expressão individual livre. A denominação engloba todos os fenômenos caracterizados como antecedentes do romantismo, que provocou, no século XIX, radical transformação nas artes, na literatura e até mesmo na filosofia. O movimento é também conhecido pelo termo alemão Sturm und Drang (Tempestade e Tensão).

Ao contrário do romantismo, que não tardou a vingar, o pré-romantismo teve que enfrentar durante muito tempo a oposição dos racionalistas e classicistas, apesar de ser defendido por personalidades de valor reconhecido.

A consolidação do pré-romantismo deve-se à influência do romancista francês Jean-Jacques Rousseau, que o transformou num sentimento revolucionário, embora o movimento tenha na obra do poeta inglês Edward Young sua expressão mais acabada. À parte o exemplo de Rousseau, cuja obra foi indispensável à transformação das correntes pré-românticas no romantismo do século XIX, a França foi apenas caixa de ressonância do sentimentalismo inglês e alemão.

A base filosófica do pré-romantismo é a ideia de que a criação artística deve-se ao entusiasmo criador, à imaginação, e não está sujeita a regras, como acreditavam os classicistas e os racionalistas, nem é produto da razão. Essa premissa da predominância da imaginação na produção artística já era defendida na Itália durante o século anterior pelo escritor Gian Vincenzo Gravina, entre outros. Para os pré-românticos, a criação instintiva está ligada à originalidade tanto em termos individuais quanto coletivos: o gênio de um povo poderia se manifestar num determinado artista.

Em Conjectures on Original Composition (1759; Conjeturas sobre a composição original), Young fornece as características do movimento, que teve como obras mais famosas o romance Die Leiden des jungen Werthers (1774; Os sofrimentos do jovem Werther), de Goethe, baseado em La Nouvelle Héloïse (1760; A nova Heloísa), de Rousseau, mas inteiramente original; e o drama Die Raüber (1781; Os salteadores), de Schiller, ao qual se seguiram várias tragédias em prosa que serviram para consolidar o movimento.

O escândalo marcou o aparecimento de algumas obras pré-românticas, como já ocorrera com Histoire du chevalier Des Grieux et de Manon Lescaut (1731; História do cavalheiro Des Grieux e de Manon Lescaut), do abbé Antoine-François Prévost, uma das produções que caracterizam a associação, apenas esboçada na época anterior, do sentimentalismo com a luxúria. Além disso - como ocorre em Werther, que, segundo alguns, não se trata apenas da narrativa de uma paixão infeliz -, alguns autores incluíram em suas obras uma pitada de crítica social.

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