História da Fotografia - Cronologia
1515 - O italiano Leonardo da Vinci descreve cientificamente a câmera escura. Precursora das câmeras fotográficas atuais, consiste em uma sala totalmente escura, com um pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos na parede oposta à abertura. No final do século XVI, colocam-se lentes no orifício para melhorar a projeção das imagens. Nesse período, a câmera escura era usada pelos pintores para copiar imagens da natureza.
1727 - O professor alemão Johann Heinrich Schulze constata que a
luz provoca o escurecimento de sais de prata. Essa descoberta, em conjunto com
a câmera escura, fornece a tecnologia básica para o posterior desenvolvimento
da fotografia.
1826 - O físico francês Joseph Nicéphore Niépce consegue fixar a
primeira imagem fotográfica conhecida, uma paisagem campestre vista da janela
de sua casa. Ele coloca uma placa sensibilizada quimicamente dentro de uma
câmara escura com orifício para exposição à luz, processo que demora, na época,
oito horas.
1835 - O pintor francês Louis Daguerre descobre que placas de cobre
cobertas com sais de prata conseguem captar imagens, que podem se tornar
visíveis ao ser expostas ao vapor de mercúrio. Isso o leva a desenvolver, em 1939,
o daguerreótipo, aparelho capaz de fixar a imagem com um tempo menor de
exposição (em geral 30 minutos), o que possibilita realizar fotografias mais
rápidas. Cada uma ainda é exemplar único, do qual não é possível fazer cópias.
1839-1840 - O físico britânico William Henry Fox Talbot cria uma
base de papel emulsionada com sais de prata que registra uma matriz em negativo
a partir da qual é possível fazer cópias positivas. Esse processo, chamado de
calótipo e patenteado em 1841, é mais barato do que o de Daguerre, tornando a
fotografia mais acessível e mais presente na vida das pessoas. Entre 1844 e
1846, Talbot publica The Pencil of Nature, o primeiro livro ilustrado com
fotografias.
1840 - O norte-americano Alexander Wolcott abre o primeiro estúdio
fotográfico do mundo em Nova York (EUA), onde realiza pequenos retratos com um
daguerreótipo. No ano seguinte, começa a funcionar o primeiro estúdio europeu,
em Londres (Reino Unido), dirigido pelo fotógrafo britânico Richard Beard.
1851 - O escultor britânico Frederick Scott Archer desenvolve o
processo chamado de colódio úmido, negativo feito sobre placas de vidro
sensibilizadas com uma solução de nitrocelulose com álcool e éter. O fotógrafo
tem de sensibilizar a placa imediatamente antes da exposição e revelar a imagem
logo depois. Esse processo é 20 vezes mais rápido que os anteriores e os
negativos apresentam uma riqueza de detalhes semelhante à do daguerreótipo, com
a vantagem de permitir a produção de várias cópias.
1854-1910 - Nesse período se desenvolve o movimento denominado
pictorialismo, que se caracteriza por uma tentativa de aproximação da
fotografia com a pintura. Para isso, os fotógrafos retocam e pintam as fotos,
riscam os negativos ou embaçam as imagens. Também empregam em suas obras composições
e assuntos característicos da pintura. Seus temas são, em geral, paisagem,
natureza-morta e retrato. Entre os grandes fotógrafos dessa fase está o francês
Félix Nadar, o primeiro a realizar fotos aéreas a partir de um balão, em 1858.
Apesar do preconceito de alguns pintores em relação à fotografia, vários se
baseiam em fotos para pintar, como os franceses Ingres e Delacroix e,
posteriormente, muitos impressionistas.
1855 - O britânico Roger Fenton fotografa durante quatro meses a
Guerra da Crimeia (1853-1856). Para fazer seu trabalho, transforma uma
carruagem puxada por cavalos em quarto escuro, onde revela as chapas. Ao todo,
produz 360 fotografias. Realiza assim a primeira grande documentação de uma
guerra e dá início ao fotojornalismo.
1861-1865 - O norte-americano Mathew Brady faz a cobertura da
Guerra Civil Americana e torna-se um dos primeiros fotojornalistas do mundo.
1871 - O médico britânico Richard Maddox cria as chapas secas de
gelatina com sais de prata, em substituição ao colódio úmido. Fabricadas em
larga escala a partir de 1878, marcam o início da fotografia moderna. A grande
vantagem em relação ao colódio úmido é que os fotógrafos podem comprar as
chapas já sensibilizadas quimicamente, em vez de ter de prepará-las antes da
exposição.
1878 - O inglês Edward Muybridge reproduz em fotografia o movimento
de um cavalo galopando.
1880 - Publicação da primeira fotografia pela imprensa, na capa do
jornal Daily Herald, de Nova York (EUA). Mas somente no início do século XX o
uso de fotografias nos jornais e revistas torna-se comum.
1882 - O francês Aphonse Bertillon inventa o sistema de
identificação de criminosos por meio da ampliação fotográfica das impressões
digitais.
