Sacro Império Romano-Germânico
O Sacro Império Romano-Germânico foi um império formado por Otto I, em 962, durante a Idade Média, no território ocupado hoje pela Alemanha. Corresponde à parte do Império Carolíngio (751-814), dividido após a morte de Carlos Magno (742-814), rei dos francos. Em 843, pelo Tratado de Verdun, seus netos repartem o Império: Luís, o Germânico fica com o território alemão, enquanto Carlos II, o Calvo recebe a parte correspondente à França; Lotário obtém a parte central do Império, que se estende da Itália até o mar do Norte. Em 962, Otto I, sucessor de Luís, o Germânico, recebe o título de imperador do Sacro Império Romano-Germânico e funda o I Reich. Seus domínios abrangem a porção ocidental da Alemanha, a Áustria, a Holanda (Países Baixos), parte da Suíça, da Polônia e o leste da França. Coroado em Roma, deseja continuar a tradição imperial de Carlos Magno e reivindica o norte da Itália.
Até o final do século XI, o Império se mantém forte. Sucessivos imperadores resistem à descentralização do poder e firmam estreita aliança com a Igreja Católica. Alguns tentam submeter o poder eclesiástico, mas a Igreja reage e firmam sua supremacia após o episódio conhecido como Questão das Investiduras (disputa entre os imperadores e a Igreja acerca do direito de nomeação dos bispos). Posteriormente, os príncipes alemães readquirem prestígio e, a partir de 1125, passam a escolher o imperador, o que até então era determinado pela hereditariedade. A partir de 1250, o Sacro Império Romano-Germânico compreende um conjunto de pequenos Estados, nos quais o poder local dos príncipes supera o poder central do imperador.
Com a Reforma Protestante, novos conflitos abalam o Império, opondo católicos e protestantes. A Paz de Augsburg, em 1555, concede aos príncipes alemães o direito de instituir sua religião em seus domínios. No ano seguinte, o imperador Carlos V de Habsburgo (1500-1558), católico, abdica. Os conflitos religiosos e políticos prosseguem. O Império envolve-se na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que opõe novamente católicos e protestantes. A França, vitoriosa, consegue acabar com o poder dos Habsburgo e fragilizar o Império. Um terço dos habitantes morre em consequência de doenças e da fome, e grande parte das terras agrícolas deixa de ser cultivada. O território alemão permanece dividido internamente por mais dois séculos, até 1871, com a consolidação da unificação alemã.
http://www-storia.blogspot.com.br/
http://www-storia.blogspot.com.br/