Chipre | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Chipre

Chipre | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Chipre


Geografia: Área: 9.251 km². Hora local: +5h. Clima: mediterrâneo. Capital: Nicósia. Cidades: Nicósia (210.000), Limassol (165.000), Larnaca (74.000).

População: 820 mil; nacionalidade: cipriota; composição: setor grego: gregos cipriotas 96%, outros 4%, setor turco: turcos cipriotas 99%, gregos cipriotas e outros 1% (1996). Idiomas: grego, turco (oficiais). Religião: setor grego: cristianismo 94,1% (ortodoxos 87,4%, outros 6,8%), sem religião e ateísmo 4,7%, outras 1,1% - setor turco: islamismo (maioria).

Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU, UE. Consulado Geral Honorário: Tel. (61) 248-2290, fax (61) 364-3201 – Brasília (DF); e-mail: ruy.pereira.dasilva@zaz.com.br, site na internet: www.cyprusembassy.net.

Governo: República presidencialista. Div. administrativa: 6 distritos. Partidos: setor grego: Progressista dos Trabalhadores (Akel), União Democrática (Disy), Democrático (Diko); setor turco: da Unidade Nacional (UBP), Democrata (DP), da Liberação Comunal (TKP). Legislativo: setor grego: unicameral – Casa dos Representantes, com 80 membros; setor turco: unicameral – Assembleia Legislativa, com 50 membros. Constituição: setor grego: 1960; setor turco: 1985.

Conflitos entre as comunidades greco-cipriota e turco-cipriota levam à divisão da ilha de Chipre, nos anos 1970, em uma área grega, ao sul, e outra turca, ao norte. Ponto de encontro das culturas grega (cristã) e turca (muçulmana), Nicósia, a capital, situa-se na Linha Verde, a fronteira patrulhada pelas tropas da Organização das Nações Unidas (ONU). Com localização estratégica, no leste do mar Mediterrâneo, Chipre é um dos centros do transporte marítimo internacional. Os problemas políticos do país não impedem o desenvolvimento do setor grego, que ingressa na União Europeia (UE) em 2004. A autoproclamada República Turca do Norte de Chipre (RTNC) é menos próspera. Praias, mosteiros bizantinos nos montes Troodos e mosaicos romanos do Sítio Arqueológico de Paphos estimulam o turismo.

CHIPRE, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DE CHIPRE

História de Chipre

BANDEIRA DE CHIPREOs vestígios da presença humana remontam há 10 mil anos. No século XIV a.C., é colonizada pela Civilização Micênica e depois dominada por assírios, egípcios e persas. Em 58 a.C. é incorporada ao Império Romano e, em 395, ao Império Bizantino. Em 1191 é invadida por Ricardo I da Inglaterra, tornando-se base para as Cruzadas. Entre os séculos XIII e XVI, Chipre fica sob o domínio das cidades italianas de Gênova e Veneza, que fazem da ilha uma base para o comércio com o Oriente. É conquistada, em 1571, pelo Império Turco-Otomano.

Colônia britânica - Em 1878, o Reino Unido passa a manter tropas em Chipre para proteger os turco-otomanos do expansionismo do Império Russo. Na I Guerra Mundial, quando os turcos se aliam aos alemães, a ilha é anexada pelo Reino Unido e, em 1925, é transformada em colônia. No século XX surge o grupo nacionalista que prega a enosis, a união de Chipre com a Grécia, e deflagra, após a II Guerra Mundial, ataques contra os britânicos e a minoria turca.
Gregos contra Turcos - As sucessivas propostas gregas de unificação com Chipre são rejeitadas pelo Reino Unido. Em 1955, o movimento Eoka, a favor da enosis, chefiado pelo militar grego George Grivas, lança violenta campanha terrorista na ilha. No ano seguinte, o arcebispo ortodoxo Makarios III, líder religioso greco-cipriota, é deportado sob a acusação de apoiar o terrorismo. Em 1959, Reino Unido, Grécia, Turquia e líderes cipriotas aprovam plano para tornar a ilha uma república independente, ligada à Comunidade Britânica, com garantias constitucionais para a minoria turca. Makarios III retorna ao país em 1960 e é eleito presidente, tendo como vice o líder da comunidade turca, Fazil Kuchuk. Makarios III é reeleito em 1968 e 1973.