1888 - O norte-americano George Eastman desenvolve a primeira câmera
portátil, a Kodak, vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar
100 fotografias. Terminado o rolo, o cliente manda a câmera inteira para a
empresa Eastman, que revela o filme e faz as cópias, devolvendo o aparelho com
um novo rolo de filme. O lema da Eastman é "Você aperta o botão, nós
fazemos o resto". A simplicidade da câmera Kodak é responsável pela
popularização da fotografia amadora. No ano seguinte, Eastman substitui o filme
de papel por um de plástico transparente à base de nitrocelulose.
1902 - O norte-americano Alfred Stieglitz funda o movimento
fotossecessão, no qual a foto passa a ser valorizada como expressão artística
própria, diferente das demais artes. Os fotossecessionistas defendem a
fotografia sem retoques ou manipulação nos negativos e nas cópias, em reação ao
pictorialismo. A fotografia se aproxima do abstracionismo, com ênfase na forma
e não no objeto em si. O trabalho dos fotossecessionistas é divulgado pela
revista Camera Work, fundada por Stieglitz e publicada entre 1903 e 1917.
Edward Steichen, Alvin Langdon Coburn e Paul Strand estão entre os principais
nomes do movimento.
1907 - Os franceses Auguste e Louis Lumière introduzem o
autochrome, o primeiro processo fotográfico colorido. Consiste de uma placa de
vidro coberta com grãos de amido tingidos (que agem como filtros para as cores
primárias) e de poeira preta (que bloqueiam a luz não filtrada pelo amido).
Sobre essa placa preparada é colocada uma fina camada de emulsão pancromática
(sensível a todas as cores), obtendo-se uma transparência colorida positiva.
1908 – A Universidade do Texas, em Austin (EUA), torna-se pioneira
no ensino universitário ao criar uma cadeira de fotojornalismo.
1915 - Com o aperfeiçoamento dos processos de impressão, os jornais
diários começam a utilizar a fotografia com mais freqüência para ilustrar as
reportagens, em substituição ao desenho. A presença de fotos na imprensa
firma-se com os jornais Daily Mirror, de Londres (Reino Unido), e Ilustrated
Daily News, de Nova York (EUA).
1919-1938 - Ao final da I Guerra Mundial, a fotografia liga-se a
movimentos artísticos de vanguarda, como o cubismo e o surrealismo. Fotógrafos
como o norte-americano Man Ray e o húngaro László Moholy-Nagy trabalham em
estreita ligação com pintores e outros artistas. As técnicas de fotomontagem
(manipulação de negativos) e fotograma (imagem direta sobre o papel
fotográfico, sem o uso do negativo e da câmera) são amplamente usadas.
1923 - O norte-americano Edward Weston introduz a fotografia pura,
sem retoques ou manipulações. Ele adota o uso mais realista e direto da câmera,
com certa ênfase na forma abstrata, porém sem impedir a identificação do objeto
fotografado.
1925 - Na Alemanha surge um estilo realista conhecido como Nova
Objetividade, que propõe uma fotografia puramente objetiva, em oposição ao
pictorialismo. Seu maior representante é Albert Renger-Patzsch, autor de
fotografias que se caracterizam por linhas fortes, documentação factual e
grande realismo. Outro expoente do movimento é August Sander.
1925 - A empresa alemã Leitz começa a comercializar a primeira
câmera fotográfica 35 mm, a Leica, inventada pelo engenheiro Oskar Barnack. Ela
dá um grande impulso ao fotojornalismo por ser silenciosa, rápida, portátil e
por ter disponíveis diversos tipos de lente e acessórios.
1928-1929 - O fotojornalismo desenvolve-se na Alemanha nas revistas
Berliner Illustrierte e Münchener Illustrierte Presse. Os principais nomes
dessa época são o alemão Erich Salomon e o britânico Felix Man.
1929 - As fotografias começam a ocupar grande espaço na
publicidade, considerada um dos principais processos de criação artística nesse
período. Vários profissionais importantes na época, como Cecil Beaton, Man Ray,
Moholy-Nagy e Edward Steichen, fazem fotografias publicitárias paralelamente a
seu trabalho artístico pessoal.
1932 - O francês Henri Cartier-Bresson começa sua carreira como
fotojornalista, desenvolvendo um estilo definido por ele como a busca pelo
"momento decisivo", isto é, pelo instante fugaz em que uma imagem se
forma completamente em frente à câmera. Por isso, não realiza nenhum tipo de
retoque ou manipulação das imagens. Cartier-Bresson torna-se o mais influente
fotojornalista de sua época. Entre os seguidores de seu estilo estão Robert
Doisneau, Willy Ronis e Edouard Boubat. Ainda em 1932, ocorre a fundação do
grupo f64, nos Estados Unidos (EUA), pelos fotógrafos Ansel Adams, Edward
Weston e seu filho Brett, Willard Van Dyke, Imogen Cunningham e Sonia
Noskowiak. O nome refere-se à mínima abertura das lentes (diafragma), que
permite a máxima profundidade de campo com o máximo de nitidez, a principal
proposta do grupo.
