Política Externa Brasileira

Política Externa Brasileira

Política Externa BrasileiraO Brasil com o território fixado já antes da independência e sem graves problemas de fronteira com seus dez vizinhos depois dela, o país orienta sua política externa no decorrer da história por seus interesses econômicos imediatos, alternando concessões e busca de autonomia, alinhamento com as grandes potências e procura por novos parceiros políticos e comerciais.

Da independência à república – Logo após a independência, em 1822, o Império almeja obter o reconhecimento internacional da nação, principalmente por parte da antiga metrópole e dos países europeus. Atinge esse objetivo com a mediação britânica, mas ao preço de importantes concessões comerciais à Inglaterra. Tais concessões perduram até a década de 1840, quando o equilíbrio da balança comercial e a questão do tráfico levam o país a trocar a política comercial livre-cambista pelo protecionismo tarifário.

Durante o Segundo Reinado, o império brasileiro envolve-se intensamente nas questões platinas. Os objetivos do Brasil são preservar a liberdade de navegação e comércio na bacia da Prata, via de acesso às províncias do interior do país, e manter o equilíbrio político regional. Isso leva o império às intervenções militares contra Uruguai e Argentina, que culminam com a Guerra do Paraguai. Encerrado o grande conflito, o império adota posição de neutralidade, quase de isolacionismo na América Latina. As últimas questões em torno dos limites brasileiros são resolvidas pela atuação diplomática do barão do Rio Branco, já no início da República Velha.

Alinhamento ou política externa independente – Esse distanciamento do Brasil do contexto latino-americano reflete a ausência de maiores tensões políticas e, sobretudo, a pequena dimensão das trocas comerciais com seus vizinhos do continente. Os reais interesses do Brasil, do ponto de vista econômico, estão na Europa (Inglaterra) e na América do Norte (Estados Unidos – EUA). É para lá que se voltam as atenções da diplomacia brasileira durante a república.

Até o início da II Guerra Mundial, o Brasil mantém certo equilíbrio diante das duas grandes potências industriais, embora a presença inglesa seja dominante no país. Depois de ter participado da guerra ao lado dos EUA, o alinhamento brasileiro com os interesses norte-americanos cresce. Os EUA impõem ao Brasil e a todo o continente a solidariedade pan-americana, impulsionada pelo anticomunismo da Guerra Fria e justificada pela doutrina da segurança nacional.

No começo da década de 60, sobretudo no governo de João Goulart, ainda se busca praticar uma política externa independente perante o intervencionismo norte-americano na América Latina. Mas o Regime Militar de 1964 força o alinhamento político, ideológico e diplomático com os EUA. Somente a partir dos últimos anos da década de 70, quando o milagre econômico se esgota e a crise do petróleo obriga o país a buscar novas fontes de recursos com os países do Oriente Médio, da Ásia e da África, é que o Regime Militar flexibiliza as relações internacionais. Nos dois últimos governos militares, o alinhamento automático dá lugar ao pragmatismo responsável na condução da política externa.

Novas perspectivas – No final dos anos 80 e na década de 90, tanto a situação interna do país quanto a realidade internacional sofrem grandes mudanças. No plano político, o Brasil volta a ter um regime democrático. No plano econômico, procura uma inserção mais competitiva no processo de globalização. Essa postura abre novas perspectivas para as relações internacionais, sobretudo para participar de fóruns e organismos internacionais. Menos condicionada a alinhamentos ideológicos, a busca de parcerias política e econômica visa interesses comuns de investimentos, de intercâmbio comercial, de transferência de tecnologia, de proteção ambiental, entre outros fatores. Os primeiros resultados desse posicionamento aparecem em experiências como o Mercosul, a maior abertura para a União Europeia (UE) e as negociações em torno da criação da Alca.

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