Nicósia, Capital de Chipre
Nicósia, Capital de Chipre
Invasão turca - Em julho de 1974, oficiais gregos da Guarda Nacional Cipriota, ligados ao Eoka, derrubam Makarios III. A Turquia invade Chipre e ocupa o norte da ilha – cerca de 40% do território –, criando um Estado Federado Turco. Cerca de 200 mil greco-cipriotas abandonam a região, enquanto 50 mil turco-cipriotas fogem para o norte. Desde então, tropas da ONU patrulham a zona divisória, conhecida como Linha Verde. Makarios III reassume o governo em1974 e nele permanece até a morte, em 1977. Conversações de paz, sob patrocínio da ONU, são realizadas em 1980, mas as partes não chegam a acordo. Os turco-cipriotas exigem o mesmo status para as duas comunidades e igual representação no governo. Os greco-cipriotas não aceitam, alegando que os turco-cipriotas compõem 20% da população. O Exército da Turquia continua ocupando o norte, cuja administração proclama, em 1983, a República Turca do Norte de Chipre (RTNC), reconhecida apenas pelo governo turco. As relações entre os dois setores permanecem tensas nos anos seguintes.

União Europeia - A parte grega de Chipre integra, em 1998, o primeiro grupo de candidatos a novos membros da UE. A futura adesão ao bloco faz aumentar a pressão pela reunificação. A ONU dá início, em 1999, a nova rodada de negociações. No fim do ano, porém, a UE anuncia que a integração da parte grega de Chipre ao bloco pode ocorrer sem o entendimento entre as duas comunidades. A Grécia tenta condicionar seu apoio ao ingresso da Turquia na UE a um acordo de reunificação de Chipre, com base em um novo regime que represente proporcionalmente as comunidades grega e turca. Mas o presidente da RTNC, Rauf Denktash, reeleito em 2000, propõe transformar a ilha numa confederação de duas unidades autônomas.

No plebiscito realizado em maio de 2004, 75% dos greco-cipriotas votam contra a reunificação da ilha, apoiada por 64,91% dos turco-cipriotas. Assim, somente a parte grega é aceita na União Europeia. A maioria dos greco-cipriotas vota pelo não por temer as consequências econômicas da reunificação com o lado turco, mais pobre. Há críticas também contra a proposta da ONU, considerando-se que ela não traz benefícios para os greco-cipriotas, que foram forçados a abandonar sua casa, na guerra travada pelos turco-cipriotas, 30 anos antes.

Chipre



Em 2001, a Turquia ameaça anexar a parte turca da ilha se o setor grego for admitido na UE. Em 2002, Denktash e o presidente do setor grego, Glafkos Klerides, concordam em tomar como base das negociações o plano de paz apresentado pela ONU. O plano prevê unificação de acordo com o modelo da Suíça, numa "parceria indissolúvel" entre duas unidades autônomas com divisão equitativa dos poderes. No mesmo mês, Chipre é convidado a ingressar na UE em 2004, com a ressalva de que, se até lá não fosse alcançado um acordo de paz, só a parte grega seria admitida. Em 2003, manifestações com 50 mil turco-cipriotas pedem a renúncia de Denktash e a aceitação do plano de paz. Nas eleições presidenciais, no setor grego, o candidato da oposição, Tassos Papadopoulos, líder do Partido Democrático, de centro-direita, vence no primeiro turno.


Uma ilha com dois povos e duas realidades - Após décadas de divisão, Chipre é uma ilha de contrastes. Mais desenvolvida, a porção grega se revitaliza no processo de preparação para integrar a União Europeia. O motor do crescimento é o setor de serviços e turismo. A região se transforma em centro financeiro no leste do Mediterrâneo, desempenhando o papel exercido pelo Líbano. As praias do sul são o destino dos quase 2,7 milhões de estrangeiros que viajam para o país em 2001. Isolamento Na área turca, as consequências do bloqueio diplomático são sentidas no setor produtivo. O governo enfrenta dificuldade em atrair investimento externo, e o turismo não deslancha por causa do embargo aéreo decretado à República Turca do Norte de Chipre (RTNC). Assim, a região continua dependente da agricultura e do funcionalismo público. Consegue contornar os obstáculos com relativo sucesso nos anos 1990 e vive um período de expansão, graças à ajuda da Turquia. O motor desse crescimento é a educação de nível superior – cerca de 20 mil estudantes estrangeiros, na maioria turcos, estudam em seis universidades privadas no norte da ilha. Mas os atentados terroristas de 2001, nos Estados Unidos, e a estagnação econômica na Europa afetam a economia, que cresce apenas 1,9% em 2002. Vem daí o amplo apoio popular (65%) à proposta de reunificação da ilha entre os turco-cipriotas, esperançosos de que a integração à UE, que acabou não ocorrendo para a porção norte da ilha, pudesse impulsionar sua economia.

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