1933 - O norte-americano Harold Edgerton desenvolve o flash
eletrônico.
1935 - Os norte-americanos Leopold Godowsky Jr. e Leopold Mannes
inventam o filme Kodachrome, que permite a obtenção de transparências (slides)
coloridas com grande riqueza de detalhes e de tons, próprias para reprodução ou
projeção.
1935-1943 - A Farm Security Administration, entidade criada pelo
presidente norte-americano Franklin Roosevelt para estudar e diminuir os
problemas da população rural dos Estados Unidos (EUA) durante a Grande
Depressão, recorre à fotografia para registrar suas atividades, o que dá
impulso à fotografia documental e de denúncia social. Destacam-se os trabalhos
dos fotógrafos Walker Evans, Dorothea Lange, Margareth Bourke-White, Ben Shahn,
Arthur Rothstein e Gordon Parks.
1936 - O norte-americano Henry Luce, um dos criadores da revista
Time, funda a revista Life, nos Estados Unidos (EUA), com o objetivo de
substituir a fotografia acidental, improvisada, por uma edição de fotografia
planejada. Os fotógrafos a serviço da revista, um marco da fotorreportagem
mundial, são pautados para cada matéria e encorajados a produzir uma grande
quantidade de imagens para dar mais opções de escolha aos editores. Vários dos
principais nomes do fotojornalismo mundial trabalham para a Life, entre eles
Robert Capa, que faz a cobertura de guerras em todo o mundo, durante vinte
anos, até morrer no Vietnã, ao pisar em uma mina terrestre. Entre suas fotos
mais famosas estão Morte de um Soldado Legalista (soldado sendo alvejado na
Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939) e a série de imagens feitas durante
o desembarque das tropas aliadas na Normandia, em 1944, durante a II Guerra
Mundial.
1942 - A Kodak introduz o filme Kodacolor, negativo colorido que
permite a confecção de cópias em cores. Em 20 anos, o Kodacolor torna-se o
filme mais popular entre os fotógrafos amadores. A empresa alemã Agfa, que
havia desenvolvido o processo negativo-positivo colorido Agfacolor em 1936,
começa a comercializá-lo apenas em 1949, devido à eclosão da II Guerra Mundial.
1945 - A empresa austríaca Voigtländer desenvolve as lentes zoom,
que permitem fotografar objetos situados a grande distância da câmera.
1947 - Os fotógrafos Robert Capa, Daniel Seymour, Henri
Cartier-Bresson e George Rodger fundam nos Estados Unidos (EUA) a agência
cooperativa Magnum. Nela trabalham os principais nomes do fotojornalismo
mundial, entre eles o norte-americano Eugene Smith, o suíço Werner Bischof e o
brasileiro Sebastião Salgado.
1948 - O norte-americano Edwin Land desenvolve a câmera Polaroid,
que tira fotos instantâneas em preto-e-branco.
Década de 50 - Após a II Guerra Mundial, uma corrente da fotografia
volta a passar por uma fase abstracionista e deixa de ter o compromisso de
registrar a realidade. Adota-se o uso expressivo e emocional das imagens. Nessa
linha se destaca o trabalho do norte-americano Minor White. Para ele, a
fotografia deve ser transformada para que o espectador perceba a mensagem
interior da imagem, não visível na superfície. Outros representantes dessa
corrente são Aaron Siskind, Harry Callaham e Bill Brandt. No fotojornalismo, a
cobertura fotográfica dos acontecimentos no pós-guerra ganha fôlego com as
revistas Time e Newsweek, nos Estados Unidos (EUA); Paris Match, na França; e
Der Spiegel e Stern, na Alemanha.
1955 - O fotógrafo norte-americano Edward Steichen organiza no
Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) a exposição The Family of Man, uma
seleção de cerca de 500 fotos tiradas em 68 países que registram todas as fases
da vida humana, do nascimento à morte. A exposição, que teve grande repercussão
mundial e se tornou um marco da fotografia documental, é levada a vários países
e dá origem a um livro com diversas edições.
1959 - Lançamento do livro The Americans, do fotógrafo
norte-americano Robert Frank, registro fotográfico da viagem que fez pelos EUA
com o poeta beat Jack Kerouac. Frank rompe com a tradição da fotografia
documental, imparcial e distante, dando às suas imagens um caráter subjetivo.
Década de 60 - Nesse período se desenvolve um grande intercâmbio
entre o trabalho de fotógrafos e artistas plásticos. Muitos fotógrafos usam
técnicas manuais de manipulação de imagens, como retoques e pinturas de
negativos e de cópias. Os pintores, por sua vez, imitam a visão fotográfica
(figurativa) e introduzem fotos em suas obras, por meio de colagem ou
reprodução em silkscreen, como ocorre na pop art, nos trabalhos dos
norte-americanos Andy Warhol e James Rosenquist. A fotografia também é bastante
utilizada pela arte conceitual, como meio para a expressão de um conceito.
