Bolívia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Bolívia
Geografia: Área: 1.098.581 km². Hora local: -1h. Clima: equatorial (depressão amazônica), de montanha (altiplano). Capitais: La Paz (sede do governo e administrativa), Sucre (legal). Cidades: Santa Cruz de la Sierra (1.135.526), La Paz (793.293), Alto (649.958), Cochabamba (517.024), Sucre (215.778).
População: 9,9 milhões; nacionalidade: boliviana; composição: quíchuas 30%, aimarás 25%, eurameríndios 15%, europeus ibéricos 15%, outros 15%. Idiomas: espanhol, quíchua, aimará (oficiais). Religião: cristianismo 94,1% (católicos 88,3%, protestantes 6,4%, outros 3,9% - dupla filiação 4,5%), outras 4,1%, sem religião e ateísmo 1,7%.
Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, Comunidade Andina, FMI, Grupo do Rio, Mercosul (membro associado), OEA, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 366-3432, fax (61) 366-3136 – Brasília (DF); e-mail: embolivia.brasilia@terra.com.br.
Governo - República presidencialista. Div. administrativa: 9 departamentos. Partidos: Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), Ação Democrática Nacionalista (ADN), Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), União Cívica Solidariedade (UCS), Movimento ao Socialismo (MAS). Legislativo: bicameral – Senado, com 27 membros; Câmara dos Deputados, com 130 membros. Constituição: 1947.
A Bolívia é uma das nações mais pobres da América do Sul, com alta taxa de analfabetismo e o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente. Situada no centro-oeste da América do Sul, não tem saída para o mar. Em seu território, a cordilheira dos Andes atinge a largura máxima (650 quilômetros). É onde se localizam o árido altiplano andino e as principais cidades, como La Paz, a capital mais alta do mundo (3.636 metros). No norte e no leste, as montanhas dão lugar a planícies cobertas pela Floresta Amazônica e, no sudeste, à pantanosa região do Chaco. Os indígenas bolivianos têm a tradição de mascar a folha de coca, também usada em chás e medicamentos. Na segunda metade do século XX, a Bolívia passou a ocupar um lugar central no tráfico mundial de cocaína, reduzido nos últimos anos com o programa de erradicação das plantações ilícitas. O país tem histórica disputa com o Chile pelo acesso ao mar, pois perdeu parte de seu território para o país vizinho na Guerra do Pacífico, no fim do século XIX.
Os índios quíchuas e aimarás que habitam o altiplano são dominados no século XV pelo Império Inca. Com a conquista espanhola, nas primeiras décadas do século XVI, são escravizados para trabalhar nas minas de prata, o que dá espaço para revoltas, como a de Tupac Amaru II, no século XVIII, que se inicia na região do atual Peru. Em 1809, o Alto Peru, como a região era conhecida, é uma das primeiras colônias espanholas a se rebelar, conquistando a independência em 1825, sob a liderança de Simón Bolívar e Antonio José de Sucre. Bolívar é o primeiro presidente do país, cujo nome, Bolívia, é dado em sua homenagem.
Perdas territoriais - Na Guerra do Pacífico (1879/1884), o país perde para o Chile seu acesso ao oceano Pacífico. Em 1903 encerra o conflito com seringueiros brasileiros ao vender ao Brasil o atual estado do Acre. A descoberta de petróleo no sudeste provoca a Guerra do Chaco (1932-1935), e a Bolívia perde o território para o Paraguai. Em 1951, Víctor Paz Estenssoro é eleito presidente. Os militares impedem sua posse, mas ele estabelece o poder civil em 1952, apoiado em uma rebelião popular. A reforma agrária e a nacionalização das minas provocam boicote internacional ao estanho boliviano. Um golpe militar em 1964 leva à Presidência o general René Barrientos.
