Neo-Realismo, Movimento Literário da Década de 1920

Neo-Realismo, Movimento Literário da Década de 1920

#Neo-Realismo, Movimento Literário da Década de 1920Neo-realismo foi o movimento literário, que mais tarde transferiu-se para o cinema, surgido na Itália na década de 1920, voltado para os ambientes de pobreza e conflito da pequena classe média e das famílias operárias do sul da Itália.

Reprimido pelo fascismo, o neo-realismo ganhou dimensão expressiva primeiro em livros mas sobretudo em filmes, logo depois da segunda guerra mundial.

Enquanto o realismo, em geral, tinha um fundo esteticista e retratava principalmente a sociedade burguesa, os neo-realistas, em sua maioria, engajaram-se estética e socialmente no depoimento sobre a vida dura e frequentemente miserável das classes subalternas.

LiteraturaAdmite-se que a primeira manifestação do neo-realismo seja o romance Gli indifferenti (Os indiferentes), de Alberto Moravia, escrito em 1929, que já trazia os elementos da nova arte: neutralidade da narrativa, cotidiano de uma família italiana como tema e preocupação de não "fazer literatura" e deixar a realidade "falar por si mesma". Vasco Pratolini descreveu em Il quartiere (1944; O bairro) e em Cronaca di poveri amanti (1947; Crônica de amantes pobres) a vida dos moradores humildes de Florença.

Curzio Malaparte preferiu reproduzir a crua realidade da guerra em Kaputt (1944) e La pelle (1949; A pele). Em Uomini e no (1945; Homens e não-homens), Elio Vittorini abordou suas vivências de partigiano (miliciano da resistência armada). Carlo Levi ganhou destaque internacional com seu romance Cristo si è fermato a Eboli (1945; Cristo ficou em Éboli), testemunho objetivo sobre a vida dos camponeses do sul da Itália, onde estivera confinado entre 1935 e 1936, por sua militância anti-fascista. Também Cesare Pavese, amplamente influenciado pelos livros do americano John Dos Passos, escreveu dois contundentes relatos sobre as prisões fascistas.

A tendência ao neo-realismo manifestou-se também em outros países. A guerra civil espanhola forneceu matéria-prima para escritores no exílio, como na trilogia Laberinto magico, de Max Aub, e a vida familiar da Espanha tradicional foi tratada com chocante crueza em Nada (1945), de Carmem Laforet.

Em Portugal, o neo-realismo está presente nas obras de Antônio Alves Redos, Gaibéus (1939), Aveiros (1942) e Vindima de sangue (1951), e de Soeiro Pereira Gomes, autor de Esteiros (1941). Outro representante português é o Castro Soromenho de Terra morta, Viragem e A chaga.

Cinema Foi, porém, o cinema italiano produzido entre 1945 e 1950 que projetou internacionalmente o neo-realismo. As próprias características e a temática do neo-realismo permitiu que se realizassem obras-primas com escassos recursos financeiros. Em Paisà (1946; Paisagem), por exemplo, o diretor Roberto Rosselini não usou estúdio, dispensou figurinos, roteiro e até atores profissionais.

Ossessione (Obsessão), dirigido por Luchino Visconti nos anos de 1942 e 1943, é um precursor, mas foi somente após a derrocada do fascismo que o movimento pôde expressar-se com toda a sua pungência. A primeira obra-prima foi Roma città aperta (1945; Roma, cidade aberta), de Rossellini, drama da resistência italiana sob a ocupação nazista. Em 1948 foram lançados Ladri di biciclette (Ladrões de bicicleta), de De Sica, Zavattini e Luigi Bartolini (que escreveu o livro do mesmo nome) e La Terra trema (A Terra treme) de Visconti.

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