1962 - Os norte-americanos Emmett Leith e Juris Upatnieks e o
soviético Yuri Denisyuk desenvolvem simultaneamente a holografia, fotografia em
três dimensões obtida por meio da exposição de um filme ou chapa à luz de raio
laser refletida em um objeto.
Década de 70 - As fotografias ganham maior importância como obras
de arte. Começam a ser produzidas com mais freqüência em formato de livro, são
exibidas em galerias e museus e compradas por colecionadores. A fotografia
passa também a ser objeto de estudo acadêmico, como arte que deve ser
compreendida e estudada, a exemplo das demais manifestações artísticas
(pintura, música, literatura, entre outras). A fotografia documental continua a
ser desenvolvida, apesar de ter perdido espaço para a televisão e o cinema.
Aumenta o uso da cor, em especial na fotografia de moda e de publicidade.
Década de 80 - Nesse período, é reforçada a visão da fotografia
como obra capaz de transmitir informação e prazer, mas também como meio de
comunicar mensagens políticas e sociais. Cresce a importância da imagem
fotográfica como instrumento da publicidade. Um dos principais nomes da
fotografia publicitária é o italiano Oliviero Toscani, que causa polêmica com
as campanhas para a grife Benetton, iniciadas em 1982, ao tratar de questões
como violência e racismo em seus trabalhos. Técnicas antigas de reprodução
voltam a ser utilizadas para a produção de imagens mais elaboradas e
verifica-se uma tendência a reduzir o número de cópias de uma fotografia.
1981 - O brasileiro Sebastião Salgado torna-se mundialmente
conhecido ao ser o único fotógrafo a registrar a tentativa de assassinato do
presidente norte-americano Ronald Reagan. Representante da fotografia
documental, Salgado se destaca nos anos 80 e 90 por suas grandes
fotorreportagens de denúncia social, publicadas em livros como Sahel: l'Homme
en Détresse (1986), Trabalhadores (1993) e Terra (1997).
Década de 90 - Intensifica-se o uso das câmeras digitais,
principalmente no fotojornalismo e na publicidade. Nessas câmeras, o filme é
substituído por um disco ou cartão de memória no qual as imagens são
armazenadas digitalmente. Elas podem, assim, ser transmitidas por meio de linha
telefônica para um computador em qualquer lugar do mundo de forma extremamente
rápida, já que o processo digital elimina a necessidade de revelação e
ampliação.
1993 - Glass Tears, de Man Ray, torna-se a fotografia mais cara do
mundo, ao ser vendida por 65 mil dólares.
1997 - A Maison Européenne de la Photographie (França) realiza a
exposição Des Européens, que apresenta 20 fotos inéditas de Henri
Cartier-Bresson. A mostra reúne ainda outras 160 imagens realizadas pelo
fotógrafo francês entre os anos 30 e 70.
2000 - Sebastião Salgado expõe seu trabalho mais recente, Êxodos,
em diversas cidades do mundo, como Nova York, Paris, São Paulo, Barcelona,
Lisboa, Roma, Madri, Londres e Berlim. O acervo reúne 350 fotos, além de textos
de sua autoria. Êxodos é uma continuação do projeto anterior, Trabalhadores, e
procura mostrar o drama da migração humana provocada por guerras, pobreza ou
questões religiosas e políticas. O trabalho é realizado durante mais de sete
anos, em 47 países.
Os funcionários da agência Sygma,
em Paris (França), entram em greve, em protesto contra a decisão dos
proprietários de reformular os contratos dos fotógrafos, que se tornariam os
únicos responsáveis por seus gastos em viagens de trabalho, trabalhando a
partir de então em regime de free-lance.
2001 - A exposição "Shifting Tides: Cuban Photography After
the Revolution", na Grey Art Gallery da New York University, obtém grande
repercussão por reunir três gerações de fotógrafos cubanos. Profissionais como
José A. Figueora, Rogelio López Marín (Gory) e José Manuela Fors apresentam
mais de 100 fotografias que retratam cidadãos comuns na Cuba de hoje e imagens
da Revolução Cubana. No mesmo ano, o fotógrafo norte-americano Richard Drew, da
agência Associated Press, tira 215 fotografias nas proximidades do World Trade
Center logo após o atentado terrorista de 11 de setembro em Nova York (EUA);
uma delas, que registra o salto suicida de um homem não identificado, é
publicada em todo o mundo, recebe um prêmio da World Press Photo e provoca
debate sobre os limites éticos da publicação de fotos de tragédias.