Golpes de Estado - Após a morte de Barrientos, em 1969, o país mergulha na instabilidade. Em 1971, o general Hugo Bánzer Suárez assume o governo, suspende as eleições e bane os sindicatos e os partidos políticos. Sua renúncia, em 1978, abre novo período de golpes. Em 1980, Hernán Siles Zuazo, de centro-esquerda, elege-se presidente, mas um golpe instala no poder o general Luis García Meza. Acusado de ligações com o narcotráfico, Meza é deposto em 1981. Em 1982, os generais entregam o poder a Siles Zuazo. Inflação As eleições de 1985 trazem de volta Paz Estenssoro, que enfrenta os sindicatos e adota um pacote recessivo. O plano, imposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), derruba a inflação. Nas eleições de 1989, nenhum candidato obtém maioria, e o Congresso escolhe como presidente Jaime Paz Zamora. O autor do plano contra a inflação, Gonzalo Sánchez de Lozada, do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), chega à Presidência em 1993. Seu governo é marcado por conflitos com os camponeses, em virtude da política de erradicação do cultivo da coca, e com a Central Operária Boliviana (COB), por causa das privatizações. Em 1996, a Bolívia acerta a construção de um gasoduto para transportar gás boliviano ao Brasil. A nação torna-se membro associado do Mercosul em 1996. Hugo Bánzer retorna ao poder nas eleições de 1997 e prossegue com a política de austeridade, que desencadeia greves e manifestações em 1998 e 1999.
Erradicação da coca - Durante o governo de Bánzer, o cultivo ilegal da folha de coca é erradicado. Mas a economia entra em crise sem o dinheiro do narcotráfico. O governo enfrenta protestos violentos dos camponeses que plantam a coca, os cocaleros. Eles resistem à política de substituição de culturas. A petrolífera espanhola YPF descobre, em 2000, um dos maiores depósitos de gás natural da América do Sul, com 380 milhões de metros cúbicos. A reserva fica em Tarija, no sul do país. Índios aimarás que defendem a criação de um território autônomo bloqueiam durante dez dias as estradas que ligam La Paz ao resto do país.
Hugo Bánzer, com câncer, renuncia à Presidência em 2001. O ex-presidente Sánchez de Lozada, do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), e o líder sindical dos plantadores de coca, Evo Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS), são os mais votados no primeiro turno da eleição presidencial direta em 2002. Morales defende a reestatização da economia e a manutenção do cultivo de coca. Em agosto, o Congresso elege Sánchez de Lozada no segundo turno.
La Paz, Capital da Bolívia |
Tendências separatistas surgem no leste boliviano
Os conflitos que resultaram na queda do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, em 2003, acirraram as rivalidades entre os bolivianos que habitam os Andes e os moradores da região de Santa Cruz de la Sierra, no leste do país. Essa região, próxima à fronteira do Brasil, ostenta diferenças étnicas, culturais e econômicas em relação à maior parte da Bolívia. Seus habitantes são brancos ou mestiços, na maioria, enquanto no altiplano predominam os índios aimarás ou quêchuas. A economia é mais dinâmica, impulsionada pela exportação de soja, cultivada em grandes fazendas, e pela exploração do gás natural. Hoje a região concentra 25% da população boliviana e gera mais de um terço do PIB.Os empresários de Santa Cruz de la Sierra temem que o aumento da influência dos movimentos indígenas no governo central, em La Paz, resulte em regras desfavoráveis aos investimentos estrangeiros, importantes na região. Esse receio dá alento a um crescente movimento separatista. Em junho de 2004, dezenas de milhares de manifestantes fizeram uma passeata reivindicando a autonomia regional. Uma parcela desse movimento defende abertamente a secessão, com a formação de um país independente.
Governo Evo Morales - Nas eleições presidenciais de Dezembro de 2005, Evo Morales conseguiu sair como vencedor ao obter 53,74% dos votos, frente a 28,59% de seu principal opositor, Jorge Quiroga. Pela primeira vez na Bolívia um indígena sobe ao poder mediante o voto popular por uma margem considerável sobre o segundo postulante. Morales tem o apoio dos camponeses indígenas do pobre Altiplano Andino, que falam idiomas autóctones como o quéchua e o aimará, enquanto seus adversários são os políticos das províncias das planícies, que fazem fronteira com Brasil, Paraguai e Argentina, e têm forte presença branca, concentrando historicamente o poder econômico do país.
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