Coreia do Sul | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Coreia do Sul

Coreia do Sul | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Coreia do Sul


Geografia: Área: 99.237 km². Hora local: +12h. Clima: temperado continental. Capital: Seul. Cidades: Seul (aglomeração urbana: 9.917.000, cidade: 10.000.000), Pusan (3.692.400), Taegu (2.500.900), Inch'on (2.500.000), Taljon (1.400.900).

População: 52 milhões; nacionalidade: sul-coreana; composição: coreanos 99,9%, chineses 0,1%. Idioma: coreano (oficial). Religião: cristianismo 40,8% (protestantes 18,9%, independentes 16,4%, outros 10,8% - dupla filiação 5,3%), crenças tradicionais 15,6%, budismo 15,3%, novas religiões 15,2%, confucionismo 11,1%, sem religião e ateísmo 1,6%, outras 0,5%.

Relações Exteriores: Organizações: Apec, Banco Mundial, FMI, OCDE, OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 321-2500 (PABX), fax (61) 321-2508 – Brasília (DF); e-mail: ebcoreia@terra.com.br.

Governo: República com forma mista de governo. Div. administrativa: 9 províncias e 6 cidades especiais. Partidos: Grande Nacional, Democrático do Milênio (PDM), Democratas Liberais Unidos. Legislativo: unicameral – Assembleia Nacional, com 299 membros. Constituição: 1988.

País montanhoso, nascido da divisão do antigo território da Coreia após a II Guerra Mundial, a Coreia do Sul torna-se um dos Tigres Asiáticos depois de duas décadas de acelerado desenvolvimento econômico. Seu Produto Interno Bruto (PIB) cresce, em média, 9,1% ao ano entre 1980 e 1993, uma das taxas mais altas do mundo. A partir de 1997, a nação sente o impacto da crise financeira mundial, mas se mantém como importante exportador de produtos eletrônicos, componentes para computador e automóveis. Desde 1950 está tecnicamente em guerra com a comunista Coreia do Norte, com a qual compartilha a fronteira mais vigiada do mundo. Um encontro histórico entre o presidente sul-coreano e o líder norte-coreano, em 2000, dá início ao processo de pacificação da península Coreana. Em 2002, o país divide com o Japão a sede da Copa do Mundo de Futebol, a primeira realizada na Ásia.

COREIA DO SUL, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DA COREIA DO SUL

História da Coreia do Sul

A Coreia do Sul possui 2 mil anos de história em comum com a Coreia do Norte. O Estado sul-coreano surge em maio de 1948, quando a zona ocupada pelos Estados Unidos (EUA), na metade sul da península, torna-se um país independente, sob a liderança do nacionalista Syngman Rhee. Em 1950, a nova nação é invadida pela Coreia do Norte, dando início à Guerra da Coreia, que dura até o armistício de 1953. Rhee permanece no poder até 1960, quando renuncia em meio a acusações de corrupção. Seu sucessor, Chang Myon, é deposto em 1961, em um golpe militar chefiado pelo general Park Chung Hee. Após ser confirmado no cargo por eleições consideradas fraudulentas, Park instaura uma ditadura militar em 1972.

Bandeira da Coreia do SulMilagre econômico - A era Park, na qual o autoritarismo coexiste com a modernização industrial, termina com seu assassinato, em 1979. Um mês depois, o general Chun Doo-Hwan lidera um golpe militar. Protestos estudantis, em 1980, são reprimidos com a decretação da lei marcial, prisões e a morte de centenas de manifestantes em Kwangju. Sob o regime de Chun, a economia mantém o crescimento. Em 1986, o país obtém pela primeira vez saldo positivo na balança comercial. A partir daí, suas exportações aumentam rapidamente.