2002 - Montreal e Toronto (Canadá) sediam, em 2002, a exposição
anual da World Press Photo, o maior evento fotográfico do mundo, criado em
1955. Foram inscritas cerca de 49 mil fotos, de 4.171 fotógrafos de 123 países.
Pela primeira vez, mais da metade foi tirada em suporte digital. Boa parte das
cerca de 200 fotos selecionadas trata em alguma medida dos atentados
terroristas de 11 de setembro e de suas conseqüências. A exposição percorre
outros 35 países. No mesmo ano, o Museu de Arte de Cincinnati exibe uma
retrospectiva de Weegee, pseudônimo do norte-americano Arthur Fellig
(1899-1968), lendário fotógrafo de crimes que se tornou um dos mais influentes
profissionais do fotojornalismo ao trabalhar durante a primeira metade do
século XX na cobertura policial e humana de Nova York (EUA). A Andrea Rosen
Gallery de Nova York (EUA) e Galerie du Jour de Paris (França) expõem a obra do
norte-americano Ryan McGinley, jovem formado pela Parson’s School of Design de
Nova York e saudado como um dos principais fenômenos da fotografia nos últimos
anos. A matéria-prima das fotos é seu próprio cotidiano.
2003 - O trabalho do fotógrafo francês de 94 anos, Henri
Cartier-Bresson, referência mundial em fotografia, é apresentado em
retrospectiva na Biblioteca Nacional da França, em Paris. Na mostra, o
fotógrafo, que não gosta de se expor, apresenta retratos seus. Além da
retrospectiva, Cartier-Bresson ganha uma fundação, com o objetivo de promover
os trabalhos de outros fotógrafos e as criações de pintores, escultores,
desenhistas, cineastas e arquitetos. Além disso, lança o Prêmio Internacional
Henri Cartier-Bresson, no valor de 30 mil euros, a ser concedido a cada dois
anos como forma de incentivo à criação na área de fotografia. A Galeria Henri
Cartier-Bresson abre as portas com uma mostra de 90 fotos de fotógrafos de todo
o mundo escolhidas por ele. O brasileiro Sebastião Salgado está no grupo, com uma
foto de Serra Pelada. A primeira foto da história, intitulada "Vista da
Janela em Le Gras", é exibida em Austin, nos Estados Unidos. A foto foi
feita da janela de uma fazenda na França, em 1826, por Joseph Nicephore Niepce.
A galeria Whitechapel, em Londres, expõe duas séries do fotógrafo
norte-americano Philip-Lorca diCorcia: "A Storybook Life", que reúne
70 imagens feitas ao longo de duas décadas e "Two Hours", que reúne
fotos tiradas de um mesmo ponto de vista, numa esquina de Havana, ao longo de
duas horas, sem o conhecimento prévio das pessoas fotografadas. A iluminação
torna essas cenas tão artificiais quanto retratos posados, embora sua
matéria-prima seja o imprevisto e o acaso.
2004 – Em Houston, a FotoFest 2004 confirma sua importância entre
os eventos do gênero com o tema Os desafios e os problemas com a água no novo
milênio. Em Londres, a Hayward Gallery expõe uma longa retrospectiva com obras
do francês Jacques Henri Lartigue (1894-1986). O Museu de Arte Moderna de Nova
York (MoMA) surpreende com uma mostra de fotografias de moda – Fashioning
Fiction in Photography since 1990 –, em que o trabalho artístico e comercial se
cruzam. Em novembro, é organizado o primeiro Mês Europeu da Fotografia. Em
Paris, Berlim e Viena, vários museus, galerias e salas abrigam diversas
exposições simultâneas que vão das origens da fotografia à produção
contemporânea. Pierre Verger e Mario Cravo Neto são contemplados em Berlim.
FOTOGRAFIA NO BRASIL
1832 – O francês Hércules Florence, residente na cidade de Campinas
(SP), realiza as primeiras imagens fotográficas no país. Cientista e
desenhista, participou da expedição Langsdorff, que percorre os estados de São
Paulo, Mato Grosso e Grão-Pará. Desde então, empenhou-se em buscar o registro
de imagens. Embora não conhecesse o trabalho de Nicéphore Niépce (1765-1833),
que fixou a primeira fotografia em 1826, Hercules Florence pesquisa a gravação
de imagens pela ação da luz. O processo desenvolvido por ele baseia-se no mesmo
princípio estabelecido pelo inglês William Henri Fox Talbot: a
reprodutibilidade das chapas (negativo/positivo), fundamento da fotografia até
hoje. Ele se refere ao processo pelo nome de photographie seis anos antes do
britânico John Herschel, considerado o primeiro a fazer menção à palavra.
1840 – O abade francês Louis Compte, de passagem pelo Rio de
Janeiro, realiza três daguerreótipos (imagens obtidas com um aparelho capaz de
fixá-las em placas de cobre cobertas com sais de prata). É a primeira
demonstração do funcionamento do processo no Brasil e na América Latina. No
mesmo ano, o fotógrafo Augustus Morand produz as primeiras fotos da família
real brasileira e do Palácio São Cristóvão.
O imperador Pedro II compra uma
câmera de daguerreótipo e começa a produzir imagens, tornando-se o primeiro brasileiro
nato a dedicar-se à fotografia.
1851 – Dom Pedro II atribui o título de "Photographo da Casa
Imperial" aos retratistas Buvelot e Prat. É a primeira vez que um soberano
concede uma honraria a um fotógrafo. Posteriormente, o imperador brasileiro outorga
o título a mais 21 profissionais da época.
1853 – Começa a funcionar no Rio de Janeiro a primeira oficina de
calótipo do país, dirigida por C. Guimet. Esse processo permite que se obtenha
cópias das fotografias.
1860-1900 – Imigrantes europeus trazem as novas tecnologias
fotográficas ao país, como o colódio úmido (negativo feito sobre placas de
vidro sensibilizadas com uma solução química). Proliferam estúdios de
retratistas nas principais cidades brasileiras. O alemão Alberto Henschel abre
escritórios no Recife, em Salvador, no Rio e em São Paulo e transforma-se no
primeiro grande empresário da fotografia brasileira. Nessa época também se
destacam Walter Hunnewell, que faz a primeira documentação fotográfica da
Amazônia, Marc Ferrez, que produz imagens panorâmicas de paisagens brasileiras,
e Militão Azevedo, o primeiro a retratar sistematicamente a transformação
urbana da cidade de São Paulo.
1861 – O francês Victor Frond lança o álbum Brazil Pittoresco, o
primeiro livro de fotografia do Brasil e da América Latina.
1900 – São publicadas as primeiras fotos da imprensa brasileira na
Revista da Semana. Nos anos seguintes, outros jornais e revistas intensificam o
uso de fotografias, entre eles O Malho, Kosmos, A Vida Moderna, Fon-Fon, Careta
e Paratodos.
1901 – O fotógrafo Castro Moura introduz no país o cartão-postal.
1904 – Valério Vieira realiza pesquisas de montagens fotográficas
com vários negativos desde o início do século XX. Seu auto-retrato Os 30
Valérios recebe medalha de prata na Feira Internacional de Saint Louis (EUA).
Em 1922, Vieira ganha medalha de ouro na mesma feira pela maior impressão
fotográfica do mundo, uma panorâmica da cidade de São Paulo de 16 m x 1,4 m.
1911 – Primeiro fotógrafo oficial da prefeitura do Rio de Janeiro,
Augusto Malta registra cenas do Carnaval carioca, dando início ao
fotojornalismo.
1928 – O engenheiro químico Conrado Wessel funda, em São Paulo, a
primeira fábrica de papel fotográfico da América Latina. Posteriormente, ela é
comprada pela Eastman Kodak, quando a empresa norte-americana se instala no
Brasil. A atividade de Wessel contribui para a difusão da fotografia no país
entre as décadas de 30 e 50.
1935 – Fundação da Revista São Paulo, publicação com projeto
gráfico arrojado, que valoriza o fotojornalismo e a fotomontagem, na qual se
destacam o trabalho de Benedito Junqueira Duarte e de Theodor Preissing.
1939 – Fotógrafos de origem alemã imigram para o Brasil trazendo
influências do movimento Bauhaus, como a ênfase nas formas e no grafismo e o
uso de recursos como ampliação, montagem, dupla exposição e solarização, entre
outros. Destacam-se os trabalhos de Hildegard Rosenthal, Hans Gunter Flieg,
Fredi Kleeman e Alice Brill.
Década de 40 – Auge do fotoclubismo, movimento que reunia
profissionais de diferentes áreas interessados na prática da fotografia como
uma forma de expressão artística. Os primeiros fotoclubes surgem no início do
século XX, mas é a partir dos anos 30 que passam a ter papel de destaque na
formação e no aperfeiçoamento técnico dos fotógrafos brasileiros. Os principais
são o Photo Club Brasileiro, fundado no Rio de Janeiro em 1923, e o Foto Cine
Clube Bandeirante, criado em São Paulo em 1939, cuja atuação é fundamental para
o desenvolvimento da fotografia de autor no país. Entre os expoentes do
fotoclubismo estão Thomas Farkas, José Oiticica Filho, Eduardo Salvatore, Chico
Albuquerque, José Yalenti, Grigóri Varchávchik, Hermínia de Mello Nogueira
Borges, Geraldo de Barros e Gaspar Gasparian.
1946 – Geraldo de Barros e José Oiticica Filho impulsionam a
fotografia de autor, que deixa de se preocupar com o retrato da realidade e
busca novas formas de expressão artística. Eles rompem com a tradição
pictorialista predominante até os anos 40 e disseminada pelos fotoclubes.
1947 – Lançamento da revista Iris, a mais antiga publicação
brasileira especializada em fotografia ainda em circulação.
1948 – O fotógrafo Chico Albuquerque faz a primeira campanha
publicitária fotográfica no país.
1948-1950 – O Museu de Arte de São Paulo (Masp) realiza as
primeiras exposições de fotografia em museus brasileiros, com os trabalhos de
Thomas Farkas (1948) e de Geraldo de Barros (1950). Nesse período, os dois
criam no Masp um laboratório fotográfico e um programa de cursos de fotografia,
que contribuem para a formação de diversos profissionais nos anos seguintes.