Democratização - Novos protestos, em 1987, obrigam Chun a convocar eleições diretas para a escolha de seu sucessor. O candidato governista, Roh Tae Woo, vence e, em 1992, faz seu sucessor, Kim Young-Sam, primeiro presidente civil depois de 30 anos. Em 1994 agrava-se a tensão com a Coreia do Norte, diante da recusa do vizinho em permitir a inspeção internacional de seus reatores nucleares. A crise é encerrada com um acordo promovido pelos EUA. Kim Young-Sam lança uma campanha nacional anticorrupção.

Crise financeira - Em 1997, a nova legislação trabalhista, que acaba com a estabilidade e permite redução salarial e contratações temporárias, gera protestos. Em outubro, a crise financeira no Sudeste Asiático atinge a economia sul-coreana. A Bolsa de Seul registra quedas vertiginosas e a moeda nacional, o won, desvaloriza-se fortemente. O país recorre ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Seul, Capital da Coreia do Sul
Seul, Capital da Coreia do Sul
Reformas - No mesmo mês, o oposicionista Kim Dae-Jung vence as eleições presidenciais. Kim assume em 1998 e convoca a formação de um comitê tripartite (empresários, trabalhadores e governo). O comitê fecha um acordo para permitir demissões e contratações de mão-de-obra temporária. Os chaebol – conglomerados que dominam a economia sul-coreana –, em dificuldade, fecham empresas deficitárias. O governo, cumprindo o acordo com o FMI, liquida companhias e bancos e anuncia a privatização de 11 estatais. O aumento do desemprego provoca greves e protestos. O Produto Interno Bruto (PIB) cai 5,8% em 1998.As medidas de ajuste dão resultado, e a economia começa a se recuperar. O custo social das reformas, no entanto, é alto. Em protesto contra o governo, as centrais sindicais KCTU e FKTU retiram-se do comitê tripartite em 1999. Nas eleições legislativas de abril, o Partido Grande Nacional, o principal grupo de oposição, fica perto da maioria absoluta.

Em 2001, o governo intervém para impedir a falência de grandes empresas, como a Hyundai, que é praticamente estatizada. No ano seguinte, dois filhos do presidente são condenados à prisão por corrupção. O candidato governista às eleições presidenciais, Roh Moo-hyun, vence com vantagem de apenas 2% o candidato do Partido Grande Nacional, Lee Hoi-chang. Em 2003, o país decide enviar 3 mil soldados ao Iraque.

Impeachment - Em outubro de 2003, Choi Do-sul, ex-assessor de Roh, é preso e acusado de ter recebido suborno da empresa SK. O escândalo atinge a popularidade do presidente. Em março de 2004, Roh sofre impeachment – acusado de corrupção e de fazer propaganda ilegal de seu partido nas eleições – e é substituído pelo primeiro-ministro Goh Kun. Ainda assim, o partido de Roh, o Uri, vence as eleições legislativas em abril, passando de 47 cadeiras para a maioria absoluta (152 em 299). Em maio, a Suprema Corte reinstala Roh na Presidência. Goh Kun renuncia, e o presidente nomeia Lee Hae-chan primeiro-ministro.

Reaproximação das CoreiasReaproximação das Coreias

Em estado de guerra desde o conflito que envolveu os EUA, entre 1950 e 1953, conhecido como Guerra da Coreia, o Sul e o Norte só começam a dialogar depois que a crise econômica – cujo efeito mais dramático é a escassez de alimentos – torna a Coréia do Norte dependente da ajuda humanitária do Sul. Os contatos intensificam-se a partir da posse de Kim Dae-Jung como presidente sul-coreano, em 1998. Chegam ao auge entre 2000 e 2002, mas esfriam a partir de então, conforme cresce a tensão nuclear com a Coréia do Norte. Encontro histórico O passo decisivo para a aproximação ocorre em junho de 2000, na reunião de cúpula entre as duas Coreias. Kim Dae-Jung visita o dirigente norte-coreano Kim Jong Il em Pyongyang, e ambos anunciam o início das negociações para a reunificação. O reencontro de famílias separadas havia meio século tem início em agosto. Em outubro, Kim Dae-Jung ganha o Prêmio Nobel da Paz pela "política da luz do Sol" em relação à Coreia do Norte. Em junho de 2002, navios do Norte e do Sul trocam tiros, mas a distensão é retomada semanas depois. Reunião "comprada" Em fins de 2002, o otimismo se reduz com a revelação de que Kim Dae-Jung usara uma filial da Hyundai para entregar 200 milhões de dólares ao governo do Norte, para assegurar a realização da cúpula de 2000. Em dezembro, Roh Moo-hyun elege-se presidente com a promessa de manter a "política da luz do Sol". Roh acena, em março de 2003, com a possibilidade de construir um gasoduto entre a Federação Russa e a Coreia do Norte, se esta abrir mão de seu programa nuclear. Mas as negociações sobre a questão nuclear, envolvendo seis países (as duas Coreias e mais China, Japão, Federação Russa e EUA), prosseguiam até o fim de 2004 sem solução à vista.