Década de 50 – A revista O Cruzeiro e o Jornal do Brasil dão grande
impulso ao fotojornalismo brasileiro ao destinar um espaço destacado nas
reportagens para as fotografias, até então usadas como acessórios do texto.
Entre os principais nomes desse período estão Jean Manzon (que forma dupla
histórica com o repórter David Nasser), Luiz Carlos Barreto (que mais tarde se
tornaria diretor de fotografia e produtor de cinema), Indalécio Wanderley, Ed
Keffel, Luciano Carneiro, José Medeiros, Peter Scheier, Flávio Damm e Marcel
Gautherot.
1952 – Lançamento da revista Manchete, que procura estabelecer uma
narrativa visual independente do texto em suas reportagens.
Década de 60 – Período de auge da fotorreportagem no país, com o
surgimento das revistas Realidade (1966) e Veja (1968) e do Jornal da Tarde
(1966). Profissionais como Maureen Bisilliat, David Drew Zingg, Claudia
Andujar, Luigi Mamprin, George Love e Walter Firmo fazem imagens informativas e
de grande qualidade estética. Destaca-se ainda o trabalho de Luís Humberto, que
consegue realizar fotos irônicas sobre a situação do Brasil sob regime militar
apesar do controle da censura.
1965 – A Fundação Bienal de São Paulo introduz a fotografia em suas
exposições oficiais.
Década de 70 – Surgem inúmeras oficinas e escolas de fotografia no
país, como a Enfoco e a Imagem e Ação, em São Paulo, que impulsionam a
fotografia de autor. A falta de lugares especializados para exposições leva à
criação de diversas galerias (como a Fotóptica e a Álbum) e ao aparecimento de
grupos como o Photogaleria, com atuação no Rio de Janeiro e em São Paulo, que
busca inserir a fotografia no mercado de arte do país.
1970-1975 – Claudia Andujar e George Love desenvolvem o workshop de
fotografia no Museu de Arte de São Paulo (Masp), que influencia a produção de
dezenas de fotógrafos paulistas nas décadas seguintes.
1976 – O historiador brasileiro Boris Kossoy divulga publicamente
as experiências de Hércules Florence no III Simpósio Internacional de
Fotografia da Photographic Historical Society of Rochester (EUA), comprovando
seu pioneirismo .
1979 – Criação do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte
(Fundação Nacional de Arte), órgão do Ministério da Cultura. A iniciativa marca
o começo de uma política oficial para a área, o que possibilita o mapeamento da
produção fotográfica da época.
Década de 80 – A imprensa intensifica o uso de fotos com a
introdução do sistema digital de transmissão de imagens, que permite o envio
através da linha telefônica. A fotografia brasileira torna-se conhecida no
exterior por meio da participação em exposições internacionais e da publicação
do trabalho de fotógrafos brasileiros em revistas estrangeiras. Entre os
principais nomes do período estão Sebastião Salgado, Cristiano Mascaro, Miguel
Rio Branco, Luiz Carlos Felizardo, Hugo Denizart, Cláudio Edinger, Mario Cravo
Neto, Arnaldo Pappalardo, Kenji Ota e Marcos Santilli.
1981 – Sebastião Salgado é o único profissional a documentar a
tentativa de assassinato do presidente norte-americano Ronald Reagan, o que lhe
dá grande destaque internacional. Radicado na França, Salgado é reconhecido
mundialmente como um dos mestres da fotografia documental contemporânea. Nos
anos 80 e 90 publica grandes fotorreportagens de denúncia social, em livros
como Sahel: l’Homme en Détresse (1986), Trabalhadores (1993) e Terra (1997).
Década de 90 – A fotografia deixa de ser utilizada apenas como
imagem bidimensional e objetiva e passa a fazer parte de instalações,
representando elementos abstratos, como sensações, sentimentos e emoções. São
seguidores dessa linha Rosângela Rennó, Eustáquio Neves, Rubens Mano e Cássio
Vasconcellos. Na fotografia documental, destacam-se os trabalhos de Luiz Braga,
Elza Lima, Tiago Santana, Gal Oppido, Ed Viggiani e Eduardo Simões, entre
outros.
1996 – O Centro de Comunicações e Artes do Senac de São Paulo
inicia acordo de cooperação internacional com o Rochester Institute of
Technology, nos Estados Unidos, o que permite um intercâmbio maior entre
fotógrafos dos dois países.
É realizada a 1ª Bienal
Internacional de Fotografia de Curitiba (PR), o único evento do gênero no
Brasil, com 31 exposições, 17 workshops e seis conferências. Outras duas
edições seriam realizadas em 1998 e 2000.
1997 – O Instituto Cultural Itaú inaugura o setor Fotografia no
Brasil no Banco de Dados Culturais/Informatizado. O banco fornece, além de
nomes de profissionais brasileiros ou estrangeiros que trabalham no país,
textos sobre técnicas fotográficas, críticas de exposições e fotografias
digitalizadas dos mais diversos temas.
1998 – É inaugurado, na programação da 2ª Bienal Internacional de
Fotografia, o Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, primeiro do gênero no
país e na América do Sul, com acervo inicial de cerca de 3 mil obras que traçam
um painel da fotografia no Brasil.
1999 – O Senac de São Paulo dá início ao primeiro curso superior de
fotografia do Brasil.
2000 - Sebastião Salgado lança o projeto Êxodos, que reúne 350
fotos, em preto-e-branco, cujo tema é o drama da migração provocada por guerra,
pobreza, questões políticas ou religiosas. O trabalho, realizado no decorrer de
mais de sete anos, em 47 países, é apresentado em forma de álbum e de uma
exposição, que percorre várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. O projeto tem uma sequência intitulada
Retratos de Crianças do Êxodo com 83 fotografias de menores refugiados. Pedro
Martinelli expõe 50 fotos em preto-e-branco de seu novo trabalho, Amazônia – O
Povo das Águas, e lança livro de mesmo nome no Museu da Imagem e do Som, em São
Paulo (SP). O fotógrafo, que permaneceu na Amazônia por seis anos e registrou
cerca de 35 mil imagens, enfatiza as questões ecológicas e sociais da região.
2001 - o Senac de São Paulo faz uma retrospectiva do trabalho de
Cristiano Mascaro. As fotografias são em preto-e-branco e uma boa parte das
imagens é de São Paulo.
2002 - O Prêmio Cultural Sérgio Motta realiza em São Paulo o Fórum
"Fomento e deslocamento na produção de arte e novas mídias", com o
objetivo de debater a fotografia contemporânea no Brasil e no mundo. Participam
fotógrafos e artistas multimídia de projeção internacional, como Rosângela
Rennó e Lucas Bambozzi. A fotógrafa Claudia Jaguaribe lança no Instituto Tomie
Ohtake, em São Paulo, exposição com as fotos do livro Aeroportos. A obra
registra, segunda a autora, cenários de "uma existência marcada pela
transitoriedade, pela fragilidade dos relacionamentos anônimos e pela total
dependência da tecnologia". Aeroportos refletiriam "uma sociedade
que, à medida que avança tecnologicamente, menos liberdade tem, mas, por outro
lado, cria mais possibilidades de combinações de acesso e interação".
A Fundação Pierre Verger realiza
exposições e debates, em diversas cidades do país, em homenagem ao centenário
de nascimento do fotógrafo e etnógrafo francês Pierre Fatumbi Verger
(1902-1996), pesquisador radicado no Brasil desde 1946 e que se dedicou à
tradição afro-brasileira.
2003 – Walter Carvalho, um dos mais renomados diretores de
fotografia do cinema brasileiro, expõe seus trabalhos de fotografia no
Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. A exposição reúne 70 fotos, feitas
nos últimos 30 anos e raramente mostradas ao público. Duas vertentes da fotografia
contemporânea também ganham espaço no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio:
a mineira Rosângela Rennó e o baiano Mario Cravo Neto. A exposição de Rennó,
participante da Bienal de Veneza de 2003, é a maior mostra já realizada pela
fotógrafa no país e inclui a série "Corpo da Alma", com fotos
retiradas de jornal. A mostra de Mario Cravo Neto é baseada em trabalho de
cinco anos em cerimônias do candomblé e apresenta registros coloridos desses
rituais mesclados a outras imagens.
O Centro da Cultura Judaica, em
São Paulo, exibe a mostra "Thomaz Farkas: 60 Anos de Fotografia". As
50 imagens escolhidas por Farkas para a mostra foram, na maioria, realizadas
entre os anos 40 e 50 nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Pedro Martinelli lança o livro Mulheres da Amazônia, terceiro volume do
fotógrafo sobre a região. Seu trabalho de documentação sobre o modo de vida das
populações amazônicas começou em 1971. O ano também é marcado pela inauguração
de novos espaços voltados exclusivamente para a fotografia. Em São Paulo são
inauguradas a Vila Fotosite e a Galeria Casa 9. Em Salvador, a Galeria do
Olhar, e em Belo Horizonte, a Primeira Fotogaleria.
2004 – Dois brasileiros reúnem em livros produções diversas
daquelas que os fazem conhecidos. Bob Wolfenson – retratista de celebridades –
publica Antifachadas, livro em que registra edifícios degradados de São Paulo.
Araquém Alcântara – o mais importante fotógrafo das paisagens naturais
brasileiras – lança Brasileiros, resultado de 30 anos de viagens pelo país em
que retrata as várias etnias e expressões culturais das regiões do país. A
FotoArte 2004 – Brasília: Capital da Fotografia exibe, entre os vários
brasileiros, Cássio Vasconcellos, José Bassit e Rosângela Renó.
www.klimanaturali.org
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