Guerra da Coreia (1950-1953)

Conflito militar que se desenvolve de 1950 a 1953, opondo a Coreia do Norte e a China, por um lado, e a Coreia do Sul, os Estados Unidos (EUA) e as forças das Nações Unidas, por outro. Ao final da II Guerra Mundial, em 1945, a Coreia é dividida em duas zonas de ocupação – uma norte-americana, ao sul, e outra soviética, ao norte –, que correspondem ao antagonismo da Guerra Fria. Os dois setores são separados pelo paralelo 38º, como ficara estabelecido na Conferência de Potsdam. Em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) forma uma comissão, não reconhecida pela União Soviética (URSS), para reorganizar o país por meio de eleições nas duas zonas.

Guerra da Coreia (1950-1953)Dirigentes do Partido Comunista Coreano (PCC) assumem posições de comando na zona soviética. As negociações para a unificação fracassam e, em 1948, são criados dois Estados distintos: a Coreia do Norte (República Democrática Popular da Coreia) e a Coreia do Sul (República da Coreia). A primeira é ligada ao bloco soviético e a segunda, pró-ocidental. Os dois governos reivindicam jurisdição sobre a totalidade do território coreano, o que torna a área de fronteira uma região de tensões e incidentes. Após a retirada das tropas da URSS, em 1948, e dos EUA, em 1949, tem início uma intensa batalha propagandística entre os dois países.

Em 25 de junho de 1950, tropas da Coreia do Norte, a pretexto de violação do paralelo 38º, realizam um ataque surpresa e invadem o sul. É uma tentativa de unificar o país sob o regime comunista. No mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU, aproveitando-se da ausência do representante da URSS, declara a República Popular agressora e nomeia o general norte-americano MacArthur para chefiar tropas de intervenção na Coreia.

Em 15 de setembro, forças da ONU, compostas quase totalmente de soldados dos EUA, sob o comando de MacArthur, lançam uma contra-ofensiva em Inchon. A URSS não se envolve diretamente, limitando-se a dar ajuda militar aos norte-coreanos. Os combates são violentos e as tropas da ONU avançam pelo território da Coreia do Norte. No final de outubro, os norte-coreanos são empurrados de volta para o rio Yalu, próximo à fronteira chinesa. Ameaçado, o governo da China entra na guerra, com uma grande ofensiva que força o recuo das tropas de MacArthur. Em 4 de janeiro de 1951, os chineses conquistam Seul, capital da Coreia do Sul.

Uma nova ofensiva norte-americana, entre fevereiro e março, empurra as tropas chinesas e norte-coreanas de volta ao paralelo 38º. Daí em diante, as posições permanecem inalteradas em mais dois anos de combate, com muitas baixas de ambos os lados. A paz vem somente com o Armistício de Panmunjom, assinado em 27 de julho de 1953. O acordo mantém a fronteira definida em 1948 e estabelece uma zona desmilitarizada entre as duas Coreias. O conflito, no entanto, continua sem solução definitiva e provoca tensões entre os dois países até hoje.
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